ECONOMIA & FINANÇAS
ISABEL DOS SANTOS ‘DISPONÍVEL’ PARA CONTINUAR A INVESTIR EM PORTUGAL
A empresária angolana Isabel dos Santos, disse hoje, em Lisboa, que pretende continuar a investir e a “criar emprego e dar oportunidades aos jovens” em Portugal.
A empresária angolana Isabel dos Santos, disse hoje, em Lisboa, que pretende continuar a investir e a “criar emprego e dar oportunidades aos jovens” em Portugal.
Em curtas declarações aos jornalistas à margem do Fórum Internacional sobre Mobilidade e Inovação, organizado pela Federação das Mulheres Empresárias e Empreendedoras da CE-CPLP, onde participou, Isabel dos Santos lembrou que investiu há mais de dez anos em Portugal “quando seguramente havia menos pessoas interessadas” e disse continuar a acreditar na economia portuguesa.
“Eu acredito na economia portuguesa”, afirmou a empresária, filha do antigo presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, acrescentando: “Portugal tem muito talento, gosto muito de trabalhar com jovens portugueses, com as universidades portuguesas e há muita inovação e nós investimos muito no setor da pesquisa e desenvolvimento”.
“Portanto criar emprego em Portugal e dar oportunidade aos jovens portugueses é algo em que vou continuar a apostar e que vou continuar a fazer”, garantiu aos jornalistas, sem porém querer adiantar em que setores iria apostar.
Em Portugal, Isabel dos Santos detém importantes participações em empresas como a Galp, Zon Multimédia, EFACEC ou Banco BIC Português.
Questionada pelos jornalistas sobre o que achava que o atual Presidente angolano, João Lourenço, poderia fazer para melhorar o desenvolvimento do seu país, Isabel dos Santos procurou fugir à questão.
“Angola é uma grande nação, porque tem um percurso histórico que o justifica e é um país que joga um grande papel em África. Mas não há dúvidas que em África os países ainda têm bastantes desafios. E quando olhamos para a África como um todo, todos nós os africanos, independentemente do país de onde viemos, sabemos que ainda temos muito trabalho pela frente e muitas coisas a conquistar”, respondeu.
Quanto ao papel das mulheres em África, a empresária angolana considerou que “há cada vez mais mulheres africanas que têm esta coragem de empreender”, mas referiu que ser empreendedora no continente africano ainda não é uma tarefa fácil.
“Não é ainda um desafio fácil, porque efetivamente é muito difícil ter acesso a questões básicas, como por exemplo, o financiamento bancário ou até ter crédito suficiente para iniciar o seu negócio, ou até a confiança da própria sociedade em nós. Mas as mulheres africanas são muito batalhadoras e acredito que podemos continuar a conquistar este espaço que é um espaço que deve ser nosso”, defendeu.
Na sua opinião, a mobilidade no espaço da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) “pode criar um ambiente favorável” para o intercâmbio que pode haver entre aqueles países.
E lembrou: “Nós somos um grande mercado, um mercado que fala português. Isto é um mercado muito grande, mas efetivamente ainda temos alguns constrangimentos. É claro que estes temas nunca são fáceis. Mas não há dúvida que havendo intercâmbios maiores entre os empresários dos diferentes países da CPLP nós podemos ter um mercado muito maior”.
“Com tempo”, Isabel dos Santos considera que esta mobilidade e intercâmbio são “exequíveis”.
ECONOMIA & FINANÇAS
SETE EM CADA DEZ EMPRESAS DISCORDAM DA SEMANA DE QUATRO DIAS
Sete em cada dez empresas são contra a implementação da semana de quatro dias, sobretudo no comércio, indústria e construção, e 71% das que concordam defendem que a medida deveria ser facultativa, segundo um inquérito hoje divulgado.
Sete em cada dez empresas são contra a implementação da semana de quatro dias, sobretudo no comércio, indústria e construção, e 71% das que concordam defendem que a medida deveria ser facultativa, segundo um inquérito hoje divulgado.
Elaborado pela Associação Industrial Portuguesa — Câmara de Comércio e Indústria (AIP-CCI) e referente ao quarto trimestre de 2024, o “Inquérito de Contexto Empresarial sobre o Mercado Laboral” indica ainda que 70% das empresas defendem que matérias laborais como carreiras, benefícios, remunerações complementares ou limites de horas extraordinárias deveriam ser concertadas no interior das empresas e não em sede de Contrato Coletivo de Trabalho (CCT).
Relativamente ao banco de horas individual, 71% das empresas inquiridas dá parecer favorável e, destas, 74% entende que deveria ser fixado por acordo dentro da empresa, em vez de nas convenções coletivas de trabalho.
Segundo nota a AIP, entre as empresas que mais defendem esta concertação interna estão as pequenas e médias empresas.
Já em termos de modelo de trabalho, 81% das 523 empresas participantes dizem praticar trabalho presencial, 17% um modelo híbrido e 2% teletrabalho. Entre as que adotaram um modelo híbrido ou remoto, 73% afirmam que tal contribuiu para uma melhoria da produtividade e 84% consideram manter este modelo.
