Ligue-se a nós

ARTE & CULTURA

ALIVE: ORNATOS VIOLETA E O ‘ENCANTO DAS COISAS BOAS’ QUE SE REPETEM POUCAS VEZES

Os Ornatos Violeta, que se separaram em 2002, iniciaram hoje no festival Alive, em Oeiras, uma série de três concertos que assinalam o 20.º aniversário do segundo e último álbum da banda, ‘O monstro precisa de amigos’.

Online há

em

Os Ornatos Violeta, que se separaram em 2002, iniciaram hoje no festival Alive, em Oeiras, uma série de três concertos que assinalam o 20.º aniversário do segundo e último álbum da banda, ‘O monstro precisa de amigos’.

O concerto de hoje, no palco principal do festival, a decorrer no Passeio Marítimo de Algés, foi o primeiro de três e para Manel Cruz “esse é o encanto das coisas boas”, não acontecerem muitas vezes, disse o vocalista da banda quase no final do concerto, que começou pelas 20:45.

Manel Cruz, Peixe (guitarra), Nuno Prata (baixo), Kinörm (bateria) e Elísio Donas (teclados) arrancaram o espetáculo com “Circo de Feras”, dos Xutos e Pontapés, versão que gravaram em “XX Anos XX Bandas” álbum comemorativo dos 20 anos da banda de Tim , Zé Pedro, Kalu, Gui e Cabeleira, em 1999, o mesmo ano em que saiu “O monstro precisa de amigos”.

O segundo e último álbum da banda foi tocado na íntegra, com “Chaga”, “Ouvi Dizer” e “Capitão Romance” a arrancarem reações mais efusivas por parte do público, composto tanto por pessoas que ainda não eram nascidas quando os Ornatos Violeta se separaram, como por outras cuja carreira acompanhou a adolescência e juventude.

Além de um tema dos Xutos e das músicas de “O monstro precisa de amigos”, os Ornatos Violeta tocaram também “Há de encarnar” e “Pára-me agora”, que, como explicou Manel Cruz, “faria parte do ‘Monte Elvis’, disco que iria ser gravado, mas não foi e acabou por ser” — temas que integram o álbum e inéditos e raridades da banda editado em 2011.

Ao longo do espetáculo foi notória a cumplicidade entre os elementos da banda, assim como a vontade e alegria de estarem em palco outra vez, ainda que apenas para algumas apresentações. Mais uma vez, tal como há sete e há 17 anos, Manel Cruz viveu o espetáculo como se fosse o último.

Na próxima semana, os Ornatos Violeta atuam no festival Marés Vivas, em Vila Nova de Gaia, e em setembro no festival F, em Faro.

No concerto, no qual Manel Cruz brindou “por um mundo melhor” ficou a saber-se que para ele “uma das músicas mais bonitas dos Ornatos”, da autoria de Peixe, é “Deixa morrer”.

Formados em 1991, no Porto, os Ornatos Violeta editaram apenas dois álbuns: “Cão” (1997) e “O monstro precisa de amigos” (1999). Em 2002, separaram-se. O último concerto da banda aconteceu nesse ano no Hard Club, na cidade de onde são originários.

Em 2011, para assinalar os 20 anos da banda, os dois álbuns foram reeditados numa caixa especial que incluiu um outro álbum com inéditos e raridades.

No ano seguinte, 2012, juntaram-se para uma série de concertos: no festival Paredes de Coura e nos Coliseus do Porto, de Lisboa e de Ponta Delgada.

Hoje, pelo palco principal do festival NOS Alive passaram também os portugueses Linda Martini e os norte-americanos Weezer. Depois dos Ornatos Violeta atuam os britânicos Mogwai e The Cure.

Ao longo do dia, o recinto abriu às 15:00, o público foi-se espalhando pelos vários palcos — sete no total.

O cartaz de hoje inclui ainda, entre outros, Jorja Smith, Loyle Carner, Emicida, Sharon Van Etten, Xavier Rudd, Robyn, Stereossauro e Ricardo Toscano, que levou o jazz ao festival onde predominam o rock e a eletrónica.

A 13.ª edição do NOS Alive decorre até sábado.

JRS // EL

ARTE & CULTURA

PAUL MCCARTNEY PEDE AO GOVERNO PARA PROTEGER ARTISTAS DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

O ex-Beatle Paul McCartney apelou hoje ao Governo britânico para reforçar a proteção dos artistas contra a inteligência artificial (IA), numa altura em que o executivo considera uma reforma da lei dos direitos de autor.

Online há

em

O ex-Beatle Paul McCartney apelou hoje ao Governo britânico para reforçar a proteção dos artistas contra a inteligência artificial (IA), numa altura em que o executivo considera uma reforma da lei dos direitos de autor.

Numa entrevista à BBC, o cantor e compositor britânico, de 82 anos, alertou que os músicos podem ser “despojados” das suas criações e voltou a criticar o projeto do Governo trabalhista que prevê alterações à legislação sobre direitos de autor.

