NACIONAL
CRISE: CGTP APONTA 100 MIL NOVOS DESEMPREGADOS E MAIS DE 800 MIL EM LAY-OFF
A CGTP fez hoje um balanço negativo dos efeitos da pandemia para os trabalhadores, porque cerca de 100 mil trabalhadores ficaram desempregados, mais de 800 mil entraram em “lay-off” e mais de um milhão perderam rendimentos.
A CGTP fez hoje um balanço negativo dos efeitos da pandemia para os trabalhadores, porque cerca de 100 mil trabalhadores ficaram desempregados, mais de 800 mil entraram em “lay-off” e mais de um milhão perderam rendimentos.
“Fizemos uma análise dos três meses do surto epidémico e das medidas tomadas pelo Governo e concluímos que o balanço é muito negativo para os trabalhadores, pois mais de um milhão tiveram cortes no rendimento e cerca de 100 mil perderam o emprego, muitos sem terem sequer direito a subsídio de desemprego”, disse a secretária-geral da CGTP, Isabel Camarinha, à agência Lusa.
Os dados divulgados pela sindicalista em conferência de imprensa constam de um documento, a que a Lusa teve acesso, elaborado com base em estatísticas do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social (MTSSS), relativas ao período entre 2 de março e 2 de junho.
Para a Intersindical, “o impacto da crise no emprego é multifacetado”, pois abrange os trabalhadores que perderam os empregos, os que se mantêm a trabalhar, mas têm os contratos de trabalho suspensos ou a duração do trabalho reduzida (lay-off), os que se encontram a trabalhar em casa por terem a cargo filhos menores de 12 anos cujas escolas foram encerradas, os trabalhadores independentes, com redução total ou parcial da sua atividade económica, os trabalhadores em teletrabalho, os trabalhadores em isolamento profilático e os trabalhadores com salários em atraso.
A central salientou o “forte aumento” de desempregados inscritos nos Centros de emprego desde o início da pandemia, embora mais acentuado em Abril, e referiu os 134 mil novos pedidos de prestações de desemprego.
Ao mesmo tempo, segundo a CGTP, os dados apontam para uma quebra abrupta em março, confirmada em abril, da percentagem de desempregados que recebe prestações do desemprego (subsídio de desemprego e subsídio social de desemprego).
Esta percentagem caiu de 56,4% para 50,6% em março e 50,5% em abril.
“Deve ser acrescentado que o valor médio das prestações de desemprego se situa num valor próximo do limiar de pobreza de 2018 (501,2 euros)”, referiu a Inter.
Segundo a CGTP, que cita dados do INE, o valor médio da prestação por beneficiário em 2020 situa-se pouco acima dos 500 euros, por isso, um em cada dois desempregados vive em situação de pobreza mesmo tendo acesso a prestações sociais.
A central sindical lembrou que em 28 de maio o regime de “lay-off” simplificado abrangia 99,5 mil empresas e 804 mil trabalhadores e que estes números deverão subir dado que, até ao dia 02 de junho, mais de 112 mil empresas se tinham candidatado ao regime, empregando cerca de 1 milhão e 344 mil trabalhadores.
Os trabalhadores em lay-off tiveram redução da remuneração e, segundo a Inter, enfrentam “a ameaça de perda de emprego uma vez terminado o “lay-off”, até porque mais de uma em cada quatro empresas que recorreu à medida pertence ao alojamento, restauração e similares, um dos setores mais atingidos pela crise e onde se teme que esta não seja de curta duração”.
“A perda salarial não se circunscreve a estes trabalhadores. Envolve desde logo os trabalhadores despedidos: mesmo que acedam a prestações de desemprego (…) estas não substituem a totalidade do rendimento perdido”, referiu a CGTP acrescentando os que trabalham em casa tendo filhos menores e os trabalhadores independentes com redução total ou significativa de atividade.