Quando questionadas sobre o Salário Mínimo Nacional (SMN), 83% das empresas concordam com a sua existência, ainda que 65% entendam que não deve ser encarado como um instrumento de redistribuição de riqueza.
Entre as que consideram que o SMN deve ser um instrumento com este fim, 45% diz que deveria ser a sociedade a suportá-lo, através de impostos negativos nos rendimentos mais baixos, enquanto as restantes 55% defendem que deveria ser suportado pelos custos de exploração das empresas.
Relativamente ao valor de 1.020 euros mensais projetados para o SMN até ao final da atual legislatura, mais de metade (56%) das empresas inquiridas apontam que é suportável pela conta de exploração das empresas, embora 95% desconheça algum estudo que aponte o seu setor de atividade como tendo capacidade para o financiar.
Para 65% das empresas, a fixação anual do salário mínimo deveria estar dependente da evolução da produtividade.
Quando questionadas sobre a autodeclaração de doença, 55% das empresas manifestou-se contra, apesar de 89% assinalar que nunca registou um caso destes ou que estes são muito pouco frequentes.
No que respeita ao designado “direito a desligar”, metade das empresas defende-o e outras tantas discordam, sendo que entre as que apresentam maior taxa de rejeição à implementação desta medida estão, sobretudo, as médias e microempresas.
Já quanto a sua comunicação à ACT, 86% das empresas discordam deste procedimento.
O inquérito da AIP-CCI foi realizado entre 12 de outubro e 11 de novembro de 2024 junto de 523 sociedades comerciais de todo o país (24% do Norte, 32% do Centro, 26% da Área Metropolitana de Lisboa, 12% do Alentejo, 3% do Algarve e 3% das ilhas).
A indústria representou 47% da amostra, seguida pelos serviços (26%), comércio (14%), construção (7%), agricultura (3%), alojamento e restauração (2%) e transportes e armazenagem (1%), sendo que 3% eram grandes empresas, 8% médias, 45% pequenas e 44% microempresas.
Da totalidade da amostra, 49,01% são empresas exportadoras.
ECONOMIA & FINANÇAS
ERC: APENAS 4% DOS MEDIA PORTUGUESES FATURAM ACIMA DE 10 MILHÕES
As empresas de media com rendimentos acima de 10 milhões de euros representavam 4% da totalidade em 2023, segundo a análise económico-financeira da ERC hoje divulgada, que aponta que as receitas não registaram melhoria face ao ano anterior.
As empresas de media com rendimentos acima de 10 milhões de euros representavam 4% da totalidade em 2023, segundo a análise económico-financeira da ERC hoje divulgada, que aponta que as receitas não registaram melhoria face ao ano anterior.
Esta é uma das conclusões do estudo de análise económica e financeira sobre os media em Portugal da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) relativo ao exercício de 2023, que tem por base dados reportados pelos regulados, no âmbito da Lei da Transparência da Titularidade dos Meios de Comunicação Social (Lei nº 78/2015, de 29 de julho).
“A análise conduzida pela ERC apurou que os ativos totais das empresas de comunicação social ascenderam a 1.123.063 euros e os rendimentos totais da atividade a 1.166.911 euros”, lê-se no comunicado do regulador.
Constatou-se “que as empresas com rendimentos superiores a 10 milhões de euros apenas representaram 4% da totalidade de entidades, mas 86% dos ativos, 84% dos capitais próprios do setor e 89% dos rendimentos”, prossegue a ERC.
O regulador refere que sobressai “o facto de não se ter assistido, em 2023, a uma melhoria dos rendimentos das empresas de comunicação social em Portugal, mantendo-se em 53% a percentagem de empresas que registam crescimento dos rendimentos”.
No período em análise, “o número de empresas com resultados líquidos positivos, resultados operacionais ou EBITDA positivos, e capitais próprios positivos situou-se em proporções inferiores a 2022”.
O estudo caracteriza o setor dos media português de “granular, composto por muitas pequenas empresas, em especial nos segmentos mais tradicionais, como as publicações periódicas e as rádios hertzianas”.
Aliás, “são as pequenas empresas que enfrentam maiores dificuldades face à alteração paradigmática da forma como os conteúdos são consumidos e dos interesses e composição dos consumidores, limitando ou inibindo a capacidade de crescimento”.
A publicidade continuou a ser a principal fonte de receitas do setor em 2023, “mas a sua evolução apresentou um comportamento misto entre as principais instituições”.
De acordo com a análise, “verificou-se um aumento das receitas de publicidade do segmento de televisão, mas mais centrado nos canais de televisão por subscrição (STVS) em detrimento do ‘free-to-air’ [canais gratuitos]”.
O consumo de notícias “é cada vez mais fragmentado entre diferentes plataformas comunicacionais e que a utilização do vídeo como fonte noticiosa tem vindo a crescer, especialmente entre os mais jovens”, refere a análise, que adianta que como “principal fonte de conteúdos de vídeo noticiosos surgem as plataformas de partilha de vídeo em detrimento dos ‘sites’ dos editores, o que aumenta os desafios de monetização de produção de conteúdos e conexão destes últimos”.
O estudo completo da ‘Análise Económica e Financeira ao Setor de Media em Portugal no ano 2023’ pode ser consultado na página da ERC.
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