REGIÕES
COLISEU: “CALDO ENTORNADO” ENTRE PORTO E VALONGO POR CAUSA DAS OBRAS
A Câmara de Valongo lamentou esta quarta-feira as “infelizes e ofensivas” declarações do autarca do Porto, reiterando que Rui Moreira não tem poder “legal ou delegado” para usar verbas dos restantes municípios metropolitanos para as obras do Coliseu do Porto.
A Câmara de Valongo lamentou esta quarta-feira as “infelizes e ofensivas” declarações do autarca do Porto, reiterando que Rui Moreira não tem poder “legal ou delegado” para usar verbas dos restantes municípios metropolitanos para as obras do Coliseu do Porto.
“O município de Valongo lamenta as infelizes e ofensivas declarações do autarca portuense”, afirmou esta quarta-feira, numa reação enviada à Lusa, a câmara liderada pelo socialista José Manuel Ribeiro.
A Câmara de Valongo reafirma que “por mais agressivos” que sejam os comentários, o autarca do Porto não tem “qualquer autoridade ético moral” nem “poder legal ou delegado” para decidir “quando lhe dá jeito e num modo tipo ‘dono disto tudo’” usar verbas dos restantes municípios para obras num equipamento cultural que “serve fundamentalmente a cidade do Porto e os turistas que a visitam”.
“O município de Valongo reitera que não irá viabilizar a utilização de verbas que lhe foram formalmente atribuídas no quadro do Portugal 2030, para as obras no Coliseu!”, reforça.
Em causa está a aprovação por unanimidade dos municípios presentes na reunião de trabalho do Conselho Metropolitano do Porto realizada em 20 de outubro de comparticipar as obras de reabilitação do Coliseu e da futura academia da Associação de Futebol do Porto, apoios que ascendem a cerca de sete milhões de euros.
Na terça-feira, à margem da Assembleia-Geral extraordinária da Associação Amigos do Coliseu, na qual os associados revogaram as deliberações que visavam a concessão a privados e reforçaram a intenção de reabilitar o Coliseu com recurso a fundos comunitários, Rui Moreira salientou que os municípios presentes na reunião metropolitana “votaram todos favoravelmente”.
“O senhor presidente da Câmara de Valongo apareceu tarde e a más horas, mas tem sido uma maneira do presidente da Câmara de Valongo fazer a sua afirmação política. Também compreendo que há pessoas que estão em fim de mandato, tem de fazer o seu caminho e mostrar a coragem que tem de não ir às reuniões e depois acharem que tudo o que os colegas decidiram nas reuniões não foi bem decidido”, afirmou Rui Moreira, quando questionado sobre a posição de Valongo.
À agência Lusa, a Câmara de Valongo, que esteve ausente da reunião e que no próprio dia anunciou que votaria contra os apoios, afirmou, em 28 de outubro, que, de acordo com a legislação que regula o funcionamento das áreas metropolitanas, a reunião de trabalho então realizada não tinha poderes deliberativos.
Na convocatória para a reunião de trabalho, apenas o terceiro ponto — “Proposta ITI AMP 2030, para a componente metropolitana” — surge com indicação de “deliberação”, sendo os restantes pontos discutidos “1. Apoio metropolitano à Candidatura do Coliseu do Porto; 2. Apoio Metropolitano (municípios do Distrito do Porto) à Candidatura da AFP para a criação da Academia de Futebol da AFP”.
Depois de Valongo se ter manifestado contra a comparticipação dos apoios “através da cedência de verbas dos municípios”, o que implicaria “a obrigatoriedade de unanimidade na decisão”, o presidente da Área Metropolitana do Porto afirmou que o município “não esteve presente” na reunião.
“A partir do momento em que há quórum para votação avança-se e, por isso, foi votado por unanimidade pelos municípios presentes”, referiu Eduardo Vítor Rodrigues, que também preside a Câmara de Vila Nova de Gaia.
Em 23 de outubro, questionado sobre o município de Valongo se ter manifestado contra a comparticipação de fundos, o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, disse aos jornalistas esperar que a Área Metropolitana do Porto (AMP) “resolva o assunto”.
“Quem não vai, não pode votar. Não me admira muito da parte do município de Valongo, que tem defendido sempre essas posições, mas julgo que se encontrou o consenso suficiente”, referiu o autarca independente, à margem da reunião privada do executivo.
