Ligue-se a nós

REGIÕES

COIMBRA: UNIVERSIDADE ARQUIVOU TRÊS DENÚNCIAS DE ASSÉDIO POR FALTA DE PROVAS

O Provedor do Estudante da Universidade de Coimbra registou três denúncias de assédio nos últimos anos, duas delas arquivadas por as vítimas terem optado por não prestar depoimentos e uma outra por não ter sido identificado o suspeito.

Online há

em

O Provedor do Estudante da Universidade de Coimbra registou três denúncias de assédio nos últimos anos, duas delas arquivadas por as vítimas terem optado por não prestar depoimentos e uma outra por não ter sido identificado o suspeito.

Nos últimos quatro anos, a Universidade de Coimbra recebeu três denúncias por parte de estudantes do sexo feminino, duas arquivadas por falta de provas e uma terceira que foi encaminhada para a Polícia Judiciária, mas cujo suspeito nunca terá sido identificado, afirmou à agência Lusa o Provedor do Estudante da Universidade de Coimbra (UC), Paulo Peixoto, no cargo desde 2019, tendo “herdado” dois dos três casos da anterior docente que assumiu aquelas funções.

“Estes casos são muito difíceis, porque para se concretizarem em processos, com as devidas consequências, são necessárias provas. Por exemplo, alguém diz que um docente enviava mensagens privadas. Se as estudantes facultarem as mensagens é uma coisa, se não facultarem é outra, porque aí o docente poderá dizer que é tudo mentira, não havendo mensagens para provar”, explicou Paulo Peixoto.

O também sociólogo da Universidade de Coimbra contou que um dos casos que herdou da anterior provedora relacionava-se com uma denúncia por parte de várias estudantes que se queixavam de serem “abordadas com propostas de natureza sexual por um suposto colega que frequentava bibliotecas e cantinas”.

“Tentámos identificar a pessoa, mas não conseguimos e remetemos para a PJ, que nunca nos deu qualquer retorno e o caso acabou por se extinguir”, explicou.

O segundo caso que herdou surge de uma denúncia de duas estudantes que “alegadamente teriam recebido propostas de natureza sexual por parte de um docente”.

Esse caso chegou a levar à abertura de um inquérito, porém, as estudantes que tinham apresentado a queixa ao Provedor do Estudante, sob sigilo, não quiseram “descrever o que se tinha passado para não serem identificadas com a denúncia”, recordou.

“Se a pessoa não for confrontada com factos concretos, é difícil levar-se o processo em frente. As estudantes não apontaram os factos com medo de represálias e o processo acabou arquivado”, explicou.

O terceiro caso já foi iniciado com Paulo Peixoto no cargo de Provedor do Estudante, tendo recebido “uma denúncia anónima de uma alegada estudante, que criou um perfil falso onde descrevia minuciosamente aquilo que se teria passado com um docente”.

“Era uma denúncia bastante plausível, a estudante parecia chocada com o que tinha acontecido e eu respondi ao e-mail, sugeri que falássemos anonimamente, mas nunca tive retorno. Foi impossível dar sequência à denúncia”, lamenta.

Para Paulo Peixoto, a criação de plataformas de denúncias poderá ajudar a haver uma maior perceção do problema dentro do seio da academia, mas teme que muitas acabem como aquelas que registou — arquivadas, por ausência de provas.

“O anonimato tem virtualidades. Permite-nos trazer à luz problemas que existem, mas depois é preciso saber o que se faz a partir daí. No caso de Lisboa [da Faculdade de Direito] não sei quantos desses casos poderão ser transformados numa acusação real com um processo disciplinar contra o docente e isso depende das provas factuais que venham a ser apresentadas”, frisou.

Para o sociólogo, é fundamental que as instituições assegurem “mecanismos de apoio à vítima”, seja através de apoio psicológico, mas também jurídico.

“As vítimas estão sempre numa situação de grande fragilidade e essa situação exige respostas institucionais”, defendeu.

Paulo Peixoto acredita que a atenção mediática dada agora ao assédio nas universidades portuguesas pode contribuir para “um efeito de movimento Me Too’” no seio da academia.

Em resposta à agência Lusa, a Universidade de Coimbra salientou que “está particularmente atenta e sensível às problemáticas do assédio moral e sexual em contexto universitário, encetando esforços no combate a estas situações”.

