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CIÊNCIA & TECNOLOGIA

COIMBRA: DOIS PORTUGUESES DISTINGUIDOS EM COMPETIÇÃO MUNDIAL DE SOFTWARE

Alexandre Jesus e Tomé Bandeira, estudantes em Coimbra foram distinguidos na Student Simulation Competition, uma competição mundial de estudantes promovida pela Simio, empresa tecnológica americana especializada na indústria e serviços.

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Alexandre Jesus e Tomé Bandeira, estudantes de mestrado na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), foram distinguidos na Student Simulation Competition, uma competição mundial de estudantes promovida pela Simio, empresa americana especializada em ferramentas de simulação e programação para a indústria e serviços.

No concurso, que é lançado semestralmente, a empresa desafia estudantes universitários de todo mundo para a resolução de problemas de engenharia complexos, premiando os quatros melhores trabalhos.

Nesta edição participaram 291 equipas, envolvendo um total de 1553 estudantes de 43 instituições de vários países, entre os quais Alemanha, Arábia Saudita, Canadá, China, Colômbia, Espanha, EUA, Guatemala, México, Portugal e Singapura. A equipa da FCTUC conquistou o terceiro lugar.

O desafio consistia em desenvolver um modelo de simulação de um aeroporto, de forma a otimizar a sua performance. Assim, através da plataforma SIMIO e com base nos dados fornecidos, os estudantes tinham de propor um modelo que respeitasse as restrições específicas do problema, algumas muito difíceis de
cumprir.

A solução criada pelos estudantes do Departamento de Engenharia Mecânica da FCTUC traduz-se numa abordagem, denominada “simulação de eventos discretos”, que representa digitalmente o aeroporto na totalidade, ou seja, representa não só o que acontece dentro do aeroporto, mas também o que ocorre fora do aeroporto (por
exemplo, chegada de passageiros por via de transporte público ou automóvel), permitindo otimizar variáveis críticas para o funcionamento de todo o sistema.

Foi necessária «uma abordagem holística, sendo que todas as secções presentes num aeroporto convencional foram consideradas (chegada de passageiros, check-in, segurança, terminais, etc.). Para cada etapa percorrida pelos passageiros, foram realizados estudos que permitissem modelar, com a maior precisão possível, algumas caraterísticas influenciadoras da variabilidade no sistema, como as filas de espera, o tempo de processamento, situações de prioridade, entre outras. Posteriormente, todas estas análises individuais dos recursos do aeroporto foram fulcrais para o desenvolvimento de uma proposta de melhoria», explicam os estudantes Alexandre Jesus e Tomé Bandeira.

A grande vantagem deste tipo de abordagens, acrescenta Samuel Moniz, docente e orientador da equipa, reside no facto de, «em muito pouco tempo e com pouco esforço, se conseguir avaliar diferentes alternativas de arquitetura e de funcionamento do sistema, o que seria impossível realizar em ambiente real». Samuel Moniz realça a importância que este tipo de competição representa: «nós conseguimos, em ambiente académico, treinar os nossos alunos para encontrarem soluções para problemas de elevada complexidade e de larga escala. A partir de uma imensidão de dados, os estudantes têm de ser capazes de desenvolver um modelo de computador simples que suporte a tomada de decisão».

A abordagem que foi seguida para resolver o problema colocado pela Simio pode ser aplicada em qualquer setor industrial ou de serviços. O trabalho foi realizado no âmbito da cadeira de Simulação de Operações, no plano curricular do Mestrado em Engenharia e Gestão Industrial da FCTUC.

CIÊNCIA & TECNOLOGIA

O MANTO DA TERRA É MENOS MISTURADO DO QUE SE PENSAVA – ESTUDO

Um estudo sismológico indica que as duas enormes ‘ilhas’ existentes sob a superfície da Terra estão a uma temperatura mais elevada do que o material circundante, indicando que o manto da Terra é menos misturado do que se pensava.

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Um estudo sismológico indica que as duas enormes ‘ilhas’ existentes sob a superfície da Terra estão a uma temperatura mais elevada do que o material circundante, indicando que o manto da Terra é menos misturado do que se pensava.

Ambas as ‘ilhas’ foram descobertas no final do século passado. Os investigadores definem-nas como dois “supercontinentes” localizados entre o núcleo e o manto da Terra: um sob África e o outro sob o Oceano Pacífico, ambos a mais de 2000 quilómetros abaixo da superfície da Terra.

