Ligue-se a nós

REGIÕES

DIRETORES E CHEFES DO HOSPITAL GAIA/ESPINHO DEMITEM-SE

Os diretores e chefes de serviço do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho (CHVNG/E) demitiram-se hoje, anunciou o presidente do Conselho Regional do Norte, António Araújo, em conferência de imprensa.

Online há

em

Os diretores e chefes de serviço do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho (CHVNG/E) demitiram-se hoje, anunciou o presidente do Conselho Regional do Norte, António Araújo, em conferência de imprensa.

Em março, numa visita à unidade hospitalar para se inteirar dos problemas existentes, o bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, disse que todos os diretores de serviço do Centro Hospitalar estavam dispostos a demitir-se se “a situação caótica” se mantivesse.

“[Existem] condições caóticas. O Serviço de Urgência parece um cenário de guerra com macas por todo o corredor. Quase é impossível circular (…). Este hospital está a definhar. As prioridades são a melhoria das infraestruturas e dotar o hospital com os recursos humanos necessários”, afirmou, na altura, o bastonário, referindo que foi decidido enviar uma carta e solicitar uma reunião “urgente” ao ministro da Saúde.

Miguel Guimarães desafiou os ministros da Saúde e das Finanças a visitarem este hospital para perceberem, disse o responsável, que “doentes e profissionais vivem em condições que não lembram a ninguém”.

“Os médicos e a Ordem dos Médicos estão indignados com o que está a acontecer e, na salvaguarda da segurança clínica e da qualidade da medicina que devem existir, todos os diretores de serviço e de departamento estão na disposição de apresentar a sua demissão, se nada for feito”, salientou o bastonário.

O responsável descreveu vários cenários encontrados na visita de hoje e relatados pelos profissionais do CHVNG/E, como a existência de uma enfermaria com 36 doentes que tem apoio de “apenas duas casas de banho que não estão inteiramente funcionais”, sintetizando: “Há muitos serviços que não estão a funcionar em condições adequadas”.

“O Serviço de Urgência é prioritário. Vimos 22 doentes internados em macas quando neste hospital existem 19 camas de internamento que estão fechadas. As condições de trabalho não são dignas. Tem havido cirurgias adiadas. Não há radiologista a partir da meia-noite. Há equipamentos fora do prazo”, observou Miguel Guimarães.

Já em resposta a estas críticas, o presidente do conselho de administração do CHVNG/E, António Dias Alves, que tomou posse em abril do ano passado, garantiu que neste hospital se “pratica boa medicina por pessoas que se esforçam” e avançou que vai “ouvir e dialogar com os profissionais”.

“Vamos ouvi-los, dialogar e perceber as razões em consonância com a tutela porque pretendemos o melhor para o hospital”, referiu António Dias Alves.

Perante a insistência dos jornalistas sobre se está preocupado com a ameaça de demissão dos diretores de serviço, o presidente do conselho de administração respondeu: “Nós estamos todos preocupados e queremos todos o melhor do hospital”.

António Dias Alves explicou que o Serviço de Urgência tem um número de atendimentos “muito avultado correspondente a doentes não urgentes”. Nessa circunstância, “não é possível fazer um trabalho excelente”.

O responsável também descreveu os projetos em curso como a implementação de uma “ideia inovadora de atendimento na Urgência” e revelou que quinta-feira serão abertas as propostas para a fase B de obras de reabilitação e ampliação do hospital, a qual, ficará pronta em nove meses, assegurou.

“A nova urgência geral aumenta a área para o dobro. A urgência pediátrica aumenta para o triplo. Daqui a nove meses fica pronto. Também estão previstos sistemas de gestão e equipamentos ao nível do melhor que há (…). Os diretores de serviço foram envolvidos no desenho desta estratégia”, disse o presidente, acrescentando ter expectativa de que o ministro da saúde visite brevemente o hospital para “dar muito boas notícias a Gaia”.