“Os estudantes da UC têm ao seu dispor mecanismos que lhes permitem reportar os casos de assédio aos Diretores das Unidades Orgânicas, com competência delegada em matéria disciplinar, dispondo ainda da possibilidade de denúncia junto do Provedor do Estudante”, sublinhou.

A instituição salienta ainda que apesar de não se ter registado nos últimos anos qualquer caso provado de assédio, vai manter “uma atitude vigilante e pedagógica”.

REGIÕES

MATOSINHOS: MILITAR DA GNR ALVO DE PROCESSO DISCIPLINAR POR ALEGADA AGRESSÃO

O Comando Geral da GNR instaurou um processo disciplinar a um militar na sequência de uma alegada agressão a um condutor no sábado, em Perafita, Matosinhos, confirmou hoje à Lusa a Guarda.

Online há

em

O Comando Geral da GNR instaurou um processo disciplinar a um militar na sequência de uma alegada agressão a um condutor no sábado, em Perafita, Matosinhos, confirmou hoje à Lusa a Guarda.

Questionada pela Lusa sobre a alegada agressão hoje revelada por vários órgãos de comunicação social com base num suposto vídeo, a Divisão de Comunicação e Relações Públicas da GNR respondeu sem nunca mencionar ter havido agressão.

“Cumpre-me informar que a situação visualizada no vídeo ocorreu no passado sábado, dia 25 de janeiro, na localidade de Perafita, em Matosinhos, na sequência de uma ocorrência de acidente de viação, tendo resultado na detenção do condutor envolvido, pelo crime de condução sob influência de álcool”, lê-se na resposta assinada pelo major David dos Santos.

E acrescenta: “adicionalmente, importa ainda referir que, depois de analisadas as imagens no referido vídeo, foi determinada a abertura do respetivo procedimento de âmbito disciplinar, com vista ao apuramento das circunstâncias em que ocorreram os factos”.

A Lusa perguntou também se o militar permanece em funções ou se foi afastado, mas não obteve resposta.

LER MAIS

REGIÕES

OVAR: PENA SUSPENSA PARA EX-FUNCIONÁRIA QUE DESVIO DINHEIRO DA AUTARQUIA

O Tribunal de Aveiro condenou esta quarta-feira a três anos e nove meses de prisão suspensa uma antiga funcionária da Câmara de Ovar suspeita de se ter apropriado de cerca de 70 mil euros da tesouraria municipal durante quatro anos.

Online há

em

O Tribunal de Aveiro condenou esta quarta-feira a três anos e nove meses de prisão suspensa uma antiga funcionária da Câmara de Ovar suspeita de se ter apropriado de cerca de 70 mil euros da tesouraria municipal durante quatro anos.

Durante a leitura do acórdão, a juíza presidente disse que ficaram demonstrados os factos que eram imputados à arguida, ocorridos entre 2014 e 2017.

A arguida foi condenada a três anos de prisão, por um crime de peculato na forma continuada, e dois anos e dois meses, por um crime de falsidade informática.

Em cúmulo jurídico, foi-lhe aplicada uma pena única de três anos e nove meses de prisão, suspensa na sua execução por igual período.

O tribunal julgou ainda totalmente procedente o pedido cível deduzido pelo município de Ovar, pelo que a arguida terá de restituir a quantia de que se apropriou.

O caso teve origem em 2017, após uma auditoria da Inspeção-Geral de Finanças ter detetado irregularidades relativas à arrecadação de receita.

Na altura, o executivo então liderado pelo social-democrata Salvador Malheiro ordenou a instauração de um inquérito para apuramento dos factos, que deu origem à abertura de um processo disciplinar de que resultou o despedimento da funcionária acusada e a participação dos factos ao Ministério Público (MP).

O caso está relacionado com um esquema de atribuição de notas de crédito, em que a funcionária registava como recebidas verbas que na verdade não chegavam a entrar nos cofres da autarquia.

Segundo a acusação do MP, a arguida terá procedido à emissão de notas de crédito, mediante as quais se terá procedido à anulação de faturas emitidas, sem que fosse emitida nova fatura, ficando para si com o dinheiro cobrado.

LER MAIS

MAIS LIDAS