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NACIONAL

CUSTOS DE DIABETES ULTRAPASSARAM OS 740 MILHÕES EM 2018 – RELATÓRIO

Os custos da diabetes em Portugal ultrapassaram em 2018 os 740 milhões de euros, que se deve sobretudo à terapêutica em ambulatório e aos internamentos em que a doença aparece como diagnóstico associado, segundo um relatório hoje divulgado.

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Os custos da diabetes em Portugal ultrapassaram em 2018 os 740 milhões de euros, que se deve sobretudo à terapêutica em ambulatório e aos internamentos em que a doença aparece como diagnóstico associado, segundo um relatório hoje divulgado.

De acordo com o Relatório do Programa Nacional para a Diabetes: Desafios e Estratégias 2019, divulgado pela Direção-Geral da Saúde (DGS), a despesa direta identificada em pessoas com diabetes (considerando a terapêutica de ambulatório da diabetes, a sua monitorização e os internamentos dos doentes) foi avaliada em 740,7 milhões de euros.

O que mais contribui para este valor são os custos dos internamentos que têm a diabetes como diagnóstico associado (346,3 milhões) e os custos com os antidiabéticos não insulínicos em ambulatório, que atingiram os 316,3 milhões (doente + Serviço Nacional de Saúde).

O relatório salienta, contudo, a evolução positiva decrescente dos custos associados a internamentos por complicações crónicas da diabetes, que passaram de 11,33 milhões (2017) para 10,23 milhões de euros (2018).

O relatório indica que o consumo e os custos da medicação para a diabetes têm aumentado nos últimos anos, o que se deve sobretudo ao maior número de pessoas diagnosticadas e medicada se à utilização de novos fármacos, mais dispendiosos.

“Desde 2015, o consumo de insulina aumentou sobretudo pela maior utilização dos análogos de ação prolongada, os quais, em 2018, foram responsáveis por mais de metade dos gastos com insulinas”, refere o documento, sublinhado que entre 2015 e 2018 o consumo de insulina, avaliado pelo número de embalagens consumidas, aumentou cerca de 10% e os custos cresceram também cerca de 10%.

O consumo de antidiabéticos não insulínicos, em número de embalagens, cresceu 11%, mas os custos subiram 25% entre 2015 e 2018, ultrapassando os 101 milhões (encargos SNS).

O relatório sublinha a necessidade de reforçar as medidas de prevenção e controlo, bem como de rastreio das complicações da doença e a articulação e capacidade de resposta dos Cuidados de Saúde Hospitalares.

Os autores dizem ainda que se continua a verificar um elevado número de admissões de pessoas com diabetes, que mantém uma tendência crescente.

Em Portugal são registadas anualmente entre 60 mil e 70 mil novos casos de diabetes, a maioria do tipo II.

O país apresenta uma prevalência desta doença acima da média da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (que congrega 36 países) e para esta realidade contribuem fatores como o sedentarismo, alguns hábitos alimentares e a obesidade e excesso de peso da população.

Segundo o relatório, as crianças e jovens diabéticas portuguesas já estão todas a receber tratamento através de dispositivos de Perfusão Subcutânea Contínua de Insulina (“bombas de insulina”).

A cobertura total da população até aos 18 anos foi atingida no final do ano passado, com a aplicação do despacho que veio permitir a cobertura de todas as crianças elegíveis até aos 10 anos até ao final de 2017, de todas as crianças elegíveis até aos 14 anos até ao final de 2018 e previu o acesso a tratamento com estes dispositivos a toda a população elegível até aos 18 anos até ao final de 2019.

O documento regista ainda “um aumento das chamadas para o SNS 24 relacionadas com a diabetes” e indica que o rastreio de retinopatia diabética apresenta uma cobertura geográfica de 82% e que diminuíram as amputações dos membros inferiores devido à Diabetes.

