REGIÕES
BOTICAS: APA ALARGA PRAZO DE CONSULTA PÚBLICA SOBRE MINA DO BARROSO
A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) deu mais 10 dias úteis, até 19 de abril, para a consulta pública do projeto da mina de lítio, em Boticas, cujo prazo foi contestado pela população e município, segundo foi anunciado.
A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) deu mais 10 dias úteis, até 19 de abril, para a consulta pública do projeto da mina de lítio, em Boticas, cujo prazo foi contestado pela população e município, segundo foi anunciado.
O Estudo de Impacto Ambiental (EIA) reformulado da mina do Barroso, que a empresa Savannah Resources quer explorar no concelho de Boticas, distrito de Vila Real, tinha um período de consulta pública inicial de 10 dias, entre março até terça-feira (4 de abril), um prazo que foi considerado curto pelo município e a associação Unidos em Defesa de Covas do Barroso (UDCB).
A APA, através do portal Participa, divulgou o prolongamento da consulta pública por um período adicional de 10 dias úteis, até 19 de abril, na sequência do recurso hierárquico interposto pela Câmara de Boticas.
Na informação assinada pelo presidente do conselho diretivo da APA, Nuno Lacasta, é explicado que este prolongamento se deve à “especial complexidade e extensão de informação do projeto sujeito a reformulação nos termos da lei” e ao “manifesto interesse por parte do público e interessados, nomeadamente o município de Boticas, em efetuarem pronúncia, e consequente compreensão sobre este aspeto por parte da APA no espírito da Convenção de Aarhus”.
“Sem embargo do estatuído no diploma ‘simplex ambiente’, considero ser possível, a título excecional, esta decisão, na medida em que se mantém o prazo final de decisão”, refere ainda Nuno Lacasta.
O prazo para a emissão da Declaração de Impacte Ambiental (DIA) é de 31 de maio e a empresa já disse que espera que o projeto obtenha a sua licença ambiental em 2024.
Na semana passada, o presidente da Câmara de Boticas, Fernando Queiroga, disse ter ficado “perplexo” com o indeferimento, por parte da APA, ao pedido de prorrogamento do prazo de 10 dias úteis para a consulta pública do EIA da mina do Barroso, o qual considerou “injusto e totalmente irrazoável”.
O EIA da Savannah foi chumbado em junho mas ao abrigo do artigo 16.º do regime jurídico de Avaliação de Impacte Ambiental (AIA) foi reformulado e ressubmetido a apreciação.
À luz desta legislação, a APA disponibilizou no portal Participa 1.776 ficheiros para a consulta pública durante 10 dias úteis. Até esta segunda-feira, foram submetidas 378 participações relativamente ao projeto da mina do Barroso através do portal Participa.
Fernando Queiroga disse que se trata “de um projeto completamente novo e é humanamente impossível analisar todos os documentos, fazendo uma análise criteriosa, não só pelo seu volume, mas também por se tratar de aspetos técnicos que requerem a contratação de serviços externos”.
Porque a resposta da APA, que chegou no dia 27 de março, foi remetida “de um email geral, desconhecendo-se o seu remetente, já que não é assinada por qualquer técnico nem membro do conselho diretivo”, o autarca apresentou um recurso hierárquico dirigido a Nuno Lacasta.
A mina do Barroso, que terá uma duração estimada de 17 anos, localizar-se-á nas freguesias de Covas do Barroso, Dornelas e Vilar e Viveiro, em Boticas, mas cruza ainda a freguesia de Canedo, em Ribeira de Pena.
De acordo com o resumo não técnico do projeto, o projeto reformulado eliminou as atividades durante o período noturno e concentrou as atividades mais ruidosas nos dias úteis entre as 12h00 e as 15h00.
Está prevista uma exploração de lítio e outros minerais a céu aberto e a área de concessão prevista é de 593 hectares.
É na fase de exploração que são apontados os “impactes significativos do projeto”, evidenciando-se efeitos “desfavoráveis significativos” ao nível da afetação paisagística, principalmente associados à instalação da lavaria, ao desmonte de rocha nas cortas e ao enchimento das escombreiras, ainda na afetação dos recursos hídricos, com alteração dos padrões de drenagem e condições hidromorfológicas, e na componente social, devido à necessidade de aquisição de terrenos e deslocação económica.
