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NACIONAL

ESPECIALISTA DEFENDE RENEGOCIAÇÃO COM ESPANHA EM VEZ DE NOVAS BARRAGENS

O investigador Adriano Bordalo e Sá, do Instituto Abel Salazar, considera que a construção de novas barragens como solução para a seca é uma “ideia naftalínica”, defendendo a renegociação com Espanha da Convenção de Albufeira.

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O investigador Adriano Bordalo e Sá, do Instituto Abel Salazar, considera que a construção de novas barragens como solução para a seca é uma “ideia naftalínica”, defendendo a renegociação com Espanha da Convenção de Albufeira.

Entre outras figuras, vários autarcas têm defendido a construção de novas barragens para aumentar as capacidades hídricas para consumo e rega agrícola.

Também o ministro do Ambiente e das Alterações Climáticas, João Matos Fernandes, defendeu há meses a construção de mais uma barragem num afluente do Tejo, uma decisão que reconheceu ter impactos ambientais e para a qual o Governo quer ter pronto um estudo prévio até ao próximo verão.

Em declarações à agência Lusa, o hidrobiólogo Adriano Bordado e Sá, professor e investigador do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS), referiu que a ideia não é nova.

“O barragismo, um termo que se utiliza para caracterizar as pessoas que defendem construções de barragens a todo o custo, é uma ideia naftalínica, que aparece sempre que há situações de seca em Portugal e mais recentemente com estes episódios dos caudais”, disse, referindo-se à polémica em torno do cumprimento da Convenção de Albufeira no rio Tejo.

O investigador lembrou que até 1993 Portugal não tinha perceção de que Espanha estava a reter água do outro lado da fronteira, porque os acordos que existiam eram para a construção de barragens exclusivamente.

“Havia uma comissão mista luso-espanhola e foi graças a um estudo do Laboratório Nacional de Engenharia Civil encomendado pelo Governo de Cavaco Silva em 1993, ano de uma das maiores secas no país, que se identificou que o Douro tinha perdido 20% do caudal, o Tejo 30% e o Guadiana 60%. Isto acelerou a criação do Instituto da Água [criado em 1994]. Até aqui não tínhamos a perceção. Hoje isto não acontece, pois aparece nas notícias e com valores”, referiu.

Adriano Bordalo e Sá considera que “não faz sentido” reeditar, numa “altura de maior transparência”, a construção de barragens.

“São soluções bafientas. Mas alguém acredita que o problema pode ser solucionado com a construção de uma barragem para reter água para depois essa barragem ficar ali de prevenção para quando daqui a cinco anos houver uma seca se poder então lançar água?”, disse.

No entendimento do professor do ICBAS, a solução está na renegociação da Convenção de Albufeira, assinada com Espanha para a gestão conjunta dos rios que cruzam os dois países.

“Não podemos esquecer-nos de que estamos na União Europeia e há um instrumento jurídico muito importante que é a Diretiva Quadro da Água, aprovada por Bruxelas nos finais de 2000. Temos este e outros instrumentos. O que é preciso é pôr novamente de forma desapaixonada Portugal e Espanha a falar e negociar”, realçou.

Para o investigador, tem de haver vontade política de Portugal para pressionar o lado espanhol.

“No futuro temos é de gerir água com parcimónia. É fundamental num país como Portugal, em que 80% da água é usada para rega e não para consumo humano, em que a percentagem é de 10%”, referiu.

O hidrobiólogo chamou também a atenção para os problemas relacionados com o caudal solo (as areias e os aluviões), que disse ser pouco falado.

“O caudal solo tem uma importância fundamental para a nossa zona costeira. […] Por um lado temos as areias e por outro os aluviões, que são o alimento para os nossos peixes. Nós já temos problemas de pesca e interdições de pesca, estando os stocks a diminuir”, indicou.

Tudo está interligado, acrescentou, e não se pode olhar para a água sem olhar para o caudal sólido.

No início de outubro, o proTejo – Movimento pelo Tejo alertou que Espanha não cumpriu a Convenção de Albufeira no ano hidrológico 2018/2019, terminado em setembro, apontando menos água lançada no Tejo e prejuízos económicos e ambientais decorrentes dos baixos caudais.

