Ligue-se a nós

CIÊNCIA & TECNOLOGIA

O MAR JÁ ENGOLIU 5 ILHAS

Cinco ilhas do arquipélago das Ilhas Salomão, no Oceano Pacífico, desapareceram totalmente, engolidas pelo mar, e muitas outras correm o mesmo risco de se “afundarem” nas águas. Vê mais aqui. Partilha com os teus amigos !

Online há

em

O MAR JÁ ENGOLIU 5 ILHAS

Cinco ilhas do arquipélago das Ilhas Salomão, no Oceano Pacífico, desapareceram totalmente, engolidas pelo mar, e muitas outras correm o mesmo risco de se “afundarem” nas águas. Um novo estudo que prevê que os efeitos das alterações climáticas se vão sentir, a breve prazo, em todo o planeta.

Este estudo, feito por investigadores da Universidade de Queensland, na Austrália, e publicado na Environmental Research Letters, contabiliza seis ilhas com “erosão severa” e cinco completamente afundadas no arquipélago situado a norte da Austrália, composto por mais de mil ilhas.

Estas ilhas que desapareceram no mar não eram habitadas e estavam “densamente vegetadascom floresta tropical”, “palmeiras de cocos, mangais, pândanos”, explica o engenheiro civil Simon Albert, um dos investigadores envolvidos no estudo, em declarações ao jornal The Washington Post.

Delas restam agora, os troncos das árvores mortas, como esqueletos fúnebres da sua existência, a pairarem acima da água.

A ilha Nuatambu, a única habitada entre as que foram alvo da pesquisa, já perdeu, desde 2011, “mais de metade da sua área habitável, com 11 casas levadas pelo mar”, regista Simon Albert num artigo que assinou em co-autoria no site The Conversation.

As cerca de 25 famílias que vivem em Nuatambu estão a construir paredes de pedra, à mão, na tentativa de estancar as águas, mas os investigadores apontam que é “improvável” que isso ajude a “atrasar a erosão”.

O estudo teve por base os registos dos níveis do mar, modelos de ondas e imagens de satélite e aéreas, desde 1947 até 2015, para proceder a uma avaliação da subida do nível das águas em 33 ilhas do arquipélago. Foi assim, que se chegou à conclusão de que, na zona das Ilhas Salomão, as águas estão a subir a uma média de sete a 10 milímetros por ano, o que constitui “três vezes mais do que a média global”, aponta Simon Albert.

Na zona norte, onde as ondas são mais fortes, verificaram que 21 das ilhas sofreram mais “fortemente a perda comparativamente com outras ilhas mais abrigadas”. Nas outras 12 ilhas, alvo de menor energia das ondas, constataram uma “mudança pouco visível na costa, apesar de expostas a uma subida do nível do mar semelhante”.

No entanto, nem só as Ilhas Salomão estão a sentir dramaticamente os efeitos das alterações climáticas, com inundações cada vez mais frequentes. Se o ritmo do aquecimento global continuar nesta toada, cerca de 760 milhões de pessoas podem perder as suas casas para o mar, nos próximos anos, vaticina-se no The Washington Post.

O Painel Internacional Para as Alterações Climáticas prevê que a média de subida do mar atinja os cinco milímetros por ano na segunda metade deste século, o que transforma as Ilhas Salomão numa espécie de “laboratório natural que nos dá uma boa indicação do que podemos esperar globalmente”, aponta Simon Albert em declarações à CNN.

O investigador não duvida que “o que estamos a ver ali vai tornar-se a norma”.

CIÊNCIA & TECNOLOGIA

MARTE TEVE PERÍODOS QUENTES E ÁGUA DURANTE 40 MILHÕES DE ANOS

Cientistas de Harvard determinaram os mecanismos químicos através dos quais Marte era capaz de manter calor suficiente nos seus primórdios para sustentar água e possivelmente vida.

Online há

em

Cientistas de Harvard determinaram os mecanismos químicos através dos quais Marte era capaz de manter calor suficiente nos seus primórdios para sustentar água e possivelmente vida.

O facto de atualmente Marte ser frio e seco mas ter tido rios e lagos há vários milhares de milhões de anos intriga os cientistas há décadas.

“Tem sido um verdadeiro mistério que houvesse água líquida em Marte, porque Marte está mais longe do Sol e, além disso, o Sol era mais fraco no início”, explicou, em comunicado, Danica Adams, investigadora de pós-doutoramento da NASA na Escola de Engenharia e Ciências Aplicadas John A. Paulson (SEAS) de Harvard e principal autora do novo artigo publicado na Nature Geoscience.