Como impactes positivos são referidos o “posicionamento estratégico de Portugal face às políticas europeias do lítio e o dinamismo do quadro socioeconómico”, a “revegetação das áreas afetadas e a implementação do Projeto Ambiental e de Recuperação Paisagística (PARP).
Serão ainda implementados planos de Monitorização da Qualidade do Ar, de Monitorização do Lobo, monitorização dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos, nomeadamente nas albufeiras a criar com construção dos reservatórios e no rio Covas.
REGIÕES
MATOSINHOS: MILITAR DA GNR ALVO DE PROCESSO DISCIPLINAR POR ALEGADA AGRESSÃO
O Comando Geral da GNR instaurou um processo disciplinar a um militar na sequência de uma alegada agressão a um condutor no sábado, em Perafita, Matosinhos, confirmou hoje à Lusa a Guarda.
O Comando Geral da GNR instaurou um processo disciplinar a um militar na sequência de uma alegada agressão a um condutor no sábado, em Perafita, Matosinhos, confirmou hoje à Lusa a Guarda.
Questionada pela Lusa sobre a alegada agressão hoje revelada por vários órgãos de comunicação social com base num suposto vídeo, a Divisão de Comunicação e Relações Públicas da GNR respondeu sem nunca mencionar ter havido agressão.
“Cumpre-me informar que a situação visualizada no vídeo ocorreu no passado sábado, dia 25 de janeiro, na localidade de Perafita, em Matosinhos, na sequência de uma ocorrência de acidente de viação, tendo resultado na detenção do condutor envolvido, pelo crime de condução sob influência de álcool”, lê-se na resposta assinada pelo major David dos Santos.
E acrescenta: “adicionalmente, importa ainda referir que, depois de analisadas as imagens no referido vídeo, foi determinada a abertura do respetivo procedimento de âmbito disciplinar, com vista ao apuramento das circunstâncias em que ocorreram os factos”.
A Lusa perguntou também se o militar permanece em funções ou se foi afastado, mas não obteve resposta.
REGIÕES
OVAR: PENA SUSPENSA PARA EX-FUNCIONÁRIA QUE DESVIO DINHEIRO DA AUTARQUIA
O Tribunal de Aveiro condenou esta quarta-feira a três anos e nove meses de prisão suspensa uma antiga funcionária da Câmara de Ovar suspeita de se ter apropriado de cerca de 70 mil euros da tesouraria municipal durante quatro anos.
O Tribunal de Aveiro condenou esta quarta-feira a três anos e nove meses de prisão suspensa uma antiga funcionária da Câmara de Ovar suspeita de se ter apropriado de cerca de 70 mil euros da tesouraria municipal durante quatro anos.
Durante a leitura do acórdão, a juíza presidente disse que ficaram demonstrados os factos que eram imputados à arguida, ocorridos entre 2014 e 2017.
A arguida foi condenada a três anos de prisão, por um crime de peculato na forma continuada, e dois anos e dois meses, por um crime de falsidade informática.
Em cúmulo jurídico, foi-lhe aplicada uma pena única de três anos e nove meses de prisão, suspensa na sua execução por igual período.
O tribunal julgou ainda totalmente procedente o pedido cível deduzido pelo município de Ovar, pelo que a arguida terá de restituir a quantia de que se apropriou.
O caso teve origem em 2017, após uma auditoria da Inspeção-Geral de Finanças ter detetado irregularidades relativas à arrecadação de receita.
Na altura, o executivo então liderado pelo social-democrata Salvador Malheiro ordenou a instauração de um inquérito para apuramento dos factos, que deu origem à abertura de um processo disciplinar de que resultou o despedimento da funcionária acusada e a participação dos factos ao Ministério Público (MP).
O caso está relacionado com um esquema de atribuição de notas de crédito, em que a funcionária registava como recebidas verbas que na verdade não chegavam a entrar nos cofres da autarquia.
Segundo a acusação do MP, a arguida terá procedido à emissão de notas de crédito, mediante as quais se terá procedido à anulação de faturas emitidas, sem que fosse emitida nova fatura, ficando para si com o dinheiro cobrado.
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