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MIRANDA DO DOURO: MUSEU REVELA 12 PINTURAS DE PIETER BALTEN

O Museu da Terra de Miranda recebe, a 11 de outubro, a exposição dedicada ao “Calendário da Sé de Miranda do Douro”, conjunto de 12 pinturas sobre madeira, datadas de 1580, disse hoje à Lusa a diretora da unidade museológica.

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O Museu da Terra de Miranda recebe, a 11 de outubro, a exposição dedicada ao “Calendário da Sé de Miranda do Douro”, conjunto de 12 pinturas sobre madeira, datadas de 1580, disse hoje à Lusa a diretora da unidade museológica.

De acordo com investigação recente, esta série surge agora atribuída ao pintor flamengo Pieter Balten (Antuérpia, 1527-1584), contemporâneo de Pieter Bruegel, o Velho.

“Os retratos dos Meses da Sé de Miranda do Douro: uma Rara Alegoria Pintada em Antuérpia por Pieter Balten”, título integral da exposição, constituem “uma espécie de calendário com cerca de 440 anos, que agora serão mostrados ao público pela primeira vez”, disse a diretora do Museu da Terra de Miranda (MTM), Celina Pinto, à agência Lusa.

Para a responsável, estes quadros “têm uma grande relevância artística”, sendo mesmo um dos elementos mais importantes do espólio da Concatedral de Miranda do Douro, no distrito de Bragança.

Os quadros foram encomendados em Antuérpia, na Flandres (Bélgica), em 1580, pelo 5.º bispo da diocese de Miranda do Douro, Jerónimo de Meneses, sendo seu autor o pintor, gravador e ilustrador Pieter Balten, de acordo com a recente investigação do historiador de arte Vitor Serrão.

Balten encontra-se representado em coleções como a da National Gallery, em Washington, e do Metropolitan Museum, em Nova Iorque, e os registos da galeria belga De Jonckheere, especializada na pintura flamenga da Renascença, coloca-o a par de Pieter Bruegel, o Velho, na guilda dos mestres de Antuérpia, com quem terá trabalhado no tríptico da igreja de S. Rumbold, em Mechelen Malines, nesta região da Flandres.

“Trata-se de uma série pictórica conhecida como ‘O Calendário da Sé de Miranda do Douro’, um extraordinário conjunto de doze pequenos quadros pintados sobre madeira, representando, de forma intimista, o quotidiano rural, e evocando o ciclo dos meses do ano”, explicou Celina Pinto à agência Lusa.

Não opinião da diretora do MTM, o conhecimento académico do “Calendário” é relativamente inédito em muitos aspetos, tendo sido agora revelado por Vítor Serrão, que estabelece o novo patamar de valor artístico, histórico e museológico da obra.

“Este conhecimento está alicerçado tanto na grande qualidade intrínseca das obras, como pela exemplaridade e singularidade com que se inserem no contexto histórico nacional, da região de Trás-os-Montes e, em particular, da vitalidade cultural da sede do bispado de Miranda do Douro”, sublinhou a responsável.

Segundo Celina Pinto, a divulgação deste conjunto pictórico torna-se agora possível graças ao programa NORTEAR que visa o desenvolvimento cultural e patrimonial, de âmbito transfronteiriço, envolvendo instituições portuguesas e espanholas.

Nestas entidades estão o Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial – Galiza e Norte de Portugal (AECT-GNP), a Direção Regional de Cultura do Norte, em articulação com o Museu da Terra de Miranda e a Concatedral de Miranda do Douro, mais a Xunta de Galicia.

O chamado “Calendário da Sé de Miranda do Douro” “é um verdadeiro tesouro que, quase milagrosamente, chegou íntegro aos nossos dias e num notáve estado de conservação”, indicou Celina Pinto.

Pela sua rara integridade, autoria, antiguidade, proveniência e estado de conservação, o “Calendário” é agora (re)descoberto e trazido a uma nova luz de conhecimento pelo historiador Vítor Serrão, com a atribuição da sua autoria a Pieter Balten.

