REGIÕES
GUARDA: UM MECÂNICO ‘BRILHANTE’ DÁ NOVA ‘LUZ’ AO FERRO VELHO
Um mecânico da Guarda investe algum do seu tempo livre a reutilizar peças de automóveis que tinham como destino a sucata e transforma-as em objetos de decoração para o lar, como mesas e candeeiros.
Luís Pombo, de 41 anos, residente na Guarda, iniciou o processo criativo há cerca de cinco anos, quando decidiu colocar no escritório da sua oficina um “sofá” que foi feito a partir dos bancos traseiros de um automóvel que estavam para ser destruídos.
Ao “sofá”, seguiu-se um candeeiro de mesa e, desde então, nunca mais parou: “Em vez de a sucata ir para a reciclagem, comecei eu a reciclá-la para fazer peças únicas”.
O mecânico contou à agência Lusa que decidiu dar nova utilidade aos diferentes acessórios destinados ao ferro-velho por constatar que a sucata está muito barata e por poder melhorar o orçamento familiar com a execução de obras únicas.
“Mesmo por causa do ambiente, vai-se reaproveitando [este tipo de desperdício], fica em casa da pessoa e é uma coisa diferente”, explicou o profissional, que presta serviço de mecânica ao domicílio e possui uma oficina, onde faz as reparações dos veículos e as peças artesanais.
Luís Pombo aproveita as “horas mortas” para se dedicar ao passatempo da reciclagem de peças velhas de automóveis que teriam como destino último a fundição e que transforma, sobretudo, em candeeiros de iluminação para o lar e mesas.
Os artigos decorativos são “inventados” por si, embora também os faça “ao gosto do cliente”.
O mecânico utiliza caixas de velocidades, carretos, bielas, blocos e cabeças de motores, cambotas e guiadores, entre outros componentes.
No início do processo criativo diz que não sabe o que vai fazer, surgindo a ideia à medida que vai soldando os vários elementos selecionados previamente: “Quando começo a fazer uma peça, nem tenho ideia do que vai sair de lá. Só depois, no final, é que vejo o que é que sai”.
Quando Luís Pombo está a separar as peças dos automóveis para enviar para a sucata coloca logo de parte aquelas que prevê reaproveitar, como ‘pistons’, bielas, correntes de caixas de velocidade, discos de travão, etc.
Após identificar o novo destino, logo que tiver tempo, limpa-as, desengordura-as e faz a soldagem. Segue-se a pintura ou a aplicação do verniz. Por fim, se a peça criada for um candeeiro, aplica-lhe o bocal para a lâmpada, o cabo com o interruptor elétrico e o “abajur”.
Segundo o mecânico, para executar dois candeeiros, com uma altura entre os 30 e os 50 centímetros, que vende a “50 ou 60 euros”, leva “cerca de duas horas” de trabalho.
Das mãos do mecânico da Guarda já saíram vários objetos que decoram casas no país e também no estrangeiro.
“Para San Sebastián (Espanha) fiz dois candeeiros com ‘árvore de cames’ e válvulas. Foi para um cliente que me pediu expressamente que fizesse dois candeeiros de mesa-de-cabeceira para lá pendurar anéis e relógios. Também fiz candeeiros de mesa com ‘árvore de cames’ e válvulas para Ávila (Espanha), para uma prima”, relatou à Lusa.
Em Madrid, no país vizinho, também se encontra uma garrafeira feita a partir de um bloco de um motor, “que levava quatro garrafas nos orifícios dos cilindros”.
Luís Pombo também já fez uma mesa “com a cabeça de um motor e uma cambota e o travão de disco de um carro, com um vidro no tampo”, que vendeu por 80 euros.
O mecânico tem em casa duas das primeiras peças decorativas que fez e que não vende “por nada deste mundo”: um candeeiro feito com a caixa de velocidades de uma carrinha e uma mesa construída com a cambota de um carro e que tem no tampo um guiador de uma Berliet que era do seu avô.
Também não vende um relógio que decora o escritório da oficina e que fez com o tampão da roda de uma antiga carrinha que perdeu num acidente, em 2011: “Já me ofereceram 25 euros por ele e não o vendi nem me desfaço dele por dinheiro nenhum, pois é a única recordação que tenho da carrinha que me lançou como mecânico porta a porta”.
Quando questionado sobre o que os amigos pensam do uso que dá às peças que tinham como destino a sucata, Luís Pombo responde que o consideram “um idiota” pelas iniciativas que tem.
