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ANTÓNIO LOBO XAVIER É SÓCIO DA EMPRESA QUE VENDEU A POLÉMICA ESCULTURA

Sexta-feira 13, dia de azar com polémica à mistura. Foi esse o dia que a Autarquia aprovisionou por ajuste direto a ‘modesta’ quantia de 250 mil euros por uma escultura de Pedro Cabrita Reis ironicamente dedicada à “Linha do Mar”. Mas se esta escultura não convence a população, já o preço parece ser motivo de polémica. Também no elenco de sócios da empresa que vendeu esta polémica escultura figuram nomes conhecidos do mundo político.

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Sexta-feira 13, dia de azar e com polémica à mistura. Foi esse o dia em que a Autarquia de Matosinhos aprovisionou por ajuste direto a ‘modesta’ quantia de 250 mil euros por uma escultura de Pedro Cabrita Reis, ironicamente dedicada à infinita, imaginária e inatingível “Linha do Mar”. Após investigação, Rádio Regional descobriu que António Lobo Xavier, histórico líder político do CDS-PP, é sócio da empresa que “vendeu” aquela escultura, com o custo de final de 307.500 euros ao bolso dos contribuintes.

Documentos a que a Rádio Regional teve acesso, revelam que a 13-12-2019 o negócio foi estabelecido por ajuste direto, sem qualquer concurso ou consulta pública, entre a Câmara Municipal de Matosinhos e a empresa Armazém 10, Lda, com sede em Lisboa, pelo valor de 250 mil euros, acrescido de IVA

Junto da Conservatória do Registo Comercial comprovamos que a empresa Armazém 10 Lda foi constituída em Novembro de 2016, com o capital social de 335 mil euros, e tem como sócios a família “Cabrita dos Reis”, que controla 96,01%, nomeadamente;

a) Pedro Cabrita Reis: 73,75%

b) Patrícia Cabrita Reis: 17,94%

c) António Cabrita Reis: 4,32%

Além da família do artista, encontramos ainda outros sócios:

d) António Lobo Xavier: 1%

e) Francisco Mendes da Silva: 1%

g) Inês Pinto Leite: 1%

h) Albino de Freitas e Meneses: 1%

António Lobo Xavier é a figura mais conhecida do elenco de sócios da empresa que vendeu a escultura à autarquia de Matosinhos, embora com apenas 1% não tenha qualquer cargo de gerência. Também Francisco André Mendes da Silva, outro conhecido da bancada parlamentar do CDS-PP (XIII legislatura eleito pelo circulo do Porto), se apresenta com o mesmo peso, apenas 1% e sem qualquer cargo de gestão.

A Rádio Regional sabe que em Portugal existe um grande número de empresas onde figuram políticos conhecidos com aparente participação minoritária de controlo com objectivo de reduzir a sua exposição relevante e consequentes riscos da actividade empresarial.

Ao mesmo tempo, o nomes de figuras proeminentes serve como facilitador/desbloqueador de capital de influência para a realização de negócios jurídicos junto de entidades públicas ou privadas de interesse.

De recordar que o Gabinete da Presidência da Câmara Municipal de Matosinhos foi recentemente alvo de investigações e buscas pela Polícia Judiciária no âmbito da Operação TEIA, devido a suspeitas relacionadas Marta Laranja Pontes, filha do então Presidente do IPO suspeito de corrupção, casada com Tiago Mata, também vereador da Autarquia de Matosinhos.

A polémica escultura foi recentemente vandalizada onde se podiam ler mensagens do tipo “os nossos impostos 300 mil (…) isto é leça (…) política de m***** (…) vergonha”.

Quem é António Lobo Xavier ?

Licenciado em Direito pela Universidade de Coimbra é uma das figuras mais conhecidas do CDS-PP. São conhecidas as suas ligações à SONAECOM, Mota-Engil, Futebol Clube do Porto, Cerâmica Valadares, Associação Comercial do Porto, Fundação de Serralves, Fundação Belmiro de Azevedo, e NOS.

Na política, além de Deputado pelo CDS-PP, foi ainda Presidente da Assembleia Municipal de Penafiel e eleito Conselheiro de Estado pelo atual Presidente Marcelo Rebelo de Sousa.

Além da política, António Lobo Xavier é ainda um conhecido comentador político na televisão. Em 2012 recebeu a condecoração de grau de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique.

Na fotografia, António Lobo Xavier, sócio da empresa Armazém 10 LDA, empresa que vendeu por ajuste direto a escultura “Linha do Mar” pelo valor de 250 mil euros acrescido de IVA.

Quem não parece apreciar a arte de Pedro Cabrita Reis são os vários cidadãos que em uníssono e sem papas na língua manifestam-se contra a “escultura” e o preço que custou aos bolsos da autarquia.

Em poucos dias a escultura de Pedro Cabrita Reis dedicada à “Linha do Mar” já ganhou os primeiros sinais de corrosão; e além do imponente Oceano Atlântico que lhe serve de inspiração, também um outro oceano de críticas vem dos muitos cidadãos anónimos que por ali circulam, “300 mil euros por ferros pintados de branco ?Isto é ferro da sucata pintada de novo” ainda “a câmara não tem onde gastar melhor o dinheiro?“, disseram em uníssono e sem papas na língua os cidadãos que a Rádio Regional ouviu.

A escultura foi recentemente vandalizada, onde se podiam ler mensagens do tipo “os nossos impostos 300 mil (…) isto é leça (…) política de m***** (…) vergonha“.

