INTERNACIONAL
ATAQUES RUSSOS AOS EXPORTADORES DE CEREAIS AMEAÇAM ALIMENTAÇÃO GLOBAL
O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou hoje que os bombardeamentos russos aos portos no sul do país, exportadores de cereais, constituem um ataque à segurança alimentar mundial e que nenhum terrorista, “exceto a Rússia”, ameaçou tantas nações simultaneamente.

O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou hoje que os bombardeamentos russos aos portos no sul do país, exportadores de cereais, constituem um ataque à segurança alimentar mundial e que nenhum terrorista, “exceto a Rússia”, ameaçou tantas nações simultaneamente.
“Cada ataque russo a esses portos é um golpe nos preços mundiais dos alimentos, na estabilidade social e política em África e na Ásia”, disse Zelensky na sua mensagem diária, transmitida nas redes sociais, após mais uma noite de bombardeamentos.
Depois de vários ataques desde o início de agosto, durante a última noite o exército russo voltou a atacar infraestruturas portuárias do Danúbio com ‘drones’.
“Como resultado de ataques inimigos num dos portos do Danúbio, foram danificados armazéns de cereais”, disse o governador da região de Odessa, Oleg Kiper, nas redes sociais.
Na sua mensagem, Zelensky elencou os ataques russos contra os portos de Reni, Izmail, Pivdennyi, Odessa e Chornomorsk, comentando que “as coisas básicas que dão a cada sociedade uma vida normal são a comida na mesa da família” e que “nenhum terrorista no mundo, exceto a Rússia, jamais atacou a segurança de tantas nações ao mesmo tempo de forma tão flagrante e deliberada”.
“Precisamos responder a isso. Todos nós! Precisamos neutralizar isso – ativamente, com esforços conjuntos”, declarou o Presidente ucraniano, que reiterou os agradecimentos e pedido de ajuda internacional, através de sistemas de defesa aérea, armas, sanções, pressão financeira e política sobre a Rússia, como “as principais coisas que garantem agora a segurança e o retorno da paz não apenas num país, mas no mundo inteiro”.
A diplomacia norte-americana também reagiu nos mesmos termos aos recentes ataques russos e afirmou que o líder do Kremlin, Vladimir Putin, “não se importa” com o fornecimento de alimentos essenciais aos países em desenvolvimento.
“Isso é inaceitável. Putin não se preocupa com a segurança alimentar global”, afirmou aos jornalistas em Washington o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Vedant Patel.
A Ucrânia também anunciou hoje a saída do primeiro cargueiro comercial do porto de Odessa pela nova rota no Mar Negro, desafiando a Rússia, que ameaça atacar estes navios desde que abandonou há um mês o acordo de exportação de cereais ucranianos.
“A Ucrânia acaba de dar um passo importante para restaurar a liberdade de navegação no Mar Negro. O primeiro navio civil passou pelo novo corredor humanitário ucraniano, partindo do porto de Odessa”, afirmou no X (antigo Twitter).
Washington pediu hoje a Moscovo que regresse “imediatamente” à Iniciativa de Cereais do Mar Negro que vinculava a Rússia, a Ucrânia, a Turquia e Nações Unidas, tendo em vista a segurança alimentar global e a estabilização dos preços, no âmbito do conflito ucraniano, iniciado com a invasão russa em 24 de fevereiro do ano passado.
“O contraste é muito claro. Os nossos parceiros ucranianos estão a inspirar o mundo enquanto a Rússia está a matar o mundo de fome ao transformar alimentos em armas”, disse Vedant Patel.

DESTAQUE
TAXA DE VACINAÇÃO PODERÁ EVITAR NO FUTURO ATÉ 30% DE HOSPITALIZAÇÕES
O Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC) estimou hoje que uma elevada taxa de adesão à vacina da covid-19 das pessoas com mais de 60 anos pode prevenir entre 21% e 32% de hospitalizações.

O Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC) estimou hoje que uma elevada taxa de adesão à vacina da covid-19 das pessoas com mais de 60 anos pode prevenir entre 21% e 32% de hospitalizações.
