ARTE & CULTURA
COMPANHIA SEIVA TRUPE GANHA NOVA SEDE E INICIA DIGRESSÃO NO PORTO
A Seiva Trupe, companhia de teatro do Porto, vai passar a ter sede na Fundação Escultor José Rodrigues, no dia 01 agosto e, em setembro, começa uma “digressão interna no Porto”, por salas e cafés emblemáticos, anunciou hoje fonte oficial.
A Seiva Trupe, companhia de teatro do Porto, vai passar a ter sede na Fundação Escultor José Rodrigues, no dia 01 agosto e, em setembro, começa uma “digressão interna no Porto”, por salas e cafés emblemáticos, anunciou hoje fonte oficial.
A partir de 01 de agosto, a “sede administrativa da Seiva Trupe vai passar a ser na Fundação Escultor José Rodrigues”, avançou hoje à Lusa Jorge Castro Guedes, diretor artístico da Seiva Trupe, desde março deste ano, referindo que a atual sala de espetáculo e de ensaios da companhia “jamais passaria, com as novas normas da IGAC [Inspeção-Geral das Atividades Culturais]”, porque não tem, por exemplo, “acessos para deficientes” nem “saídas de emergência”.
A Seiva Trupe-Teatro Vivo, que esteve para fechar portas em 2018, depois de não ter conseguido apoios através dos concursos do programa de apoio sustentado às artes 2018-2021, da Direção-Geral das Artes, vai, a partir de setembro, passar a ensaiar os seus espetáculos em salas “emblemáticas” da cidade, como Cooperativa Árvore, Museu Nacional da Imprensa, Café Lusitano, Pinguim Café, Casa Allen, sala do Cineclube, na Casa das Artes, e Convento de Francos.
A “inexistência” de uma sala própria transformou-se “numa oportunidade”, assumiu Jorge Castro Guedes, acrescentando que os espaços de ensaio e de espetáculo que tinha na Cooperativa do Povo Portuense vão ser abandonados.
Em setembro, a Seiva-Trupe vai arrancar com a temporada e a atividade.
A temporada arranca com a peça “Funeral de Neruda”, um texto de Luís Sepúlveda e Renzo Sicco, na Cooperativa Árvore, uma coprodução com a Assembleia de Teatro de Turim, avançou à Lusa Jorge Castro Guedes, esperando que a atividade “não venha a ser interrompida” e que tenha os apoios sustentados para o biénio de 2020-2021″.
“Nós vamos ao reencontro da cidade indo a locais emblemáticos da cidade, e cada um desses locais constitui-se como parceiro da Seiva-Trupe Teatro Vivo. E são locais em que a temática da peça também tem sentido ser apresentada”, acrescentou.
Jorge Castro Guedes e a ministra da Cultura, Graça Fonseca, “trocaram hoje de manhã impressões em geral sobre o teatro e sobre o futuro de um espaço da Seiva Trupe”, durante uma visita às instalações da Cooperativa do Povo Portuense.
Segundo avançou à Lusa, Jorge Castro Guedes pretende constituir uma “incubadora de teatro” para integrar um “banco de estagiários onde licenciados da Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo do Porto, por exemplo, possam fazer livremente os seus projetos, depois dos dois anos de estágio”.
A Seiva Trupe, com 46 anos de existência, foi despejada em 2013 do Teatro do Campo Alegre, equipamento da Câmara do Porto. Na altura, a justificação para a ação prendeu-se com o facto de a companhia de teatro ter falhado o pagamento de prestações em dívida.
CCM // MAG
ARTE & CULTURA
PAUL MCCARTNEY PEDE AO GOVERNO PARA PROTEGER ARTISTAS DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
O ex-Beatle Paul McCartney apelou hoje ao Governo britânico para reforçar a proteção dos artistas contra a inteligência artificial (IA), numa altura em que o executivo considera uma reforma da lei dos direitos de autor.
O ex-Beatle Paul McCartney apelou hoje ao Governo britânico para reforçar a proteção dos artistas contra a inteligência artificial (IA), numa altura em que o executivo considera uma reforma da lei dos direitos de autor.
Numa entrevista à BBC, o cantor e compositor britânico, de 82 anos, alertou que os músicos podem ser “despojados” das suas criações e voltou a criticar o projeto do Governo trabalhista que prevê alterações à legislação sobre direitos de autor.
Entre as propostas está “uma exceção aos direitos de autor” para treinar modelos de IA com fins comerciais, cujo projeto ofereceria aos criadores a possibilidade de “reservar os seus direitos”.
Paul McCartney, que manteve uma carreia praticamente a solo após a dissolução oficial dos Beatles, em 1970, sustenta que, com essa reforma, os artistas perderão o controlo sobre as suas obras.
