NACIONAL
CRISE: 80% DOS PORTUGUESES DEIXARAM DE USAR TRANSPORTES PÚBLICOS
Mais de 80% dos portugueses deixaram de ir a restaurantes e a locais de lazer, 78% não utilizam transportes públicos e cerca de 60% não saem para ir à farmácia ou ao supermercado, segundo um estudo do barómetro covid-19.
Mais de 80% dos portugueses deixaram de ir a restaurantes e a locais de lazer, 78% não utilizam transportes públicos e cerca de 60% não saem para ir à farmácia ou ao supermercado, segundo um estudo do barómetro covid-19.
Estes dados resultam de um trabalho do barómetro covid-19 da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP), que acompanha as intervenções que as autoridades têm tido no sentido de travar a disseminação da epidemia, que utilizou “os dados de georreferenciação divulgados pela Google”, disse hoje à agência Lusa o investigador Alexandre Abrantes.
O investigador da ENSP adiantou que as autoridades intervieram relativamente cedo para aumentar o distanciamento social quando ainda não havia nenhuma morte, “mas era interessante saber se as pessoas estão realmente a cumprir essa medida”.
“O que aconteceu foi uma coisa inédita, a Google disponibilizou os dados de georreferenciação que dizem onde as pessoas estão às várias horas do dia” e “esses dados, que nunca foram colhidos para fins de saúde, acabam por se mostrar extremamente úteis” para os investigadores perceberem se as pessoas aderiram ou não às orientações das autoridades.
Neste caso, salientou, as “notícias são muito boas”: “83% das pessoas deixaram de ir ao restaurante e a lugares de lazer, 80% deixaram de ir a parques e a locais para fazer grandes caminhadas e até os transportes públicos reduziram 78%”.
Há também uma grande descida na saída para comprar bens essenciais (-59%), nomeadamente na farmácia e no supermercado, e em relação ao emprego 53% das pessoas não estão a trabalhar nos locais de trabalho.
Segundo Alexandre Abrantes, estes dados demonstram que “os portugueses entenderam os motivos porque lhes pediram distanciamento social e confinamento e estão a fazer bem”.
“Oitenta por cento de contenção [por parte dos portugueses] é uma coisa extraordinária porque não estão a transmitir a doença na comunidade”, sublinhou.
O estudo “Mobilidade em Portugal em tempos de pandemia por covid-19” descreve a variação da mobilidade dos portugueses por distrito e tipologia de local com base nos dados que a Google disponibilizou no início de abril, indicando variações na mobilidade dos portugueses entre o início janeiro e 29 de março de 2020.
De acordo com o trabalho, a redução da mobilidade/permanência para zonas de “comércio, restauração e lazer” foi relativamente uniforme entre distritos, variando entre 81% e 89%, enquanto na categoria “Residência” teve um aumento em todos os distritos e variou entre 18% e 33%, sendo mais expressivo em alguns distritos do interior.
“A redução nos locais ‘bens essenciais e farmácias’ foi um pouco inferior, como seria expectável, sendo estes bens considerados essenciais”, sendo que “a variação parece ter sido menor nos distritos do Porto, Lisboa e no Sul do país”, sublinha.
A redução na mobilização e permanência em “Parques” e “Trabalho” parece ter sido maior no Litoral e no Norte, refere o estudo.
Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 380 mortes, mais 35 do que na véspera e 13.141 casos de infeções confirmadas, mais 699 em relação a terça-feira.
NACIONAL
HERNÂNI DIAS PEDE DEMISSÃO E LUÍS MONTENEGRO ACEITA-A
O primeiro-ministro aceitou esta terça-feira o pedido de demissão do secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, Hernâni Dias, sublinhando “o desprendimento subjacente à decisão pessoal” do governante.
O primeiro-ministro aceitou esta terça-feira o pedido de demissão do secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, Hernâni Dias, sublinhando “o desprendimento subjacente à decisão pessoal” do governante.
Numa nota do gabinete de Luís Montenegro publicada no portal do Governo lê-se que “o primeiro-ministro aceitou o pedido de demissão esta terça-feira apresentado pelo secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, Dr. Hernâni Dias”.
“Nesta ocasião, o primeiro-ministro expressa reconhecimento ao Dr. Hernâni Dias pelo empenho na concretização do Programa do Governo em áreas de particular importância e sublinha o desprendimento subjacente à decisão pessoal tomada. O secretário de Estado cessante será oportunamente substituído no cargo”, acrescenta.
Esta é a primeira demissão no XXIV Governo Constitucional PSD/CDS-PP que tomou posse a 02 de abril do ano passado.
Na sexta-feira, a RTP noticiou que Hernâni Dias criou duas empresas que podem vir a beneficiar com a nova lei dos solos, sendo que é secretário de Estado do ministério que tutela essas alterações.
Uma semana antes, o mesmo canal de televisão avançou que Hernâni Dias estava a ser investigado pela Procuradoria Europeia e era suspeito de ter recebido contrapartidas quando foi autarca de Bragança.
Na terça-feira da semana passada, num comunicado enviado à agência Lusa, Hernâni Dias recusou ter cometido qualquer ilegalidade, afirmando que está “de consciência absolutamente tranquila” e que agiu “com total transparência”.
O secretário de Estado garante ter pedido ao Ministério Público (MP) “que investigasse a empreitada da Zona Industrial em Bragança e ao LNEC [Laboratório Nacional de Engenharia Civil] que fizesse uma auditoria”, assegurando, relativamente ao apartamento ocupado pelo filho no Porto, que “o valor das rendas foi pago por transferência.
O Chega e o BE já pediram a demissão do governante e vários já requereram a sua audição parlamentar.
NACIONAL
ASAE ENCERRA DOIS ESTABELECIMENTOS E INSTAURA 18 CONTRAORDENAÇÕES
A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) suspendeu dois estabelecimentos comerciais e instaurou 18 processos de contraordenação por falta de equipamentos para deposição de resíduos de tabaco, avançou esta segunda-feira a ASAE.
A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) suspendeu dois estabelecimentos comerciais e instaurou 18 processos de contraordenação por falta de equipamentos para deposição de resíduos de tabaco, avançou esta segunda-feira a ASAE.
No âmbito da ação, foram fiscalizados 121 operadores económicos, abrangendo o setor da restauração, edifícios destinados a ocupação não habitacional e instituições de ensino superior.
De acordo com a autoridade, as principais infrações identificadas foram a falta de disponibilização de cinzeiros e equipamentos adequados para a deposição de resíduos indiferenciados e seletivos, bem como o incumprimento dos requisitos gerais de higiene.
No decorrer desta ação, foi suspenso um estabelecimento de restauração no concelho de Lisboa, pela violação dos deveres da entidade exploradora, e um talho no concelho de Ílhavo, pelo incumprimento das normas gerais de higiene.
Foi também apreendido um instrumento de pesagem por não estar em conformidade com os valores de controlo metrológico.
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