INTERNACIONAL
BRASIL REGISTOU O RECORDE DE 66 MIL VIOLAÇÕES SEXUAIS EM 2018
O Brasil atingiu um número recorde de casos de violação sexual em 2018, com 66.041 agressões registadas, sendo que 53,8% das vítimas tinham até 13 anos, segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, hoje divulgados.
O Brasil atingiu um número recorde de casos de violação sexual em 2018, com 66.041 agressões registadas, sendo que 53,8% das vítimas tinham até 13 anos, segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, hoje divulgados.
A média brasileira de violações em 2018 foi de 31,7 por cada 100 mil habitantes, número que ficou acima da taxa de mortes violentas no país, que alcançou a média de 27,5 por cada 100 mil habitantes no ano passado.
O número equivale a uma média de 180 agressões sexuais por dia, num aumento de 4,1% em relação ao ano anterior.
Quanto ao perfil das vítimas, 81,8% são do sexo feminino, sendo que 50,9% são mulheres negras e 48,5% brancas.
No ano passado, quatro meninas de até 13 anos foram violadas por hora no Brasil.
Segundo os mesmos dados, 63,8% das violações reportadas à polícia no país sul-americano foram cometidas contra vulneráveis — vítimas juridicamente incapazes de consentir uma relação sexual, ou quando não conseguem oferecer resistência, seja por deficiência, doença ou por estar sob o efeito de drogas.
O levantamento mostra ainda que 75,9% dos agressores sexuais são conhecidos das vítimas. Do total de violações, 93,2% tiveram autoria única e 6,8% foram cometidos por mais de um abusador. Os homens são a maioria (96,3%) entre os autores.
Entre os crimes que tiveram um aumento em 2018 está o de injúria racial, com uma subida de 20,6% no número de casos registados, em relação a 2017. No ano passado foram reportados 7.616 ocorrências.
O homicídio contra a população LGBT (sigla de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais ou Transgéneros) também assinalou um aumento de 10,1% no país, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Em contraste, o Brasil registou 57.341 assassínios no ano passado, dado que indica uma queda de 10,4% face ao total de 64.021 mortes violentas registadas em 2017.
A redução do número de assassínios representa o fim de uma tendência de crescimento que vem sendo observada desde 2011, quando foram contabilizadas 47.215 mortes violentas provocadas intencionalmente no país e inclui homicídios e outros crimes como roubo e lesões corporais seguido de morte.
Embora os indicadores de assassínios tenham diminuído, chamou a atenção no relatório o facto de as mortes provocadas por agentes da polícia terem subido 19,7%, passando de 5.179 casos em 2017 para 6.220 casos registados em 2018.
Isso significa que um em cada 10 mortes violentas no Brasil foi causada por um agente da polícia.
Os dados fazem parte do 13.º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, lançado na manhã de hoje pela organização-não governamental Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
INTERNACIONAL
BIBLIOTECA SOBRE O NAZISMO E O HOLOCAUSTO ACESSÍVEL NA INTERNET DESDE HOJE
Fotografias do campo de Auschwitz-Birkenau, testemunhos e documentos sobre a ascensão do fascismo na Europa antes da Segunda Guerra Mundial integram um dos maiores arquivos sobre o Holocausto que está acessível desde hoje na internet.
Fotografias do campo de Auschwitz-Birkenau, testemunhos e documentos sobre a ascensão do fascismo na Europa antes da Segunda Guerra Mundial integram um dos maiores arquivos sobre o Holocausto que está acessível desde hoje na internet.
A Biblioteca Wiener sobre o Holocausto, com sede em Londres, reúne centenas de milhares de documentos originais sobre a situação dos judeus europeus antes de 1939, o regime nazi e o Holocausto.
A biblioteca decidiu tornar acessível hoje, no 80.º aniversário da libertação de Auschwitz, parte da sua coleção, nomeadamente fotografias, cartas e testemunhos que atestam os crimes nazis no campo da Polónia (https://wienerholocaustlibrary.org/).
“A necessidade de defender a verdade tornou-se ainda mais urgente devido ao ressurgimento do antissemitismo e de outras formas de desinformação e ódio”, explicou Toby Simpson, diretor da biblioteca, citado num comunicado.
“Ao disponibilizar gratuitamente uma grande quantidade de provas em linha [‘online’], estamos a garantir que os arquivos históricos são acessíveis a todos”, afirmou, segundo a agência francesa AFP.