A Rádio Regional tentou várias vezes e sem sucesso, obter um comentário da Autarquia de Matosinhos.

Na fotografia, Luísa Salgueiro e Pedro Cabrita Reis inauguram, sem pompa nem circunstância e com muita chuva a escultura dedicada à ‘Linha do Mar’.

2 COMENTÁRIOS

1 COMENTÁRIO

  1. zequinhas

    31 de Janeiro, 2020 at 21:46

    Este labrego ainda tem a lata de vir dizer para a opinião pública que em Portugal há uma rede mafiosa de influência política. Ele lá sabe do que fala e do que faz; afinal quem diz a verdade não merece castigo.

    https://www.publico.pt/2019/10/24/politica/noticia/lobo-xavier-1891198

  2. André

    3 de Janeiro, 2020 at 17:28

    Concepção da escultura em Leça da Palmeira por Pedro Cabrita Reis (300 mil euros)

    https://www.youtube.com/watch?v=rBBD7uYa2Gc

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VILA REAL: CONCURSO PARA CONCLUSÃO DO PAVILHÃO DA ESCOLA DIOGO CÃO

O município de Vila Real abriu esta quinta-feira um concurso público, pelo preço base de 900 mil euros, para concluir a requalificação de um pavilhão desportivo, depois de tomar posse administrativa da obra, em abril, por abandono da empreitada.

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O município de Vila Real abriu esta quinta-feira um concurso público, pelo preço base de 900 mil euros, para concluir a requalificação de um pavilhão desportivo, depois de tomar posse administrativa da obra, em abril, por abandono da empreitada.

O anúncio do concurso público para a conclusão da empreitada de requalificação e beneficiação do pavilhão da Escola Diogo Cão foi publicado esta quinta-feira em Diário da República (DR).

O preço base do procedimento é de cerca de 900 mil euros, o prazo para entrega de propostas decorre até 13 de fevereiro e, depois de adjudicada, a obra deve ser concluída em 270 dias.

Em abril, a Câmara de Vila Real informou que tomou posse administrativa da obra de requalificação deste pavilhão desportivo, localizado na cidade, por alegado incumprimento do empreiteiro que terá suspendido e abandonado a empreitada.

O processo encontra-se, neste momento, em tribunal.

Em março de 2022, a Câmara de Vila Real anunciou um investimento 1,2 milhões de euros na reabilitação do pavilhão desportivo da Escola Diogo Cão e, na altura, foi referido que a intervenção demoraria cerca de um ano.

O objetivo da intervenção era dotar o pavilhão, já com mais de 50 anos, de “condições de segurança” para a prática educativa e a formação desportiva, servindo a escola e, após o horário letivo, a comunidade.

A autarquia explicou que a empreitada foi organizada em duas fases distintas, adjudicadas a duas empresas e que, ambas as fases, resultaram de candidaturas apresentadas ao Norte 2020 e tiveram uma comparticipação financeira de 85%.

No entanto, segundo explicou, a “existência de duas fases ao mesmo tempo veio a revelar-se de muito difícil compatibilização exacerbando o comportamento, já de si, pouco consensual” do empreiteiro em causa, tendo mesmo esta empresa “suspendido de forma unilateral a sua empreitada e abandonado a empreitada, obrigando o município a agir em conformidade e em defesa do interesse público municipal”.

Para efeito, a câmara avançou com a aplicação de sanção contratual no valor de cerca de 217 mil euros (mais IVA), “por atraso reiterado no cumprimento das obrigações decorrentes do contrato”, e procedeu “à resolução do contrato a título sancionatório, tomando a posse administrativa da obra, bem como dos bens móveis e imóveis à mesma afetos, procedendo aos inventários, medições e avaliações necessárias”.

O município referiu que vai conseguir recuperar parte do financiamento comunitário desta obra, já no âmbito do novo quadro comunitário.

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MATOSINHOS: MILITAR DA GNR ALVO DE PROCESSO DISCIPLINAR POR ALEGADA AGRESSÃO

O Comando Geral da GNR instaurou um processo disciplinar a um militar na sequência de uma alegada agressão a um condutor no sábado, em Perafita, Matosinhos, confirmou hoje à Lusa a Guarda.

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O Comando Geral da GNR instaurou um processo disciplinar a um militar na sequência de uma alegada agressão a um condutor no sábado, em Perafita, Matosinhos, confirmou hoje à Lusa a Guarda.

Questionada pela Lusa sobre a alegada agressão hoje revelada por vários órgãos de comunicação social com base num suposto vídeo, a Divisão de Comunicação e Relações Públicas da GNR respondeu sem nunca mencionar ter havido agressão.

“Cumpre-me informar que a situação visualizada no vídeo ocorreu no passado sábado, dia 25 de janeiro, na localidade de Perafita, em Matosinhos, na sequência de uma ocorrência de acidente de viação, tendo resultado na detenção do condutor envolvido, pelo crime de condução sob influência de álcool”, lê-se na resposta assinada pelo major David dos Santos.

E acrescenta: “adicionalmente, importa ainda referir que, depois de analisadas as imagens no referido vídeo, foi determinada a abertura do respetivo procedimento de âmbito disciplinar, com vista ao apuramento das circunstâncias em que ocorreram os factos”.

A Lusa perguntou também se o militar permanece em funções ou se foi afastado, mas não obteve resposta.

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