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INTERNACIONAL

ADESÃO DA UCRÂNIA À NATO É IMPOSSÍVEL NO CURTO PRAZO

Nenhum país da NATO espera que seja possível uma adesão rápida da Ucrânia à organização militar ocidental, mas é possível o início de “conversações profissionais”, indicou em entrevista à Lusa o investigador e académico Arkady Moshes.

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Nenhum país da NATO espera que seja possível uma adesão rápida da Ucrânia à organização militar ocidental, mas é possível o início de “conversações profissionais”, indicou em entrevista à Lusa o investigador e académico Arkady Moshes.

“Ninguém fora da Ucrânia espera que seja possível que a Ucrânia adira à NATO num processo rápido e facilitado. Nove países da NATO manifestaram o seu apoio, mas restam 21 Estados-membros. Ninguém recusou, mas de facto não apoiam. Ninguém pensa que a Ucrânia possa aderir à NATO de uma forma simples”, assinalou no decurso de um contacto telefónico com a Lusa.

Arkady Moshes comentava as declarações do Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, que na passada sexta-feira, logo após a cerimónia no Kremlin que formalizou a anexação de quatro províncias do leste da Ucrânia à Rússia, assinalou que tinha efetuado um passo decisivo ao assinar a candidatura da Ucrânia à adesão acelerada à NATO.

No entanto, o diretor do programa de investigação para a vizinhança leste da União Europeia e Rússia do Instituto Finlandês de Assuntos Internacionais (FIIA), sediado em Helsínquia, admite o início de “conversações profissionais” entre Kiev e a Aliança ocidental.

“Será um diálogo que não implicará negociações formais, num estrito sentido político, mas através de um diálogo muito profissional sobre o que a Ucrânia terá de fazer para se tornar um candidato”, prognosticou.

“A Ucrânia já é um candidato à União Europeia, e essa decisão da UE alterou a realidade anterior, porque antes não era candidata a nada. Agora, a Ucrânia é oficialmente candidata e se a NATO avançar face à vaga promessa feita em 2008 na cimeira de Bucareste de que um dia a Ucrânia seria um membro, através do início de consultas, discussões, sobre quais os requisitos politico-militares e outros aspetos, poderá fazer sentido para a Ucrânia”, precisou.

No entanto, o membro do Programa de Novas Abordagens sobre Pesquisa e Segurança na Eurásia (PONARS, Eurásia) na Universidade George Washington exclui a possibilidade de a Ucrânia se tornar “no curto prazo” um membro efetivo da NATO.

Ao abordar a recente sabotagem dos gasodutos russos Nord Stream 1 e Nord Stream 2, que abasteciam a Europa, Arkady Moshes não deteta, numa perspetiva estratégica, qualquer benefício para todos os países afetados.

“Trata-se de uma decisiva disrupção da espinha dorsal da cooperação económica entre a Rússia e a Europa [União Europeia]. Porque com a energia excluída dessa cooperação, as relações tornam-se muito primitivas. A Rússia perderá não apenas dinheiro, mas a possibilidade de, em simultâneo, exercer pressão e restaurar as relações”, considerou.

Neste cenário, admite que a Rússia sairá mais prejudicada.

“A Europa perderá economicamente, mas menos que a Rússia. É um paradoxo. Não sei quem fez a sabotagem. Mas estrategicamente a Rússia vai ser mais prejudicada. Porque se havia um sinal de que se apostava num caminho para romper as relações, era o fim da história”.

Arkady Moshes perspetiva “um próximo inverno ainda difícil para a Europa em termos de energia”, mas com alternativas que começam a ser concretizadas.

“A Europa encontrará alternativas porque não existe escassez de energia no mundo. Será apenas necessário reorientar a logística, as formas de distribuição, incluindo negociar com o Qatar de outra forma”.

“A Europa tem ainda mais possibilidade de reorientar os seus abastecimentos de energia, e a Rússia a possibilidade de reorientar as suas exportações de energia. Mas do ponto de vista estratégico, e objetivamente, a Rússia perde muito mais”, concluiu.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas — mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,5 milhões para os países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa – justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 5.996 civis mortos e 8.848 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.

INTERNACIONAL

BIBLIOTECA SOBRE O NAZISMO E O HOLOCAUSTO ACESSÍVEL NA INTERNET DESDE HOJE

Fotografias do campo de Auschwitz-Birkenau, testemunhos e documentos sobre a ascensão do fascismo na Europa antes da Segunda Guerra Mundial integram um dos maiores arquivos sobre o Holocausto que está acessível desde hoje na internet.

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Fotografias do campo de Auschwitz-Birkenau, testemunhos e documentos sobre a ascensão do fascismo na Europa antes da Segunda Guerra Mundial integram um dos maiores arquivos sobre o Holocausto que está acessível desde hoje na internet.

A Biblioteca Wiener sobre o Holocausto, com sede em Londres, reúne centenas de milhares de documentos originais sobre a situação dos judeus europeus antes de 1939, o regime nazi e o Holocausto.

