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NACIONAL

CRISE: APOIO FINANCEIRO A 251 LIVRARIAS E EDITORAS FOI REFORÇADO EM 36 MIL EUROS

Mais de 250 editoras e livrarias de todo o país vão receber o apoio financeiro lançado pelo Ministério da Cultura para ajudar o setor no contexto da pandemia de covid-19, que foi reforçado com 36 mil euros.

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Mais de 250 editoras e livrarias de todo o país vão receber o apoio financeiro lançado pelo Ministério da Cultura para ajudar o setor no contexto da pandemia de covid-19, que foi reforçado com 36 mil euros.

Os resultados das candidaturas, abertas no dia 30 de abril, foram hoje divulgados e revelam que, de um total de 261 entidades (119 editoras e 142 livrarias) concorrentes, vão ser apoiadas 251, com um montante máximo de 1.500 euros (editoras) e 2.000 euros (livrarias), segundo informação disponível na pagina da Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas (DGLAB).

O valor atribuído totaliza 436.225,48 euros, acrescendo pouco mais de 36 mil euros aos 400 mil inicialmente anunciados para este programa.

De acordo com fonte oficial do gabinete da Ministra da Cultura, esta linha de apoio obteve “resultados na ordem dos 100%”, já que “todas as editoras que se candidataram terão apoio e 93% das livrarias [132 de 142 candidatas] também”.

Entre as editoras e livrarias selecionadas contam-se nomes como E-Primatur, Ponto de Fuga, Abysmo, Chili com carne, Bruaá, Gatafunho, Planeta Tangerina, Pato Lógico, Baobá, Bizâncio, Ler Devagar Óbidos, Ferin, A das Artes, Fonte de Letras, Distopia, Snob e Tigre de Papel.

“Esta medida de apoio insere-se nas medidas de emergência criadas pelo Ministério da Cultura para responder ao contexto de pandemia” e “permite fazer face rapidamente aos problemas de liquidez de tesouraria de livrarias e editoras, e cujo apoio agora concedido lhes permite, em alguns casos, a continuação da sua atividade”, disse à Lusa a mesma fonte, sublinhando que a resposta foi “rápida e eficaz”, pois em apenas um mês foi criado e apresentados os resultados do programa de apoio.

O gabinete de Graça Fonseca destaca ainda que esta medida vai permitir reforçar os acervos bibliográficos da Rede de Ensino de Português no Estrangeiro e da Rede de Centros Culturais espalhadas pelo mundo, “contribuindo significativamente para o objetivo partilhado de promoção, divulgação e internacionalização” dos autores portugueses e da língua portuguesa.

Foram consideradas elegíveis as editoras cuja faturação em venda de livros em 2019 tenha sido inferior a 200 mil euros e as livrarias cuja faturação em venda de livros, no mesmo ano, tenha sido inferior a 300 mil euros.

As editoras ou livrarias que façam parte de grupos editoriais ou livreiros só podiam apresentar um pedido, sendo nestes casos considerada a faturação do grupo.

Este programa de apoio visa a aquisição de livros, a preço de venda ao público, dos catálogos das editoras e livrarias – que poderia ir até um máximo de cinco mil euros por editora e livraria -, a serem distribuídos pela Rede de Ensino de Português no Estrangeiro (Cátedras, Centros de Língua Portuguesa, Leitorados) e Rede de Centros Culturais.

As editoras e livrarias tiveram de apresentar à DGLAB uma proposta para aquisição, com uma lista de livros dos seus catálogos, e essas propostas foram avaliadas em função do regulamento e das necessidades das redes.

Estão abrangidas obras de poesia, de ficção, de teatro, de banda desenhada, de literatura infantojuvenil e de ensaio, nas áreas das artes e do património cultural, escritas em português e por autores portugueses.

Outra medida prevista e já inscrita no orçamento é a adjudicação de 200 mil euros à compra de livros para bibliotecas da Rede Nacional de Bibliotecas Públicas, privilegiando as livrarias de proximidade, no quadro do Programa de Apoio ao Desenvolvimento de Serviços das Bibliotecas Públicas (PADES), para 2020.

Está prevista, ainda em junho, a abertura das Bolsas de Criação Literária com um valor global de 180 mil euros. Este valor representa um reforço, no imediato, de 45 mil euros, face ao valor de 2019 e à dotação orçamental inscrita para 2020, sem prejuízo da abertura de mais bolsas de apoio aos autores no segundo semestre.

