NACIONAL
ARMAS DE TANCOS ERAM ‘MUITO PERIGOSAS’ E FORAM USADAS POR TERRORISTAS
Uma notícia publicada hoje pela Visão, revela que afinal, material militar roubado não estava obsoleto. O despacho que acusa 23 arguidos, entre eles o ex-ministro da Defesa, detalha como armas iguais às que foram furtadas dos paióis foram usadas em ataques terroristas num passado recente. Uma notícia dos jornalistas Pedro Raínho e Sílvia Caneco.
Afinal, material militar roubado não estava obsoleto. O despacho que acusa 23 arguidos, entre eles o ex-ministro da Defesa, detalha como armas iguais às que foram furtadas dos paióis foram usadas em ataques terroristas num passado recente.
O despacho de acusação do caso Tancos deita por terra a ideia de que o material militar roubado dos paióis do Exército estava obsoleto ou era de menor importância. Parte deste material, como explosivos e granadas, foi usado no passado recente em ataques terroristas. Outras armas foram usadas em ataques ofensivos e outras, ainda, utilizadas para explodir ilicitamente cofres e carrinhas de transportes de valores.
O Ministério Público concluiu que “o acesso a material militar” da natureza do que foi roubado e do mesmo calibre “é extremamente remoto, difícil e improvável” e, por isso, “muito apetecível com vista à execução de ataques terroristas”, até pelo “histórico de registos de utilização deste tipo de material em ataques terroristas de matriz religiosa”.
As conclusões dos procuradores do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) que decidiram acusar 23 arguidos, entre eles dezenas de militares e o ex-ministro da Defesa, Azeredo Lopes, pelo roubo do material militar e posterior simulação da sua descoberta, na Chamusca, a 18 de outubro de 2017, contrariam assim as declarações do chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas. Recorde-se que, no verão de 2017, logo após o furto das armas de guerra dos paióis de Tancos, Pina Monteiro disse aos jornalistas, no final de uma reunião com o primeiro-ministro, António Costa, que armas como os lança granadas foguetes estariam obsoletas. Não poderiam ser utilizadas “com eficácia, porque estavam selecionadas para serem abatidas”.
O objetivo do cabecilha do grupo que assaltou Tancos era precisamente o de vender o material bélico, em especial os explosivos, a grupos terroristas internacionais como a ETA, organização terrorista separatista armada. Esse plano, porém, nunca chegou a ir avante, devido à repercussão mediática do furto que expôs as fragilidades da segurança dos locais onde está guardado, em Portugal, o material do Exército.
Nem por acaso, o despacho de acusação do Ministério Público revela que o plano do assalto aos paióis de Tancos nasceu de uma conversa corriqueira de um militar que ali prestava serviço com um tio, ligado ao tráfico de estupefacientes, precisamente sobre como seria fácil fazer um ataque terrorista em Portugal e como Tancos era tão vulnerável do ponto de vista da segurança.
O fim dado àquele material era precisamente o que mais preocupava os militares e os investigadores, logo após a descoberta de que algumas armas tinham desaparecido dos armazéns onde estavam guardadas. Muito mais do que o valor do material propriamente dito – que não chegaria aos 35 mil euros.
No dia 28 de junho de 2017, um grupo deu-se ao luxo de fazer cinco ou seis percursos de ida e volta dos paióis até à carrinha que tinham levado, para transportar em dois carrinhos-de-mão 311 quilos de material militar que ali se encontrava armazenado.
Tal só foi possível porque a segurança do local era uma anedota. O sistema electrónico de videovigilância, com nove câmaras, estava avariado. O sistema de sensores de movimento não funcionava. Na rede interior, existia um sistema de detecção por vibração, mas não trabalhava. As torres de vigia não tinham lá homens a trabalhar. A Casa da Guarda não tinha comunicação de rede fixa e não havia meios de rádio. No perímetro dos paióis havia um caminho que permitia a circulação de carros. A luz elétrica quase não existia no interior dos campos e, do lado de fora, era inexistente. Os projetores das torres de iluminação também não funcionavam. E as rondas dos guardas que se encontravam ao serviço eram de tal forma raras que o assalto só foi detetado 12 horas depois de ter ocorrido.
A acusação assinada pelos procuradores Vítor Magalhães, Cláudia Oliveira Porto e João Valente divide-se em duas partes: por um lado, como foi planeado e executado o assalto a Tancos; por outro, como a investigação ficou comprometida devido a uma simples guerra entre polícias. A investigação concluiu que altos cargos da Polícia Judiciária Militar (PJM), como o seu então diretor, Luís Vieira, e o investigador-chefe Vasco Brazão, encenaram a descoberta do material roubado, juntamente com a GNR e com os próprios assaltantes, por estarem revoltados por terem sido excluídos pelo Ministério Público da liderança da investigação.
Os procuradores uniram as peças – testemunhos diretos, emails e telefonemas – e concluiram que o ex-ministro da Defesa, Azeredo Lopes, ao contrário do que sucessivamente afirmou, terá tido conhecimento de tudo: que o material de Tancos ia ser recuperado, que a PJM estava a montar uma operação nas costas do Ministério Público e da PJ e que essa operação contemplava uma espécie de acordo secreto com os assaltantes, que lhes garantia que não viriam a ser investigados e acusados pelo roubo das armas.