Anteriormente, existia a teoria de que o hidrogénio era o ingrediente mágico que, quando misturado com o dióxido de carbono da atmosfera marciana, desencadeava episódios de aquecimento global. Mas a vida útil do hidrogénio atmosférico é curta, pelo que foi necessária uma análise mais detalhada.

Agora, Adams, o professor Robin Wordsworth de Ciências Ambientais e Engenharia na SEAS, e a sua equipa realizaram modelação fotoquímica (semelhante aos métodos utilizados hoje em dia para rastrear poluentes atmosféricos) para preencher os detalhes da relação da atmosfera marciana primitiva com o hidrogénio e como este relacionamento mudou ao longo do tempo.

“Marte antiga é um mundo perdido, mas pode ser reconstruído em detalhe se fizermos as perguntas certas”, frisou Wordsworth.

“Este estudo sintetiza a química atmosférica e o clima pela primeira vez para fazer algumas previsões surpreendentes que podem ser testadas quando trouxermos rochas de Marte para a Terra”, acrescentou.

Adams modificou um modelo chamado CINETICA para simular como uma combinação de hidrogénio e outros gases que reagem com o solo e o ar controlavam o clima marciano primitivo.

Descobriu que durante os períodos Noachiano e Hesperian, entre há 4 e 3 mil milhões de anos, Marte passou por períodos quentes episódicos ao longo de cerca de 40 milhões de anos, com cada evento a durar 100.000 anos ou mais.

Estas estimativas são consistentes com as características geológicas de Marte atualmente. Os períodos quentes e húmidos eram causados pela hidratação da crosta, ou perda de água do solo, que fornecia hidrogénio suficiente para se acumular na atmosfera durante milhões de anos.

“Identificámos escalas de tempo para todas estas alternâncias. E descrevemos todas as peças no mesmo modelo fotoquímico”, sublinhou Adams.

O trabalho de modelação fornece novas perspetivas potenciais sobre as condições que sustentaram a química prebiótica (os fundamentos da vida posterior como a conhecemos) durante os períodos quentes, e os desafios para a persistência dessa vida durante os intervalos frios e oxidativos.

Adams e outros cientistas estão a começar a trabalhar para encontrar evidências destas alternâncias utilizando modelos químicos isotópicos e planeiam comparar estes resultados com rochas da próxima missão Mars Sample Return (MRS).

Como Marte não possui placas tectónicas, ao contrário da Terra, a superfície visível atualmente é semelhante à de antigamente, tornando a sua história dos lagos e rios muito mais intrigante, realçou ainda.

LER MAIS

CIÊNCIA & TECNOLOGIA

ASTEROIDE BENNU REVELOU EXISTÊNCIA DE MOLÉCULAS DE ADN

Cientistas japoneses detetaram numa amostra do asteroide Bennu as moléculas necessárias para a formação de ADN e ARN, suportando a teoria de que os asteroides podem ter transportado, por impacto, os blocos de construção da vida para a Terra.

Online há

em

Cientistas japoneses detetaram numa amostra do asteroide Bennu as moléculas necessárias para a formação de ADN e ARN, suportando a teoria de que os asteroides podem ter transportado, por impacto, os blocos de construção da vida para a Terra.

De acordo com o trabalho publicado esta quarta-feira na revista científica Nature Astronomy, as amostras analisadas revelaram a presença das cinco bases nitrogenadas — adenina, guanina, citosina, timina e uracilo — necessárias para a construção de ADN e ARN.

Foram igualmente identificados pelos investigadores da Universidade Hokkaido, no Japão, os compostos xantina, hipoxantina e ácido nicotínico (vitamina B3).

Uma amostra de 121,6 gramas do asteroide Bennu chegou à Terra em 2023 à “boleia” da missão Osiris-Rex, da agência espacial norte-americana (NASA).

Tratou-se da maior amostra extraterrestre recolhida e enviada para a Terra.

Segundo uma das teses, os asteroides (corpos rochosos do Sistema Solar) contribuíram com água e componentes químicos essenciais para a vida na Terra há milhares de milhões de anos.

Embora os meteoritos na Terra provenham de asteroides, a interpretação dos seus dados “é desafiante” face à “exposição à humidade” da atmosfera e a “uma biosfera descontrolada”, refere a Universidade Hokkaido em comunicado, assinalando que “amostras imaculadas recolhidas de asteroides no espaço são os candidatos ideais”.

LER MAIS

MAIS LIDAS