REGIÕES
BRAGANÇA: AUTARQUIA INVESTE 749 MIL EUROS NO TRATAMENTO DO CANCRO DO CASTANHEIRO
A Câmara Municipal de Bragança lançou um concurso público para a aquisição de serviços de tratamento contra o cancro do castanheiro, no valor de 749 mil euros, em 50 mil árvores, foi hoje anunciado.
A Câmara Municipal de Bragança lançou um concurso público para a aquisição de serviços de tratamento contra o cancro do castanheiro, no valor de 749 mil euros, em 50 mil árvores, foi hoje anunciado.
Ao todo, este ano e em 2025, vão ser tratadas 50 mil árvores no concelho, numa área de intervenção de 10 mil hectares, avançou à Lusa Miguel Abrunhosa, vereador do município.
O concurso, publicado esta semana em Diário da República, visa a aquisição do produto e da sua aplicação no terreno.
A ação resultou de uma candidatura no âmbito do Programa de Desenvolvimento Rural (PDR) 2020, que inclui o combate, além do cancro, à tinta e à vespa da galha.
O procedimento concursal foi lançado inicialmente no ano passado, mas ficou deserto.
“Tivemos de pedir uma reformulação da candidatura ao PDR2020. Reduzimos o número de árvores a tratar, de 60 para 50 mil, para conseguirmos ter um valor per capita superior”, justificou Miguel Abrunhosa, detalhando ainda que, tal como noutros setores, a subida generalizada dos preços se refletiu no valor do produto usado para o tratamento do cancro do castanheiro, bem como na subida dos encargos com a mão de obra.
O presidente da Associação Agro-Florestal da Terra Fria Transmontana (Arbórea), Abel Pereira, explicou à Lusa que o cancro do castanheiro é “uma doença crónica”, que foi detetada na região em 1989, ou seja, há 35 anos.
“É uma doença que está instalada e que é de tratamento obrigatório todos os anos. Este tipo de projetos permite fazer um tratamento em grande escala. Estamos a falar de um fungo que tem dispersão com as chuvas e os ventos e que passa de uns soutos para os outros”, disse Abel Pereira.
O custo para tratar cada árvore ronda, segundo Abel Pereira, os 10/15 euros, sendo que alguns agricultores o fazem e outros não. Este tipo de aplicações em massa pode levar a uma diminuição da presença da doença.
O cancro do castanheiro é uma doença que ataca o tronco das árvores. O fungo parasita instala-se, impede a circulação da seiva e acaba por levar à morte de parte da planta ou da sua totalidade.
O tratamento a adquirir pelo município de Bragança prevê a utilização de estirpes hipovirulentas de Cryphonectria parasíticas.
Anualmente, de acordo com os dados fornecidos pelo dirigente da Arbórea, o ataque do cancro do castanheiro afeta entre 10 a 15% das árvores. As perdas efetivas no povoamento de plantas andam entre os 18 a 20%.
Quanto às baixas na produção, variam consoante as campanhas.
No concelho de Bragança existem perto de 3.000 agricultores que se dedicam à castanha, sendo que a produção representa por ano 15 milhões de euros, valor que sobe para os 100 milhões, segundo números da autarquia, e que inclui a indústria e a exportação.
O vereador da câmara de Bragança adiantou ainda que no combate à vespa da galha já foram feitas 903 largadas de parasitóides, outras vespas que diminuem a presença do invasor, através da luta biológica.
“A candidatura previa apenas 337, com um financiamento de cerca de 81 mil euros. Isso significa que da parte do município já houve um esforço adicional (…), porque fomos percebendo que havia uma evolução crescente desta praga”, afirmou Miguel Abrunhosa, garantindo que a câmara está atenta a outras doenças emergentes em que possam intervir para mitigar.
REGIÕES
MATOSINHOS: MILITAR DA GNR ALVO DE PROCESSO DISCIPLINAR POR ALEGADA AGRESSÃO
O Comando Geral da GNR instaurou um processo disciplinar a um militar na sequência de uma alegada agressão a um condutor no sábado, em Perafita, Matosinhos, confirmou hoje à Lusa a Guarda.
O Comando Geral da GNR instaurou um processo disciplinar a um militar na sequência de uma alegada agressão a um condutor no sábado, em Perafita, Matosinhos, confirmou hoje à Lusa a Guarda.
Questionada pela Lusa sobre a alegada agressão hoje revelada por vários órgãos de comunicação social com base num suposto vídeo, a Divisão de Comunicação e Relações Públicas da GNR respondeu sem nunca mencionar ter havido agressão.
“Cumpre-me informar que a situação visualizada no vídeo ocorreu no passado sábado, dia 25 de janeiro, na localidade de Perafita, em Matosinhos, na sequência de uma ocorrência de acidente de viação, tendo resultado na detenção do condutor envolvido, pelo crime de condução sob influência de álcool”, lê-se na resposta assinada pelo major David dos Santos.
E acrescenta: “adicionalmente, importa ainda referir que, depois de analisadas as imagens no referido vídeo, foi determinada a abertura do respetivo procedimento de âmbito disciplinar, com vista ao apuramento das circunstâncias em que ocorreram os factos”.
A Lusa perguntou também se o militar permanece em funções ou se foi afastado, mas não obteve resposta.
REGIÕES
OVAR: PENA SUSPENSA PARA EX-FUNCIONÁRIA QUE DESVIO DINHEIRO DA AUTARQUIA
O Tribunal de Aveiro condenou esta quarta-feira a três anos e nove meses de prisão suspensa uma antiga funcionária da Câmara de Ovar suspeita de se ter apropriado de cerca de 70 mil euros da tesouraria municipal durante quatro anos.
O Tribunal de Aveiro condenou esta quarta-feira a três anos e nove meses de prisão suspensa uma antiga funcionária da Câmara de Ovar suspeita de se ter apropriado de cerca de 70 mil euros da tesouraria municipal durante quatro anos.
Durante a leitura do acórdão, a juíza presidente disse que ficaram demonstrados os factos que eram imputados à arguida, ocorridos entre 2014 e 2017.
A arguida foi condenada a três anos de prisão, por um crime de peculato na forma continuada, e dois anos e dois meses, por um crime de falsidade informática.
Em cúmulo jurídico, foi-lhe aplicada uma pena única de três anos e nove meses de prisão, suspensa na sua execução por igual período.
O tribunal julgou ainda totalmente procedente o pedido cível deduzido pelo município de Ovar, pelo que a arguida terá de restituir a quantia de que se apropriou.
O caso teve origem em 2017, após uma auditoria da Inspeção-Geral de Finanças ter detetado irregularidades relativas à arrecadação de receita.
Na altura, o executivo então liderado pelo social-democrata Salvador Malheiro ordenou a instauração de um inquérito para apuramento dos factos, que deu origem à abertura de um processo disciplinar de que resultou o despedimento da funcionária acusada e a participação dos factos ao Ministério Público (MP).
O caso está relacionado com um esquema de atribuição de notas de crédito, em que a funcionária registava como recebidas verbas que na verdade não chegavam a entrar nos cofres da autarquia.
Segundo a acusação do MP, a arguida terá procedido à emissão de notas de crédito, mediante as quais se terá procedido à anulação de faturas emitidas, sem que fosse emitida nova fatura, ficando para si com o dinheiro cobrado.
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