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CIÊNCIA & TECNOLOGIA

DESCOBERTO MECANISMO QUE DESAGREGA DAS CÉLULAS PROTEÍNAS LIGADAS AO ALZHEIMER

A colocação de uma área das células sob stresse desencadeia um mecanismo que provoca a desagregação de proteínas correlacionadas com doenças degenerativas, como o Alzheimer, concluiu um estudo que contou com um investigador da Universidade do Algarve.

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A colocação de uma área das células sob stresse desencadeia um mecanismo que provoca a desagregação de proteínas correlacionadas com doenças degenerativas, como o Alzheimer, concluiu um estudo que contou com um investigador da Universidade do Algarve.

Eduardo Melo é investigador do Centro de Ciências do Mar (CCMAR) da Universidade do Algarve, trabalha há cerca de sete anos com a Universidade de Cambridge e o Dementia Research Institute, no Reino Unido, e participou nesta investigação recentemente publicada numa revista científica e que pode abrir perspetivas terapêuticas se for encontrada forma de ativar esse mecanismo sem colocar a célula sob stresse.

O investigador explicou que “a célula viva tem vários compartimentos, um desses compartimentos chama-se retículo endoplasmático”, e os trabalhos que têm sido realizados nos laboratórios em Cambridge “são focados neste compartimento”.

Por outro lado, assinalou, “algumas das doenças neurodegenerativas estão relacionadas com a agregação de proteínas dentro da célula” e o estudo centrou-se “nos mecanismos que a célula tem para impedir ou resolver os agregados proteicos” que “podem estar correlacionados com doenças neurodegenerativas”, como por exemplo o Alzheimer.

“O que provámos no artigo é que, primeiro, ocorre agregação de proteínas no retículo endoplasmático e, segundo, se nós pusermos a célula sob stresse, ou mais concretamente pusermos o retículo endoplasmático sob stresse, é ativado um mecanismo que desagrega as proteínas”, afirmou.

Eduardo Melo esclareceu que as “proteínas podem agregar” ao retículo endoplasmático da célula “em condições em que as células estão saudáveis”, mas “a ativação deste mecanismo para desagregar as proteínas só acontece quando a célula é posta sob stresse”.

“A implicação potencialmente clínica desta descoberta é que, se descobrirmos maneira de acordar este mecanismo sem ter a célula em stress, pode-se dar uma perspetiva terapêutica para o tratamento destas doenças”, concluiu o investigador do CCMAR da Universidade Algarve.

Os autores do estudo sabem “que o mecanismo ‘acorda’ quando é imposto stresse”, mas ainda “não sabem qual é o fator celular que provoca essa ativação”, por isso, “só sabendo qual é o fator que provoca a ativação é que se pode desenhar uma perspetiva terapêutica”, justificou.

Eduardo Melo adiantou que “já se está a fazer” o trabalho para descobrir o fator que ativa o mecanismo para desagregar das células as proteínas correlacionadas com doenças neurodegenerativas e que planeia já uma nova visita a Cambridge, em junho, para fazer a “junção e discussão” do trabalho que desenvolve no Algarve com o desenvolvido pelos colegas em Cambridge.

O objetivo principal é “desenhar estratégias para o desenvolvimento de terapêuticas para doenças neurodegenerativas”, que têm “uma importância muito grande na sociedade” atual”, disse ainda o investigador.

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MARTE TEVE PERÍODOS QUENTES E ÁGUA DURANTE 40 MILHÕES DE ANOS

Cientistas de Harvard determinaram os mecanismos químicos através dos quais Marte era capaz de manter calor suficiente nos seus primórdios para sustentar água e possivelmente vida.

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Cientistas de Harvard determinaram os mecanismos químicos através dos quais Marte era capaz de manter calor suficiente nos seus primórdios para sustentar água e possivelmente vida.

O facto de atualmente Marte ser frio e seco mas ter tido rios e lagos há vários milhares de milhões de anos intriga os cientistas há décadas.

“Tem sido um verdadeiro mistério que houvesse água líquida em Marte, porque Marte está mais longe do Sol e, além disso, o Sol era mais fraco no início”, explicou, em comunicado, Danica Adams, investigadora de pós-doutoramento da NASA na Escola de Engenharia e Ciências Aplicadas John A. Paulson (SEAS) de Harvard e principal autora do novo artigo publicado na Nature Geoscience.

