CIÊNCIA & TECNOLOGIA
AFINAL HÁ 5 TIPOS DE DIABETES
Cientistas suecos e finlandeses acreditam que a diabetes pode existir sob cinco formas e não duas como até agora se pensava. Descoberta pode abrir portas a terapêuticas mais eficazes.
Cientistas suecos e finlandeses acreditam que a diabetes pode existir sob cinco formas e não duas como até agora se pensava. Descoberta pode abrir portas a terapêuticas mais eficazes.
A diabetes estava até agora dividida em dois tipos: o tipo 1, que surge maioritariamente na infância, e a tipo 2, mais comum e geralmente diagnosticada na idade adulta. Esta última é causada por um desequilíbrio no metabolismo da insulina.
Agora, um grupo de investigadores da Universidade de Lund, na Suécia, defende que a diabetes de tipo 2 tem várias formas e propõe uma nova classificação da doença.
A investigação analisou 8980 diabéticos diagnosticados na idade adulta e as conclusões foram confirmadas com dados de outros 5795 doentes. O estudo foi publicado na revista The Lancet Diabetes & Endocrinology.
Estes são os cinco tipos de diabetes propostos:
Grupo 1 – Diabetes autoimune: a antiga diabetes tipo 1.
Grupo 2 – Diabetes com deficiência em insulina: afeta indivíduos jovens, com peso saudável, mas que apresentam dificuldades em produzir insulina. No entanto, a doença não é autoimune. A retinopatia diabética é a mais vulgar deste grupo
Grupo 3 – Diabetes resistente à insulina: os doentes têm geralmente excesso de peso e produzem insulina, mas o corpo já não reage a essa produção. Este grupo de pacientes desenvolve doenças hepáticas e renais.
Grupo 4 – Diabetes relacionada com a obesidade: atinge pessoas com excesso de peso, mas com um metabolismo aparentemente saudável.
Grupo 5 – Diabetes relacionada com a idade: surge em doentes com idade avançada.
Os investigadores acreditam que esta nova categoriação pode abrir as portas a novos métodos e esquemas de tratamento. “A diabetes não é esta massa cinzenta a que temos chamado tipo 2 – há categorias da doença que exigem de facto tratamentos diferentes”, disse o endocrinologista e autor do estudo Leif Groop.
A diabetes é uma patologia que afecta mais de 420 milhões de pessoas em todo o mundo, cerca de um milhão em Portugal.
CIÊNCIA & TECNOLOGIA
MARTE TEVE PERÍODOS QUENTES E ÁGUA DURANTE 40 MILHÕES DE ANOS
Cientistas de Harvard determinaram os mecanismos químicos através dos quais Marte era capaz de manter calor suficiente nos seus primórdios para sustentar água e possivelmente vida.
Cientistas de Harvard determinaram os mecanismos químicos através dos quais Marte era capaz de manter calor suficiente nos seus primórdios para sustentar água e possivelmente vida.
O facto de atualmente Marte ser frio e seco mas ter tido rios e lagos há vários milhares de milhões de anos intriga os cientistas há décadas.
“Tem sido um verdadeiro mistério que houvesse água líquida em Marte, porque Marte está mais longe do Sol e, além disso, o Sol era mais fraco no início”, explicou, em comunicado, Danica Adams, investigadora de pós-doutoramento da NASA na Escola de Engenharia e Ciências Aplicadas John A. Paulson (SEAS) de Harvard e principal autora do novo artigo publicado na Nature Geoscience.
Anteriormente, existia a teoria de que o hidrogénio era o ingrediente mágico que, quando misturado com o dióxido de carbono da atmosfera marciana, desencadeava episódios de aquecimento global. Mas a vida útil do hidrogénio atmosférico é curta, pelo que foi necessária uma análise mais detalhada.