A secretária-geral da CGTP disse à Lusa quer “toda esta situação de empobrecimento dos trabalhadores está a ter repercussões no consumo, que tem vindo a cair”.
“E as medidas que o Governo tem tomado, quer no Programa de Estabilização Económica, quer no Orçamento Suplementar, são insuficientes e desequilibradas pois não resolvem o problema dos despedimentos nem dos cortes salariais”, considerou Isabel Camarinha.
NACIONAL
MORTALIDADE INFANTIL REGRESSOU A NÍVEIS PRÉ-PANDEMIA – DGS
A taxa de mortalidade infantil estabilizou e regressou aos níveis pré-pandemia e, nos últimos dois anos, as mortes maternas baixaram, segundo dados preliminares da Direção-Geral da Saúde (DGS).
A taxa de mortalidade infantil estabilizou e regressou aos níveis pré-pandemia e, nos últimos dois anos, as mortes maternas baixaram, segundo dados preliminares da Direção-Geral da Saúde (DGS).
A informação foi avançada à agência Lusa pela diretora-geral da Saúde, Rita Sá Machado, a propósito dos relatórios que a DGS divulga esta quinta-feira sobre a mortalidade infantil e materna no período 2017-2021.
“Aquilo que nós conseguimos ver, no caso da mortalidade materna, é que nos últimos dois anos, com análises preliminares, nós conseguimos ver até alguma diminuição e, no caso da mortalidade infantil, (…) uma estabilização, mas conseguimos ver que os níveis observados vão para aqueles níveis que eram os níveis pré-pandemia”, afirmou.
No caso da mortalidade materna, segundo explicou, o relatório incorpora o trabalho desenvolvido pela comissão criada em 2020 para analisar este fenómeno e também os dados recolhidos através do Sistema de Informação de Certificados de Óbito (SICO).
Sobre o trabalho da comissão criada em 2020 para estudar a mortalidade materna, cujo trabalho nunca foi tornado público, Rita Sá Machado explicou essa opção com o facto de tal documento conter “dados muito sensíveis” que poderiam permitir identificação de pessoas.
Quanto a distância entre o período abrangido pelos relatórios divulgados esta quinta-feira pela DGS e os números mais recentes já divulgados, por exemplo, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), a responsável explicou: “São dois trabalhos distintos: num estamos a falar daquilo que são indicadores simples, olhando para tendências, se os indicadores vão aumentando ou diminuindo. Uma outra coisa foi o que trabalhámos de uma forma detalhada, olhando com uma dimensão mais profunda, com recomendações específicas”.
Os dados divulgados esta quita-feira indicam que após 2015 manteve-se o aumento do numero de mortes maternas, variando entre sete e 17. O valor máximo observado no período em análise verificou-se em 2020, coincidente com a pandemia de covid-19 (17 mortes).
Admite ainda que a aplicação dos respetivos mecanismos de melhoria pode justificar o aumento do número de mortes maternas e do Rácio de Mortalidade Materna (RMM) a partir de 2014, “pelo aumento da sensibilidade e pela diminuição de fenómenos de subnotificação”.
Segundo o relatório, a maioria (51,7%) das mortes maternas no quinquénio 2017-2021 ocorreu em mulheres em menos de 35 anos, apesar do Rácio de Mortes Maternas (que reflete a capacidade do sistema de saúde prestar os cuidados eficazes na prevenção e complicações que ocorrem) é superior nas mulheres com mais de 40 anos de idade.
O documento destaca igualmente a prevalência de carga de doença identificada antes da gravidez, considerando este indicador “de grande relevância”, uma vez que abrange 63% dos casos.
O diagnóstico da obesidade foi o mais prevalente, seguido da hipertensão arterial. Em 33,3% dos casos de morte materna foi identificado um Índice de Massa Corporal (IMC) igual ou superior a 25kg/m2 (excesso de peso e obesidade).