LUSA

DEIXE O SEU COMENTÁRIO

Leave a Reply

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.

REGIÕES

BOTICAS: PROVIDÊNCIA CAUTELAR SUSPENDE PROSPEÇÃO DE LÍTIO

Proprietários interpuseram uma providência cautelar contra o Ministério do Ambiente que suspendeu a servidão administrativa que permitia à Savannah Resources fazer prospeções mineiras em terrenos de aldeias de Boticas, foi hoje anunciado.

Online há

em

Proprietários interpuseram uma providência cautelar contra o Ministério do Ambiente que suspendeu a servidão administrativa que permitia à Savannah Resources fazer prospeções mineiras em terrenos de aldeias de Boticas, foi hoje anunciado.

A providência cautelar foi entregue no Tribunal Administrativo e Fiscal de Mirandela e, em comunicado, a associação Unidos em Defesa de Covas de Barroso (UDCB) explica que o “despacho de admissão suspende todos os trabalhos na área de servidão até decisão futura do tribunal”.

A UDCB disse que esta decisão é tomada ao abrigo do artigo 128.º do Código de Processo nos Tribunais Administrativos (CPTA).

A secretária de Estado da Energia, Maria João Pereira, emitiu um despacho, publicado em 06 de dezembro em Diário da República, que autoriza a constituição de servidão administrativa, pelo prazo de um ano, o que permite à empresa Savannah aceder a terrenos privados para a prospeção de lítio.

Esta decisão foi contestada por proprietários afetados e autarcas.

Contactado pela agência Lusa, o presidente da UDCB, Nelson Gomes, explicou que foram três proprietários que interpuseram a providência cautelar para travar a servidão, mas que o efeito suspensivo abrange todos os terrenos afetados pela decisão governamental.

A UDCB disse ainda que o Ministério do Ambiente foi notificado durante o dia de quarta-feira e que “está obrigado por lei a cumprir a decisão”.

Por isso, a partir de hoje, segundo referiu, as comunidades de Covas do Barroso e Romainho “estarão no terreno para assegurar a suspensão imediata dos trabalhos e travar um projeto que ameaça o seu bem-estar, as serras e o futuro do Barroso”.

“O tempo da servidão acabou”, pode ler-se no comunicado.

À Lusa Nelson Gomes disse que a providência foi admitida pelo tribunal no dia 30 de janeiro, mas, segundo explicou, só produz efeito a partir do momento em que as partes são notificadas da decisão, o que aconteceu na quarta-feira.

Por isso, frisou, por agora “os trabalhos têm que parar”.

“O nosso objetivo é precisamente travar o projeto porque, neste momento, está a haver uma destruição total quer de terrenos particulares, quer de terrenos baldios. Esta invasão que está a acontecer para nós não faz sentido nenhum, é um processo muito pouco democrático e que não entendemos”, afirmou o presidente da associação.

Após o anúncio da servidão administrativa, em dezembro, a empresa Savannah Resources anunciou poder “retomar o trabalho de campo e as perfurações necessárias” para o estudo definitivo (DFS) e o processo de conformidade ambiental do projeto lítio do Barroso, prevendo concluir estas etapas em 2025.

A empresa já disse que prevê iniciar a produção em 2027.

A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) viabilizou ambientalmente a exploração de lítio na mina do Barroso emitindo uma Declaração de Impacte Ambiental (DIA) favorável condicionada em maio de 2023.

LER MAIS

REGIÕES

VILA REAL: TEATRO, MÚSICA, DANÇA E CINEMA NA ALDEIA DE BENGOURO

A programação 2025 da iniciativa “Lua cheia, arte na aldeia”, que decorre em Benagouro, Vila Real, inclui a estreia das peças Maria! Não me mates que sou tua mãe, O lobo e Medula, anunciou esta quarta-feira a companhia Peripécia.

Online há

em

A programação 2025 da iniciativa “Lua cheia, arte na aldeia”, que decorre em Benagouro, Vila Real, inclui a estreia das peças Maria! Não me mates que sou tua mãe, O lobo e Medula, anunciou esta quarta-feira a companhia Peripécia.