“Os jovens podem escrever uma bela canção, mas podem acabar por não ser os proprietários dela”, disse.
Pior ainda, “qualquer pessoa poderá apropriar-se dessa canção”, denunciou.
“A verdade é que o dinheiro irá para algum lado. Alguém será pago. Não deverá ser o tipo que escreveu ‘Yesterday’?”, um dos temas mais conhecidos dos The Beatles, composto por Paul McCartney (creditada a Lennon/McCartney), gravada em 1965 para o álbum “Help!”, questionou.
“Se apresentarem um projeto de lei, assegurem-se de que protegem os pensadores e os artistas, caso contrário, não terão o seu apoio. Somos o povo, vocês são o Governo. É suposto que nos protejam. Esse é o vosso trabalho”, reforçou McCartney.
O Governo britânico anunciou que aproveitará o período de consulta pública, que decorre até 25 de fevereiro, para explorar os principais pontos do debate, incluindo a forma como os criadores poderão obter licenças e ser remunerados pela utilização das suas obras.
Questionada sobre estas propostas numa entrevista à BBC, a ministra das Finanças britânica, Rachel Reeves, garantiu que “quer apoiar os artistas” e fará “tudo para que os direitos de autor sejam respeitados”.
Em novembro de 2023, McCartney e Ringo Starr, os membros sobreviventes dos Beatles (George Harrison morreu em novembro de 2001), usaram a IA para extrair a voz de John Lennon, assassinado em 1980 em Nova Iorque, de uma canção inacabada com várias décadas, intitulada “Now and Then”.
“Eu acho que a IA é fantástica e pode fazer muitas coisas incríveis”, admitiu Paul McCartney.
“No entanto, a IA não deve despojar os criadores. Isso não faz sentido”, concluiu.
ARTE & CULTURA
PORTO: SERRALVES RECEBE 37 OBRAS CONTEMPORÂNEAS DA COLEÇÃO DUERCKHEIM
A Fundação de Serralves, no Porto, assinou um acordo para receber em depósito 37 obras de 19 artistas provenientes da Coleção Duerckheim, que prevê ainda a doação de uma peça de Anselm Kiefer à instituição portuguesa.
A Fundação de Serralves, no Porto, assinou um acordo para receber em depósito 37 obras de 19 artistas provenientes da Coleção Duerckheim, que prevê ainda a doação de uma peça de Anselm Kiefer à instituição portuguesa.
Em comunicado, a Fundação de Serralves anunciou que vai receber, neste âmbito, o depósito de peças de Darren Almond, Georg Baselitz, Isaak Brodsky, Roman Buxbaum, Jake e Dinos Chapman, Theaster Gates, Gilbert & George, Antony Gormley, Damien Hirst, Zhang Huan, Stefan Hunstein, Anselm Kiefer, Michael Landy, Mamedov, Haralampi Oroschakoff, Sam Taylor-Wood, Matthias Wähner, Cerith Wyn Evans e Remy Zaugg.
O acordo inclui a doação de “Dat rosa miel apibus”, de Anselm Kiefer.
“É com grande alegria que Serralves recebe em depósito esta extraordinária coleção reunida ao longo de décadas de dedicação à arte pelo Conde Duerckheim. Este é um momento de grande importância para Serralves, e o acordo representa o reconhecimento da capacidade da Fundação para atrair e acolher as maiores coleções internacionais de arte contemporânea”, disse a presidente do conselho de administração da fundação, Ana Pinho, citada no mesmo comunicado.
De acordo com Serralves, o acordo foi possível graças à influência de Nuno Luzio, que deu a ideia ao Conde Christian Duerckheim, algo saudado por ambas as partes.
“Tendo estado fora de Portugal durante mais de 20 anos, Nuno Luzio demonstra o poder da diáspora portuguesa e o bem maior que podem fazer pelo seu país”, afirmou Ana Pinho.
Nascido em 1944 na região alemã da Saxónia, o industrial Christian Duerckheim viveu em Londres na década de 1960 e tornou-se num dos “mais significativos colecionadores da Europa”, como escreveu o jornal britânico The Guardian, em 2013, aquando de uma doação de 34 desenhos de artistas alemães modernos e de mais 60 trabalhos ao British Museum.
Em 2011, Duerckheim vendeu cerca de 80 obras através da leiloeira Sotheby’s por um valor recorde de mais de 100 milhões de libras, segundo notícias publicadas então pela imprensa especializada.
Na altura, ao New York Times, Christian Duerckheim afirmou que sempre quis ver a arte do seu tempo, enquanto alguém interessado em história que ficou obcecado com a arte do seu próprio país depois de ver uma obra de Georg Baselitz em 1970.
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