Agora, Adams, o professor Robin Wordsworth de Ciências Ambientais e Engenharia na SEAS, e a sua equipa realizaram modelação fotoquímica (semelhante aos métodos utilizados hoje em dia para rastrear poluentes atmosféricos) para preencher os detalhes da relação da atmosfera marciana primitiva com o hidrogénio e como este relacionamento mudou ao longo do tempo.
“Marte antiga é um mundo perdido, mas pode ser reconstruído em detalhe se fizermos as perguntas certas”, frisou Wordsworth.
“Este estudo sintetiza a química atmosférica e o clima pela primeira vez para fazer algumas previsões surpreendentes que podem ser testadas quando trouxermos rochas de Marte para a Terra”, acrescentou.
Adams modificou um modelo chamado CINETICA para simular como uma combinação de hidrogénio e outros gases que reagem com o solo e o ar controlavam o clima marciano primitivo.
Descobriu que durante os períodos Noachiano e Hesperian, entre há 4 e 3 mil milhões de anos, Marte passou por períodos quentes episódicos ao longo de cerca de 40 milhões de anos, com cada evento a durar 100.000 anos ou mais.
Estas estimativas são consistentes com as características geológicas de Marte atualmente. Os períodos quentes e húmidos eram causados pela hidratação da crosta, ou perda de água do solo, que fornecia hidrogénio suficiente para se acumular na atmosfera durante milhões de anos.
“Identificámos escalas de tempo para todas estas alternâncias. E descrevemos todas as peças no mesmo modelo fotoquímico”, sublinhou Adams.
O trabalho de modelação fornece novas perspetivas potenciais sobre as condições que sustentaram a química prebiótica (os fundamentos da vida posterior como a conhecemos) durante os períodos quentes, e os desafios para a persistência dessa vida durante os intervalos frios e oxidativos.
Adams e outros cientistas estão a começar a trabalhar para encontrar evidências destas alternâncias utilizando modelos químicos isotópicos e planeiam comparar estes resultados com rochas da próxima missão Mars Sample Return (MRS).
Como Marte não possui placas tectónicas, ao contrário da Terra, a superfície visível atualmente é semelhante à de antigamente, tornando a sua história dos lagos e rios muito mais intrigante, realçou ainda.
CIÊNCIA & TECNOLOGIA
ASTEROIDE BENNU REVELOU EXISTÊNCIA DE MOLÉCULAS DE ADN
Cientistas japoneses detetaram numa amostra do asteroide Bennu as moléculas necessárias para a formação de ADN e ARN, suportando a teoria de que os asteroides podem ter transportado, por impacto, os blocos de construção da vida para a Terra.
Cientistas japoneses detetaram numa amostra do asteroide Bennu as moléculas necessárias para a formação de ADN e ARN, suportando a teoria de que os asteroides podem ter transportado, por impacto, os blocos de construção da vida para a Terra.
De acordo com o trabalho publicado esta quarta-feira na revista científica Nature Astronomy, as amostras analisadas revelaram a presença das cinco bases nitrogenadas — adenina, guanina, citosina, timina e uracilo — necessárias para a construção de ADN e ARN.
Foram igualmente identificados pelos investigadores da Universidade Hokkaido, no Japão, os compostos xantina, hipoxantina e ácido nicotínico (vitamina B3).
Uma amostra de 121,6 gramas do asteroide Bennu chegou à Terra em 2023 à “boleia” da missão Osiris-Rex, da agência espacial norte-americana (NASA).
Tratou-se da maior amostra extraterrestre recolhida e enviada para a Terra.
Segundo uma das teses, os asteroides (corpos rochosos do Sistema Solar) contribuíram com água e componentes químicos essenciais para a vida na Terra há milhares de milhões de anos.
Embora os meteoritos na Terra provenham de asteroides, a interpretação dos seus dados “é desafiante” face à “exposição à humidade” da atmosfera e a “uma biosfera descontrolada”, refere a Universidade Hokkaido em comunicado, assinalando que “amostras imaculadas recolhidas de asteroides no espaço são os candidatos ideais”.
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