A biblioteca decidiu tornar acessível hoje, no 80.º aniversário da libertação de Auschwitz, parte da sua coleção, nomeadamente fotografias, cartas e testemunhos que atestam os crimes nazis no campo da Polónia (https://wienerholocaustlibrary.org/).

“A necessidade de defender a verdade tornou-se ainda mais urgente devido ao ressurgimento do antissemitismo e de outras formas de desinformação e ódio”, explicou Toby Simpson, diretor da biblioteca, citado num comunicado.

“Ao disponibilizar gratuitamente uma grande quantidade de provas em linha [‘online’], estamos a garantir que os arquivos históricos são acessíveis a todos”, afirmou, segundo a agência francesa AFP.

Entre os mais de 150.000 documentos disponíveis em linha pela primeira vez, encontram-se numerosas fotografias tiradas aquando da libertação do campo de Auschwitz, em 27 de janeiro de 1945.

Também ficaram acessíveis documentos utilizados nos julgamentos de Nuremberga, durante os quais os principais dirigentes do Terceiro Reich, o regime nazi alemão de Adolf Hitler, foram julgados.

A biblioteca publica também cerca de 500 folhetos e livros de propaganda antifascista, distribuídos na Alemanha na década de 1930 e disfarçados de anúncios de champôs ou livros de receitas, para escapar à vigilância do regime nazi.

Revela também documentos que mostram a ascensão do fascismo no Reino Unido antes e depois da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

“Numa altura em que figuras de extrema-direita ameaçam a Europa e não só, estas coleções revelam não só as origens destas ideologias perigosas, mas também as motivações e estratégias daqueles que, ao longo da História, as mantiveram à distância”, disseram os responsáveis pela biblioteca.

A Biblioteca Wiener sobre o Holocausto foi fundada na década de 1930 por Alfred Wiener, que fez campanha contra o nazismo nas décadas de 1920 e 1930.

Depois de fugir da Alemanha para os Países Baixos, em 1933, começou a recolher provas da perseguição dos judeus.

Continuou o seu trabalho a partir do Reino Unido, onde se exilou pouco antes do início da guerra e onde a biblioteca ainda se encontra, no centro de Londres.

Sobreviventes de Auschwitz, acompanhados pelo Presidente polaco, Andrzej Duda, depositaram flores hoje de manhã em frente ao Muro da Morte do campo, onde os prisioneiros eram fuzilados.

Alguns usavam lenços às riscas azuis e brancas, simbolizando os antigos uniformes prisionais. Ao pé do muro, acenderam velas em memória dos mortos e tocaram o muro com uma mão, em silêncio.

A cerimónia, sob o portão de entrada de Birkenau, deverá começar às 16:00 locais (15:00 em Lisboa) e contará com a presença de 54 delegações internacionais, algumas das quais lideradas por chefes de Estado, mas o foco estará nos sobreviventes, segundo a organização.

“Este ano, estamos a centrar-nos nos sobreviventes e na sua mensagem”, disse à AFP o porta-voz do museu de Auschwitz, Pawel Sawicki.

“Não haverá discursos de políticos”, acrescentou.

Auschwitz-Birkenau tornou-se o símbolo do genocídio perpetrado pela Alemanha nazi contra seis milhões de judeus europeus, um milhão dos quais morreram no campo entre 1940 e 1945, bem como mais de 100.000 não judeus.

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PAPA DIZ QUE HOLOCAUSTO NÃO PODE SER ESQUECIDO OU NEGADO

O Papa Francisco disse hoje que “o horror” do Holocausto não pode ser “esquecido ou negado” e exortou à luta contra o antissemitismo, lembrando que na segunda-feira se assinalam 80 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz.

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O Papa Francisco disse hoje que “o horror” do Holocausto não pode ser “esquecido ou negado” e exortou à luta contra o antissemitismo, lembrando que na segunda-feira se assinalam 80 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz.

“Amanhã é o Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto, 80 anos após a libertação do campo de concentração de Auschwitz. O horror do extermínio de milhões de judeus e de pessoas de outras religiões durante esses anos não pode ser esquecido nem negado”, afirmou o Papa no final da oração do Angelus dominical.

Lembrando que, durante esses anos, foram também mortos “muitos cristãos, muitos mártires”, Francisco apelou a que “todos trabalhem em conjunto para erradicar o flagelo do antissemitismo e outras formas de discriminação e perseguição religiosa”.

“Construamos juntos um mundo mais fraterno e justo, educando os jovens a ter um coração aberto a todos na lógica da fraternidade, do perdão e da paz”, concluiu.

Proclamado oficialmente em novembro de 2005, o Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto, que se assinala na segunda-feira, comemora a libertação pelas tropas soviéticas, em 1945, do campo de concentração e extermínio nazi alemão de Auschwitz-Birkenau.

Auschwitz-Birkenau tornou-se o símbolo do genocídio perpetrado pela Alemanha nazi contra seis milhões de judeus europeus, um milhão dos quais morreram no local entre 1940 e 1945, bem como mais de 100.000 não judeus.

Na segunda-feira, uma cerimónia oficial com a presença de cerca de meia centena de sobreviventes e 54 delegações internacionais assinalará o 80.º aniversário da libertação do local.

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