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NACIONAL

CADA PORTUGUÊS CONSOME EM MÉDIA 12 LITROS DE ÁLCOOL – OCDE

Os portugueses consomem anualmente, em média, 12 litros de álcool, um dos registos mais elevados dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), segundo um relatório hoje divulgado.

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Os portugueses consomem anualmente, em média, 12 litros de álcool, um dos registos mais elevados dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), segundo um relatório hoje divulgado.

De acordo com o estudo “Prevenir a Utilização Nociva do Álcool”, a média de Portugal considera pessoas com 15 ou mais anos e os 12 litros de álcool consumidos são o equivalente a duas garrafas e meia de vinho ou 4,6 litros de cerveja por semana.

De acordo com a análise feita em 52 países, “os homens consomem 19,4 litros de puro álcool ´per capita` por ano, enquanto as mulheres consomem 5,6 litros”.

Entre os países da OCDE, o consumo médio é de 10 litros anuais de álcool por pessoa.

Segundo o estudo hoje divulgado, o consumo excessivo de álcool vai ter impacto na saúde e na esperança média de vida.

Nos próximos 30 anos, estima-se que os portugueses vão ver a esperança média de vida reduzida em um ano, “devido a doenças e lesões provocadas pelo consumo diário” de mais de uma bebida por dia, no caso das mulheres, e mais de uma bebida e meia por dia, no caso dos homens, alertou o mesmo relatório.

O número está em linha com a média da União Europeia, ligeiramente inferior, mas tem um impacto maior quando comparado com a média dos países da OCDE. Já a Alemanha apresenta um registo mais preocupante.

De acordo com o mesmo estudo, com base nos atuais padrões de consumo em Portugal, a OCDE prevê que as doenças e lesões causadas pelo consumo excessivo de álcool originem um aumento de 2,3% nas despesas com a saúde e uma redução da produtividade no trabalho.

“Consequentemente, o Produto Interno Bruto de Portugal estimado é, em média, 1,9% mais baixo até 2050, excluindo qualquer impacto sobre a indústria do álcool”, refere o relatório da OCDE.

O estudo indica que em Portugal “26,6% dos adultos embriagam-se pelo menos uma vez por mês”, o correspondente à ingestão de mais do que 80% de uma garrafa de vinho ou 1,5 litros de cerveja numa única ocasião.

A mesma análise sublinha que “13% das raparigas e 14% dos rapazes com 15 anos de idade” já estiveram embriagados pelo menos duas vezes na sua vida, ao mesmo tempo que é acentuado que crianças que nunca experimentaram um estado de embriaguez têm 26% maior probabilidade de ter um bom desempenho escolar.

É ainda referido que as mulheres com ensino superior são em 80% dos casos mais propensas a um consumo imoderado de álcool uma vez por mês.

O estudo da OCDE considera existir um bom desempenho em Portugal em algumas áreas para reduzir os efeitos nocivos do consumo de álcool, mas sugere o reforço de algumas dessas medidas para combater o consumo imoderado.

Em Portugal, o preço das bebidas alcoólicas é considerado baixo, pelo que é recomendada a fixação de preços mínimos.

O documento defende também um maior controlo da condução sob o efeito de álcool, para prevenir acidentes de viação e ferimentos.

A proibição total da publicidade ao álcool para crianças através dos novos e tradicionais meios de comunicação, assim como em expositores de ponto de venda, é também aconselhada.

Formar quem serve as bebidas sobre como prevenir, identificar e ajudar consumidores alcoolizados, como acontece na Alemanha e em Espanha, é outra das medidas sugeridas.

Segundo o estudo “Prevenir a Utilização Nociva do Álcool”, Portugal deve investir 1,6 euros por cidadão num conjunto de medidas para combater o uso excessivo de álcool, para dessa forma prevenir até 2050 “542 mil doenças e lesões”, “poupar 45 milhões de euros por ano em custos de saúde” e “aumentar o emprego e a produtividade o equivalente a 6 mil trabalhadores a tempo inteiro por ano”.

“Por cada euro investido neste pacote de medidas, 16 euros serão devolvidos em benefícios, sem considerar qualquer impacto sobre a indústria do álcool”, frisa o relatório.

NACIONAL

MORTALIDADE INFANTIL REGRESSOU A NÍVEIS PRÉ-PANDEMIA – DGS

A taxa de mortalidade infantil estabilizou e regressou aos níveis pré-pandemia e, nos últimos dois anos, as mortes maternas baixaram, segundo dados preliminares da Direção-Geral da Saúde (DGS).

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A taxa de mortalidade infantil estabilizou e regressou aos níveis pré-pandemia e, nos últimos dois anos, as mortes maternas baixaram, segundo dados preliminares da Direção-Geral da Saúde (DGS).

A informação foi avançada à agência Lusa pela diretora-geral da Saúde, Rita Sá Machado, a propósito dos relatórios que a DGS divulga esta quinta-feira sobre a mortalidade infantil e materna no período 2017-2021.

“Aquilo que nós conseguimos ver, no caso da mortalidade materna, é que nos últimos dois anos, com análises preliminares, nós conseguimos ver até alguma diminuição e, no caso da mortalidade infantil, (…) uma estabilização, mas conseguimos ver que os níveis observados vão para aqueles níveis que eram os níveis pré-pandemia”, afirmou.

No caso da mortalidade materna, segundo explicou, o relatório incorpora o trabalho desenvolvido pela comissão criada em 2020 para analisar este fenómeno e também os dados recolhidos através do Sistema de Informação de Certificados de Óbito (SICO).

Sobre o trabalho da comissão criada em 2020 para estudar a mortalidade materna, cujo trabalho nunca foi tornado público, Rita Sá Machado explicou essa opção com o facto de tal documento conter “dados muito sensíveis” que poderiam permitir identificação de pessoas.