O pintor e gravador foi um protagonistas na afirmação da pintura flamenga do século XVI, com as suas cenas do quotidiano, à semelhança do seu contemporâneo Pieter Bruegel, o Velho, e dos seus sucessores, Jan e Pieter Bruguel, o Jovem, pintor do Ducado de Brabante, destacado também pela reprodução dos quadros de seu pai.

Além da exposição deste 12 quadros, que estavam longe do olhar do público, vai ser editado um catálogo para melhor se perceber este conjunto de obras.

O conjunto de pinturas dos “Meses”, outra designação pela qual é conhecido o “Calendário”, desde há muito que decora as paredes da sacristia da Sé de Miranda do Douro, mas deverá ser originário das coleções artísticas outrora conservadas no Paço Episcopal, anexo à Catedral de Miranda, um “impressionante palácio” desaparecido em meados do século XX, de que subsiste apenas a arcaria do claustro.

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FÁTIMA: SANTUÁRIO RECEBEU 6,2 MILHÕES DE PEREGRINOS EM 2024, MENOS 600 MIL QUE EM 2023

O Santuário de Fátima recebeu 6,2 milhões de peregrinos no ano passado, menos 600 mil que em 2023, quando se realizou a Jornada Mundial da Juventude e o Papa Francisco esteve no templo, foi hoje anunciado.

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O Santuário de Fátima recebeu 6,2 milhões de peregrinos no ano passado, menos 600 mil que em 2023, quando se realizou a Jornada Mundial da Juventude e o Papa Francisco esteve no templo, foi hoje anunciado.

“Em 2024, o acolhimento de peregrinos voltou a fixar-se acima dos seis milhões. Foram 6,2 milhões os fiéis que participaram em pelo menos uma celebração. É este o critério em que assenta o registo anual de peregrinos”, afirmou a diretora do gabinete de comunicação da instituição, Patrícia Duarte, no 46.º Encontro de Hoteleiros de Fátima.

Segundo Patrícia Duarte, este número “revela um decréscimo face aos 6,8 milhões registados no ano anterior”, assinalando, contudo, que os dados de 2023 não podem ser analisados “sem o efeito da Jornada Mundial da Juventude [JMJ, em Lisboa] e da visita do Papa Francisco a Fátima”.

“No período de 24 de julho a 10 de agosto do ano passado, esteve na Cova da Iria mais de um milhão de fiéis. Se extraíssemos das estatísticas de 2023 o impacto desses momentos significativos — JMJ e Papa -, constataríamos que, em 2024, o santuário registou, não uma redução, mas, sim, um aumento no número de peregrinos”, disse.

Quanto às celebrações nos diversos espaços do templo mariano, os dados hoje divulgados apontam para um aumento: 10.813 celebrações, mais 1.256 do que em 2023. Das celebrações realizadas, 4.629 foram oficiais e 6.184 particulares.

Já relativamente aos grupos de peregrinos organizados, isto é, os que se inscreveram em serviços do santuário, “constata-se que, em 2024, deslocaram-se a Fátima 5.231”, um crescimento de 9,5% face a 2023. Destes, 1.213 grupos são portugueses e 4.018 estrangeiros.

Também o número de peregrinos inscritos nos grupos organizados cresceu, totalizando 610.500 (mais 15% relativamente a 2023), destacando-se os peregrinos nacionais, que foram 435.609.

Entre os grupos de peregrinos oriundos do estrangeiro, o santuário contabilizou 88 países, sendo Europa, América e Ásia “os continentes mais representados” no ano passado.

Espanha continua a ser o país estrangeiro com maior número de peregrinações registadas (657 grupos e 40.130 peregrinos), seguindo-se Polónia, o país de onde era originário o Papa João Paulo II, que visitou três vezes o santuário (550 grupos e 24.224 peregrinos) e Estados Unidos da América (515 grupos e 19.435 peregrinos).

Logo depois surgem Itália (399 grupos), Brasil (271), Filipinas (194), Coreia do Sul (173), México (107), França (98) e Índia (81).

