ARTE & CULTURA
AROUCA FILM FESTIVAL SERÁ MAIS EXTENSO PARA INCLUIR LONGAS-METRAGENS E FILMES EMPRESARIAIS
O 17.º Arouca Film Festival realiza-se neste município do distrito de Aveiro de 09 a 15 de setembro, passando este ano a prolongar-se por sete dias e a abranger competições de longas-metragens portuguesas e de filmes empresariais.
O 17.º Arouca Film Festival realiza-se neste município do distrito de Aveiro de 09 a 15 de setembro, passando este ano a prolongar-se por sete dias e a abranger competições de longas-metragens portuguesas e de filmes empresariais.
O evento é promovido pelo Cineclube de Arouca e, segundo João Rita, presidente desta estrutura e diretor do festival, a mudança para uma calendarização mais extensa visa “dar resposta ao apelo dos participantes, que sentem a necessidade de ter mais espaços de discussão sobre temáticas emergentes no mundo do cinema, e exigem maior reflexão por quem se dedica à produção, realização e difusão de obras cinematográficas”.
À 17.ª edição do festival concorreram menos filmes do que em 2018, já que as candidaturas passaram de 785 para 700, mas essas obras continuam a ser provenientes “de todo o mundo”, e resultam agora numa maior seleção de concorrentes: se no ano passado só foram escolhidas para competição 41 produções, em 2019 elas serão 55.
Após uma pré-abertura do evento a 05 de setembro, em São João da Madeira, onde o Cineclube de Arouca também desenvolve iniciativas de promoção da Sétima Arte, as principais categorias competitivas do festival continuarão a ser ficção, documentário, animação, ‘videoclip’ e filme experimental, mas em 2019 o certame lança duas novas modalidades relativas a longas-metragens “exclusivamente portuguesas” e a obras sobre o universo laboral.
“A secção de longas-metragens é destinada à promoção e divulgação da cinematografia portuguesa, com o intuito de divulgar de forma eficaz o cinema nacional e aproximá-lo do público”, explica João Rita à agência Lusa.
Já a criação da rubrica “Enterprise Smart Video” pretende ser “uma mostra mundial de filmes realizados em ambiente empresarial, na sua maioria por operários”, com o que o Cineclube de Arouca quer “estimular a criatividade e a apetência pelo uso do vídeo”, no tecido empresarial da região.
Particularmente frequente nas diversas categorias competitivas do evento é a presença “quase transversal” de filmes que abordam “a homofobia e as relações interpessoais”, divulgando a mensagem de que há que reforçar “o respeito pelo outro e pela diferença, e o apelo à tolerância, ao diálogo e à liberdade de pensamento”.
João Rita defende, aliás, que esses temas “são extremamente importantes no atual contexto mundial” e que a sua inclusão nos argumentos cinematográficos reflete o empenho dos realizadores em contribuir para “um mundo mais aberto, mais justo, livre e tolerante” – o que, por sua vez, comprova igualmente “o papel catalisador do cinema na mudança social”.
ARTE & CULTURA
PAUL MCCARTNEY PEDE AO GOVERNO PARA PROTEGER ARTISTAS DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
O ex-Beatle Paul McCartney apelou hoje ao Governo britânico para reforçar a proteção dos artistas contra a inteligência artificial (IA), numa altura em que o executivo considera uma reforma da lei dos direitos de autor.
O ex-Beatle Paul McCartney apelou hoje ao Governo britânico para reforçar a proteção dos artistas contra a inteligência artificial (IA), numa altura em que o executivo considera uma reforma da lei dos direitos de autor.
Numa entrevista à BBC, o cantor e compositor britânico, de 82 anos, alertou que os músicos podem ser “despojados” das suas criações e voltou a criticar o projeto do Governo trabalhista que prevê alterações à legislação sobre direitos de autor.
Entre as propostas está “uma exceção aos direitos de autor” para treinar modelos de IA com fins comerciais, cujo projeto ofereceria aos criadores a possibilidade de “reservar os seus direitos”.
Paul McCartney, que manteve uma carreia praticamente a solo após a dissolução oficial dos Beatles, em 1970, sustenta que, com essa reforma, os artistas perderão o controlo sobre as suas obras.
“Os jovens podem escrever uma bela canção, mas podem acabar por não ser os proprietários dela”, disse.
Pior ainda, “qualquer pessoa poderá apropriar-se dessa canção”, denunciou.
