REGIÕES
DOURO JÁ VINDIMA COM PERSPETIVAS DE UMA BOA COLHEITA
Alguns produtores do Douro já iniciaram as vindimas, com expectativas de uma “boa colheita”, em quantidade e qualidade, e uma aposta crescente em vinhos menos alcoólicos para abrir novos mercados para este setor em crise de vendas.
Alguns produtores do Douro já iniciaram as vindimas, com expectativas de uma “boa colheita”, em quantidade e qualidade, e uma aposta crescente em vinhos menos alcoólicos para abrir novos mercados para este setor em crise de vendas.
“Foi um ano sereno, em que choveu e não tivemos temperaturas muito elevadas a não ser agora em agosto. Os mostos estão muito equilibrados e realmente prometem vinhos muito bons”, afirmou Justina Teixeira, produtora em Mesão Frio, distrito de Vila Real.
Na Quinta da Barca, a vindima começou esta semana e as uvas foram selecionadas para os espumantes e vinhos brancos e rosés. A produtora perspetiva um aumento de produção na ordem dos 20% comparativamente com 2023 e, segundo, frisou, será também “uma colheita de qualidade”.
A Associação para o Desenvolvimento da Viticultura Duriense (ADVID) prevê uma colheita entre as 232 mil a 264 mil pipas (550 litros cada), apontando para uma produção acima da média, que poderá chegar a valores próximos de 2023, que foi de 255 mil pipas.
Mantendo o “cunho do Douro e da quinta”, Justina Teixeira referiu que procura produzir vinhos “mais frescos, mais equilibrados, mais leves e que, neste momento, vão ao encontro daquilo que os mercados nacional e internacional pretendem”.
É também por isso que este ano, pela primeira vez, a quinta duriense vai comprar uvas brancas a produtores locais.
“Já não temos praticamente para venda brancos de 2023. Já fizemos as uvas brancas da nossa quinta e entretanto comprámos a outros viticultores para podermos ampliar a nossa quantidade de vinho branco”, referiu.
Justina Teixeira disse que sentiu um decréscimo nas vendas de tintos, explicando que, nestes vinhos, 2023 já foi um ano em que as gamas de entrada se tornaram mais leves, embora se mantenha a aposta nos tradicionais vinhos do Douro, com maior grau alcoólico e mais encorpados.
Na Vinha dos Sete Anos, em Armamar, a vindima começa em setembro. Até lá fazem-se os controlos de maturação e os preparativos na adega. Nos oito hectares de vinha colhem-se cerca de 20 mil garrafas.
Mónica Araújo disse que as perspetivas de vindima “são boas”, com “vinhos bastante equilibrados” em consequência das condições meteorológicas favoráveis.
“É um ano bom para vinho, um ano excelente”, frisou a produtora, que disse não saber se é “feliz ou infelizmente” que há muitas uvas, porque há, realçou, “muitas dificuldades de escoamento e na entrega de uvas às casas exportadoras”.
Mónica Araújo considerou que as expectativas para o Douro “são péssimas”, referindo que a sua produção é maioritariamente vendida para o mercado nacional e que nota um decréscimo nas vendas.
“Perdeu-se poder de compra”, realçou, considerando que a aposta tem de ser na qualidade do produto e que “baixar os preços não é opção”, porque os produtores “já estão bastante espremidos”.
Por isso, na região, a luta é “por um preço justo” na venda do produto que resulta de um ano inteiro de trabalho.
Mónica Araújo vinifica uvas para vinhos tintos e brancos e vende a parte correspondente ao benefício, ou seja, a quantidade de mosto que cada viticultor pode destinar à produção de vinho do Porto em cada vindima.
No seu caso, a venda da uva beneficiada está “assegurada, ainda que sem preço”.
Nas vinhas da Quinta da Barca andavam hoje 10 trabalhadores. A mão-de-obra é apontada por muitos produtores como a principal dificuldade.
“Como começámos cedo, conseguimos mão-de-obra portuguesa, mas quando começarem outras vindimas poderá ser mais difícil porque as pessoas são poucas e teremos que fazer uma gestão mais cuidadosa”, salientou Justina Teixeira.