O santuário assinalou que, no ano passado, surgiram três novos países com peregrinações organizadas: Bahrein, Belize e Montenegro.

Entre as 1.213 peregrinações nacionais, predominam as oriundas das dioceses de Lisboa, com 319 grupos, Porto (190) e Braga (124).

Relativamente ao momento do ano que os grupos escolhem para se deslocar a Fátima, no caso dos portugueses verifica-se que “maio, outubro e setembro são, por esta ordem, os meses de maior afluência”.

Setembro destaca-se pelo número de peregrinos – cerca de 221 mil – para o qual “concorre fortemente a Bênção dos Capacetes”, que “tem vindo a mobilizar cada vez mais motociclistas”, observou Patrícia Duarte.

“Entre os grupos estrangeiros, os meses de outubro, setembro e maio, surgem, por esta ordem, como preferenciais”, adiantou.

Ainda de acordo com a diretora do gabinete de comunicação social do santuário, “o que os peregrinos mais gostam de fazer em Fátima é participar nas missas oficiais do santuário e no rosário seguido da procissão das velas”.

As celebrações mais participadas são as missas oficiais (com cerca de 2,7 milhões de participantes), e o rosário e procissão das velas (na ordem dos 1,3 milhões de participantes).

Entre outros números, o Santuário de Fátima assinalou também, mas no que diz respeito às celebrações particulares, 37 matrimónios, 162 batismos e 565 bodas matrimonias (288 de prata, 240 de ouro e 37 de diamante).

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PORTO: PROGRAMA CONTRA MUTILAÇÃO GENITAL FEMININA EM TODAS AS UNIDADES DE SAÚDE

O Governo vai alargar às Unidades Locais de Saúde da Região do Porto o programa “Práticas Saudáveis – Fim à Mutilação Genital Feminina”, que estava parado desde 2023.

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O Governo vai alargar às Unidades Locais de Saúde da Região do Porto o programa “Práticas Saudáveis – Fim à Mutilação Genital Feminina”, que estava parado desde 2023.

Em comunicado, quando se assinala o Dia Internacional da Tolerância Zero à Mutilação Genital Feminina, o gabinete da Ministra da Juventude e Modernização diz que foi esta quinta-feira assinado o protocolo para alargar aquele programa às unidades de saúde da região do Porto, para prevenir e atuar em situações de risco.

“Este programa, cuja implementação estava suspensa desde 2023, tem como objetivo territorializar as respostas através de redes locais integradas, envolvendo os Agrupamentos de Centros de Saúde e promovendo planos de ação e protocolos entre entidades públicas e da sociedade civil”, lê-se no comunicado.

A erradicação da mutilação genital feminina (MGF) exige, “não só ações concretas e coordenadas, como também um esforço coletivo para transformar mentalidades, combater desigualdades estruturais e construir sociedades onde todas as raparigas e mulheres possam viver em segurança”, acrescenta.

O gabinete da ministra Margarida Balseiro Lopes lembra que tem vindo a ser feito um “trabalho colaborativo” entre Governo, sociedade civil e organizações internacionais, em resultado do qual têm sido implementadas medidas de prevenção e combate às práticas tradicionais nefastas.

Dá como exemplo a pós-graduação “Mutilação Genital Feminina”, para a qual foi assinado esta quinta-feira um protocolo entre a Escola Nacional de Saúde Pública, a Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género (CIG), a Direção-geral da Saúde, a AIMA e a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo.

“Com este curso, pretende-se capacitar, não só profissionais de saúde, como também outros profissionais que intervêm na prevenção, deteção e combate a este flagelo”, explica o ministério.

Lembra que em janeiro o Governo abriu uma linha de financiamento para projetos de prevenção e combate a todas as formas de práticas tradicionais nefastas, no valor de 80 mil euros, com prioridade para a concretização das recomendações do Livro Branco, nomeadamente no reforço da proteção de crianças e jovens, mas também na sensibilização e por uma resposta mais eficaz contra estas formas de violência.

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