Já a família, que sempre o apoiou no processo criativo, tem sido, até ao momento, o seu principal cliente.
REGIÕES
VILA REAL: CONCURSO PARA CONCLUSÃO DO PAVILHÃO DA ESCOLA DIOGO CÃO
O município de Vila Real abriu esta quinta-feira um concurso público, pelo preço base de 900 mil euros, para concluir a requalificação de um pavilhão desportivo, depois de tomar posse administrativa da obra, em abril, por abandono da empreitada.
O município de Vila Real abriu esta quinta-feira um concurso público, pelo preço base de 900 mil euros, para concluir a requalificação de um pavilhão desportivo, depois de tomar posse administrativa da obra, em abril, por abandono da empreitada.
O anúncio do concurso público para a conclusão da empreitada de requalificação e beneficiação do pavilhão da Escola Diogo Cão foi publicado esta quinta-feira em Diário da República (DR).
O preço base do procedimento é de cerca de 900 mil euros, o prazo para entrega de propostas decorre até 13 de fevereiro e, depois de adjudicada, a obra deve ser concluída em 270 dias.
Em abril, a Câmara de Vila Real informou que tomou posse administrativa da obra de requalificação deste pavilhão desportivo, localizado na cidade, por alegado incumprimento do empreiteiro que terá suspendido e abandonado a empreitada.
O processo encontra-se, neste momento, em tribunal.
Em março de 2022, a Câmara de Vila Real anunciou um investimento 1,2 milhões de euros na reabilitação do pavilhão desportivo da Escola Diogo Cão e, na altura, foi referido que a intervenção demoraria cerca de um ano.
O objetivo da intervenção era dotar o pavilhão, já com mais de 50 anos, de “condições de segurança” para a prática educativa e a formação desportiva, servindo a escola e, após o horário letivo, a comunidade.
A autarquia explicou que a empreitada foi organizada em duas fases distintas, adjudicadas a duas empresas e que, ambas as fases, resultaram de candidaturas apresentadas ao Norte 2020 e tiveram uma comparticipação financeira de 85%.
No entanto, segundo explicou, a “existência de duas fases ao mesmo tempo veio a revelar-se de muito difícil compatibilização exacerbando o comportamento, já de si, pouco consensual” do empreiteiro em causa, tendo mesmo esta empresa “suspendido de forma unilateral a sua empreitada e abandonado a empreitada, obrigando o município a agir em conformidade e em defesa do interesse público municipal”.
Para efeito, a câmara avançou com a aplicação de sanção contratual no valor de cerca de 217 mil euros (mais IVA), “por atraso reiterado no cumprimento das obrigações decorrentes do contrato”, e procedeu “à resolução do contrato a título sancionatório, tomando a posse administrativa da obra, bem como dos bens móveis e imóveis à mesma afetos, procedendo aos inventários, medições e avaliações necessárias”.
O município referiu que vai conseguir recuperar parte do financiamento comunitário desta obra, já no âmbito do novo quadro comunitário.
REGIÕES
MATOSINHOS: MILITAR DA GNR ALVO DE PROCESSO DISCIPLINAR POR ALEGADA AGRESSÃO
O Comando Geral da GNR instaurou um processo disciplinar a um militar na sequência de uma alegada agressão a um condutor no sábado, em Perafita, Matosinhos, confirmou hoje à Lusa a Guarda.
O Comando Geral da GNR instaurou um processo disciplinar a um militar na sequência de uma alegada agressão a um condutor no sábado, em Perafita, Matosinhos, confirmou hoje à Lusa a Guarda.
Questionada pela Lusa sobre a alegada agressão hoje revelada por vários órgãos de comunicação social com base num suposto vídeo, a Divisão de Comunicação e Relações Públicas da GNR respondeu sem nunca mencionar ter havido agressão.
“Cumpre-me informar que a situação visualizada no vídeo ocorreu no passado sábado, dia 25 de janeiro, na localidade de Perafita, em Matosinhos, na sequência de uma ocorrência de acidente de viação, tendo resultado na detenção do condutor envolvido, pelo crime de condução sob influência de álcool”, lê-se na resposta assinada pelo major David dos Santos.
E acrescenta: “adicionalmente, importa ainda referir que, depois de analisadas as imagens no referido vídeo, foi determinada a abertura do respetivo procedimento de âmbito disciplinar, com vista ao apuramento das circunstâncias em que ocorreram os factos”.
A Lusa perguntou também se o militar permanece em funções ou se foi afastado, mas não obteve resposta.
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