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UE ARRISCA RUTURA SE NÃO COLOCAR COESÃO NO CENTRO DA RESPOSTA – ELISA FERREIRA

A comissária europeia da Coesão e Reformas, Elisa Ferreira, advertiu hoje que a União Europeia (UE) corre o risco de rutura se não colocar a coesão e a convergência no centro da sua resposta económica à crise da covid-19.

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A comissária europeia da Coesão e Reformas, Elisa Ferreira, advertiu hoje que a União Europeia (UE) corre o risco de rutura se não colocar a coesão e a convergência no centro da sua resposta económica à crise da covid-19.

Durante um debate por videoconferência com a comissão de Desenvolvimento Regional do Parlamento Europeu, a comissária portuguesa salientou que a crise provocada pela pandemia da covid-19 ameaça criar ainda mais desigualdades no seio da União, razão pela qual é necessário garantir que ninguém fica para trás no plano de recuperação, designadamente as regiões e países mais frágeis, sob pena de a UE deitar por terra aquilo que construiu e enfrentar “problemas políticos massivos”.

Apontando que várias regiões sofrem muito mais os impactos do já chamado Grande Confinamento do que outras, designadamente aquelas que dependem quase exclusivamente do turismo – como as regiões ultraperiféricas -, das exportações, das viagens e da cultura, por exemplo, e que nem todos os Estados-membros têm a mesma capacidade de apoiar as respetivas economias, a comissária europeia considerou que tal deve imperiosamente “colocar a convergência no centro da agenda para o futuro”.

“Agora estamos todos num ‘sprint’, mas depois segue-se uma maratona, que é a recuperação da economia europeia”, disse, apontando que, “nesta primeira fase de ‘sprint’, a política da coesão foi das primeiras a reagir”, ao redirecionar todos os meios disponíveis para salvar empresas que de outra forma teriam entrado em bancarrota, para apoiar o emprego, e dar o mínimo de oxigénio à economia europeia.

Segundo Elisa Ferreira, “é absolutamente essencial” que, superada a primeira fase da “resposta para o estado de emergência”, a próxima, a da “maratona” da recuperação, seja também centrada na convergência, advertindo então que uma divergência ainda mais marcada “não só perturbaria o funcionamento do mercado único e a viabilidade da moeda única, como criaria problemas políticos massivos dentro da UE, através do impacto social que tal teria”.

Advogando também que o orçamento plurianual da UE (o Quadro Financeiro Plurianual 2021-2027) deve ser a base do plano de recuperação da economia europeia no pós-pandemia, a comissária portuguesa insistiu que este deve basear-se na coesão.

“A coesão tem de estar no centro da agenda, tanto das políticas de coesão propriamente ditas, como também em relação a todas e quaisquer agendas setoriais que implementemos. O futuro tem de ser baseado na coesão, ou arriscamos perder tudo aquilo que construímos”, alertou.

A comissária da Coesão e Reformas congratulou-se por esta ideia ter sido “muito claramente sublinhada” pela presidente da Comissão Europeia, na sua intervenção perante o Parlamento Europeu na semana passada, quando Ursula von der Leyen assumiu que a coesão e a convergência “serão mais importantes do que nunca”.

“Embora a crise seja simétrica, a retoma não o é. A coesão e a convergência serão mais importantes do que nunca. O mercado único e a política de coesão são as duas faces da mesma moeda. Precisamos de ambas para garantir prosperidade em toda a UE”, defendeu então a presidente do executivo comunitário, em declarações hoje ‘recuperadas’ por Elisa Ferreira.

Também participante na videoconferência, o vice-presidente executivo da Comissão Valdis Dombrovskis reconheceu igualmente a necessidade de “uma política de coesão forte”, assumindo que “a recuperação deve ser inclusiva e não deve ser feita à custa dos países e regiões mais pobres”.

Os líderes da UE voltam a reunir-se numa cimeira por videoconferência na próxima quinta-feira para discutir o plano de recuperação europeia na sequência da crise provocada pela pandemia da covid-19, que Bruxelas tem insistido que deve ser baseada num instrumento já existente, o Quadro Financeiro Plurianual, ainda que de forma inovadora.

Não tendo havido ainda acordo em torno do orçamento para 2021-2027, a Comissão deverá apresentar até final do corrente mês de abril uma proposta revista do Quadro Financeiro, para dar resposta a uma crise de dimensão ainda difícil de determinar.

Na fracassada cimeira de líderes da UE de 20 e 21 de fevereiro passado em busca de um compromisso em torno do orçamento para 2021-2027, registou-se um fosso entre um ‘quarteto’ formado por contribuintes líquidos, os chamados ‘frugais’ – Áustria, Dinamarca, Holanda e Suécia -, que não querem contribuir mais para os cofres europeus, e um grupo alargado de países “amigos da coesão”, formado por Portugal, Bulgária, Chipre, Croácia, Eslováquia, Eslovénia, Espanha, Estónia, Grécia, Hungria, Itália, Letónia, Lituânia, Malta, Polónia, República Checa, Roménia.

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BIBLIOTECA SOBRE O NAZISMO E O HOLOCAUSTO ACESSÍVEL NA INTERNET DESDE HOJE

Fotografias do campo de Auschwitz-Birkenau, testemunhos e documentos sobre a ascensão do fascismo na Europa antes da Segunda Guerra Mundial integram um dos maiores arquivos sobre o Holocausto que está acessível desde hoje na internet.

