INTERNACIONAL
AUTORIDADES DA RÚSSIA BLOQUEIAM MAIS 15 JORNAIS DIGITAIS
A polícia russa de telecomunicações, Roskomnadzor, bloqueou esta quarta-feira os sites de pelo menos mais 15 meios de comunicação, enquanto Moscovo reforça o controlo de informações publicadas na internet sobre o conflito na Ucrânia.
A polícia russa de telecomunicações, Roskomnadzor, bloqueou esta quarta-feira os sites de pelo menos mais 15 meios de comunicação, enquanto Moscovo reforça o controlo de informações publicadas na internet sobre o conflito na Ucrânia.
Os sites do meio de comunicação social de investigação jornalística Bellingcat, de media locais russos, bem como da media de língua russa com sede em Israel e na Ucrânia passaram a estar inacessíveis esta quarta-feira na Rússia.
Estas plataformas de informação passaram igualmente a constar da lista oficial de meios bloqueados pela agência Roskomnadzor.
Entre os sites russos bloqueados estão o independente Kavkazki Ouzel, com cobertura da região do Cáucaso, bem como um meio de comunicação regional com sede nos Urais, em Perm.
A Roskomnadzor também suspendeu o acesso a dois meios de comunicação de língua russa baseados em Israel, onde há uma grande comunidade de imigrantes da ex-URSS: 9 TV Channel Israel e Vesty Israel.
Vários meios de comunicação ucranianos também foram bloqueados e um meio estoniano, o Posttimees, que tem uma versão russa.
Desde o início da guerra contra a Ucrânia, em 24 de fevereiro, as autoridades russas multiplicaram os esforços para controlar as informações sobre o conflito divulgadas na internet.
Na Letónia, a agência reguladora dos meios de comunicação também decidiu bloquear o acesso de utilizadores a 71 sites associados a canais televisivos russos, alegando que colocam em risco a segurança nacional.
Ivars Abolins, presidente do Conselho Nacional de Meios Eletrónicos de Massas (NEPLP), anunciou a proibição durante um noticiário transmitido na terça-feira na televisão pública letã.
Esta quarta-feira, vários meios de comunicação locais informaram que a Autoridade de Proteção ao Consumidor e Supervisão Técnica (TTJA) impediu que vários sites russos publicassem declarações do Presidente Vladimir Putin, do ministro dos Negócios Estrangeiros, Serguei Lavrov, e do líder checheno Ramzan Kadyrov.
Tanto a Letónia como a Estónia têm minorias russas que usam plataformas de comunicação russas e que, segundo alguns analistas, foram atraídas para uma “esfera de informação” debaixo do controlo do Kremlin (a Presidência russa).
Embora a televisão pública letã ofereça conteúdo em russo para a minoria de língua russa que não reflita o ponto de vista de Moscovo, o partido nacionalista que faz parte da coligação governamental opõe-se à criação de um serviço independente em russo, argumentando com a necessidade de manter o letão como a única língua oficial.
INTERNACIONAL
BIBLIOTECA SOBRE O NAZISMO E O HOLOCAUSTO ACESSÍVEL NA INTERNET DESDE HOJE
Fotografias do campo de Auschwitz-Birkenau, testemunhos e documentos sobre a ascensão do fascismo na Europa antes da Segunda Guerra Mundial integram um dos maiores arquivos sobre o Holocausto que está acessível desde hoje na internet.
Fotografias do campo de Auschwitz-Birkenau, testemunhos e documentos sobre a ascensão do fascismo na Europa antes da Segunda Guerra Mundial integram um dos maiores arquivos sobre o Holocausto que está acessível desde hoje na internet.
A Biblioteca Wiener sobre o Holocausto, com sede em Londres, reúne centenas de milhares de documentos originais sobre a situação dos judeus europeus antes de 1939, o regime nazi e o Holocausto.
A biblioteca decidiu tornar acessível hoje, no 80.º aniversário da libertação de Auschwitz, parte da sua coleção, nomeadamente fotografias, cartas e testemunhos que atestam os crimes nazis no campo da Polónia (https://wienerholocaustlibrary.org/).
“A necessidade de defender a verdade tornou-se ainda mais urgente devido ao ressurgimento do antissemitismo e de outras formas de desinformação e ódio”, explicou Toby Simpson, diretor da biblioteca, citado num comunicado.
“Ao disponibilizar gratuitamente uma grande quantidade de provas em linha [‘online’], estamos a garantir que os arquivos históricos são acessíveis a todos”, afirmou, segundo a agência francesa AFP.