Assim, o Ministério da Cultura irá atribuir seis bolsas anuais e 12 bolsas semestrais, apoiando 18 projetos originais de criação literária.

Estas medidas surgiram após várias iniciativas desenvolvidas por editoras e livrarias, no sentido de fazer face à crise que atravessam e que passou por cartas enviadas ao Ministério da Cultura, com pedidos de ajuda e propostas de medidas a aplicar no setor.

De acordo com a tutela, estes programas inserem-se no quadro das medidas adotadas em período de emergência, vocacionadas para o curto prazo e para uma resposta mais imediata a situações de maior vulnerabilidade aos impactos da conjuntura atual do país.

O setor livreiro tem sido um dos mais afetados pelas medidas de contenção destinadas a travar a propagação do novo coronavírus, que conduziram ao encerramento de livrarias por todo o país e à quase paralisação do mercado editorial.

No entanto, a medida de apoio apresentada pelo Ministério da Cultura não agradou à Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL), que a considerou reveladora “de um grande desconhecimento da realidade e da situação que se vive no mundo do livro”, que apresentou uma quebra de 80% e prejuízos superiores a 20 milhões de euros, desde o início da paralisação da atividade, em março.

A reabertura das livrarias foi contemplada a partir do início de maio, na primeira fase do “programa de desconfinamento”.

NACIONAL

MORTALIDADE INFANTIL REGRESSOU A NÍVEIS PRÉ-PANDEMIA – DGS

A taxa de mortalidade infantil estabilizou e regressou aos níveis pré-pandemia e, nos últimos dois anos, as mortes maternas baixaram, segundo dados preliminares da Direção-Geral da Saúde (DGS).

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A taxa de mortalidade infantil estabilizou e regressou aos níveis pré-pandemia e, nos últimos dois anos, as mortes maternas baixaram, segundo dados preliminares da Direção-Geral da Saúde (DGS).

A informação foi avançada à agência Lusa pela diretora-geral da Saúde, Rita Sá Machado, a propósito dos relatórios que a DGS divulga esta quinta-feira sobre a mortalidade infantil e materna no período 2017-2021.

“Aquilo que nós conseguimos ver, no caso da mortalidade materna, é que nos últimos dois anos, com análises preliminares, nós conseguimos ver até alguma diminuição e, no caso da mortalidade infantil, (…) uma estabilização, mas conseguimos ver que os níveis observados vão para aqueles níveis que eram os níveis pré-pandemia”, afirmou.

No caso da mortalidade materna, segundo explicou, o relatório incorpora o trabalho desenvolvido pela comissão criada em 2020 para analisar este fenómeno e também os dados recolhidos através do Sistema de Informação de Certificados de Óbito (SICO).

Sobre o trabalho da comissão criada em 2020 para estudar a mortalidade materna, cujo trabalho nunca foi tornado público, Rita Sá Machado explicou essa opção com o facto de tal documento conter “dados muito sensíveis” que poderiam permitir identificação de pessoas.

Quanto a distância entre o período abrangido pelos relatórios divulgados esta quinta-feira pela DGS e os números mais recentes já divulgados, por exemplo, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), a responsável explicou: “São dois trabalhos distintos: num estamos a falar daquilo que são indicadores simples, olhando para tendências, se os indicadores vão aumentando ou diminuindo. Uma outra coisa foi o que trabalhámos de uma forma detalhada, olhando com uma dimensão mais profunda, com recomendações específicas”.

Os dados divulgados esta quita-feira indicam que após 2015 manteve-se o aumento do numero de mortes maternas, variando entre sete e 17. O valor máximo observado no período em análise verificou-se em 2020, coincidente com a pandemia de covid-19 (17 mortes).

Admite ainda que a aplicação dos respetivos mecanismos de melhoria pode justificar o aumento do número de mortes maternas e do Rácio de Mortalidade Materna (RMM) a partir de 2014, “pelo aumento da sensibilidade e pela diminuição de fenómenos de subnotificação”.

Segundo o relatório, a maioria (51,7%) das mortes maternas no quinquénio 2017-2021 ocorreu em mulheres em menos de 35 anos, apesar do Rácio de Mortes Maternas (que reflete a capacidade do sistema de saúde prestar os cuidados eficazes na prevenção e complicações que ocorrem) é superior nas mulheres com mais de 40 anos de idade.