O ano hidrológico 2018/2019 terminou em setembro e Espanha libertou uma média de 14 milhões de metros cúbicos de água diários da barragem de Cedillo, durante o mês de setembro, para que Espanha cumprisse o volume anual integral estabelecido na Convenção de Albufeira, indicou o movimento.

Para a proTejo, a Convenção de Albufeira deveria ter sido revista em 2018, duas décadas anos após a sua assinatura e 10 anos após a sua única revisão, em 2008, quando foi introduzido o protocolo adicional que estabeleceu a existência de caudais trimestrais e semanais.

Segundo declarações do ministro do Ambiente na sexta-feira passada, o compromisso espanhol é que, em meados de dezembro, a barragem de Cedillo, no Tejo, “já terá uma quantidade de água” que permitirá o cumprimento da Convenção de Albufeira “sem qualquer sobressalto”.

Desde quarta-feira, referiu, está a ser transferida água para a barragem de Alcântara para depois ser transferida para Cedillo, a mais próxima da fronteira com Portugal.

Imagem: RTP Arquivo

NACIONAL

RAMALHO EANES AFIRMA QUE PCP QUERIA ESTABELECER UM REGIME TOTALITÁRIO

O antigo Presidente da República António Ramalho Eanes afirmou hoje que durante o Período Revolucionário em Curso (PREC) o PCP se preparava para estabelecer um regime totalitário em Portugal e considerou que a descolonização foi trágica.

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O antigo Presidente da República António Ramalho Eanes afirmou hoje que durante o Período Revolucionário em Curso (PREC) o PCP se preparava para estabelecer um regime totalitário em Portugal e considerou que a descolonização foi trágica.

Ramalho Eanes falava perante o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, durante uma aula-debate sobre o 25 de Abril com alunos de escolas secundárias e universidades, no antigo picadeiro real, junto ao Palácio de Belém, em Lisboa.

A propósito dos antecedentes do 25 de Novembro de 1975, o general e primeiro Presidente eleito em democracia começou por referir que não queria “tecer considerações nenhumas sobre o PCP” e que teve “ótimas relações com Álvaro Cunhal”, um homem que “muito estimava” e “muito considerava”.

“Mas naquela altura o PCP, talvez acossado pela extrema-esquerda, preparava-se efetivamente para estabelecer em Portugal um regime totalitário”, afirmou, acrescentando: “Não tenho dúvidas”.

Citando Melo Antunes, Eanes sustentou que na altura era necessário “reinstitucionalizar o aparelho militar” para que se opusesse “a qualquer tentativa armada de conquista do poder”.

“Por razões diversas, e como as coisas se agudizavam, surgiu o Documento dos Nove, que o Conselho da Revolução todo praticamente subscreveu e que foi subscrito por milhares de oficiais. Isso demonstrou que a instituição militar estava muito mal, estava desinstitucionalizada, tinha de uma maneira geral perdido a sua fidelidade ao povo e à democracia e tinha criado fidelidades perversas em relação às filiações partidárias”, prosseguiu.

Em concreto sobre os acontecimentos de 25 de Novembro, Eanes disse que houve “uma ofensiva militar”, no seu entender “organizada levianamente pela extrema-esquerda, mas em que o PCP não podia ter deixado de intervir”, perante a qual ele e outros militares foram obrigados a agir.

“Tivemos essa ação, enfim, e repito que podia ter levado a uma guerra civil e que foi indispensável o 25 de Novembro. Repito: foi indispensável, para que as promessas de honra dos militares à população fossem realizadas”, defendeu.

Segundo Eanes, o desfecho do 25 de Novembro deveu-se aos “militares que se tinham mantido fieis à promessa de honra que tinham feito à população, que era devolver-lhes a liberdade, mas a liberdade sem condicionamentos” e que “resolveram, perante uma insurreição armada responder — bom, e a uma insurreição armada, naturalmente, só se responde com armas”.

“O 25 de Abril foi único, foi fundador. É ele que concede a liberdade aos portugueses. É ele que devemos festejar, comemorar e sobretudo refletir. Mas não devemos esquecer a perturbação natural que se seguiu, em que houve um combate de ideologias, de modelos de sociedade, em que houve um PREC que criou uma situação insustentável, uma situação de medo e uma situação que nos levou perto de uma guerra civil”, declarou.

