NACIONAL
APÓS 47 ANOS A PLACA DO CDS-PP FOI RETIRADA DA ASSEMBLEIA DA RÉPUBLICA
O CDS-PP esteve na Assembleia da República 47 anos, mas hoje foram precisos poucos segundos para que a placa que indicava o grupo parlamentar centrista fosse retirada da porta da sala, no Andar Nobre, que agora será do Chega.
O CDS-PP esteve na Assembleia da República 47 anos, mas hoje foram precisos poucos segundos para que a placa que indicava o grupo parlamentar centrista fosse retirada da porta da sala, no Andar Nobre, que agora será do Chega.
Os resultados eleitorais das eleições legislativas de 30 de janeiro mudaram de forma visível a reconfiguração do parlamento, com CDS-PP e PEV a perder a sua representação e a deixar a Assembleia da República na legislatura que agora termina.
Se no hemiciclo as mudanças serão visíveis – o desaparecimento de partidos, o crescimento do Chega e da IL ou a queda do BE, PCP e PAN, por exemplo – também nos corredores e nas salas do parlamento estes resultados obrigaram a mudanças de fundo.
Ainda não era 10:30 quando um funcionário do parlamento, com um saco branco na mão, se aproximou da entrada da sala que o CDS-PP vai ter agora que entregar ao Chega – e que era sua há décadas – para retirar a placa que indicava que aquele era o espaço dos centristas.
O momento simbólico – eternizado por duas câmaras de televisão e duas máquinas fotográficas – durou poucos segundos e, com recurso a uma chave de fendas, o funcionário do parlamento arrancou a placa onde se podia ler “Grupo Parlamentar do Partido Popular (CDS/PP) – Presidente”.
Na parede restam agora – até entrar a próxima placa – dois pequenos buracos que indicam que ali existiu algo que já não estará mais na legislatura que começará em breve.
Mas não foi só na sala do CDS-PP que aconteceram mudanças. Uns metros ao lado, no mesmo corredor, também o BE – que passou de 19 para cinco deputados – deixou a Sala Lisboa para a entregar à IL – que deixou a condição de deputado único para um grupo parlamentar de oito deputados.
Ao longo dos últimos dias, pelos corredores do parlamento, circularam carrinhos com documentos, pastas e mobília, tendo também o BE esvaziado a sua sala e ficando, neste andar nobre, apenas com uma sala contígua que já era sua e que servirá como o espaço dos bloquistas neste piso.
O mesmo funcionário – com o mesmo saco branco e a mesma chave de fendas – voltou alguns minutos depois e fez à placa do BE o mesmo que tinha feito à do CDS-PP, com a diferença que a dos bloquistas permanecerá noutro espaço mais reduzido, tal como seu grupo parlamentar.
A agência Lusa questionou o gabinete do Secretário-Geral da Assembleia da República sobre esta reorganização espacial do parlamento na sequência das eleições, tendo sido explicado que os grupos parlamentares do PS e do PSD “mantêm os gabinetes que ocupam nos quatro pisos do Novo Edifício bem como os que ocupam no Andar Nobre, junto ao Hemiciclo”.
O PS, que com a maioria absoluta conseguida aumentou o número de mandatos, passa ainda a ocupar os gabinetes que o PAN e o PEV tinham no corredor entre a Biblioteca e o Novo Edifício.
Já o Chega, agora terceira força política e com 12 deputados, além de ficar com o espaço do CDS, vai manter os gabinetes que tinha como deputado único na Sobreloja do Palácio, bem como mais sete gabinetes no mesmo espaço.
O grupo parlamentar da IL, para além da sala que era do BE no Andar Nobre, ficará com seis gabinetes na Sobreloja, entre o Andar Nobre e o piso das comissões parlamentares no rés-do-chão.
A Sobreloja também acolherá os deputados únicos dos deputados únicos do PAN e do Livre.
NACIONAL
MORTALIDADE INFANTIL REGRESSOU A NÍVEIS PRÉ-PANDEMIA – DGS
A taxa de mortalidade infantil estabilizou e regressou aos níveis pré-pandemia e, nos últimos dois anos, as mortes maternas baixaram, segundo dados preliminares da Direção-Geral da Saúde (DGS).
A taxa de mortalidade infantil estabilizou e regressou aos níveis pré-pandemia e, nos últimos dois anos, as mortes maternas baixaram, segundo dados preliminares da Direção-Geral da Saúde (DGS).
A informação foi avançada à agência Lusa pela diretora-geral da Saúde, Rita Sá Machado, a propósito dos relatórios que a DGS divulga esta quinta-feira sobre a mortalidade infantil e materna no período 2017-2021.
“Aquilo que nós conseguimos ver, no caso da mortalidade materna, é que nos últimos dois anos, com análises preliminares, nós conseguimos ver até alguma diminuição e, no caso da mortalidade infantil, (…) uma estabilização, mas conseguimos ver que os níveis observados vão para aqueles níveis que eram os níveis pré-pandemia”, afirmou.
No caso da mortalidade materna, segundo explicou, o relatório incorpora o trabalho desenvolvido pela comissão criada em 2020 para analisar este fenómeno e também os dados recolhidos através do Sistema de Informação de Certificados de Óbito (SICO).
Sobre o trabalho da comissão criada em 2020 para estudar a mortalidade materna, cujo trabalho nunca foi tornado público, Rita Sá Machado explicou essa opção com o facto de tal documento conter “dados muito sensíveis” que poderiam permitir identificação de pessoas.
