INTERNACIONAL
COREIA DO NORTE VOLTA AMEAÇAR
O representante do Ministério dos Negócios Estrangeiros do regime de Pyongyang alertou, em declarações à CNN, que o mundo deve levar a sério as ameaças da Coreia do Norte poder vir a realizar um teste nuclear com bomba de hidrogénio sobre o Oceano Pacífico.
Em entrevista à CNN, o representante do Ministério dos Negócios Estrangeiros norte-coreano, Ri Yong Hu, deixou um aviso à comunidade internacional, alertando que deve ser levada muito a sério a possibilidade de haver um teste nuclear atmosférico sobre o Oceano Pacífico.
Em entrevista numa visita a Nova Iorque, à Assembleia Geral das Nações Unidas, no mês passado, Ri Yong Ho, ministro das Negócios Estrangeiros, levantou a possibilidade da Coreia do Norte vir a testar uma poderosa bomba de hidrogénio sobre o Oceano Pacífico. A ameaça surgiu horas após o presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçar “destruir totalmente” a Coreia do Norte, num discurso na ONU.
O oficial Ri Yong Pil disse à CNN, numa conversa exclusiva em Pyongyang, que a ameaça feita pelo ministro dos Negócios Estrangeiros da Coreia do Norte no mês passado não deveria ser desvalorizada. A Coreia do Norte “sempre transformou as suas palavras em acção”. “O ministro dos Negócios Estrangeiros está bem ciente das intenções de nosso líder supremo, por isso eu acho que as suas palavras deveriam ser levadas muito a sério”, disse Ri à CNN na passada quarta-feira.
Ri Yong Pil afirmou que os canais diplomáticos entre os EUA e a Coreia do Norte eram inexistentes, apesar do secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson, reiterar ao longo de meses que ainda estão abertos.”Os EUA estão a falar sobre uma solução militar e até mesmo a praticar ensaios militares. Eles estão a pressionar-nos em todas as frentes com sanções. Se acham que isto levará à diplomacia, estão profundamente equivocados”, disse Ri Yong Pil.
As observações de Ri vêm depois de Trump ter declarado que os EUA estavam “preparados para qualquer coisa” no que se refere à crise nuclear da Coreia do Norte.
O presidente Trump estará na Coreia do Sul durante sua viagem à Ásia no próximo mês, e é expectável que com esta visita tente exercer uma pressão acrescida sobre Kim Jong-un, para que este abdique do seu programa nuclear. Ainda não é certo que Trump visite a zona desmilitarizada da península coreana, mas é possível que o venha a anunciar.
A Coreia do Norte realizou o mais forte de seus seis testes nucleares no início de setembro, alegando ter usado uma bomba de hidrogénio. A ONU respondeu ao teste, impondo novas sanções ao regime de Pyongyang.
As ameaças continuadas da Coreia do Norte colocaram os seus “vizinhos” do Pacífico em alerta máximo. Em setembro, Pyongyang lançou um míssil balístico que sobrevoou o Japão. No decorrer de conversações com Washington, Pyongyang disse que iria disparar mísseis para o território de Guam, nos EUA.
INTERNACIONAL
BIBLIOTECA SOBRE O NAZISMO E O HOLOCAUSTO ACESSÍVEL NA INTERNET DESDE HOJE
Fotografias do campo de Auschwitz-Birkenau, testemunhos e documentos sobre a ascensão do fascismo na Europa antes da Segunda Guerra Mundial integram um dos maiores arquivos sobre o Holocausto que está acessível desde hoje na internet.
Fotografias do campo de Auschwitz-Birkenau, testemunhos e documentos sobre a ascensão do fascismo na Europa antes da Segunda Guerra Mundial integram um dos maiores arquivos sobre o Holocausto que está acessível desde hoje na internet.
A Biblioteca Wiener sobre o Holocausto, com sede em Londres, reúne centenas de milhares de documentos originais sobre a situação dos judeus europeus antes de 1939, o regime nazi e o Holocausto.
A biblioteca decidiu tornar acessível hoje, no 80.º aniversário da libertação de Auschwitz, parte da sua coleção, nomeadamente fotografias, cartas e testemunhos que atestam os crimes nazis no campo da Polónia (https://wienerholocaustlibrary.org/).
“A necessidade de defender a verdade tornou-se ainda mais urgente devido ao ressurgimento do antissemitismo e de outras formas de desinformação e ódio”, explicou Toby Simpson, diretor da biblioteca, citado num comunicado.
“Ao disponibilizar gratuitamente uma grande quantidade de provas em linha [‘online’], estamos a garantir que os arquivos históricos são acessíveis a todos”, afirmou, segundo a agência francesa AFP.