Entre os mais de 150.000 documentos disponíveis em linha pela primeira vez, encontram-se numerosas fotografias tiradas aquando da libertação do campo de Auschwitz, em 27 de janeiro de 1945.
Também ficaram acessíveis documentos utilizados nos julgamentos de Nuremberga, durante os quais os principais dirigentes do Terceiro Reich, o regime nazi alemão de Adolf Hitler, foram julgados.
A biblioteca publica também cerca de 500 folhetos e livros de propaganda antifascista, distribuídos na Alemanha na década de 1930 e disfarçados de anúncios de champôs ou livros de receitas, para escapar à vigilância do regime nazi.
Revela também documentos que mostram a ascensão do fascismo no Reino Unido antes e depois da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
“Numa altura em que figuras de extrema-direita ameaçam a Europa e não só, estas coleções revelam não só as origens destas ideologias perigosas, mas também as motivações e estratégias daqueles que, ao longo da História, as mantiveram à distância”, disseram os responsáveis pela biblioteca.
A Biblioteca Wiener sobre o Holocausto foi fundada na década de 1930 por Alfred Wiener, que fez campanha contra o nazismo nas décadas de 1920 e 1930.
Depois de fugir da Alemanha para os Países Baixos, em 1933, começou a recolher provas da perseguição dos judeus.
Continuou o seu trabalho a partir do Reino Unido, onde se exilou pouco antes do início da guerra e onde a biblioteca ainda se encontra, no centro de Londres.
Sobreviventes de Auschwitz, acompanhados pelo Presidente polaco, Andrzej Duda, depositaram flores hoje de manhã em frente ao Muro da Morte do campo, onde os prisioneiros eram fuzilados.
Alguns usavam lenços às riscas azuis e brancas, simbolizando os antigos uniformes prisionais. Ao pé do muro, acenderam velas em memória dos mortos e tocaram o muro com uma mão, em silêncio.
A cerimónia, sob o portão de entrada de Birkenau, deverá começar às 16:00 locais (15:00 em Lisboa) e contará com a presença de 54 delegações internacionais, algumas das quais lideradas por chefes de Estado, mas o foco estará nos sobreviventes, segundo a organização.
“Este ano, estamos a centrar-nos nos sobreviventes e na sua mensagem”, disse à AFP o porta-voz do museu de Auschwitz, Pawel Sawicki.
“Não haverá discursos de políticos”, acrescentou.
Auschwitz-Birkenau tornou-se o símbolo do genocídio perpetrado pela Alemanha nazi contra seis milhões de judeus europeus, um milhão dos quais morreram no campo entre 1940 e 1945, bem como mais de 100.000 não judeus.
INTERNACIONAL
PAPA DIZ QUE HOLOCAUSTO NÃO PODE SER ESQUECIDO OU NEGADO
O Papa Francisco disse hoje que “o horror” do Holocausto não pode ser “esquecido ou negado” e exortou à luta contra o antissemitismo, lembrando que na segunda-feira se assinalam 80 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz.
O Papa Francisco disse hoje que “o horror” do Holocausto não pode ser “esquecido ou negado” e exortou à luta contra o antissemitismo, lembrando que na segunda-feira se assinalam 80 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz.
“Amanhã é o Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto, 80 anos após a libertação do campo de concentração de Auschwitz. O horror do extermínio de milhões de judeus e de pessoas de outras religiões durante esses anos não pode ser esquecido nem negado”, afirmou o Papa no final da oração do Angelus dominical.
Lembrando que, durante esses anos, foram também mortos “muitos cristãos, muitos mártires”, Francisco apelou a que “todos trabalhem em conjunto para erradicar o flagelo do antissemitismo e outras formas de discriminação e perseguição religiosa”.
“Construamos juntos um mundo mais fraterno e justo, educando os jovens a ter um coração aberto a todos na lógica da fraternidade, do perdão e da paz”, concluiu.
Proclamado oficialmente em novembro de 2005, o Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto, que se assinala na segunda-feira, comemora a libertação pelas tropas soviéticas, em 1945, do campo de concentração e extermínio nazi alemão de Auschwitz-Birkenau.
Auschwitz-Birkenau tornou-se o símbolo do genocídio perpetrado pela Alemanha nazi contra seis milhões de judeus europeus, um milhão dos quais morreram no local entre 1940 e 1945, bem como mais de 100.000 não judeus.
Na segunda-feira, uma cerimónia oficial com a presença de cerca de meia centena de sobreviventes e 54 delegações internacionais assinalará o 80.º aniversário da libertação do local.
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