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ARTE & CULTURA

ASSOCIAÇÕES LANÇAM PETIÇÃO PÚBLICA PARA EXIGIR SALAS DE CINEMA INCLUSIVAS

Mais de vinte associações e organizações portuguesas exigem “medidas urgentes e concretas” para que as salas de cinema sejam inclusivas, porque “a experiência cinematográfica ainda permanece inacessível para uma parte significativa da população”.

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Imagem gerada por AI

Mais de vinte associações e organizações portuguesas exigem “medidas urgentes e concretas” para que as salas de cinema sejam inclusivas, porque “a experiência cinematográfica ainda permanece inacessível para uma parte significativa da população”.

Numa petição pública, lançada esta semana e dirigida à Assembleia da República e ao Governo, 22 associações e estruturas apelam “à criação de um plano nacional de acessibilidade ao cinema”, fazendo cumprir a Constituição e a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência.

As associações signatárias afirmam que não estão “garantidas condições de acesso às salas de cinema portuguesas e aos conteúdos audiovisuais”, porque não está ainda generalizada a utilização de legendas descritivas, audiodescrição e interpretação em língua gestual portuguesa, e falta regulamentação específica aplicada à exibição.

“Assim, perpetuam-se barreiras que excluem pessoas com deficiência sensorial, motora ou intelectual, a comunidade Surda e as pessoas com perda auditiva utilizadoras de tecnologias para ouvir como próteses e implantes auditivos”, lamentam.

Entre as estruturas que assinam esta petição estão a Acesso Cultura, a Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal, a mostra de cinema AMPLA, a Associação Nacional de Desporto para Deficiência Visual, a Associação Promotora de Emprego de Deficientes Visuais, a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, o Centro de Vida Independente e a Confederação Nacional das Organizações das Pessoas com Deficiência.

Esta petição é lançada semanas antes da realização da AMPLA – Mostra de Cinema Premiado, que começa no dia 14 na Culturgest, em Lisboa, e que vai exibir filmes com recursos para todos os tipos de público, e também com sessões mais descontraídas, para famílias com crianças e para espectadores com “de´fice de atenc¸a~o, com deficie^ncia intelectual, com condic¸o~es do espectro autista, com deficie^ncias sensoriais, sociais ou de comunicac¸a~o”.

De acordo com os dados mais recentes do Instituto do Cinema e Audiovisual (ICA), a rede de exibição comercial de cinema em Portugal contava, no final de 2024, com 559 salas e um total de 109.813 lugares. Não estão discriminados dados sobre acessibilidades.

Sobre a criação de um plano nacional de acessibilidade ao cinema, os peticionários defendem a criação de incentivos financeiros para implementar tecnologias nas salas de cinema, querem que se cumpra a lei sobre barreiras arquitetónicas e pedem que haja obrigações legais para que produtores e distribuidoras disponibilizem cópias acessíveis dos filmes.

Formação de profissionais sobre práticas inclusivas e fiscalização são outras duas necessidades a incluir num plano nacional reivindicado nesta petição pública (peticaopublica.com/pview.aspx?pi=acessoaocinema).

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PORTO: CINEMA TRINDADE ASSINALA OITO ANOS DA REABERTURA

Uma conversa, no sábado, entre os realizadores Pedro Costa, Victor Erice e Aki Kaurismaki é um dos pontos altos de uma programação que assinala o oitavo aniversário da reabertura do Cinema Trindade, no Porto.

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Uma conversa, no sábado, entre os realizadores Pedro Costa, Victor Erice e Aki Kaurismaki é um dos pontos altos de uma programação que assinala o oitavo aniversário da reabertura do Cinema Trindade, no Porto.

A celebração de existência deste cinema independente começa esta quarta-feira, assinalando os oito anos de reabertura de portas – a 05 de fevereiro de 2017 -, renovado e com programação regular, depois de 17 anos encerrado.

Em comunicado, o Cinema Trindade explica que “este aniversário convida o público a uma jornada especial pelo passado, presente e futuro do cinema, ancorado em autores e temas específicos”.

Até ao dia 16, haverá cinema português para recordar, como por exemplo “No quarto da Vanda”, de Pedro Costa, “Sob a chama da candeia”, de André Gil Mata, “Cartas telepáticas”, de Edgar Pêra, e “A comédia de Deus”, de João César Monteiro.