A diretora-geral de Saúde sublinha que estas alterações sociodemográficas da população e a carga de doença estão a ter efeitos nas mães e, por isso, defende um acompanhamento das diretrizes emanadas pela DGS e da “própria prestação e organização dos serviços de saúde” para acompanhamento destas mães.
Nas conclusões do relatório, a DGS refere que embora a maioria das mortes maternas ocorra em mulheres portuguesas, o rácio de mortalidade materna (RMM) nas mulheres estrangeiras é superior.
Esta situação leva a responsável da DGS a considerar necessário “um melhor conhecimento dos próprios profissionais que estão no atendimento, para que o processo de atendimento seja mais célebre a algumas destas mulheres [estrangeiras]”.
A este propósito, a DGS recomenda no relatório a elaboração e divulgação de uma circular conjunta sobre procedimentos no atendimento de grávidas de nacionalidade estrangeira.
Questionada sobre se uma possível alteração na Lei de Bases da Saúde que restrinja acesso a cidadãos estrangeiros a casos urgentes ou se o ato for pago, Rita Sá Machado recorda:”uma grávida, quer no seu acompanhamento, quer em qualquer problema que tenha durante a gravidez, é sempre olhado como questões de urgência ou emergência”.
No relatório sobre a mortalidade materna, a DGS recomenda ainda que se assegure que uma grávida não vigiada tem uma consulta num prazo de uma semana após o pedido da unidade de saúde, seja qual for o trimestre da gravidez.
A melhoria da vigilância da saúde das grávidas em condições de risco e com necessidade de vigilância acrescida, garantindo de é encaminhada dos cuidados de saúde primários para consulta específica e ser atendida no praz máximo de duas semanas, são outras das recomendações.
NACIONAL
HERNÂNI DIAS PEDE DEMISSÃO E LUÍS MONTENEGRO ACEITA-A
O primeiro-ministro aceitou esta terça-feira o pedido de demissão do secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, Hernâni Dias, sublinhando “o desprendimento subjacente à decisão pessoal” do governante.
O primeiro-ministro aceitou esta terça-feira o pedido de demissão do secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, Hernâni Dias, sublinhando “o desprendimento subjacente à decisão pessoal” do governante.
Numa nota do gabinete de Luís Montenegro publicada no portal do Governo lê-se que “o primeiro-ministro aceitou o pedido de demissão esta terça-feira apresentado pelo secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, Dr. Hernâni Dias”.
“Nesta ocasião, o primeiro-ministro expressa reconhecimento ao Dr. Hernâni Dias pelo empenho na concretização do Programa do Governo em áreas de particular importância e sublinha o desprendimento subjacente à decisão pessoal tomada. O secretário de Estado cessante será oportunamente substituído no cargo”, acrescenta.
Esta é a primeira demissão no XXIV Governo Constitucional PSD/CDS-PP que tomou posse a 02 de abril do ano passado.
Na sexta-feira, a RTP noticiou que Hernâni Dias criou duas empresas que podem vir a beneficiar com a nova lei dos solos, sendo que é secretário de Estado do ministério que tutela essas alterações.
Uma semana antes, o mesmo canal de televisão avançou que Hernâni Dias estava a ser investigado pela Procuradoria Europeia e era suspeito de ter recebido contrapartidas quando foi autarca de Bragança.
Na terça-feira da semana passada, num comunicado enviado à agência Lusa, Hernâni Dias recusou ter cometido qualquer ilegalidade, afirmando que está “de consciência absolutamente tranquila” e que agiu “com total transparência”.
O secretário de Estado garante ter pedido ao Ministério Público (MP) “que investigasse a empreitada da Zona Industrial em Bragança e ao LNEC [Laboratório Nacional de Engenharia Civil] que fizesse uma auditoria”, assegurando, relativamente ao apartamento ocupado pelo filho no Porto, que “o valor das rendas foi pago por transferência.
O Chega e o BE já pediram a demissão do governante e vários já requereram a sua audição parlamentar.
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