Nesta aula-debate, Eanes relatou que estava em Angola e recebeu a notícia do 25 de Abril sem surpresa, porque “tinha participado nas diferentes reuniões que se tinham realizado para organizar uma resposta ao regime”, com “grande alegria” e “grande esperança”, porque “os portugueses iam ter a liberdade” e “finalmente, acabar-se-ia a guerra” colonial.

“Mas não tive dúvidas nenhumas de que a descolonização iria ser trágica, como foi. Aliás, eu digo isto com à vontade, com grande à vontade. Eu sei que muita gente vai contar que acha que a descolonização foi uma coisa maravilhosa. Não foi”, considerou.

Na sua opinião, foi trágica porque “deixou aqueles países, Angola e Moçambique, numa situação de guerra que durou anos e que destruiu tudo” e porque “fez regressar ao continente muitos angolanos”.

“Eles tinham nascido em Angola, eles eram angolanos, não conheciam outra pátria que não fosse aquela, não tinham outra terra que não fosse aquela, terra em que tinham os seus mortos, em que tinham tido nascido os seus filhos, e de repente são obrigados, perdendo tudo, a regressar a uma terra que tinha sido a dos seus antepassados, mas que eles não conheciam, que eles não amavam. São os retornados”, acrescentou.

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NACIONAL

25 DE ABRIL: SALÁRIO MÍNIMO, FÉRIAS E DIREITO À GREVE SÃO CONQUISTAS DE ABRIL

A implementação do salário mínimo nacional, o direito a férias, à atividade sindical e à greve foram algumas das conquistas da revolução de 1974 no mundo do trabalho, que passou a ser exercido com mais direitos.

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A implementação do salário mínimo nacional, o direito a férias, à atividade sindical e à greve foram algumas das conquistas da revolução de 1974 no mundo do trabalho, que passou a ser exercido com mais direitos.

O salário mínimo nacional, que hoje é de 820 euros, foi implementado pela primeira vez há cinquenta anos e o seu valor real nessa altura era de 629 euros, se descontada a inflação acumulada e considerando o índice de preços ao consumidor, segundo um retrato da Pordata, divulgado no âmbito do 50.º aniversário do 25 de Abril de 1974.

O documento elaborado pela base de dados estatísticos da Fundação Francisco Manuel dos Santos, assinala que, a partir da revolução, o trabalho passou a ser exercido com mais direitos, após anos de desinvestimento na educação durante a ditadura, com os reduzidos anos de escolaridade obrigatória, e a pobreza que levavam muitas crianças a trabalhar desde cedo.

De acordo com os Censos de 1960, eram mais de 168 mil as crianças a trabalhar e, nos Censos de 1970, registaram-se cerca de 91 mil crianças, entre os 10 e os 14 anos, indica a Pordata.

A entrada da mulher no mercado de trabalho foi outra das grandes transformações que ocorreram com a revolução. Segundo a Pordata, em 1970, apenas 25% das mulheres com 15 ou mais anos trabalhavam e, em 2021, esse valor atingiu os 46%.

O documento destaca ainda “a profunda alteração na distribuição dos trabalhadores pelos grandes setores económicos”.

Em 50 anos, o peso da mão-de-obra na agricultura e pescas (setor primário) diminuiu consideravelmente, assim como na indústria (setor secundário) e, em contrapartida, cresceu o emprego nos serviços e o trabalho terciarizou-se.

No ano da revolução, 35% da população empregada trabalhava no setor primário, 34% no setor secundário e 31% no terciário, valores que em 2023 passaram a ser de 3%, 25% e 72%, respetivamente.

Os dados mostram ainda que só nas décadas de 1970 e 1980 se concretizou “um efetivo sistema de Segurança Social, no sentido do alargamento da proteção social ao conjunto da população e à melhoria da cobertura das prestações sociais”.

Entre 1974 e 2022, de acordo com a Pordata, as pensões de velhice atribuídas pela Segurança Social aumentaram de 441 mil para cerca de 2 milhões.

“Também se registaram importantes avanços na criação de medidas de proteção à infância e à família, ou às situações de maior vulnerabilidade, como o desemprego ou a pobreza”, indica o documento.

Exemplos destas medidas são o Complemento Social para Idosos (CSI) ou o Rendimento Social de Inserção (RSI).

A importância da proteção social é visível pelo aumento das despesas das prestações sociais da Segurança Social, que mais do que duplicaram, de 5% para 12% do Produto Interno Bruto (PIB), entre 1977 e 2022.

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