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CIÊNCIA & TECNOLOGIA

DESCOBERTA UMA PROTEÍNA QUE AJUDA A COMPREENDER FALHAS NA DIVISÃO CELULAR

Investigadores do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S) da Universidade do Porto descobriram uma proteína que ajuda a compreender a ocorrência de falhas no processo de divisão celular e o aparecimento de tumores malignos, foi hoje revelado.

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Investigadores do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S) da Universidade do Porto descobriram uma proteína que ajuda a compreender a ocorrência de falhas no processo de divisão celular e o aparecimento de tumores malignos, foi hoje revelado.

Em comunicado, o instituto da Universidade do Porto esclarece que a investigação, publicada na revista científica EMBO Reports, analisou várias proteínas que regulam a interação entre as células epiteliais, que revestem a superfície dos órgãos, e o seu ambiente.

“Tendo em conta que a maior parte das células epiteliais não estão isoladas e aderem continuadamente às células vizinhas, ao mesmo tempo que são sustentadas por uma matriz extracelular, pareceu-nos fundamental perceber qual o impacto dessas interações com o ambiente na capacidade de uma célula se dividir”, esclarece Eurico Morais de Sá, que liderou a investigação.

A equipa descobriu que várias proteínas que asseguram a coesão entre as células vizinhas e a ligação à matriz extracelular promovem a eficiência da fase final da divisão celular, designada citocinese.

Uma dessas proteínas, a Distrofina, que normalmente é associada à distrofia muscular, “tem um papel até então desconhecido”.

Citada no comunicado, a primeira autora do artigo, Margarida Gonçalves, esclarece que a Distrofina assegura “a eficiência da citocinese em tecidos epiteliais”.

Para analisar a divisão celular no tecido epitelial os investigadores recorreram à mosca da fruta, uma vez que, nestes tecidos, “as células têm que conseguir dividir-se ao mesmo tempo que se mantêm fortemente unidas umas às outras”.

“Desenvolvemos um sistema de perturbação genética que nos permite interromper a função, ‘in vivo’ e em tecidos específicos, de cada um dos genes envolvidos na ligação entre células e nas suas interações com a matriz celular”, assinala Eurico Morais de Sá.

Tal permitiu à equipa perceber que existe “um conjunto de proteínas, conservadas desde a mosca até ao ser humano, que promovem a eficiência do processo”.

Apesar de a investigação ser focada em biologia fundamental poderá, a longo prazo, ter implicações na compreensão de doenças como o cancro.

“Quando uma célula falha o processo de divisão, gera erros que podem servir como ponto de partida para o desenvolvimento de tumores, e cada vez mais estudos têm demonstrado que a duplicação do genoma, fenómeno provocado por falhas em citocinese, é uma anormalidade genética frequentemente presente em células cancerígenas”, afirma Margarida Gonçalves.

E acrescenta, “sabendo que cerca de 90% dos tumores malignos têm origem em células epiteliais, torna-se particularmente relevante entender como é que o processo de divisão celular é assegurado neste tipo de contexto”.

A investigação, coordenada pelo grupo “Epithelial Polarity & Cell Division” do i3S, contou com a colaboração do Institut Curie, em Paris, e do Institut de Génétique, Reproduction et Développement (iGReD), em Clermont-Ferrand.

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CIÊNCIA & TECNOLOGIA

TRABALHO: MULHERES TÊM MAIS COMPETÊNCIAS DIGITAIS DO QUE OS HOMENS

A Universidade Rovira i Virgili (URV), em colaboração com a Universidade Europeia de Madrid, desenvolveu uma ferramenta para medir o fosso digital no trabalho que sugere que as mulheres têm uma competência digital superior à dos homens.

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A Universidade Rovira i Virgili (URV), em colaboração com a Universidade Europeia de Madrid, desenvolveu uma ferramenta para medir o fosso digital no trabalho que sugere que as mulheres têm uma competência digital superior à dos homens.

Esta ferramenta baseia-se em questionários de autoavaliação que permitem medir detalhadamente a competência digital em três indicadores-chave: capacidade, atitude e conhecimento, e compara os resultados por género, setor profissional e identifica pontos fortes e áreas a melhorar.

“Com base neste diagnóstico, podem ser estabelecidas estratégias específicas para reduzir o fosso digital e promover a formação tecnológica das mulheres”, afirmam as autoras deste estudo, publicado na revista Feminismo/s.

“Os resultados preliminares desta ferramenta sugerem que as mulheres profissionais têm uma competência digital ligeiramente superior à dos homens, ao contrário do que acontece fora do local de trabalho”, afirma a investigadora e médica Sònia Sánchez-Canut, que participou no estudo.