“Estas duas grandes ilhas estão rodeadas por uma espécie de ‘cemitério’ de placas tectónicas que foram transportadas para lá por um processo de subducção, em que uma placa submerge sob outra e se afunda da superfície da Terra até uma profundidade de quase 3.000 quilómetros”, realçou Arwen Deuss, sismóloga da Universidade de Utrecht, nos Países Baixos, e uma das autoras do estudo publicado na quarta-feira na revista Nature.

Até agora, os modelos sísmicos utilizavam apenas velocidades de onda para distinguir a composição e as características térmicas de diferentes partes da estrutura interna da Terra.

A investigação atual combinou as velocidades das ondas com uma técnica chamada “observações de atenuação” que permitiu o estudo do interior da Terra em três dimensões, algo “fundamental para compreender a evolução da composição” do manto, apontaram os autores.

A nova técnica permitiu-lhes “obter uma visão do interior do planeta, semelhante à que os médicos obtêm do corpo humano através dos raios X”.

Os resultados indicaram que, quando atingem estas ‘ilhas’ interiores do tamanho de continentes, as ondas abrandam porque a temperatura é mais elevada.

Ao estudar a composição dos minerais no manto, os investigadores descobriram também que o tamanho dos grânulos minerais nestas ‘ilhas’ gigantes é visivelmente maior do que nas placas tectónicas ‘mortas’ que as rodeiam.

“Estes grânulos minerais não crescem de um dia para o outro, o que só pode significar uma coisa: são muito maiores, mais rígidos e, por isso, mais antigos do que os cemitérios de camadas mortas circundantes. Isto indica que as ‘ilhas’ não participam no fluxo no manto terrestre”, explicou outra autora, Sujania Talavera-Soza, da mesma universidade.

“Ao contrário do que nos ensinam os livros de geografia, o manto também não pode ser bem misturado. Há menos fluxo no manto terrestre do que pensamos”, acrescentou Talavera-Soza.

O conhecimento do manto terrestre é essencial para compreender a evolução do planeta e de outros fenómenos à superfície da Terra, como os vulcões e a formação de montanhas.

Para este tipo de investigação, os sismólogos aproveitam as oscilações provocadas por fortes sismos que ocorrem a grandes profundidades, como o que ocorreu na Bolívia em 1994 — 650 quilómetros abaixo da superfície — sem causar danos ou vítimas, e a descrição matemática da força destas oscilações.

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UNIVERSIDADE DE COIMBRA LANÇA LIVRO PARA IDENTIFICAÇÃO DE ABELHAS DE PORTUGAL

A Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) lançou um livro técnico para identificação de géneros de abelhas de Portugal.

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A Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) lançou um livro técnico para identificação de géneros de abelhas de Portugal.

A obra “Chaves Dicotómicas dos Géneros de Abelhas de Portugal. Hymenoptera: Anthophila”, uma adaptação e tradução de “Key to the Genera of European Bees (Hymenoptera: Anthophila)”, é o primeiro a ser publicado sobre o tema para Portugal e em português, revelou a FCTUC, em nota enviada à agência Lusa.

Produzido no âmbito dos projetos PolinizAÇÃO e EPIC-Bee, em colaboração com a Imprensa da Universidade de Coimbra, o livro já está disponível para ‘download’ gratuito.

“Desenvolvido como uma ferramenta para a identificação de géneros de abelhas, o livro destina-se principalmente a um público académico e técnico, constituindo um marco significativo no campo da entomologia e um contributo valioso para a conservação dos insetos polinizadores”, referiu a FCTUC.

A produção do livro técnico contou com o envolvimento de investigadores do FLOWer Lab do Centro de Ecologia Funcional e do Departamento de Ciências da Vida da FCTUC, nomeadamente Hugo Gaspar, Sílvia Castro e João Loureiro.

“Este livro preenche uma lacuna de décadas na investigação sobre as abelhas selvagens em Portugal, uma vez que atualiza o conhecimento e aproxima-o da comunidade entomológica nacional através da adaptação e tradução para a língua portuguesa”, afirmou o entomólogo e aluno de doutoramento da FCTUC, Hugo Gaspar.

O trabalho “será extremamente útil não só para investigadores que trabalham no estudo e conservação de polinizadores, mas também para estudantes, naturalistas e para todos os que tiverem interesse em aprender sobre a identificação de abelhas”, acrescentou.

A obra contou também com a colaboração do investigador da Universidade do Porto, José Grosso-Silva, e da equipa de investigadores ligada ao Laboratório de Zoologia da Universidade de Mons (Bélgica), através dos projetos europeus Spring, Orbit e Epic-Bee.

A FCTUC declarou que este lançamento reforça o compromisso da Universidade de Coimbra em promover a ciência e desenvolver ferramentas de apoio à investigação científica e ao conhecimento sobre biodiversidade.

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