ECONOMIA & FINANÇAS
CARTÕES MULTIBANCO MAIS CAROS
O cartão Multibanco que tem na sua carteira está cada vez mais caro. Em média, em 2016, os bancos cobram pela anuidade de um cartão de débito 15,17 euros. Vê mais aqui. Partilha com os teus amigos !
O cartão Multibanco que tem na sua carteira está cada vez mais caro. Em média, em 2016, os bancos cobram pela anuidade de um cartão de débito 15,17 euros.
Ou seja, mais 28% do que há um ano e 56 vezes superior à taxa de inflação, segundo as contas feita pela Deco. Mas há cartões de crédito (os duais) que já são mais baratos do que os de débito, permitindo aos consumidores obter por ano poupanças entre os 13 e os 18,72 euros.
Desde 2009 que tem sido sempre a subir nas comissões dos cartões Multibanco: mais 120%. “A única justificação é a procura de receita da parte dos bancos”, aponta Nuno Rico, economista da Deco-Proteste, cujo negócio tem vindo a ressentir-se da queda das taxas de juro para valores negativos.
Dois bancos não cobram:
A Deco analisou as anuidades cobradas nos cartões de débito dos 17 principais bancos com as comissões cobradas nos últimos sete anos. Destes, apenas o Banco CTT e o banco online ActivoBank não cobram comissões. Resultado? Entre 2009 e 2015 as comissões cobradas pelos bancos subiram cerca de 10% ao ano, valor que acelerou em 2015, ano em que a subida quase que triplicou. O maior agravamento foi o do Deutsche Bank. “No espaço de um ano, o valor da comissão cobrada pelo banco alemão aumentou 150%: de 10,40 euros em 2015, para 26 euros este ano”, diz Nuno Rico. A CGD é o banco que apresenta a segunda maior anuidade: 18,72 euros. Um valor acima da média dos cinco bancos com maior quota de mercado (BPI, Novo Banco, CGD, Millennium bcp e Santander Totta): 16,94 euros. Valor que já em si é mais elevado do que a média de mercado (15,17 euros).
Comissões de valor variável:
No caso do Banco Popular, BBVA e do Crédito Agrícola os clientes tiveram de pagar este ano mais 50% do que em 2015. No último ano, apenas o BiG, o BIC, o BPI, o Bankinter (antigo Barclays) e o Santander Totta não subiram as suas comissões. No caso dos bancos online, “o banco Best é o único que cobra acima da média de mercado (15,60 euros), o ActivoBank não cobra comissão e o BiG cobra um valor abaixo da média (7,80 euros).”
Uma oportunidade de poupança detetada pela Deco pode estar nos cartões de crédito duais, que tanto funcionam na rede Visa, Mastercard ou American Express, para pagamentos a crédito, como na rede Multibanco, permitindo fazer operações como levantamentos ou transferências sem custos adicionais. “Dos 17 bancos analisados, cerca de um terço tem cartões duais, mas em apenas quatro casos isso permite poupança face aos cartões de débito”. Dos casos detetados, a maior poupança é com o cartão dual Caixa IN, da CGD – ao abdicar do cartão de débito, poupa 18,72 euros (ver ficha em baixo).
JN
ECONOMIA & FINANÇAS
SETE EM CADA DEZ EMPRESAS DISCORDAM DA SEMANA DE QUATRO DIAS
Sete em cada dez empresas são contra a implementação da semana de quatro dias, sobretudo no comércio, indústria e construção, e 71% das que concordam defendem que a medida deveria ser facultativa, segundo um inquérito hoje divulgado.
Sete em cada dez empresas são contra a implementação da semana de quatro dias, sobretudo no comércio, indústria e construção, e 71% das que concordam defendem que a medida deveria ser facultativa, segundo um inquérito hoje divulgado.
Elaborado pela Associação Industrial Portuguesa — Câmara de Comércio e Indústria (AIP-CCI) e referente ao quarto trimestre de 2024, o “Inquérito de Contexto Empresarial sobre o Mercado Laboral” indica ainda que 70% das empresas defendem que matérias laborais como carreiras, benefícios, remunerações complementares ou limites de horas extraordinárias deveriam ser concertadas no interior das empresas e não em sede de Contrato Coletivo de Trabalho (CCT).
Relativamente ao banco de horas individual, 71% das empresas inquiridas dá parecer favorável e, destas, 74% entende que deveria ser fixado por acordo dentro da empresa, em vez de nas convenções coletivas de trabalho.
Segundo nota a AIP, entre as empresas que mais defendem esta concertação interna estão as pequenas e médias empresas.
Já em termos de modelo de trabalho, 81% das 523 empresas participantes dizem praticar trabalho presencial, 17% um modelo híbrido e 2% teletrabalho. Entre as que adotaram um modelo híbrido ou remoto, 73% afirmam que tal contribuiu para uma melhoria da produtividade e 84% consideram manter este modelo.
Quando questionadas sobre o Salário Mínimo Nacional (SMN), 83% das empresas concordam com a sua existência, ainda que 65% entendam que não deve ser encarado como um instrumento de redistribuição de riqueza.
