ECONOMIA & FINANÇAS
APENAS 25% DOS CARTÕES DE CRÉDITO SÃO MESMO GRATUITOS
A partir de 25 mil simulações no comparador gratuito do site comparaja.pt, realizadas nos últimos seis meses, a empresa lança estatísticas sobre os cartões existentes no mercado português e, pela primeira vez, premeia os melhores.
A partir de 25 mil simulações no comparador gratuito do site comparaja.pt, realizadas nos últimos seis meses, a empresa lança estatísticas sobre os cartões existentes no mercado português e, pela primeira vez, premeia os melhores.
Motivado pelos resultados obtidos pela análise às tendências das últimas 25 mil simulações no seu simulador gratuito de cartões de crédito, e para poder apresentar aos utilizadores informações únicas sobre o mercado nacional, o ComparaJá.pt decidiu avançar com um estudo e “ir mais além, fazendo a análise mais completa e detalhada possível à totalidade da oferta destes produtos no nosso mercado, podendo desta forma apresentar dados que até agora não haviam sido apurados”, explica, ao Jornal Económico, Sérgio Pereira, diretor geral da plataforma gratuita de comparação financeira.
Entre as principais conclusões desta análise, feita a um total de 102 cartões de crédito existentes no mercado português, destaca-se o facto de apenas 25 isentarem os consumidores de custos associados à anuidade ou a comissões de utilização mínima. Metade destas opções, totalmente gratuitas, referem-se a cartões de fidelização de marcas, sendo os restantes disponibilizados por três financeiras – WiZink, Cofidis e Cetelem – e por oito bancos – ActivoBank, EuroBIC, Banco BiG, BPI, Banco CTT, Bankinter, Crédito Agrícola e Millennium BCP.
De salientar que 24 destes 25 cartões gratuitos têm a TAEG no limite máximo definido pelo Banco de Portugal (16,1% para o presente trimestre) e apenas 7 incluem algum tipo de seguro.
Por outro lado, apenas 25 dos 102 cartões isentam totalmente os consumidores do pagamento de qualquer taxa de gasolineira (cujo valor é de 0,50€), taxa cobrada quando se utiliza o cartão para pagar os abastecimentos de combustível. Neste campo, para além de três cartões de fidelização – Halcon Viagens, Cepsa, Vila Galé e Caetano Retail -, apenas três financeiras – WiZink, Unibanco e Cofidis – e quatro bancos – Banco BiG, Bankinter, Banco Best, Santander Totta – oferecem cartões que isentam os seus clientes destes encargos adicionais.
Segundo o responsável, no seguimento dessa mesma análise, e de acordo com as categorias existentes no comparador, o objetivo foi ainda distinguir as ofertas que, pela sua relação custo/benefício, se afirmavam como as mais vantajosas para diferentes tipos de perfis e necessidades, “ficando assim dado o mote para a primeira edição dos prémios que apelidamos de “Melhores Cartões de Crédito”.
Na expectativa de repetir esta iniciativa a cada ano, a empresa espera também que a mesma possa servir para as instituições financeiras apostarem no desenvolvimento de ofertas cada vez mais apelativas para os portugueses. “E atenção, este apelo à melhoria contínua das condições nos cartões de crédito é extensível às muitas marcas que dispõem de cartões co-branded em parcerias com instituições de crédito – a existência de muitos cartões de crédito de fidelização de marcas foi uma das grandes tendências apuradas pela extensa análise que fizemos”, conclui Sérgio Pereira.
Ao analisar o perfil os consumidores portugueses, foi possível concluir que procuram sobretudo cartões que incluam cashback, benefício que permite receber de volta parte do valor das compras realizadas. Por outro lado, são os solteiros sem dependentes quem mais procura este produto de crédito, sendo que as famílias com rendimentos mais baixos procuram maioritariamente cartões das categorias de “Cashback” e “Descontos”, enquanto as famílias com rendimentos mais elevados procuram sobretudo das categorias de “Milhas Aéreas” e “Premium”.