Anteriormente, existia a teoria de que o hidrogénio era o ingrediente mágico que, quando misturado com o dióxido de carbono da atmosfera marciana, desencadeava episódios de aquecimento global. Mas a vida útil do hidrogénio atmosférico é curta, pelo que foi necessária uma análise mais detalhada.

Agora, Adams, o professor Robin Wordsworth de Ciências Ambientais e Engenharia na SEAS, e a sua equipa realizaram modelação fotoquímica (semelhante aos métodos utilizados hoje em dia para rastrear poluentes atmosféricos) para preencher os detalhes da relação da atmosfera marciana primitiva com o hidrogénio e como este relacionamento mudou ao longo do tempo.

“Marte antiga é um mundo perdido, mas pode ser reconstruído em detalhe se fizermos as perguntas certas”, frisou Wordsworth.

“Este estudo sintetiza a química atmosférica e o clima pela primeira vez para fazer algumas previsões surpreendentes que podem ser testadas quando trouxermos rochas de Marte para a Terra”, acrescentou.

Adams modificou um modelo chamado CINETICA para simular como uma combinação de hidrogénio e outros gases que reagem com o solo e o ar controlavam o clima marciano primitivo.

Descobriu que durante os períodos Noachiano e Hesperian, entre há 4 e 3 mil milhões de anos, Marte passou por períodos quentes episódicos ao longo de cerca de 40 milhões de anos, com cada evento a durar 100.000 anos ou mais.

Estas estimativas são consistentes com as características geológicas de Marte atualmente. Os períodos quentes e húmidos eram causados pela hidratação da crosta, ou perda de água do solo, que fornecia hidrogénio suficiente para se acumular na atmosfera durante milhões de anos.

“Identificámos escalas de tempo para todas estas alternâncias. E descrevemos todas as peças no mesmo modelo fotoquímico”, sublinhou Adams.

O trabalho de modelação fornece novas perspetivas potenciais sobre as condições que sustentaram a química prebiótica (os fundamentos da vida posterior como a conhecemos) durante os períodos quentes, e os desafios para a persistência dessa vida durante os intervalos frios e oxidativos.

Adams e outros cientistas estão a começar a trabalhar para encontrar evidências destas alternâncias utilizando modelos químicos isotópicos e planeiam comparar estes resultados com rochas da próxima missão Mars Sample Return (MRS).

Como Marte não possui placas tectónicas, ao contrário da Terra, a superfície visível atualmente é semelhante à de antigamente, tornando a sua história dos lagos e rios muito mais intrigante, realçou ainda.

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ASTEROIDE BENNU REVELOU EXISTÊNCIA DE MOLÉCULAS DE ADN

Cientistas japoneses detetaram numa amostra do asteroide Bennu as moléculas necessárias para a formação de ADN e ARN, suportando a teoria de que os asteroides podem ter transportado, por impacto, os blocos de construção da vida para a Terra.

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Cientistas japoneses detetaram numa amostra do asteroide Bennu as moléculas necessárias para a formação de ADN e ARN, suportando a teoria de que os asteroides podem ter transportado, por impacto, os blocos de construção da vida para a Terra.

De acordo com o trabalho publicado esta quarta-feira na revista científica Nature Astronomy, as amostras analisadas revelaram a presença das cinco bases nitrogenadas — adenina, guanina, citosina, timina e uracilo — necessárias para a construção de ADN e ARN.

Foram igualmente identificados pelos investigadores da Universidade Hokkaido, no Japão, os compostos xantina, hipoxantina e ácido nicotínico (vitamina B3).

Uma amostra de 121,6 gramas do asteroide Bennu chegou à Terra em 2023 à “boleia” da missão Osiris-Rex, da agência espacial norte-americana (NASA).

Tratou-se da maior amostra extraterrestre recolhida e enviada para a Terra.

Segundo uma das teses, os asteroides (corpos rochosos do Sistema Solar) contribuíram com água e componentes químicos essenciais para a vida na Terra há milhares de milhões de anos.

Embora os meteoritos na Terra provenham de asteroides, a interpretação dos seus dados “é desafiante” face à “exposição à humidade” da atmosfera e a “uma biosfera descontrolada”, refere a Universidade Hokkaido em comunicado, assinalando que “amostras imaculadas recolhidas de asteroides no espaço são os candidatos ideais”.

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