Entre as que consideram que o SMN deve ser um instrumento com este fim, 45% diz que deveria ser a sociedade a suportá-lo, através de impostos negativos nos rendimentos mais baixos, enquanto as restantes 55% defendem que deveria ser suportado pelos custos de exploração das empresas.
Relativamente ao valor de 1.020 euros mensais projetados para o SMN até ao final da atual legislatura, mais de metade (56%) das empresas inquiridas apontam que é suportável pela conta de exploração das empresas, embora 95% desconheça algum estudo que aponte o seu setor de atividade como tendo capacidade para o financiar.
Para 65% das empresas, a fixação anual do salário mínimo deveria estar dependente da evolução da produtividade.
Quando questionadas sobre a autodeclaração de doença, 55% das empresas manifestou-se contra, apesar de 89% assinalar que nunca registou um caso destes ou que estes são muito pouco frequentes.
No que respeita ao designado “direito a desligar”, metade das empresas defende-o e outras tantas discordam, sendo que entre as que apresentam maior taxa de rejeição à implementação desta medida estão, sobretudo, as médias e microempresas.
Já quanto a sua comunicação à ACT, 86% das empresas discordam deste procedimento.
O inquérito da AIP-CCI foi realizado entre 12 de outubro e 11 de novembro de 2024 junto de 523 sociedades comerciais de todo o país (24% do Norte, 32% do Centro, 26% da Área Metropolitana de Lisboa, 12% do Alentejo, 3% do Algarve e 3% das ilhas).
A indústria representou 47% da amostra, seguida pelos serviços (26%), comércio (14%), construção (7%), agricultura (3%), alojamento e restauração (2%) e transportes e armazenagem (1%), sendo que 3% eram grandes empresas, 8% médias, 45% pequenas e 44% microempresas.
Da totalidade da amostra, 49,01% são empresas exportadoras.
ECONOMIA & FINANÇAS
ERC: APENAS 4% DOS MEDIA PORTUGUESES FATURAM ACIMA DE 10 MILHÕES
As empresas de media com rendimentos acima de 10 milhões de euros representavam 4% da totalidade em 2023, segundo a análise económico-financeira da ERC hoje divulgada, que aponta que as receitas não registaram melhoria face ao ano anterior.
As empresas de media com rendimentos acima de 10 milhões de euros representavam 4% da totalidade em 2023, segundo a análise económico-financeira da ERC hoje divulgada, que aponta que as receitas não registaram melhoria face ao ano anterior.
Esta é uma das conclusões do estudo de análise económica e financeira sobre os media em Portugal da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) relativo ao exercício de 2023, que tem por base dados reportados pelos regulados, no âmbito da Lei da Transparência da Titularidade dos Meios de Comunicação Social (Lei nº 78/2015, de 29 de julho).
“A análise conduzida pela ERC apurou que os ativos totais das empresas de comunicação social ascenderam a 1.123.063 euros e os rendimentos totais da atividade a 1.166.911 euros”, lê-se no comunicado do regulador.
Constatou-se “que as empresas com rendimentos superiores a 10 milhões de euros apenas representaram 4% da totalidade de entidades, mas 86% dos ativos, 84% dos capitais próprios do setor e 89% dos rendimentos”, prossegue a ERC.
O regulador refere que sobressai “o facto de não se ter assistido, em 2023, a uma melhoria dos rendimentos das empresas de comunicação social em Portugal, mantendo-se em 53% a percentagem de empresas que registam crescimento dos rendimentos”.
No período em análise, “o número de empresas com resultados líquidos positivos, resultados operacionais ou EBITDA positivos, e capitais próprios positivos situou-se em proporções inferiores a 2022”.
O estudo caracteriza o setor dos media português de “granular, composto por muitas pequenas empresas, em especial nos segmentos mais tradicionais, como as publicações periódicas e as rádios hertzianas”.
Aliás, “são as pequenas empresas que enfrentam maiores dificuldades face à alteração paradigmática da forma como os conteúdos são consumidos e dos interesses e composição dos consumidores, limitando ou inibindo a capacidade de crescimento”.
A publicidade continuou a ser a principal fonte de receitas do setor em 2023, “mas a sua evolução apresentou um comportamento misto entre as principais instituições”.
De acordo com a análise, “verificou-se um aumento das receitas de publicidade do segmento de televisão, mas mais centrado nos canais de televisão por subscrição (STVS) em detrimento do ‘free-to-air’ [canais gratuitos]”.
O consumo de notícias “é cada vez mais fragmentado entre diferentes plataformas comunicacionais e que a utilização do vídeo como fonte noticiosa tem vindo a crescer, especialmente entre os mais jovens”, refere a análise, que adianta que como “principal fonte de conteúdos de vídeo noticiosos surgem as plataformas de partilha de vídeo em detrimento dos ‘sites’ dos editores, o que aumenta os desafios de monetização de produção de conteúdos e conexão destes últimos”.
O estudo completo da ‘Análise Económica e Financeira ao Setor de Media em Portugal no ano 2023’ pode ser consultado na página da ERC.
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