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CASAS E CARROS NÃO ESCAPAM AOS FOGOS DE MONCHIQUE

Casas e carros queimados e árvores derrubadas substituíram o verde da paisagem de Monchique, no distrito de Faro, depois da passagem das chamas que desde sexta-feira atingem a serra algarvia.

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Casas e carros queimados e árvores derrubadas substituíram o verde da paisagem de Monchique, no distrito de Faro, depois da passagem das chamas que desde sexta-feira atingem a serra algarvia.

Ao longo da Estrada Nacional 226, que atravessa a vila de Monchique, o corrupio de carros de bombeiros que sobem e descem a vertiginosa encosta desta serra não deixa ninguém indiferente.

Os momentos de maior aflição foram sentidos na noite de domingo, quando as chamas chegaram à sede de concelho. Hoje, há casas queimadas, carros totalmente carbonizados, árvores tombadas e pedras espalhadas pelo asfalto.

A cerca de dois quilómetros de Monchique, na pequena povoação de Portela do Vento, Carlos Mendes lamenta a perda dos dois porcos, criados durante seis meses.

Os animais acabaram por morrer depois de alguém lhes ter aberto a porta da pocilga, onde, segundo o morador, estariam em segurança.

“Em 2003 houve um fogo semelhante, embora tenha sido pior, e já tínhamos porcos. A diferença é que nesse ano não lhes abriram a porta e sobreviveram”, argumenta.

Dois quilómetros depois, na povoação de Corchas, um grupo de bombeiros de três corporações que vieram do distrito de Lisboa para o Algarve para apoiar o combate (Paço de Arcos, Carnaxide e Caneças) apressa-se a “estancar” um foco de incêndio que teimou em reacender-se.

De olhar atento ao trabalho dos bombeiros, uma moradora conta à Lusa que teve de abandonar por duas vezes a sua habitação, devido à proximidade das chamas.

“Ele [fogo] começou a apanhar toda a zona daqui e a gente teve de largar e ir embora. Só cá ficaram o meu genro e o meu filho”, diz.

Apesar de tanto a casa como os animais terem escapado ilesos à passagem das chamas, a moradora lamenta a perda da horta e da fazenda: “Nem sei como está. Nem fui para aí nem quero ir para aí ainda, mas de certeza que aí em baixo tenho tudo perdido”.

Caminhando mais para norte, em direção à freguesia de Alferce, os estragos causados pelas chamas ganham contornos mais avassaladores.

A cerca de três quilómetros de Alferce, na pequena povoação de Chapadinha, Carlos Inácio, visivelmente emocionado, lamenta a perda de uma caravana, um caiaque, uma mota e uma carrinha, que arderam na totalidade, enquanto culpa a GNR pelo sucedido, uma vez que foi algemado e obrigado a abandonar o local.

A retirada das habitações, nalguns casos de forma coerciva, pela GNR, foi, aliás, uma das queixas que a Lusa escutou por parte de moradores.

“O incêndio vinha morto e se eu ficasse aqui eu apagava o fogo. Eu tinha chuveiros, eu tinha água, mas o GNR convidou-me para sair”, comenta, consternado.

Carlos Inácio relata também que alguns moradores de aldeias vizinhas, nomeadamente de Fornalha, perderam as suas habitações.

O acesso à aldeia de Fornalha estava, contudo, a ser bloqueado esta manhã por parte de elementos da GNR.

Entretanto, a Comissão Distrital de Proteção Civil de Faro informou que as autoridades estão a fazer uma avaliação de reconhecimento no terreno sobre o edificado ardido no incêndio da serra de Monchique, não havendo ainda uma quantificação precisa de casas afetadas.

Várias localidades foram evacuadas devido a este fogo, que deflagrou na sexta-feira em Monchique e que se estendeu aos concelhos de Silves (também no distrito de Faro, no Algarve) e Odemira (distrito de Beja, Alentejo).

Há registo de 25 feridos, um dos quais grave.

O fogo rural já consumiu entre 15.000 e 20.000 hectares, mas ao início da tarde de hoje foi considerado dominado em 95% do seu perímetro ao início da tarde de hoje, segundo a Comissão Distrital de Proteção Civil de Faro.

LUSA

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FÁTIMA: SANTUÁRIO RECEBEU 6,2 MILHÕES DE PEREGRINOS EM 2024, MENOS 600 MIL QUE EM 2023

O Santuário de Fátima recebeu 6,2 milhões de peregrinos no ano passado, menos 600 mil que em 2023, quando se realizou a Jornada Mundial da Juventude e o Papa Francisco esteve no templo, foi hoje anunciado.

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O Santuário de Fátima recebeu 6,2 milhões de peregrinos no ano passado, menos 600 mil que em 2023, quando se realizou a Jornada Mundial da Juventude e o Papa Francisco esteve no templo, foi hoje anunciado.

“Em 2024, o acolhimento de peregrinos voltou a fixar-se acima dos seis milhões. Foram 6,2 milhões os fiéis que participaram em pelo menos uma celebração. É este o critério em que assenta o registo anual de peregrinos”, afirmou a diretora do gabinete de comunicação da instituição, Patrícia Duarte, no 46.º Encontro de Hoteleiros de Fátima.

Segundo Patrícia Duarte, este número “revela um decréscimo face aos 6,8 milhões registados no ano anterior”, assinalando, contudo, que os dados de 2023 não podem ser analisados “sem o efeito da Jornada Mundial da Juventude [JMJ, em Lisboa] e da visita do Papa Francisco a Fátima”.