Entre as propostas está “uma exceção aos direitos de autor” para treinar modelos de IA com fins comerciais, cujo projeto ofereceria aos criadores a possibilidade de “reservar os seus direitos”.

Paul McCartney, que manteve uma carreia praticamente a solo após a dissolução oficial dos Beatles, em 1970, sustenta que, com essa reforma, os artistas perderão o controlo sobre as suas obras.

“Os jovens podem escrever uma bela canção, mas podem acabar por não ser os proprietários dela”, disse.

Pior ainda, “qualquer pessoa poderá apropriar-se dessa canção”, denunciou.

“A verdade é que o dinheiro irá para algum lado. Alguém será pago. Não deverá ser o tipo que escreveu ‘Yesterday’?”, um dos temas mais conhecidos dos The Beatles, composto por Paul McCartney (creditada a Lennon/McCartney), gravada em 1965 para o álbum “Help!”, questionou.

“Se apresentarem um projeto de lei, assegurem-se de que protegem os pensadores e os artistas, caso contrário, não terão o seu apoio. Somos o povo, vocês são o Governo. É suposto que nos protejam. Esse é o vosso trabalho”, reforçou McCartney.

O Governo britânico anunciou que aproveitará o período de consulta pública, que decorre até 25 de fevereiro, para explorar os principais pontos do debate, incluindo a forma como os criadores poderão obter licenças e ser remunerados pela utilização das suas obras.

Questionada sobre estas propostas numa entrevista à BBC, a ministra das Finanças britânica, Rachel Reeves, garantiu que “quer apoiar os artistas” e fará “tudo para que os direitos de autor sejam respeitados”.

Em novembro de 2023, McCartney e Ringo Starr, os membros sobreviventes dos Beatles (George Harrison morreu em novembro de 2001), usaram a IA para extrair a voz de John Lennon, assassinado em 1980 em Nova Iorque, de uma canção inacabada com várias décadas, intitulada “Now and Then”.

“Eu acho que a IA é fantástica e pode fazer muitas coisas incríveis”, admitiu Paul McCartney.

“No entanto, a IA não deve despojar os criadores. Isso não faz sentido”, concluiu.

LER MAIS

ARTE & CULTURA

PORTO: SERRALVES RECEBE 37 OBRAS CONTEMPORÂNEAS DA COLEÇÃO DUERCKHEIM

A Fundação de Serralves, no Porto, assinou um acordo para receber em depósito 37 obras de 19 artistas provenientes da Coleção Duerckheim, que prevê ainda a doação de uma peça de Anselm Kiefer à instituição portuguesa.

Online há

em

A Fundação de Serralves, no Porto, assinou um acordo para receber em depósito 37 obras de 19 artistas provenientes da Coleção Duerckheim, que prevê ainda a doação de uma peça de Anselm Kiefer à instituição portuguesa.

Em comunicado, a Fundação de Serralves anunciou que vai receber, neste âmbito, o depósito de peças de Darren Almond, Georg Baselitz, Isaak Brodsky, Roman Buxbaum, Jake e Dinos Chapman, Theaster Gates, Gilbert & George, Antony Gormley, Damien Hirst, Zhang Huan, Stefan Hunstein, Anselm Kiefer, Michael Landy, Mamedov, Haralampi Oroschakoff, Sam Taylor-Wood, Matthias Wähner, Cerith Wyn Evans e Remy Zaugg.

O acordo inclui a doação de “Dat rosa miel apibus”, de Anselm Kiefer.

“É com grande alegria que Serralves recebe em depósito esta extraordinária coleção reunida ao longo de décadas de dedicação à arte pelo Conde Duerckheim. Este é um momento de grande importância para Serralves, e o acordo representa o reconhecimento da capacidade da Fundação para atrair e acolher as maiores coleções internacionais de arte contemporânea”, disse a presidente do conselho de administração da fundação, Ana Pinho, citada no mesmo comunicado.

De acordo com Serralves, o acordo foi possível graças à influência de Nuno Luzio, que deu a ideia ao Conde Christian Duerckheim, algo saudado por ambas as partes.

“Tendo estado fora de Portugal durante mais de 20 anos, Nuno Luzio demonstra o poder da diáspora portuguesa e o bem maior que podem fazer pelo seu país”, afirmou Ana Pinho.

Nascido em 1944 na região alemã da Saxónia, o industrial Christian Duerckheim viveu em Londres na década de 1960 e tornou-se num dos “mais significativos colecionadores da Europa”, como escreveu o jornal britânico The Guardian, em 2013, aquando de uma doação de 34 desenhos de artistas alemães modernos e de mais 60 trabalhos ao British Museum.

Em 2011, Duerckheim vendeu cerca de 80 obras através da leiloeira Sotheby’s por um valor recorde de mais de 100 milhões de libras, segundo notícias publicadas então pela imprensa especializada.

Na altura, ao New York Times, Christian Duerckheim afirmou que sempre quis ver a arte do seu tempo, enquanto alguém interessado em história que ficou obcecado com a arte do seu próprio país depois de ver uma obra de Georg Baselitz em 1970.

LER MAIS

MAIS LIDAS