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Fotografias do campo de Auschwitz-Birkenau, testemunhos e documentos sobre a ascensão do fascismo na Europa antes da Segunda Guerra Mundial integram um dos maiores arquivos sobre o Holocausto que está acessível desde hoje na internet.

A Biblioteca Wiener sobre o Holocausto, com sede em Londres, reúne centenas de milhares de documentos originais sobre a situação dos judeus europeus antes de 1939, o regime nazi e o Holocausto.

A biblioteca decidiu tornar acessível hoje, no 80.º aniversário da libertação de Auschwitz, parte da sua coleção, nomeadamente fotografias, cartas e testemunhos que atestam os crimes nazis no campo da Polónia (https://wienerholocaustlibrary.org/).

“A necessidade de defender a verdade tornou-se ainda mais urgente devido ao ressurgimento do antissemitismo e de outras formas de desinformação e ódio”, explicou Toby Simpson, diretor da biblioteca, citado num comunicado.

“Ao disponibilizar gratuitamente uma grande quantidade de provas em linha [‘online’], estamos a garantir que os arquivos históricos são acessíveis a todos”, afirmou, segundo a agência francesa AFP.

Entre os mais de 150.000 documentos disponíveis em linha pela primeira vez, encontram-se numerosas fotografias tiradas aquando da libertação do campo de Auschwitz, em 27 de janeiro de 1945.

Também ficaram acessíveis documentos utilizados nos julgamentos de Nuremberga, durante os quais os principais dirigentes do Terceiro Reich, o regime nazi alemão de Adolf Hitler, foram julgados.

A biblioteca publica também cerca de 500 folhetos e livros de propaganda antifascista, distribuídos na Alemanha na década de 1930 e disfarçados de anúncios de champôs ou livros de receitas, para escapar à vigilância do regime nazi.

Revela também documentos que mostram a ascensão do fascismo no Reino Unido antes e depois da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

“Numa altura em que figuras de extrema-direita ameaçam a Europa e não só, estas coleções revelam não só as origens destas ideologias perigosas, mas também as motivações e estratégias daqueles que, ao longo da História, as mantiveram à distância”, disseram os responsáveis pela biblioteca.

A Biblioteca Wiener sobre o Holocausto foi fundada na década de 1930 por Alfred Wiener, que fez campanha contra o nazismo nas décadas de 1920 e 1930.

Depois de fugir da Alemanha para os Países Baixos, em 1933, começou a recolher provas da perseguição dos judeus.

Continuou o seu trabalho a partir do Reino Unido, onde se exilou pouco antes do início da guerra e onde a biblioteca ainda se encontra, no centro de Londres.

Sobreviventes de Auschwitz, acompanhados pelo Presidente polaco, Andrzej Duda, depositaram flores hoje de manhã em frente ao Muro da Morte do campo, onde os prisioneiros eram fuzilados.

Alguns usavam lenços às riscas azuis e brancas, simbolizando os antigos uniformes prisionais. Ao pé do muro, acenderam velas em memória dos mortos e tocaram o muro com uma mão, em silêncio.

A cerimónia, sob o portão de entrada de Birkenau, deverá começar às 16:00 locais (15:00 em Lisboa) e contará com a presença de 54 delegações internacionais, algumas das quais lideradas por chefes de Estado, mas o foco estará nos sobreviventes, segundo a organização.

“Este ano, estamos a centrar-nos nos sobreviventes e na sua mensagem”, disse à AFP o porta-voz do museu de Auschwitz, Pawel Sawicki.

“Não haverá discursos de políticos”, acrescentou.

Auschwitz-Birkenau tornou-se o símbolo do genocídio perpetrado pela Alemanha nazi contra seis milhões de judeus europeus, um milhão dos quais morreram no campo entre 1940 e 1945, bem como mais de 100.000 não judeus.

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PAPA DIZ QUE HOLOCAUSTO NÃO PODE SER ESQUECIDO OU NEGADO

O Papa Francisco disse hoje que “o horror” do Holocausto não pode ser “esquecido ou negado” e exortou à luta contra o antissemitismo, lembrando que na segunda-feira se assinalam 80 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz.

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O Papa Francisco disse hoje que “o horror” do Holocausto não pode ser “esquecido ou negado” e exortou à luta contra o antissemitismo, lembrando que na segunda-feira se assinalam 80 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz.

“Amanhã é o Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto, 80 anos após a libertação do campo de concentração de Auschwitz. O horror do extermínio de milhões de judeus e de pessoas de outras religiões durante esses anos não pode ser esquecido nem negado”, afirmou o Papa no final da oração do Angelus dominical.

Lembrando que, durante esses anos, foram também mortos “muitos cristãos, muitos mártires”, Francisco apelou a que “todos trabalhem em conjunto para erradicar o flagelo do antissemitismo e outras formas de discriminação e perseguição religiosa”.

“Construamos juntos um mundo mais fraterno e justo, educando os jovens a ter um coração aberto a todos na lógica da fraternidade, do perdão e da paz”, concluiu.

Proclamado oficialmente em novembro de 2005, o Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto, que se assinala na segunda-feira, comemora a libertação pelas tropas soviéticas, em 1945, do campo de concentração e extermínio nazi alemão de Auschwitz-Birkenau.

Auschwitz-Birkenau tornou-se o símbolo do genocídio perpetrado pela Alemanha nazi contra seis milhões de judeus europeus, um milhão dos quais morreram no local entre 1940 e 1945, bem como mais de 100.000 não judeus.

Na segunda-feira, uma cerimónia oficial com a presença de cerca de meia centena de sobreviventes e 54 delegações internacionais assinalará o 80.º aniversário da libertação do local.

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