Quanto a distância entre o período abrangido pelos relatórios divulgados esta quinta-feira pela DGS e os números mais recentes já divulgados, por exemplo, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), a responsável explicou: “São dois trabalhos distintos: num estamos a falar daquilo que são indicadores simples, olhando para tendências, se os indicadores vão aumentando ou diminuindo. Uma outra coisa foi o que trabalhámos de uma forma detalhada, olhando com uma dimensão mais profunda, com recomendações específicas”.

Os dados divulgados esta quita-feira indicam que após 2015 manteve-se o aumento do numero de mortes maternas, variando entre sete e 17. O valor máximo observado no período em análise verificou-se em 2020, coincidente com a pandemia de covid-19 (17 mortes).

Admite ainda que a aplicação dos respetivos mecanismos de melhoria pode justificar o aumento do número de mortes maternas e do Rácio de Mortalidade Materna (RMM) a partir de 2014, “pelo aumento da sensibilidade e pela diminuição de fenómenos de subnotificação”.

Segundo o relatório, a maioria (51,7%) das mortes maternas no quinquénio 2017-2021 ocorreu em mulheres em menos de 35 anos, apesar do Rácio de Mortes Maternas (que reflete a capacidade do sistema de saúde prestar os cuidados eficazes na prevenção e complicações que ocorrem) é superior nas mulheres com mais de 40 anos de idade.

O documento destaca igualmente a prevalência de carga de doença identificada antes da gravidez, considerando este indicador “de grande relevância”, uma vez que abrange 63% dos casos.

O diagnóstico da obesidade foi o mais prevalente, seguido da hipertensão arterial. Em 33,3% dos casos de morte materna foi identificado um Índice de Massa Corporal (IMC) igual ou superior a 25kg/m2 (excesso de peso e obesidade).

A diretora-geral de Saúde sublinha que estas alterações sociodemográficas da população e a carga de doença estão a ter efeitos nas mães e, por isso, defende um acompanhamento das diretrizes emanadas pela DGS e da “própria prestação e organização dos serviços de saúde” para acompanhamento destas mães.

Nas conclusões do relatório, a DGS refere que embora a maioria das mortes maternas ocorra em mulheres portuguesas, o rácio de mortalidade materna (RMM) nas mulheres estrangeiras é superior.

Esta situação leva a responsável da DGS a considerar necessário “um melhor conhecimento dos próprios profissionais que estão no atendimento, para que o processo de atendimento seja mais célebre a algumas destas mulheres [estrangeiras]”.

A este propósito, a DGS recomenda no relatório a elaboração e divulgação de uma circular conjunta sobre procedimentos no atendimento de grávidas de nacionalidade estrangeira.

Questionada sobre se uma possível alteração na Lei de Bases da Saúde que restrinja acesso a cidadãos estrangeiros a casos urgentes ou se o ato for pago, Rita Sá Machado recorda:”uma grávida, quer no seu acompanhamento, quer em qualquer problema que tenha durante a gravidez, é sempre olhado como questões de urgência ou emergência”.

No relatório sobre a mortalidade materna, a DGS recomenda ainda que se assegure que uma grávida não vigiada tem uma consulta num prazo de uma semana após o pedido da unidade de saúde, seja qual for o trimestre da gravidez.

A melhoria da vigilância da saúde das grávidas em condições de risco e com necessidade de vigilância acrescida, garantindo de é encaminhada dos cuidados de saúde primários para consulta específica e ser atendida no praz máximo de duas semanas, são outras das recomendações.

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HERNÂNI DIAS PEDE DEMISSÃO E LUÍS MONTENEGRO ACEITA-A

O primeiro-ministro aceitou esta terça-feira o pedido de demissão do secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, Hernâni Dias, sublinhando “o desprendimento subjacente à decisão pessoal” do governante.

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O primeiro-ministro aceitou esta terça-feira o pedido de demissão do secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, Hernâni Dias, sublinhando “o desprendimento subjacente à decisão pessoal” do governante.

Numa nota do gabinete de Luís Montenegro publicada no portal do Governo lê-se que “o primeiro-ministro aceitou o pedido de demissão esta terça-feira apresentado pelo secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, Dr. Hernâni Dias”.

“Nesta ocasião, o primeiro-ministro expressa reconhecimento ao Dr. Hernâni Dias pelo empenho na concretização do Programa do Governo em áreas de particular importância e sublinha o desprendimento subjacente à decisão pessoal tomada. O secretário de Estado cessante será oportunamente substituído no cargo”, acrescenta.

Esta é a primeira demissão no XXIV Governo Constitucional PSD/CDS-PP que tomou posse a 02 de abril do ano passado.

Na sexta-feira, a RTP noticiou que Hernâni Dias criou duas empresas que podem vir a beneficiar com a nova lei dos solos, sendo que é secretário de Estado do ministério que tutela essas alterações.

Uma semana antes, o mesmo canal de televisão avançou que Hernâni Dias estava a ser investigado pela Procuradoria Europeia e era suspeito de ter recebido contrapartidas quando foi autarca de Bragança.

Na terça-feira da semana passada, num comunicado enviado à agência Lusa, Hernâni Dias recusou ter cometido qualquer ilegalidade, afirmando que está “de consciência absolutamente tranquila” e que agiu “com total transparência”.

O secretário de Estado garante ter pedido ao Ministério Público (MP) “que investigasse a empreitada da Zona Industrial em Bragança e ao LNEC [Laboratório Nacional de Engenharia Civil] que fizesse uma auditoria”, assegurando, relativamente ao apartamento ocupado pelo filho no Porto, que “o valor das rendas foi pago por transferência.

O Chega e o BE já pediram a demissão do governante e vários já requereram a sua audição parlamentar.

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