Quanto a distância entre o período abrangido pelos relatórios divulgados esta quinta-feira pela DGS e os números mais recentes já divulgados, por exemplo, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), a responsável explicou: “São dois trabalhos distintos: num estamos a falar daquilo que são indicadores simples, olhando para tendências, se os indicadores vão aumentando ou diminuindo. Uma outra coisa foi o que trabalhámos de uma forma detalhada, olhando com uma dimensão mais profunda, com recomendações específicas”.
Os dados divulgados esta quita-feira indicam que após 2015 manteve-se o aumento do numero de mortes maternas, variando entre sete e 17. O valor máximo observado no período em análise verificou-se em 2020, coincidente com a pandemia de covid-19 (17 mortes).
Admite ainda que a aplicação dos respetivos mecanismos de melhoria pode justificar o aumento do número de mortes maternas e do Rácio de Mortalidade Materna (RMM) a partir de 2014, “pelo aumento da sensibilidade e pela diminuição de fenómenos de subnotificação”.
Segundo o relatório, a maioria (51,7%) das mortes maternas no quinquénio 2017-2021 ocorreu em mulheres em menos de 35 anos, apesar do Rácio de Mortes Maternas (que reflete a capacidade do sistema de saúde prestar os cuidados eficazes na prevenção e complicações que ocorrem) é superior nas mulheres com mais de 40 anos de idade.
O documento destaca igualmente a prevalência de carga de doença identificada antes da gravidez, considerando este indicador “de grande relevância”, uma vez que abrange 63% dos casos.
O diagnóstico da obesidade foi o mais prevalente, seguido da hipertensão arterial. Em 33,3% dos casos de morte materna foi identificado um Índice de Massa Corporal (IMC) igual ou superior a 25kg/m2 (excesso de peso e obesidade).
A diretora-geral de Saúde sublinha que estas alterações sociodemográficas da população e a carga de doença estão a ter efeitos nas mães e, por isso, defende um acompanhamento das diretrizes emanadas pela DGS e da “própria prestação e organização dos serviços de saúde” para acompanhamento destas mães.
Nas conclusões do relatório, a DGS refere que embora a maioria das mortes maternas ocorra em mulheres portuguesas, o rácio de mortalidade materna (RMM) nas mulheres estrangeiras é superior.
Esta situação leva a responsável da DGS a considerar necessário “um melhor conhecimento dos próprios profissionais que estão no atendimento, para que o processo de atendimento seja mais célebre a algumas destas mulheres [estrangeiras]”.
A este propósito, a DGS recomenda no relatório a elaboração e divulgação de uma circular conjunta sobre procedimentos no atendimento de grávidas de nacionalidade estrangeira.
Questionada sobre se uma possível alteração na Lei de Bases da Saúde que restrinja acesso a cidadãos estrangeiros a casos urgentes ou se o ato for pago, Rita Sá Machado recorda:”uma grávida, quer no seu acompanhamento, quer em qualquer problema que tenha durante a gravidez, é sempre olhado como questões de urgência ou emergência”.
No relatório sobre a mortalidade materna, a DGS recomenda ainda que se assegure que uma grávida não vigiada tem uma consulta num prazo de uma semana após o pedido da unidade de saúde, seja qual for o trimestre da gravidez.
A melhoria da vigilância da saúde das grávidas em condições de risco e com necessidade de vigilância acrescida, garantindo de é encaminhada dos cuidados de saúde primários para consulta específica e ser atendida no praz máximo de duas semanas, são outras das recomendações.
NACIONAL
HERNÂNI DIAS PEDE DEMISSÃO E LUÍS MONTENEGRO ACEITA-A
O primeiro-ministro aceitou esta terça-feira o pedido de demissão do secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, Hernâni Dias, sublinhando “o desprendimento subjacente à decisão pessoal” do governante.
O primeiro-ministro aceitou esta terça-feira o pedido de demissão do secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, Hernâni Dias, sublinhando “o desprendimento subjacente à decisão pessoal” do governante.
Numa nota do gabinete de Luís Montenegro publicada no portal do Governo lê-se que “o primeiro-ministro aceitou o pedido de demissão esta terça-feira apresentado pelo secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, Dr. Hernâni Dias”.
“Nesta ocasião, o primeiro-ministro expressa reconhecimento ao Dr. Hernâni Dias pelo empenho na concretização do Programa do Governo em áreas de particular importância e sublinha o desprendimento subjacente à decisão pessoal tomada. O secretário de Estado cessante será oportunamente substituído no cargo”, acrescenta.
Esta é a primeira demissão no XXIV Governo Constitucional PSD/CDS-PP que tomou posse a 02 de abril do ano passado.
Na sexta-feira, a RTP noticiou que Hernâni Dias criou duas empresas que podem vir a beneficiar com a nova lei dos solos, sendo que é secretário de Estado do ministério que tutela essas alterações.
Uma semana antes, o mesmo canal de televisão avançou que Hernâni Dias estava a ser investigado pela Procuradoria Europeia e era suspeito de ter recebido contrapartidas quando foi autarca de Bragança.
Na terça-feira da semana passada, num comunicado enviado à agência Lusa, Hernâni Dias recusou ter cometido qualquer ilegalidade, afirmando que está “de consciência absolutamente tranquila” e que agiu “com total transparência”.
O secretário de Estado garante ter pedido ao Ministério Público (MP) “que investigasse a empreitada da Zona Industrial em Bragança e ao LNEC [Laboratório Nacional de Engenharia Civil] que fizesse uma auditoria”, assegurando, relativamente ao apartamento ocupado pelo filho no Porto, que “o valor das rendas foi pago por transferência.
O Chega e o BE já pediram a demissão do governante e vários já requereram a sua audição parlamentar.
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