Particularmente sobre os 102 cartões estudados, importa reter que, por categoria, existem 12 com cashback ao dispor dos consumidores nacionais (a percentagem do valor das compras realizadas com o cartão que o consumidor recebe de volta varia entre 1% e 3%); 16 cartões com milhas aéreas no mercado (por cada euro gasto, os consumidores portugueses poderão receber entre 0,5 a 2 milhas); 15 cartões que incluem programas de pontos; e ainda existem 71 cartões que dão acesso a algum tipo de desconto, no entanto, apenas 43 permitem aceder a uma rede alargada de parceiros (mais de 50 parceiros) com descontos.
Importa ainda reter que mais de metade dos cartões de crédito permitem o fracionamento de compras (49 não dão esse benefício aos consumidores) e que continua a ser pouco comum a possibilidade de fazer pagamentos quer a crédito quer a débito (menos de 1/5 incluem esta função dual).
No que concerne a taxas médias nos pagamentos no estrangeiro (fora da UE), estas ascendem a 2,75% sobre o valor da operação. Os valores que os consumidores terão de suportar variam entre 0% (apenas o cartão da Cofidis o permite) e 3,35% (cartões do Novo Banco e Banco Best).
O estudo apurou ainda que o custo médio de um levantamento a crédito em Portugal é de 7,28 euros. Para um exemplo de levantamento de 100 euros no multibanco, os consumidores nacionais poderão pagar entre 0 euros (apenas o cartão da Cofidis o permite) e 8,25 euros (cartões da Caixa Geral de Depósitos).
Já o custo médio de transferência a crédito para conta à ordem é de 6,18 euros. Para um exemplo de transferência de 100 euros do cartão de crédito para a conta à ordem (crédito em linha), os consumidores nacionais poderão pagar entre 0 euros (apenas no cartão do ActivoBank e da Cofidis) e 9,50 euros (cartões do Crédito Agrícola).
ECONOMIA & FINANÇAS
SETE EM CADA DEZ EMPRESAS DISCORDAM DA SEMANA DE QUATRO DIAS
Sete em cada dez empresas são contra a implementação da semana de quatro dias, sobretudo no comércio, indústria e construção, e 71% das que concordam defendem que a medida deveria ser facultativa, segundo um inquérito hoje divulgado.
Sete em cada dez empresas são contra a implementação da semana de quatro dias, sobretudo no comércio, indústria e construção, e 71% das que concordam defendem que a medida deveria ser facultativa, segundo um inquérito hoje divulgado.
Elaborado pela Associação Industrial Portuguesa — Câmara de Comércio e Indústria (AIP-CCI) e referente ao quarto trimestre de 2024, o “Inquérito de Contexto Empresarial sobre o Mercado Laboral” indica ainda que 70% das empresas defendem que matérias laborais como carreiras, benefícios, remunerações complementares ou limites de horas extraordinárias deveriam ser concertadas no interior das empresas e não em sede de Contrato Coletivo de Trabalho (CCT).
Relativamente ao banco de horas individual, 71% das empresas inquiridas dá parecer favorável e, destas, 74% entende que deveria ser fixado por acordo dentro da empresa, em vez de nas convenções coletivas de trabalho.
Segundo nota a AIP, entre as empresas que mais defendem esta concertação interna estão as pequenas e médias empresas.
Já em termos de modelo de trabalho, 81% das 523 empresas participantes dizem praticar trabalho presencial, 17% um modelo híbrido e 2% teletrabalho. Entre as que adotaram um modelo híbrido ou remoto, 73% afirmam que tal contribuiu para uma melhoria da produtividade e 84% consideram manter este modelo.
Quando questionadas sobre o Salário Mínimo Nacional (SMN), 83% das empresas concordam com a sua existência, ainda que 65% entendam que não deve ser encarado como um instrumento de redistribuição de riqueza.
Entre as que consideram que o SMN deve ser um instrumento com este fim, 45% diz que deveria ser a sociedade a suportá-lo, através de impostos negativos nos rendimentos mais baixos, enquanto as restantes 55% defendem que deveria ser suportado pelos custos de exploração das empresas.
Relativamente ao valor de 1.020 euros mensais projetados para o SMN até ao final da atual legislatura, mais de metade (56%) das empresas inquiridas apontam que é suportável pela conta de exploração das empresas, embora 95% desconheça algum estudo que aponte o seu setor de atividade como tendo capacidade para o financiar.
Para 65% das empresas, a fixação anual do salário mínimo deveria estar dependente da evolução da produtividade.