Numa conferência de imprensa conjunta com a Agência Europeia de Medicamentos (EMA), a diretora do ECDC, Andrea Ammon, disse que os modelos do centro europeu mostram que “uma campanha de vacinação contra a covid-19 no outono, com uma elevada taxa de adesão à vacina e dirigida a indivíduos com 60 anos ou mais, poderia evitar cerca de 21% a 32% de todas as hospitalizações relacionadas com a doença até fevereiro de 2024”, nos países da União Europeia e do Espaço Económico Europeu (UE/EEE).
“Em breve teremos a chegada do outono e do inverno, durante os quais prevemos um ressurgimento da gripe e do vírus sincicial respiratório (RSV)”, disse, salientando ainda que tem havido aumentos da transmissão da covid-19 na UE/EEE, antecipando “que irão circular conjuntamente nos próximos meses”.
Questionada sobre as calendarizações das campanhas de vacinação, Andrea Ammon salientou que estas dependem da situação epidemiológica de cada país, ressalvando que as vacinas adaptadas às novas estirpes da covid-19, da gripe e do RSV já estão no mercado e devem ser administradas “o mais cedo possível”.
“A melhor altura é agora, o período de vacinação está a começar, mas as campanhas nos Estados-membros dependem da circulação dos vírus, da situação epidemiológica”, referiu.
A responsável do ECDC adiantou também que o centro tem “recebido os dados da vigilância dos vírus”, mas apelou ao aumento da realização de testes, nomeadamente em ambiente hospitalar.
No que respeita especificamente ao SARS-CoV-2, o vírus que causa a covid-19, a EMA recomendou a autorização de duas vacinas adaptadas às estirpes mais recentes, dos laboratórios Pfizer (Cominarty) e Moderna (Spikevax) e de novos medicamentos.
DESTAQUE
CIBERSEGURANÇA: IDENTIFICADOS 961 ATAQUES ‘PRÓ-RUSSOS’ CONTRA PAÍSES NATO
O VisionWare Threat Intelligence Centre (VTIC) detetou 961 ataques cibernéticos cometidos por piratas informáticos pró-russos a países e organizações ocidentais entre outubro de 2022 e março de 2023, indica hoje um relatório oficial enviado à agência Lusa.

O VisionWare Threat Intelligence Centre (VTIC) detetou 961 ataques cibernéticos cometidos por piratas informáticos pró-russos a países e organizações ocidentais entre outubro de 2022 e março de 2023, indica hoje um relatório oficial enviado à agência Lusa.
Intitulado ‘A Ação dos Grupos Cibernéticos Pró-Rússia Contra os Estados-Membros da NATO’, o relatório é elaborado pela VTIC, um centro de operações e análise de ameaças cibernéticas que alerta as instituições públicas e privadas, a nível global, sobre os perigos da cibercriminalidade e da desinformação.
O centro produz relatórios geopolíticos relacionados com as ameaças em estudo, monitoriza atores de risco, notifica em tempo real, sempre que dados das instituições ficarem comprometidos, elabora relatórios de análise e estudo perante as principais ameaças e atores, divididos por tempo e setor de risco.
A análise do relatório incide na atividade cibercriminosa levada a cabo pelos grupos ‘KillNet’ e ‘NoName057(16)’, tendo sido verificada pela VisionWare, uma empresa 100% portuguesa, fundada em 2005, especializada em segurança de informação, cibersegurança, tecnologias de informação e investigação forense, ‘compliance’, privacidade, formação e ‘intelligence’.
Em declarações à Lusa, Bruno Castro, fundador e CEO da VisionWare, admitiu não haver confirmações de que o ‘hacktivismo” pró-russo seja patrocinado pelo Estado, pelo que uma eventual participação do Kremlin “é pouco clara”.
“Não há material que permita concluir que os grupos têm filiação ao Kremlin (ou ao GRU e FSB). No entanto, há uma estratégia ofensiva muito bem coordenada, de acordo com os interesses do governo russo”, frisou.
