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CIÊNCIA & TECNOLOGIA

CIÊNCIA: ESTÁ A SEXTA EXTINÇÃO DA VIDA

Poedrá estar acontecer a sexta extinção em massa de vida na Terra … e a ritmo galopante. Quem o diz são especialistas em Biologia que revelam dados preocupantes em relação ao desaparecimento de espécies animais; e tudo leva a crer que seja um filme que o planeta Terra já viu antes.

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Não tocaram sinos quando morreu o último peixe da espécie “Megupsilon Aporus” ou quando desapareceu o último morcego “Pipistrellus da Ilha do Natal”. Mas os cientistas avisam que estas extinções são o prelúdio para uma extinção em massa global – a sexta extinção em massa de vida na Terra está a acontecer de forma mais rápida do que se previa, resultando numa “aniquilação biológica” da vida selvagem, alertam.

Duas espécies de vertebrados desaparecem para sempre todos os anos, em média, mas apesar deste ritmo parecer lento, investigadores da Universidade de Stanford alertam para a tendência de declínio: segundo um estudo publicado esta semana, mais de 30% das espécies vertebradas estão em declínio, tanto em termos de população como de distribuição geográfica.

“Trata-se de uma aniquilação biológica que ocorre a nível global, mesmo que as espécies a que pertencem estas populações ainda existam em algum local na Terra”, afirma um dos autores do estudo, Rodolfo Dirzo, professor de biologia na Universidade de Stansford.

De acordo com a agência France Presse, os investigadores traçaram a carta da distribuição geográfica de 27.600 espécies de pássaros, anfíbios, mamíferos e répteis, uma amostra que representa quase metade dos vertebrados terrestres conhecidos. Analisaram declínios de população numa amostra de 177 espécies de mamíferos entre 1990 e 2015.

Destes 177 mamíferos, todos perderam pelo menos 30% das suas áreas geográficas e quase metade perdeu pelo menos 80%. Cerca de 40% dos mamíferos, entre eles rinocerontes, orangotangos, gorilas e grandes felinos, sobrevivem com 20% menos de território do que seria desejável.

O declínio dos animais selvagens é atribuído sobretudo ao desaparecimento do seu habitat, ao consumo excessivo de recursos, à poluição e ao desenvolvimento de espécies invasivas e de doenças. As alterações climáticas também têm contribuído e este declínio tem-se acelerado, alertam os investigadores.

“Algumas das espécies que estavam relativamente seguras há 10 ou 20 anos”, como os leões e as girafas, “estão agora em perigo”, avisam.

Esta “perda massiva” em termos de população e de espécies “é um prelúdio do desaparecimento de muitas outras espécies e do declínio do ecossistema que torna a civilização possível”, advertiu o autor principal do estudo, Gerardo Ceballos, da Universidade Nacional Autónoma do México.

Os investigadores apelam ainda a que se faça algo contra as causas deste declínio da vida selvagem, em especial a sobrepopulação e o excesso de consumo.

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MARTE TEVE PERÍODOS QUENTES E ÁGUA DURANTE 40 MILHÕES DE ANOS

Cientistas de Harvard determinaram os mecanismos químicos através dos quais Marte era capaz de manter calor suficiente nos seus primórdios para sustentar água e possivelmente vida.

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Cientistas de Harvard determinaram os mecanismos químicos através dos quais Marte era capaz de manter calor suficiente nos seus primórdios para sustentar água e possivelmente vida.

O facto de atualmente Marte ser frio e seco mas ter tido rios e lagos há vários milhares de milhões de anos intriga os cientistas há décadas.

“Tem sido um verdadeiro mistério que houvesse água líquida em Marte, porque Marte está mais longe do Sol e, além disso, o Sol era mais fraco no início”, explicou, em comunicado, Danica Adams, investigadora de pós-doutoramento da NASA na Escola de Engenharia e Ciências Aplicadas John A. Paulson (SEAS) de Harvard e principal autora do novo artigo publicado na Nature Geoscience.

Anteriormente, existia a teoria de que o hidrogénio era o ingrediente mágico que, quando misturado com o dióxido de carbono da atmosfera marciana, desencadeava episódios de aquecimento global. Mas a vida útil do hidrogénio atmosférico é curta, pelo que foi necessária uma análise mais detalhada.