“Mais de 8.000 chamadas foram realizadas para o SNS24 por problemas relacionados com a Diabetes, um número que tem vindo a crescer desde 2014. Este é um serviço com boa capacidade de resposta e potencial para responder a mais chamadas por diabetes, o que pode resolver de imediato alguns problemas dos utentes com esta patologia e reduzir a afluência desnecessária aos serviços de urgência”, sublinha.

Nos hospitais do SNS, 12,5% das pessoas admitidas têm diabetes, embora o motivo da admissão possa ser por outra causa, refere o relatório, que destaca a redução do número de amputações dos membros inferiores devido à doença.

Em 2017 e 2018, a diabetes foi responsável por 4.143 e 4.292 mortes, respetivamente, correspondendo em ambos os anos a 3,8% das mortes em Portugal, uma percentagem que tem vindo a diminuir desde 2012 (4,5%).

NACIONAL

BOMBAS AUTOMÁTICAS DE INSULINA DISPONÍVEIS NAS FARMÁCIAS NOS PRÓXIMOS DIAS

As farmácias iniciam nos próximos dias a dispensa das bombas automáticas de insulina para o tratamento da diabetes tipo 1, depois de concluída a necessária atualização dos sistemas informáticos e a rede logística para permitir a disponibilização aos utentes.

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As farmácias iniciam nos próximos dias a dispensa das bombas automáticas de insulina para o tratamento da diabetes tipo 1, depois de concluída a necessária atualização dos sistemas informáticos e a rede logística para permitir a disponibilização aos utentes.

“Esperamos que nos próximos dias a situação esteja estabilizada e que já seja possível fazer essa encomenda através das farmácias”, adiantou à Lusa a presidente da Associação Nacional das Farmácias (ANF), Ema Paulino.

Em 21 de janeiro, foi publicada a portaria que criou o regime excecional de comparticipação dos dispositivos médicos de perfusão subcutânea contínua de insulina (PSCI) e dos respetivos consumíveis, permitindo que possam ser adquiridos nas farmácias comunitárias, uma medida que era reivindicada pelas associações representativas dos diabéticos.

A portaria do Ministério da Saúde, que entra em vigor na sexta-feira, justificou a medida com a necessidade de “melhorar o desempenho do processo atual” com o objetivo de garantir a disponibilização das bombas automáticas de insulina a um maior número de utentes e com maior celeridade.

Até agora essas bombas eram disponibilizadas através dos centros de tratamento.

“Neste momento, estamos a preparar o processo, que é algo complexo, uma vez que implica atribuir códigos informáticos a cada uma das bombas e a cada um dos consumidores das bombas”, adiantou Ema Paulino.

Além disso, está a ser adaptada a cadeia logística, ou seja, estão a ser “criadas as pontes” entre a indústria, os distribuidores farmacêuticos e as próprias farmácias, referiu a presidente da ANF, ao adiantar que também “é preciso assegurar o sistema de prescrição”.

“Os códigos que estão a ser criados para as bombas e para os consumíveis também vão ser os códigos que vão ser utilizados pelos médicos prescritores para poderem passar as receitas”, explicou.

“A informação que tenho é que não demorará mais de uma a duas semanas para todo o sistema estar estabilizado”, estimou a presidente da ANF, ao salientar que está também a ser preparada formação adicional para as equipas das farmácias no sentido de prestarem esclarecimentos aos utentes sobre os dispositivos.

A prescrição destes dispositivos só poderá ser realizada por especialistas em medicina interna, endocrinologia e pediatria, desde que devidamente autorizados e identificados pelos centros de tratamento, reconhecidos pela Direção-Geral da Saúde no âmbito da consulta onde o utente é acompanhado.

Segundo a portaria, os dispositivos médicos abrangidos por este regime excecional são comparticipados a 100% pelo Estado no seu preço, quando destinados a beneficiários do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e dispensados em farmácia de oficina.

O programa integrado de tratamento das pessoas com diabetes tipo 1 pretende garantir a disponibilização destes dispositivos a todos os potenciais beneficiários com desenvolvimento progressivo até 2026.