“No período de 24 de julho a 10 de agosto do ano passado, esteve na Cova da Iria mais de um milhão de fiéis. Se extraíssemos das estatísticas de 2023 o impacto desses momentos significativos — JMJ e Papa -, constataríamos que, em 2024, o santuário registou, não uma redução, mas, sim, um aumento no número de peregrinos”, disse.

Quanto às celebrações nos diversos espaços do templo mariano, os dados hoje divulgados apontam para um aumento: 10.813 celebrações, mais 1.256 do que em 2023. Das celebrações realizadas, 4.629 foram oficiais e 6.184 particulares.

Já relativamente aos grupos de peregrinos organizados, isto é, os que se inscreveram em serviços do santuário, “constata-se que, em 2024, deslocaram-se a Fátima 5.231”, um crescimento de 9,5% face a 2023. Destes, 1.213 grupos são portugueses e 4.018 estrangeiros.

Também o número de peregrinos inscritos nos grupos organizados cresceu, totalizando 610.500 (mais 15% relativamente a 2023), destacando-se os peregrinos nacionais, que foram 435.609.

Entre os grupos de peregrinos oriundos do estrangeiro, o santuário contabilizou 88 países, sendo Europa, América e Ásia “os continentes mais representados” no ano passado.

Espanha continua a ser o país estrangeiro com maior número de peregrinações registadas (657 grupos e 40.130 peregrinos), seguindo-se Polónia, o país de onde era originário o Papa João Paulo II, que visitou três vezes o santuário (550 grupos e 24.224 peregrinos) e Estados Unidos da América (515 grupos e 19.435 peregrinos).

Logo depois surgem Itália (399 grupos), Brasil (271), Filipinas (194), Coreia do Sul (173), México (107), França (98) e Índia (81).

O santuário assinalou que, no ano passado, surgiram três novos países com peregrinações organizadas: Bahrein, Belize e Montenegro.

Entre as 1.213 peregrinações nacionais, predominam as oriundas das dioceses de Lisboa, com 319 grupos, Porto (190) e Braga (124).

Relativamente ao momento do ano que os grupos escolhem para se deslocar a Fátima, no caso dos portugueses verifica-se que “maio, outubro e setembro são, por esta ordem, os meses de maior afluência”.

Setembro destaca-se pelo número de peregrinos – cerca de 221 mil – para o qual “concorre fortemente a Bênção dos Capacetes”, que “tem vindo a mobilizar cada vez mais motociclistas”, observou Patrícia Duarte.

“Entre os grupos estrangeiros, os meses de outubro, setembro e maio, surgem, por esta ordem, como preferenciais”, adiantou.

Ainda de acordo com a diretora do gabinete de comunicação social do santuário, “o que os peregrinos mais gostam de fazer em Fátima é participar nas missas oficiais do santuário e no rosário seguido da procissão das velas”.

As celebrações mais participadas são as missas oficiais (com cerca de 2,7 milhões de participantes), e o rosário e procissão das velas (na ordem dos 1,3 milhões de participantes).

Entre outros números, o Santuário de Fátima assinalou também, mas no que diz respeito às celebrações particulares, 37 matrimónios, 162 batismos e 565 bodas matrimonias (288 de prata, 240 de ouro e 37 de diamante).

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PORTO: PROGRAMA CONTRA MUTILAÇÃO GENITAL FEMININA EM TODAS AS UNIDADES DE SAÚDE

O Governo vai alargar às Unidades Locais de Saúde da Região do Porto o programa “Práticas Saudáveis – Fim à Mutilação Genital Feminina”, que estava parado desde 2023.

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O Governo vai alargar às Unidades Locais de Saúde da Região do Porto o programa “Práticas Saudáveis – Fim à Mutilação Genital Feminina”, que estava parado desde 2023.

Em comunicado, quando se assinala o Dia Internacional da Tolerância Zero à Mutilação Genital Feminina, o gabinete da Ministra da Juventude e Modernização diz que foi esta quinta-feira assinado o protocolo para alargar aquele programa às unidades de saúde da região do Porto, para prevenir e atuar em situações de risco.

“Este programa, cuja implementação estava suspensa desde 2023, tem como objetivo territorializar as respostas através de redes locais integradas, envolvendo os Agrupamentos de Centros de Saúde e promovendo planos de ação e protocolos entre entidades públicas e da sociedade civil”, lê-se no comunicado.

A erradicação da mutilação genital feminina (MGF) exige, “não só ações concretas e coordenadas, como também um esforço coletivo para transformar mentalidades, combater desigualdades estruturais e construir sociedades onde todas as raparigas e mulheres possam viver em segurança”, acrescenta.

O gabinete da ministra Margarida Balseiro Lopes lembra que tem vindo a ser feito um “trabalho colaborativo” entre Governo, sociedade civil e organizações internacionais, em resultado do qual têm sido implementadas medidas de prevenção e combate às práticas tradicionais nefastas.

Dá como exemplo a pós-graduação “Mutilação Genital Feminina”, para a qual foi assinado esta quinta-feira um protocolo entre a Escola Nacional de Saúde Pública, a Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género (CIG), a Direção-geral da Saúde, a AIMA e a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo.

“Com este curso, pretende-se capacitar, não só profissionais de saúde, como também outros profissionais que intervêm na prevenção, deteção e combate a este flagelo”, explica o ministério.

Lembra que em janeiro o Governo abriu uma linha de financiamento para projetos de prevenção e combate a todas as formas de práticas tradicionais nefastas, no valor de 80 mil euros, com prioridade para a concretização das recomendações do Livro Branco, nomeadamente no reforço da proteção de crianças e jovens, mas também na sensibilização e por uma resposta mais eficaz contra estas formas de violência.

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