“A verdade é que o dinheiro irá para algum lado. Alguém será pago. Não deverá ser o tipo que escreveu ‘Yesterday’?”, um dos temas mais conhecidos dos The Beatles, composto por Paul McCartney (creditada a Lennon/McCartney), gravada em 1965 para o álbum “Help!”, questionou.
“Se apresentarem um projeto de lei, assegurem-se de que protegem os pensadores e os artistas, caso contrário, não terão o seu apoio. Somos o povo, vocês são o Governo. É suposto que nos protejam. Esse é o vosso trabalho”, reforçou McCartney.
O Governo britânico anunciou que aproveitará o período de consulta pública, que decorre até 25 de fevereiro, para explorar os principais pontos do debate, incluindo a forma como os criadores poderão obter licenças e ser remunerados pela utilização das suas obras.
Questionada sobre estas propostas numa entrevista à BBC, a ministra das Finanças britânica, Rachel Reeves, garantiu que “quer apoiar os artistas” e fará “tudo para que os direitos de autor sejam respeitados”.
Em novembro de 2023, McCartney e Ringo Starr, os membros sobreviventes dos Beatles (George Harrison morreu em novembro de 2001), usaram a IA para extrair a voz de John Lennon, assassinado em 1980 em Nova Iorque, de uma canção inacabada com várias décadas, intitulada “Now and Then”.
“Eu acho que a IA é fantástica e pode fazer muitas coisas incríveis”, admitiu Paul McCartney.
“No entanto, a IA não deve despojar os criadores. Isso não faz sentido”, concluiu.
ARTE & CULTURA
PORTO: SERRALVES RECEBE 37 OBRAS CONTEMPORÂNEAS DA COLEÇÃO DUERCKHEIM
A Fundação de Serralves, no Porto, assinou um acordo para receber em depósito 37 obras de 19 artistas provenientes da Coleção Duerckheim, que prevê ainda a doação de uma peça de Anselm Kiefer à instituição portuguesa.
A Fundação de Serralves, no Porto, assinou um acordo para receber em depósito 37 obras de 19 artistas provenientes da Coleção Duerckheim, que prevê ainda a doação de uma peça de Anselm Kiefer à instituição portuguesa.
Em comunicado, a Fundação de Serralves anunciou que vai receber, neste âmbito, o depósito de peças de Darren Almond, Georg Baselitz, Isaak Brodsky, Roman Buxbaum, Jake e Dinos Chapman, Theaster Gates, Gilbert & George, Antony Gormley, Damien Hirst, Zhang Huan, Stefan Hunstein, Anselm Kiefer, Michael Landy, Mamedov, Haralampi Oroschakoff, Sam Taylor-Wood, Matthias Wähner, Cerith Wyn Evans e Remy Zaugg.
O acordo inclui a doação de “Dat rosa miel apibus”, de Anselm Kiefer.
“É com grande alegria que Serralves recebe em depósito esta extraordinária coleção reunida ao longo de décadas de dedicação à arte pelo Conde Duerckheim. Este é um momento de grande importância para Serralves, e o acordo representa o reconhecimento da capacidade da Fundação para atrair e acolher as maiores coleções internacionais de arte contemporânea”, disse a presidente do conselho de administração da fundação, Ana Pinho, citada no mesmo comunicado.
De acordo com Serralves, o acordo foi possível graças à influência de Nuno Luzio, que deu a ideia ao Conde Christian Duerckheim, algo saudado por ambas as partes.
“Tendo estado fora de Portugal durante mais de 20 anos, Nuno Luzio demonstra o poder da diáspora portuguesa e o bem maior que podem fazer pelo seu país”, afirmou Ana Pinho.
Nascido em 1944 na região alemã da Saxónia, o industrial Christian Duerckheim viveu em Londres na década de 1960 e tornou-se num dos “mais significativos colecionadores da Europa”, como escreveu o jornal britânico The Guardian, em 2013, aquando de uma doação de 34 desenhos de artistas alemães modernos e de mais 60 trabalhos ao British Museum.
Em 2011, Duerckheim vendeu cerca de 80 obras através da leiloeira Sotheby’s por um valor recorde de mais de 100 milhões de libras, segundo notícias publicadas então pela imprensa especializada.
Na altura, ao New York Times, Christian Duerckheim afirmou que sempre quis ver a arte do seu tempo, enquanto alguém interessado em história que ficou obcecado com a arte do seu próprio país depois de ver uma obra de Georg Baselitz em 1970.
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