O ciclo de artes, lançado por esta companhia de teatro em 2014, propõe espetáculos em todas as noites de lua cheia, na aldeia de Benagouro, concelho de Vila Real.

A iniciativa promove o diálogo entre a arte e o espaço rural, oferece mensalmente espetáculos de teatro, música, dança, cinema e outras expressões artísticas e a programação preparada para 2025 inclui a estreia de peças pela Peripécia.

“A programação que fazemos tem em consideração que uma parte do público não está tão habituado à fruição artística e às suas diferentes linguagens, mas, independentemente disso, são propostas em que o interesse e a inovação artística são tidas em conta”, afirma, citado em comunicado, o ator e diretor artístico da companhia, Sérgio Agostinho.

Assim, nos dias 13 e 14 de fevereiro, estreia-se a peça Maria! Não me mates que sou tua mãe!, um conto popular de Camilo Castelo Branco que foi publicado em Portugal, na década de 1840, inspirado num crime real — um matricídio — ocorrido em Lisboa.

O espetáculo insere-se nas comemorações dos 200 anos do nascimento de Camilo Castelo Branco e faz parte do projeto “ContoContigo”, dinamizado pela Peripécia.

O encenador Nuno Pino Custódio disse que a temática desta peça “não está assim tão distante da atualidade”.

“Tal como hoje as fake news moldam perceções e criam realidades alternativas, também a literatura de cordel, ao narrar crimes hediondos com tons moralizantes, reforçava valores e crenças dominantes, promovendo a visão de um mundo dividido entre o bem e o mal”, explica, também citado em comunicado.

O encenador acrescenta que “o impacto emocional era a sua arma, tal como o é agora o choque instantâneo das manchetes manipuladoras e dos discursos alarmistas que alimentam o medo e a polarização”,

Este espetáculo, coproduzido com o Espaço Miguel Torga e o município de Sabrosa, vai percorrer vários espaços culturais da região transmontana.

A segunda estreia acontece em junho, com a Peripécia a colocar em cena O lobo, uma peça que explora a figura do lobo, suas simbologias e problemáticas políticas e ecológicas a nível europeu.

Em novembro será a vez de estrear Medula, outra criação original que reflete sobre a existência na era digital.

Segundo a companhia, a lua de março trará Sítio, da Companhia da Chanca, uma narrativa sobre um casal de idosos que embarca numa aventura poética para enviar presentes ao neto no estrangeiro.

Em abril, o artista Roi Borrallas apresentará Solo, uma performance que funde teatro e circo, maio será marcado pela exibição do filme Montado, o bosque do lince ibérico, de Joaquín Gutiérrez Acha, e, depois, em julho, será a vez de Sin miedo, da companhia Maintomano, uma abordagem sensível sobre o medo e as formas de superá-lo através de acrobacias e elementos cénicos.

Em agosto, a Peripécia revisitará Ibéria – a louca história de uma península, a sua primeira produção, apresentada há 21 anos e, em setembro, contará com Rima, uma performance de novo circo por Alan Sencades e Alvin Yong.

Em outubro, o músico Jordão subirá ao palco para um concerto intimista e o ciclo encerra, em dezembro, com BullDog, uma produção da Janela Aberta Teatro.

“São espetáculos que vão a Benagouro, mas que se podem encontrar nos teatros do Porto, Lisboa ou Madrid. A programação é feita sempre com um grande critério de excelência, nunca baixamos a fasquia”, realçou Sérgio Agostinho.

A Peripécia Teatro foi fundada em 2004 e, em 2007, estabeleceu-se em Vila Real, contando no seu repertório com peças como Vincente, Van e Gogh, Sou do Tamanho do que Vejo, Novecentos. O Pianista do Oceano, Mamã?!, 1325 e o Ensaio dos abutres.

LER MAIS

MAIS LIDAS