Entre os mais de 150.000 documentos disponíveis em linha pela primeira vez, encontram-se numerosas fotografias tiradas aquando da libertação do campo de Auschwitz, em 27 de janeiro de 1945.
Também ficaram acessíveis documentos utilizados nos julgamentos de Nuremberga, durante os quais os principais dirigentes do Terceiro Reich, o regime nazi alemão de Adolf Hitler, foram julgados.
A biblioteca publica também cerca de 500 folhetos e livros de propaganda antifascista, distribuídos na Alemanha na década de 1930 e disfarçados de anúncios de champôs ou livros de receitas, para escapar à vigilância do regime nazi.
Revela também documentos que mostram a ascensão do fascismo no Reino Unido antes e depois da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
“Numa altura em que figuras de extrema-direita ameaçam a Europa e não só, estas coleções revelam não só as origens destas ideologias perigosas, mas também as motivações e estratégias daqueles que, ao longo da História, as mantiveram à distância”, disseram os responsáveis pela biblioteca.
A Biblioteca Wiener sobre o Holocausto foi fundada na década de 1930 por Alfred Wiener, que fez campanha contra o nazismo nas décadas de 1920 e 1930.
Depois de fugir da Alemanha para os Países Baixos, em 1933, começou a recolher provas da perseguição dos judeus.
Continuou o seu trabalho a partir do Reino Unido, onde se exilou pouco antes do início da guerra e onde a biblioteca ainda se encontra, no centro de Londres.
Sobreviventes de Auschwitz, acompanhados pelo Presidente polaco, Andrzej Duda, depositaram flores hoje de manhã em frente ao Muro da Morte do campo, onde os prisioneiros eram fuzilados.
Alguns usavam lenços às riscas azuis e brancas, simbolizando os antigos uniformes prisionais. Ao pé do muro, acenderam velas em memória dos mortos e tocaram o muro com uma mão, em silêncio.
A cerimónia, sob o portão de entrada de Birkenau, deverá começar às 16:00 locais (15:00 em Lisboa) e contará com a presença de 54 delegações internacionais, algumas das quais lideradas por chefes de Estado, mas o foco estará nos sobreviventes, segundo a organização.
“Este ano, estamos a centrar-nos nos sobreviventes e na sua mensagem”, disse à AFP o porta-voz do museu de Auschwitz, Pawel Sawicki.
“Não haverá discursos de políticos”, acrescentou.
Auschwitz-Birkenau tornou-se o símbolo do genocídio perpetrado pela Alemanha nazi contra seis milhões de judeus europeus, um milhão dos quais morreram no campo entre 1940 e 1945, bem como mais de 100.000 não judeus.
INTERNACIONAL
PAPA DIZ QUE HOLOCAUSTO NÃO PODE SER ESQUECIDO OU NEGADO
O Papa Francisco disse hoje que “o horror” do Holocausto não pode ser “esquecido ou negado” e exortou à luta contra o antissemitismo, lembrando que na segunda-feira se assinalam 80 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz.
O Papa Francisco disse hoje que “o horror” do Holocausto não pode ser “esquecido ou negado” e exortou à luta contra o antissemitismo, lembrando que na segunda-feira se assinalam 80 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz.
“Amanhã é o Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto, 80 anos após a libertação do campo de concentração de Auschwitz. O horror do extermínio de milhões de judeus e de pessoas de outras religiões durante esses anos não pode ser esquecido nem negado”, afirmou o Papa no final da oração do Angelus dominical.
Lembrando que, durante esses anos, foram também mortos “muitos cristãos, muitos mártires”, Francisco apelou a que “todos trabalhem em conjunto para erradicar o flagelo do antissemitismo e outras formas de discriminação e perseguição religiosa”.
“Construamos juntos um mundo mais fraterno e justo, educando os jovens a ter um coração aberto a todos na lógica da fraternidade, do perdão e da paz”, concluiu.
Proclamado oficialmente em novembro de 2005, o Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto, que se assinala na segunda-feira, comemora a libertação pelas tropas soviéticas, em 1945, do campo de concentração e extermínio nazi alemão de Auschwitz-Birkenau.
Auschwitz-Birkenau tornou-se o símbolo do genocídio perpetrado pela Alemanha nazi contra seis milhões de judeus europeus, um milhão dos quais morreram no local entre 1940 e 1945, bem como mais de 100.000 não judeus.
Na segunda-feira, uma cerimónia oficial com a presença de cerca de meia centena de sobreviventes e 54 delegações internacionais assinalará o 80.º aniversário da libertação do local.
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