O documento destaca igualmente a prevalência de carga de doença identificada antes da gravidez, considerando este indicador “de grande relevância”, uma vez que abrange 63% dos casos.

O diagnóstico da obesidade foi o mais prevalente, seguido da hipertensão arterial. Em 33,3% dos casos de morte materna foi identificado um Índice de Massa Corporal (IMC) igual ou superior a 25kg/m2 (excesso de peso e obesidade).

A diretora-geral de Saúde sublinha que estas alterações sociodemográficas da população e a carga de doença estão a ter efeitos nas mães e, por isso, defende um acompanhamento das diretrizes emanadas pela DGS e da “própria prestação e organização dos serviços de saúde” para acompanhamento destas mães.

Nas conclusões do relatório, a DGS refere que embora a maioria das mortes maternas ocorra em mulheres portuguesas, o rácio de mortalidade materna (RMM) nas mulheres estrangeiras é superior.

Esta situação leva a responsável da DGS a considerar necessário “um melhor conhecimento dos próprios profissionais que estão no atendimento, para que o processo de atendimento seja mais célebre a algumas destas mulheres [estrangeiras]”.

A este propósito, a DGS recomenda no relatório a elaboração e divulgação de uma circular conjunta sobre procedimentos no atendimento de grávidas de nacionalidade estrangeira.

Questionada sobre se uma possível alteração na Lei de Bases da Saúde que restrinja acesso a cidadãos estrangeiros a casos urgentes ou se o ato for pago, Rita Sá Machado recorda:”uma grávida, quer no seu acompanhamento, quer em qualquer problema que tenha durante a gravidez, é sempre olhado como questões de urgência ou emergência”.

No relatório sobre a mortalidade materna, a DGS recomenda ainda que se assegure que uma grávida não vigiada tem uma consulta num prazo de uma semana após o pedido da unidade de saúde, seja qual for o trimestre da gravidez.

A melhoria da vigilância da saúde das grávidas em condições de risco e com necessidade de vigilância acrescida, garantindo de é encaminhada dos cuidados de saúde primários para consulta específica e ser atendida no praz máximo de duas semanas, são outras das recomendações.

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HERNÂNI DIAS PEDE DEMISSÃO E LUÍS MONTENEGRO ACEITA-A

O primeiro-ministro aceitou esta terça-feira o pedido de demissão do secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, Hernâni Dias, sublinhando “o desprendimento subjacente à decisão pessoal” do governante.

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O primeiro-ministro aceitou esta terça-feira o pedido de demissão do secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, Hernâni Dias, sublinhando “o desprendimento subjacente à decisão pessoal” do governante.

Numa nota do gabinete de Luís Montenegro publicada no portal do Governo lê-se que “o primeiro-ministro aceitou o pedido de demissão esta terça-feira apresentado pelo secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, Dr. Hernâni Dias”.

“Nesta ocasião, o primeiro-ministro expressa reconhecimento ao Dr. Hernâni Dias pelo empenho na concretização do Programa do Governo em áreas de particular importância e sublinha o desprendimento subjacente à decisão pessoal tomada. O secretário de Estado cessante será oportunamente substituído no cargo”, acrescenta.

Esta é a primeira demissão no XXIV Governo Constitucional PSD/CDS-PP que tomou posse a 02 de abril do ano passado.

Na sexta-feira, a RTP noticiou que Hernâni Dias criou duas empresas que podem vir a beneficiar com a nova lei dos solos, sendo que é secretário de Estado do ministério que tutela essas alterações.

Uma semana antes, o mesmo canal de televisão avançou que Hernâni Dias estava a ser investigado pela Procuradoria Europeia e era suspeito de ter recebido contrapartidas quando foi autarca de Bragança.

Na terça-feira da semana passada, num comunicado enviado à agência Lusa, Hernâni Dias recusou ter cometido qualquer ilegalidade, afirmando que está “de consciência absolutamente tranquila” e que agiu “com total transparência”.

O secretário de Estado garante ter pedido ao Ministério Público (MP) “que investigasse a empreitada da Zona Industrial em Bragança e ao LNEC [Laboratório Nacional de Engenharia Civil] que fizesse uma auditoria”, assegurando, relativamente ao apartamento ocupado pelo filho no Porto, que “o valor das rendas foi pago por transferência.

O Chega e o BE já pediram a demissão do governante e vários já requereram a sua audição parlamentar.

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