Segundo a Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP), que tem exigido a disponibilização das bombas nas farmácias, a sua utilização pode proporcionar uma melhor compensação, assim como uma redução em 80% do número de picadas nos dedos e 95% do número de injeções que uma pessoa com diabetes tipo 1 tem de dar por ano, contribuindo para uma melhoria significativa da qualidade de vida.

A APDP estima que serão mais de 30.000 as pessoas que vivem com diabetes tipo 1 em Portugal, 5.000 das quais serão crianças e jovens.

A diabetes tipo 1 é uma doença autoimune em que o sistema imunológico da própria pessoa compromete o funcionamento das células do pâncreas que produzem insulina.

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PRODUÇÃO DE AZEITE EM PORTUGAL PODERÁ SUBIR 15% EM 2025

A produção de azeite em Portugal deverá subir este ano quase 15% em relação ao ano passado e atingir as 170 mil toneladas, estimou hoje a maior associação nacional do setor, responsável por 120 mil toneladas.

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A produção de azeite em Portugal deverá subir este ano quase 15% em relação ao ano passado e atingir as 170 mil toneladas, estimou hoje a maior associação nacional do setor, responsável por 120 mil toneladas.

Em declarações à agência Lusa, Susana Sassetti, diretora executiva da Olivum – Associação de Olivicultores e Lagares de Portugal, indicou que esta estimativa é feita com base na produção dos associados da organização.

Os olivicultores e lagares da Olivum, salientou, produziram, “no ano passado, à volta das 105 mil toneladas” de azeite e a produção apurada na campanha deste ano “foi de 120 mil toneladas”, correspondendo a um aumento de cerca de 15%.

“De acordo com a percentagem que representávamos na produção do ano passado, que era mais ou menos de 70%, prevemos que a campanha nacional deste ano ande à volta das 170 mil toneladas”, adiantou a responsável.

Segundo a diretora executiva da Olivum, citando dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), a produção nacional de azeite na campanha de 2024 tinha atingido as 150 mil toneladas.

“Esta percentagem [da representação da produção dos associados da Olivum em termos nacionais] pode não corresponder à realidade”, pois “muitos novos olivais foram plantados e entraram em produção”, advertiu.

Questionada pela Lusa sobre se o aumento da quantidade produzida em Portugal pode fazer descer o custo do azeite, Susana Sassetti esclareceu que “o preço não depende da produção nacional”, sendo “definido por Espanha, o maior produtor a nível mundial”.

“Se Portugal anda à volta das 150 mil ou das 200 mil toneladas, em Espanha há anos que chega a 1,4 milhões de toneladas”, comparou, lembrando que as campanhas mais recentes no país vizinho tiveram produções mais baixas, devido à seca, fazendo disparar os preços.

Assinalando que, este ano, “Espanha volta a ter a produção que normalmente costuma ter”, a diretora executiva da Olivum observou que o preço tem vindo a baixar, mas “não voltará ao nível em que estava há quatro ou cinco anos”.

Quanto à campanha deste ano, Susana Sassetti realçou que “a produção de azeitona foi maior do que a do ano passado”, mas, “em termos do rendimento em azeite, ou seja, a transformação da azeitona em azeite, acabou por ser igual à do ano passado, por causa das condições climatéricas”.

“Foi uma campanha que começou mais cedo do que normalmente costuma começar e originou bons azeites”, apesar de, na parte final, ter havido “alguma chuva e calor ao mesmo tempo, o que não é bom e favorece o surgimento de doenças ou pragas nos olivais”, acrescentou.

Com sede em Beja, a Olivum é uma associação de olivicultores e lagares e foi constituída em 2013 para dar respostas a novas questões da cultura do olival, incluindo a necessidade da defesa e representatividade do setor, na altura quase inexistente.

Esta associação representa mais de 50 mil hectares de olival, 20 lagares e cerca de 70% da produção nacional de azeite.

Portugal é o sexto maior produtor olivícola mundial e o quarto europeu.

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