O fosso digital entre géneros é uma perceção que começa na infância: vários estudos constatam que esta desigualdade na utilização da tecnologia começa a manifestar-se por volta dos 6 ou 7 anos de idade, fase em que os estereótipos de género podem condicionar a perceção que as mulheres têm das suas competências tecnológicas, apesar de terem um desempenho igual ou superior ao dos homens.

Embora as competências digitais sejam fundamentais para a competitividade no local de trabalho e para o acesso a melhores oportunidades, as mulheres estão muitas vezes em desvantagem devido a fatores que se prendem, por exemplo, com uma menor presença nas áreas STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática), a falta de modelos femininos nestas áreas ou a segregação de papéis de género no local de trabalho.

Esta ferramenta desenvolvida pela URV “permitirá às organizações conceber programas de formação personalizados e adaptados às necessidades específicas de cada profissional, contribuindo assim para um desenvolvimento mais equitativo na sociedade digital”, explica Mireia Usart, investigadora do Departamento de Educação da URV e uma das autoras do estudo.

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PAÍSES DA EUROPA, ÁSIA, AMÉRICA E OCEÂNIA “BLOQUEIAM” DEEPSEEK

Em pouco mais de uma semana países da Europa, Ásia, América e Oceânia decidiram bloquear o uso da plataforma de inteligência artificial (IA) chinesa DeepSeek aos seus funcionários, depois desta agitar o mercado com um barato modelo de código aberto.

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Em pouco mais de uma semana países da Europa, Ásia, América e Oceânia decidiram bloquear o uso da plataforma de inteligência artificial (IA) chinesa DeepSeek aos seus funcionários, depois desta agitar o mercado com um barato modelo de código aberto.

Quando menos se esperava, em 20 de janeiro a DeepSeek divulgou o seu último modelo de IA, o R1, que disse ser comparável ao o1 da OpenAI, criadora do ChatGPT, no que respeita à resolução de problemas matemáticos, programação e inferência de linguagem.

Lançada em 2023 pelo fundo chinês High-Flyer Quant, a DeepSeek oferece serviços 95% mais baratos que o modelo o1 da OpenAI, mas tem suscitado dúvidas relativamente a questões de segurança, nomeadamente em termos de gestão de informação por parte de Pequim, e suspeitas de ter infringido patentes tecnológicas norte-americanas para criar a sua própria concorrência.

Este novo modelo agitou as bolsas mundiais, mas também aumentou o estado de alerta sobre a segurança dos dados.

E 11 dias depois, em 31 de janeiro, o Congresso norte-americano proibiu os seus funcionários de usar a DeepSeek, advertindo que há evidências da existência de “atores” que “já estão a usar DeepSeek para distribuir ‘software’ malicioso e infetar dispositivos“.

Foram ainda tomadas medidas de segurança para restringir a funcionalidade da IA chinesa em todos os dispositivos do Congresso e proibida a sua instalação em qualquer telemóvel, computador ou ‘tablet’ oficial.

Na Europa, a Itália foi um dos primeiros países a avançar com a proibição, em 30 de janeiro, medida tomada pela entidade responsável pela proteção de dados, que ordenou a proibição “urgente e imediata” da DeepSeek ao não ter recebido a informação pedida um dia antes à tecnológica chinesa.

A mesma entidade abriu uma investigação à DeepSeek.

O governo dos Países Baixos proibiu esta quinta-feira os funcionários de usarem a plataforma de IA chinesa por esta ser “sensível à espionagem” e depois da Autoridade de Proteção de Dados do país instar os cidadãos a serem prudentes no uso desta plataforma.

Da Irlanda, a Comissão de Proteção de Dados (DPC), um dos principais reguladores da União Europeia (UE), solicitou na semana passada à DeepSeek informações sobre a gestão de dados privados dos utilizadores neste país, preocupada com a possibilidade de a informação privada dos clientes ser armazenada em servidores localizados na China.

“Escrevemos à DeepSeek solicitando informações sobre o processamento de dados realizado em relação a assuntos na Irlanda”, disse o vice-comissário da DPC, Graham Doyle.

Noutro continente, vários ministérios sul-coreanos decidiram suspender o acesso destes aos seus computadores, pelas mesmas suspeitas, uma medida que foi igualmente tomada pelo governo australiano.

Também Taiwan tomou a mesma decisão de bloquear a DeepSeek, pelo “risco para a segurança”.

Depois da chinesa Huawei, que foi banida das redes 5G em muitos países, entre os quais Portugal, por questões de cibersegurança, e com a proibição do TikTok nos Estados Unidos suspensa para já, a DeepSeek é a empresa que se segue nos receios acerca da segurança de dados e de espionagem.

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