Segundo o relatório, foram analisadas, no total, 8.347 mensagens na rede social Telegram: 6.805 referentes aos ‘Killnet’ e 1.542 referentes aos ‘NoName057(16)’.
Durante o período analisado, o setor mais atacado pelos grupos em questão foram os ligados aos “Organismos Estatais, Banca e Defesa”, com um total de 371 ataques. Janeiro de 2023 foi o mês com maior frequência de ataques, 333, o equivalente a aproximadamente 35% do total.
Portugal foi vítima de dois ataques providenciados pelos ‘KillNet’, que atingiram os portais da Direção Geral de Saúde (DGS) e da Faculdade de Farmácia.
Nos dois trimestres analisados, 41% dos ataques ‘Killnet’ foram nos Estados Unidos. Entre os países que mais foram alvo de ataques por parte dos ‘NoName057(16)’, destacam-se a Estónia, a Letónia e a Lituânia — que sofreram 33,9% dos ataques efetuados por este grupo — e a Polónia.
No período de tempo analisado, entre os dois grupos de ‘hacktivistas’, a Polónia, em particular, sofreu um total de 123 ataques e a União Europeia (UE) e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) foram alvo de 17.
Questionado sobre o que se avizinha para os grupos de “hacktivismo” pró-russos, Bruno Castro disse prever que continuarão a reagir aos assuntos da atualidade, observando as relações da Rússia com países terceiros.
“Este estudo, baseado na análise pormenorizada dos fenómenos diários que monitorizamos destes grupos, sugere que os alvos irão para além da Ucrânia. Por exemplo, os ‘KillNet’ reivindicaram a responsabilidade por ataques DDoS em grande escala contra os principais aeroportos dos Estados Unidos em outubro de 2022. Estes ataques não afetaram os voos, mas perturbaram ou atrasaram os serviços aeroportuários”, sustentou,
“Todos estes ataques DDoS dão prejuízos reputacionais e/ou financeiros, muitos deles, mais elevados do que calculamos. O relatório que apresentamos elucida para o desenvolvimento das capacidades, recursos e poder disruptivo destes grupos para atacar Estados e contribuir para a destabilização de sociedades”, alertou Bruno Castro.
Sob o mote ‘Challenging an Unsafe World’, a VisionWare, credenciada pela NATO, visa contribuir para o sucesso dos seus clientes, em estreita relação de parceria, “num mundo que é marcado pelas constantes inovações tecnológicas”, refere a VisionWare.
Os resultados do relatório, segundo a VisionWare, “ganham particular importância com o mais recente lançamento da Estratégia Cibernética do Departamento de Defesa de 2023 dos Estados Unidos, que se baseia na guerra entre a Rússia e a Ucrânia, sendo uma das prioridades globais da estratégia cibernética norte-americana.
Nesse sentido, refere a VisionWare, o crescente cenário de guerra cibernética entre atores estatais e não-estatais representa “um dos desafios mais complexos e urgentes enfrentados na era digital”.
“Nesta nova forma de conflito, os atores utilizam habilidades cibernéticas para alcançar os seus objetivos políticos, estratégicos e ideológicos.
Os ataques cibernéticos lançados por atores estatais surgem de países com recursos significativos que podem realizar operações cibernéticas altamente sofisticadas, atacando infraestruturas críticas, sistemas de defesa e redes governamentais.
“Estes grupos, como ‘hacktivistas’, recorrem frequentemente a ataques DDoS, ‘defacing’ de ‘websites’, divulgação de informação e sabotagem digital para promover causas políticas e sociais”, refere a empresa portuguesa, o mesmo sucedendo com os ataques cibernéticos não estatais.
No entanto, “a natureza descentralizada e muitas vezes anónima” dificulta a atribuição de responsabilidade pelas suas ações.
“A guerra cibernética não se limita a ataques entre países rivais, incluindo também ações de grupos ‘hacktivistas’, cibercriminosos e extremistas, que operam com diversas motivações e maioritariamente sem vínculos oficiais a governos”, termina a VisionWare.
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