Numa reação enviada à Lusa no mesmo dia, a Câmara de Valongo lamentou “as infelizes declarações do senhor presidente da Câmara Municipal do Porto, que tenta relativizar o que sucedeu na passada sexta-feira na AMP [Área Metropolitana do Porto]”.
“O senhor presidente da Câmara Municipal do Porto não tem qualquer poder legal, nem delegado, para decidir retirar verbas dos restantes concelhos metropolitanos, para obras no seu concelho”, defendeu o município do distrito do Porto.
REGIÕES
MATOSINHOS: MILITAR DA GNR ALVO DE PROCESSO DISCIPLINAR POR ALEGADA AGRESSÃO
O Comando Geral da GNR instaurou um processo disciplinar a um militar na sequência de uma alegada agressão a um condutor no sábado, em Perafita, Matosinhos, confirmou hoje à Lusa a Guarda.
O Comando Geral da GNR instaurou um processo disciplinar a um militar na sequência de uma alegada agressão a um condutor no sábado, em Perafita, Matosinhos, confirmou hoje à Lusa a Guarda.
Questionada pela Lusa sobre a alegada agressão hoje revelada por vários órgãos de comunicação social com base num suposto vídeo, a Divisão de Comunicação e Relações Públicas da GNR respondeu sem nunca mencionar ter havido agressão.
“Cumpre-me informar que a situação visualizada no vídeo ocorreu no passado sábado, dia 25 de janeiro, na localidade de Perafita, em Matosinhos, na sequência de uma ocorrência de acidente de viação, tendo resultado na detenção do condutor envolvido, pelo crime de condução sob influência de álcool”, lê-se na resposta assinada pelo major David dos Santos.
E acrescenta: “adicionalmente, importa ainda referir que, depois de analisadas as imagens no referido vídeo, foi determinada a abertura do respetivo procedimento de âmbito disciplinar, com vista ao apuramento das circunstâncias em que ocorreram os factos”.
A Lusa perguntou também se o militar permanece em funções ou se foi afastado, mas não obteve resposta.
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OVAR: PENA SUSPENSA PARA EX-FUNCIONÁRIA QUE DESVIO DINHEIRO DA AUTARQUIA
O Tribunal de Aveiro condenou esta quarta-feira a três anos e nove meses de prisão suspensa uma antiga funcionária da Câmara de Ovar suspeita de se ter apropriado de cerca de 70 mil euros da tesouraria municipal durante quatro anos.
O Tribunal de Aveiro condenou esta quarta-feira a três anos e nove meses de prisão suspensa uma antiga funcionária da Câmara de Ovar suspeita de se ter apropriado de cerca de 70 mil euros da tesouraria municipal durante quatro anos.
Durante a leitura do acórdão, a juíza presidente disse que ficaram demonstrados os factos que eram imputados à arguida, ocorridos entre 2014 e 2017.
A arguida foi condenada a três anos de prisão, por um crime de peculato na forma continuada, e dois anos e dois meses, por um crime de falsidade informática.
Em cúmulo jurídico, foi-lhe aplicada uma pena única de três anos e nove meses de prisão, suspensa na sua execução por igual período.
O tribunal julgou ainda totalmente procedente o pedido cível deduzido pelo município de Ovar, pelo que a arguida terá de restituir a quantia de que se apropriou.
O caso teve origem em 2017, após uma auditoria da Inspeção-Geral de Finanças ter detetado irregularidades relativas à arrecadação de receita.
Na altura, o executivo então liderado pelo social-democrata Salvador Malheiro ordenou a instauração de um inquérito para apuramento dos factos, que deu origem à abertura de um processo disciplinar de que resultou o despedimento da funcionária acusada e a participação dos factos ao Ministério Público (MP).
O caso está relacionado com um esquema de atribuição de notas de crédito, em que a funcionária registava como recebidas verbas que na verdade não chegavam a entrar nos cofres da autarquia.
Segundo a acusação do MP, a arguida terá procedido à emissão de notas de crédito, mediante as quais se terá procedido à anulação de faturas emitidas, sem que fosse emitida nova fatura, ficando para si com o dinheiro cobrado.
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