Quando questionadas sobre a autodeclaração de doença, 55% das empresas manifestou-se contra, apesar de 89% assinalar que nunca registou um caso destes ou que estes são muito pouco frequentes.
No que respeita ao designado “direito a desligar”, metade das empresas defende-o e outras tantas discordam, sendo que entre as que apresentam maior taxa de rejeição à implementação desta medida estão, sobretudo, as médias e microempresas.
Já quanto a sua comunicação à ACT, 86% das empresas discordam deste procedimento.
O inquérito da AIP-CCI foi realizado entre 12 de outubro e 11 de novembro de 2024 junto de 523 sociedades comerciais de todo o país (24% do Norte, 32% do Centro, 26% da Área Metropolitana de Lisboa, 12% do Alentejo, 3% do Algarve e 3% das ilhas).
A indústria representou 47% da amostra, seguida pelos serviços (26%), comércio (14%), construção (7%), agricultura (3%), alojamento e restauração (2%) e transportes e armazenagem (1%), sendo que 3% eram grandes empresas, 8% médias, 45% pequenas e 44% microempresas.
Da totalidade da amostra, 49,01% são empresas exportadoras.
ECONOMIA & FINANÇAS
ERC: APENAS 4% DOS MEDIA PORTUGUESES FATURAM ACIMA DE 10 MILHÕES
As empresas de media com rendimentos acima de 10 milhões de euros representavam 4% da totalidade em 2023, segundo a análise económico-financeira da ERC hoje divulgada, que aponta que as receitas não registaram melhoria face ao ano anterior.
As empresas de media com rendimentos acima de 10 milhões de euros representavam 4% da totalidade em 2023, segundo a análise económico-financeira da ERC hoje divulgada, que aponta que as receitas não registaram melhoria face ao ano anterior.
Esta é uma das conclusões do estudo de análise económica e financeira sobre os media em Portugal da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) relativo ao exercício de 2023, que tem por base dados reportados pelos regulados, no âmbito da Lei da Transparência da Titularidade dos Meios de Comunicação Social (Lei nº 78/2015, de 29 de julho).
“A análise conduzida pela ERC apurou que os ativos totais das empresas de comunicação social ascenderam a 1.123.063 euros e os rendimentos totais da atividade a 1.166.911 euros”, lê-se no comunicado do regulador.
Constatou-se “que as empresas com rendimentos superiores a 10 milhões de euros apenas representaram 4% da totalidade de entidades, mas 86% dos ativos, 84% dos capitais próprios do setor e 89% dos rendimentos”, prossegue a ERC.
O regulador refere que sobressai “o facto de não se ter assistido, em 2023, a uma melhoria dos rendimentos das empresas de comunicação social em Portugal, mantendo-se em 53% a percentagem de empresas que registam crescimento dos rendimentos”.
No período em análise, “o número de empresas com resultados líquidos positivos, resultados operacionais ou EBITDA positivos, e capitais próprios positivos situou-se em proporções inferiores a 2022”.
O estudo caracteriza o setor dos media português de “granular, composto por muitas pequenas empresas, em especial nos segmentos mais tradicionais, como as publicações periódicas e as rádios hertzianas”.
Aliás, “são as pequenas empresas que enfrentam maiores dificuldades face à alteração paradigmática da forma como os conteúdos são consumidos e dos interesses e composição dos consumidores, limitando ou inibindo a capacidade de crescimento”.
A publicidade continuou a ser a principal fonte de receitas do setor em 2023, “mas a sua evolução apresentou um comportamento misto entre as principais instituições”.
De acordo com a análise, “verificou-se um aumento das receitas de publicidade do segmento de televisão, mas mais centrado nos canais de televisão por subscrição (STVS) em detrimento do ‘free-to-air’ [canais gratuitos]”.
O consumo de notícias “é cada vez mais fragmentado entre diferentes plataformas comunicacionais e que a utilização do vídeo como fonte noticiosa tem vindo a crescer, especialmente entre os mais jovens”, refere a análise, que adianta que como “principal fonte de conteúdos de vídeo noticiosos surgem as plataformas de partilha de vídeo em detrimento dos ‘sites’ dos editores, o que aumenta os desafios de monetização de produção de conteúdos e conexão destes últimos”.
O estudo completo da ‘Análise Económica e Financeira ao Setor de Media em Portugal no ano 2023’ pode ser consultado na página da ERC.
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