Entre os mais de 150.000 documentos disponíveis em linha pela primeira vez, encontram-se numerosas fotografias tiradas aquando da libertação do campo de Auschwitz, em 27 de janeiro de 1945.
Também ficaram acessíveis documentos utilizados nos julgamentos de Nuremberga, durante os quais os principais dirigentes do Terceiro Reich, o regime nazi alemão de Adolf Hitler, foram julgados.
A biblioteca publica também cerca de 500 folhetos e livros de propaganda antifascista, distribuídos na Alemanha na década de 1930 e disfarçados de anúncios de champôs ou livros de receitas, para escapar à vigilância do regime nazi.
Revela também documentos que mostram a ascensão do fascismo no Reino Unido antes e depois da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
“Numa altura em que figuras de extrema-direita ameaçam a Europa e não só, estas coleções revelam não só as origens destas ideologias perigosas, mas também as motivações e estratégias daqueles que, ao longo da História, as mantiveram à distância”, disseram os responsáveis pela biblioteca.
A Biblioteca Wiener sobre o Holocausto foi fundada na década de 1930 por Alfred Wiener, que fez campanha contra o nazismo nas décadas de 1920 e 1930.
Depois de fugir da Alemanha para os Países Baixos, em 1933, começou a recolher provas da perseguição dos judeus.
Continuou o seu trabalho a partir do Reino Unido, onde se exilou pouco antes do início da guerra e onde a biblioteca ainda se encontra, no centro de Londres.
Sobreviventes de Auschwitz, acompanhados pelo Presidente polaco, Andrzej Duda, depositaram flores hoje de manhã em frente ao Muro da Morte do campo, onde os prisioneiros eram fuzilados.
Alguns usavam lenços às riscas azuis e brancas, simbolizando os antigos uniformes prisionais. Ao pé do muro, acenderam velas em memória dos mortos e tocaram o muro com uma mão, em silêncio.
A cerimónia, sob o portão de entrada de Birkenau, deverá começar às 16:00 locais (15:00 em Lisboa) e contará com a presença de 54 delegações internacionais, algumas das quais lideradas por chefes de Estado, mas o foco estará nos sobreviventes, segundo a organização.
“Este ano, estamos a centrar-nos nos sobreviventes e na sua mensagem”, disse à AFP o porta-voz do museu de Auschwitz, Pawel Sawicki.
“Não haverá discursos de políticos”, acrescentou.
Auschwitz-Birkenau tornou-se o símbolo do genocídio perpetrado pela Alemanha nazi contra seis milhões de judeus europeus, um milhão dos quais morreram no campo entre 1940 e 1945, bem como mais de 100.000 não judeus.
INTERNACIONAL
PAPA DIZ QUE HOLOCAUSTO NÃO PODE SER ESQUECIDO OU NEGADO
O Papa Francisco disse hoje que “o horror” do Holocausto não pode ser “esquecido ou negado” e exortou à luta contra o antissemitismo, lembrando que na segunda-feira se assinalam 80 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz.
O Papa Francisco disse hoje que “o horror” do Holocausto não pode ser “esquecido ou negado” e exortou à luta contra o antissemitismo, lembrando que na segunda-feira se assinalam 80 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz.
“Amanhã é o Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto, 80 anos após a libertação do campo de concentração de Auschwitz. O horror do extermínio de milhões de judeus e de pessoas de outras religiões durante esses anos não pode ser esquecido nem negado”, afirmou o Papa no final da oração do Angelus dominical.
Lembrando que, durante esses anos, foram também mortos “muitos cristãos, muitos mártires”, Francisco apelou a que “todos trabalhem em conjunto para erradicar o flagelo do antissemitismo e outras formas de discriminação e perseguição religiosa”.
“Construamos juntos um mundo mais fraterno e justo, educando os jovens a ter um coração aberto a todos na lógica da fraternidade, do perdão e da paz”, concluiu.
Proclamado oficialmente em novembro de 2005, o Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto, que se assinala na segunda-feira, comemora a libertação pelas tropas soviéticas, em 1945, do campo de concentração e extermínio nazi alemão de Auschwitz-Birkenau.
Auschwitz-Birkenau tornou-se o símbolo do genocídio perpetrado pela Alemanha nazi contra seis milhões de judeus europeus, um milhão dos quais morreram no local entre 1940 e 1945, bem como mais de 100.000 não judeus.
Na segunda-feira, uma cerimónia oficial com a presença de cerca de meia centena de sobreviventes e 54 delegações internacionais assinalará o 80.º aniversário da libertação do local.
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