Azeredo Lopes iria tendo acesso a informações detalhadas por parte de Luís Vieira, o então diretor da PJM que por várias vezes terá ido a casa do então ministro para o pôr a par das diligências.
Por saber de tudo e não ter comunicado à PJ e ao Ministério Público, por ter impedido a descoberta da verdade e ter protegido criminosos, não denunciando a farsa, Azeredo Lopes é acusado de denegação da justiça, prevaricação e abuso de poder
Dos 23 acusados, nove estão num primeiro grupo: são os que planearam e executaram o furto das armas. Um deles, sobrinho de um outro arguido, e militar de profissão, terá transmitido a informação sobre a localização das armas e os turnos dos militares que ali faziam vigia. Todos eles estão acusados de terrorismo, tráfico e mediação de armas e associação criminosa.
Num segundo grupo, estão outros 14 arguidos que terão simulado a descoberta das armas. Nele se incluem militares da PJM e da GNR, um técnico do Laboratório da PJM e o ex-ministro da Defesa Nacional. Estão todos acusados pelos crimes de favorecimento pessoal e denegação de justiça e prevaricação, sendo que os militares e o técnico do Laboratório estão também acusados de falsificação de documento, tráfico e mediação de armas e associação criminosa.
Um artigo da Revista Visão, da autoria dos jornalistas: Pedro Raínho e Sílvia Caneco
NACIONAL
HERNÂNI DIAS PEDE DEMISSÃO E LUÍS MONTENEGRO ACEITA-A
O primeiro-ministro aceitou esta terça-feira o pedido de demissão do secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, Hernâni Dias, sublinhando “o desprendimento subjacente à decisão pessoal” do governante.
O primeiro-ministro aceitou esta terça-feira o pedido de demissão do secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, Hernâni Dias, sublinhando “o desprendimento subjacente à decisão pessoal” do governante.
Numa nota do gabinete de Luís Montenegro publicada no portal do Governo lê-se que “o primeiro-ministro aceitou o pedido de demissão esta terça-feira apresentado pelo secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, Dr. Hernâni Dias”.
“Nesta ocasião, o primeiro-ministro expressa reconhecimento ao Dr. Hernâni Dias pelo empenho na concretização do Programa do Governo em áreas de particular importância e sublinha o desprendimento subjacente à decisão pessoal tomada. O secretário de Estado cessante será oportunamente substituído no cargo”, acrescenta.
Esta é a primeira demissão no XXIV Governo Constitucional PSD/CDS-PP que tomou posse a 02 de abril do ano passado.
Na sexta-feira, a RTP noticiou que Hernâni Dias criou duas empresas que podem vir a beneficiar com a nova lei dos solos, sendo que é secretário de Estado do ministério que tutela essas alterações.
Uma semana antes, o mesmo canal de televisão avançou que Hernâni Dias estava a ser investigado pela Procuradoria Europeia e era suspeito de ter recebido contrapartidas quando foi autarca de Bragança.
Na terça-feira da semana passada, num comunicado enviado à agência Lusa, Hernâni Dias recusou ter cometido qualquer ilegalidade, afirmando que está “de consciência absolutamente tranquila” e que agiu “com total transparência”.
O secretário de Estado garante ter pedido ao Ministério Público (MP) “que investigasse a empreitada da Zona Industrial em Bragança e ao LNEC [Laboratório Nacional de Engenharia Civil] que fizesse uma auditoria”, assegurando, relativamente ao apartamento ocupado pelo filho no Porto, que “o valor das rendas foi pago por transferência.
O Chega e o BE já pediram a demissão do governante e vários já requereram a sua audição parlamentar.
NACIONAL
ASAE ENCERRA DOIS ESTABELECIMENTOS E INSTAURA 18 CONTRAORDENAÇÕES
A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) suspendeu dois estabelecimentos comerciais e instaurou 18 processos de contraordenação por falta de equipamentos para deposição de resíduos de tabaco, avançou esta segunda-feira a ASAE.
A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) suspendeu dois estabelecimentos comerciais e instaurou 18 processos de contraordenação por falta de equipamentos para deposição de resíduos de tabaco, avançou esta segunda-feira a ASAE.
No âmbito da ação, foram fiscalizados 121 operadores económicos, abrangendo o setor da restauração, edifícios destinados a ocupação não habitacional e instituições de ensino superior.
De acordo com a autoridade, as principais infrações identificadas foram a falta de disponibilização de cinzeiros e equipamentos adequados para a deposição de resíduos indiferenciados e seletivos, bem como o incumprimento dos requisitos gerais de higiene.
No decorrer desta ação, foi suspenso um estabelecimento de restauração no concelho de Lisboa, pela violação dos deveres da entidade exploradora, e um talho no concelho de Ílhavo, pelo incumprimento das normas gerais de higiene.
Foi também apreendido um instrumento de pesagem por não estar em conformidade com os valores de controlo metrológico.
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