Agora, Adams, o professor Robin Wordsworth de Ciências Ambientais e Engenharia na SEAS, e a sua equipa realizaram modelação fotoquímica (semelhante aos métodos utilizados hoje em dia para rastrear poluentes atmosféricos) para preencher os detalhes da relação da atmosfera marciana primitiva com o hidrogénio e como este relacionamento mudou ao longo do tempo.

“Marte antiga é um mundo perdido, mas pode ser reconstruído em detalhe se fizermos as perguntas certas”, frisou Wordsworth.

“Este estudo sintetiza a química atmosférica e o clima pela primeira vez para fazer algumas previsões surpreendentes que podem ser testadas quando trouxermos rochas de Marte para a Terra”, acrescentou.

Adams modificou um modelo chamado CINETICA para simular como uma combinação de hidrogénio e outros gases que reagem com o solo e o ar controlavam o clima marciano primitivo.

Descobriu que durante os períodos Noachiano e Hesperian, entre há 4 e 3 mil milhões de anos, Marte passou por períodos quentes episódicos ao longo de cerca de 40 milhões de anos, com cada evento a durar 100.000 anos ou mais.

Estas estimativas são consistentes com as características geológicas de Marte atualmente. Os períodos quentes e húmidos eram causados pela hidratação da crosta, ou perda de água do solo, que fornecia hidrogénio suficiente para se acumular na atmosfera durante milhões de anos.

“Identificámos escalas de tempo para todas estas alternâncias. E descrevemos todas as peças no mesmo modelo fotoquímico”, sublinhou Adams.

O trabalho de modelação fornece novas perspetivas potenciais sobre as condições que sustentaram a química prebiótica (os fundamentos da vida posterior como a conhecemos) durante os períodos quentes, e os desafios para a persistência dessa vida durante os intervalos frios e oxidativos.

Adams e outros cientistas estão a começar a trabalhar para encontrar evidências destas alternâncias utilizando modelos químicos isotópicos e planeiam comparar estes resultados com rochas da próxima missão Mars Sample Return (MRS).

Como Marte não possui placas tectónicas, ao contrário da Terra, a superfície visível atualmente é semelhante à de antigamente, tornando a sua história dos lagos e rios muito mais intrigante, realçou ainda.

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ASTEROIDE BENNU REVELOU EXISTÊNCIA DE MOLÉCULAS DE ADN

Cientistas japoneses detetaram numa amostra do asteroide Bennu as moléculas necessárias para a formação de ADN e ARN, suportando a teoria de que os asteroides podem ter transportado, por impacto, os blocos de construção da vida para a Terra.

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Cientistas japoneses detetaram numa amostra do asteroide Bennu as moléculas necessárias para a formação de ADN e ARN, suportando a teoria de que os asteroides podem ter transportado, por impacto, os blocos de construção da vida para a Terra.

De acordo com o trabalho publicado esta quarta-feira na revista científica Nature Astronomy, as amostras analisadas revelaram a presença das cinco bases nitrogenadas — adenina, guanina, citosina, timina e uracilo — necessárias para a construção de ADN e ARN.

Foram igualmente identificados pelos investigadores da Universidade Hokkaido, no Japão, os compostos xantina, hipoxantina e ácido nicotínico (vitamina B3).

Uma amostra de 121,6 gramas do asteroide Bennu chegou à Terra em 2023 à “boleia” da missão Osiris-Rex, da agência espacial norte-americana (NASA).

Tratou-se da maior amostra extraterrestre recolhida e enviada para a Terra.

Segundo uma das teses, os asteroides (corpos rochosos do Sistema Solar) contribuíram com água e componentes químicos essenciais para a vida na Terra há milhares de milhões de anos.

Embora os meteoritos na Terra provenham de asteroides, a interpretação dos seus dados “é desafiante” face à “exposição à humidade” da atmosfera e a “uma biosfera descontrolada”, refere a Universidade Hokkaido em comunicado, assinalando que “amostras imaculadas recolhidas de asteroides no espaço são os candidatos ideais”.

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