Um dos momentos deste aniversário está marcado para sábado, às 16h00, com uma conversa com “três dos maiores cineastas vivos”: O português Pedro Costa, o finlandês Akis Kaurismaki e o espanhol Victor Erice.

A sessão intitula-se “Afinidades Eletivas”, é de entrada gratuita e será seguida da exibição de “Centro Histórico”, filme que reúne quatro curtas-metragens feitas por Kaurismaki, Pedro Costa, Victor Erice e Manoel de Oliveira, produzidas pela Guimarães 2012 Capital Europeia da Cultura.

Destaque ainda para a estreia no Trindade de “The Shrouds”, o mais recente filme do realizador canadiano David Cronenberg.

O Cinema Trindade, um dos poucos cinemas no Porto que existe fora de centros comerciais, já teve várias vidas, desde que foi inaugurado em 1913, então com o nome Salão Jardim da Trindade.

Foi remodelado em 1957 e transformado no início dos anos 1990, com a inclusão de uma sala de bingo. “O Cinema Trindade não conseguiu sobreviver ao abandono e declínio da zona histórica portuense e fechou portas no ano 2000”, lê-se na página oficial.

O Cinema Trindade ganhou nova vida em 2017, com a distribuidora Nitrato Filmes, de Américo Santos, com duas salas de cinema e programação regular, entre estreias e ciclos temáticos.

A reabertura do Cinema Trindade, a 05 de fevereiro de 2017, aconteceu com o filme “Ornamento e Crime”, de Rodrigo Areias.

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PAUL MCCARTNEY PEDE AO GOVERNO PARA PROTEGER ARTISTAS DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

O ex-Beatle Paul McCartney apelou hoje ao Governo britânico para reforçar a proteção dos artistas contra a inteligência artificial (IA), numa altura em que o executivo considera uma reforma da lei dos direitos de autor.

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O ex-Beatle Paul McCartney apelou hoje ao Governo britânico para reforçar a proteção dos artistas contra a inteligência artificial (IA), numa altura em que o executivo considera uma reforma da lei dos direitos de autor.

Numa entrevista à BBC, o cantor e compositor britânico, de 82 anos, alertou que os músicos podem ser “despojados” das suas criações e voltou a criticar o projeto do Governo trabalhista que prevê alterações à legislação sobre direitos de autor.

Entre as propostas está “uma exceção aos direitos de autor” para treinar modelos de IA com fins comerciais, cujo projeto ofereceria aos criadores a possibilidade de “reservar os seus direitos”.

Paul McCartney, que manteve uma carreia praticamente a solo após a dissolução oficial dos Beatles, em 1970, sustenta que, com essa reforma, os artistas perderão o controlo sobre as suas obras.

“Os jovens podem escrever uma bela canção, mas podem acabar por não ser os proprietários dela”, disse.

Pior ainda, “qualquer pessoa poderá apropriar-se dessa canção”, denunciou.

“A verdade é que o dinheiro irá para algum lado. Alguém será pago. Não deverá ser o tipo que escreveu ‘Yesterday’?”, um dos temas mais conhecidos dos The Beatles, composto por Paul McCartney (creditada a Lennon/McCartney), gravada em 1965 para o álbum “Help!”, questionou.

“Se apresentarem um projeto de lei, assegurem-se de que protegem os pensadores e os artistas, caso contrário, não terão o seu apoio. Somos o povo, vocês são o Governo. É suposto que nos protejam. Esse é o vosso trabalho”, reforçou McCartney.

O Governo britânico anunciou que aproveitará o período de consulta pública, que decorre até 25 de fevereiro, para explorar os principais pontos do debate, incluindo a forma como os criadores poderão obter licenças e ser remunerados pela utilização das suas obras.

Questionada sobre estas propostas numa entrevista à BBC, a ministra das Finanças britânica, Rachel Reeves, garantiu que “quer apoiar os artistas” e fará “tudo para que os direitos de autor sejam respeitados”.

Em novembro de 2023, McCartney e Ringo Starr, os membros sobreviventes dos Beatles (George Harrison morreu em novembro de 2001), usaram a IA para extrair a voz de John Lennon, assassinado em 1980 em Nova Iorque, de uma canção inacabada com várias décadas, intitulada “Now and Then”.

“Eu acho que a IA é fantástica e pode fazer muitas coisas incríveis”, admitiu Paul McCartney.

“No entanto, a IA não deve despojar os criadores. Isso não faz sentido”, concluiu.

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