Para o arranque da vindima na Quinta do Cabeceiro, na Sobreira, concelho de Murça, António Ribeiro contratou trabalhadores de aldeias vizinhas e ainda estrangeiros, três timorenses e quatro nepaleses.
“Temos grande dificuldade de arranjar trabalhadores e eu estou mesmo a ponderar reduzir à área da vinha precisamente por causa disso”, afirmou à Lusa, referindo ter sete hectares de vinha.
Ali já se cortaram as uvas brancas para vender a uma empresa e, agora, será para produção própria. A vindima dos tintos deverá arrancar dentro de 10 dias.
António Ribeiro perspetiva uma boa colheita, embora com menos uvas do que no ano passado, o qual classificou como “excecional” em termos de produção e em que colheu 82 pipas de vinho.
O ano agrícola não foi, descreveu, muito difícil em termos de tratamentos na vinha, embora há cerca de um mês se tenha verificado algum escaldão das uvas devido ao calor.
REGIÕES
VILA REAL: CONCURSO PARA CONCLUSÃO DO PAVILHÃO DA ESCOLA DIOGO CÃO
O município de Vila Real abriu esta quinta-feira um concurso público, pelo preço base de 900 mil euros, para concluir a requalificação de um pavilhão desportivo, depois de tomar posse administrativa da obra, em abril, por abandono da empreitada.
O município de Vila Real abriu esta quinta-feira um concurso público, pelo preço base de 900 mil euros, para concluir a requalificação de um pavilhão desportivo, depois de tomar posse administrativa da obra, em abril, por abandono da empreitada.
O anúncio do concurso público para a conclusão da empreitada de requalificação e beneficiação do pavilhão da Escola Diogo Cão foi publicado esta quinta-feira em Diário da República (DR).
O preço base do procedimento é de cerca de 900 mil euros, o prazo para entrega de propostas decorre até 13 de fevereiro e, depois de adjudicada, a obra deve ser concluída em 270 dias.
Em abril, a Câmara de Vila Real informou que tomou posse administrativa da obra de requalificação deste pavilhão desportivo, localizado na cidade, por alegado incumprimento do empreiteiro que terá suspendido e abandonado a empreitada.
O processo encontra-se, neste momento, em tribunal.
Em março de 2022, a Câmara de Vila Real anunciou um investimento 1,2 milhões de euros na reabilitação do pavilhão desportivo da Escola Diogo Cão e, na altura, foi referido que a intervenção demoraria cerca de um ano.
O objetivo da intervenção era dotar o pavilhão, já com mais de 50 anos, de “condições de segurança” para a prática educativa e a formação desportiva, servindo a escola e, após o horário letivo, a comunidade.
A autarquia explicou que a empreitada foi organizada em duas fases distintas, adjudicadas a duas empresas e que, ambas as fases, resultaram de candidaturas apresentadas ao Norte 2020 e tiveram uma comparticipação financeira de 85%.
No entanto, segundo explicou, a “existência de duas fases ao mesmo tempo veio a revelar-se de muito difícil compatibilização exacerbando o comportamento, já de si, pouco consensual” do empreiteiro em causa, tendo mesmo esta empresa “suspendido de forma unilateral a sua empreitada e abandonado a empreitada, obrigando o município a agir em conformidade e em defesa do interesse público municipal”.
Para efeito, a câmara avançou com a aplicação de sanção contratual no valor de cerca de 217 mil euros (mais IVA), “por atraso reiterado no cumprimento das obrigações decorrentes do contrato”, e procedeu “à resolução do contrato a título sancionatório, tomando a posse administrativa da obra, bem como dos bens móveis e imóveis à mesma afetos, procedendo aos inventários, medições e avaliações necessárias”.
O município referiu que vai conseguir recuperar parte do financiamento comunitário desta obra, já no âmbito do novo quadro comunitário.
REGIÕES
MATOSINHOS: MILITAR DA GNR ALVO DE PROCESSO DISCIPLINAR POR ALEGADA AGRESSÃO
O Comando Geral da GNR instaurou um processo disciplinar a um militar na sequência de uma alegada agressão a um condutor no sábado, em Perafita, Matosinhos, confirmou hoje à Lusa a Guarda.
O Comando Geral da GNR instaurou um processo disciplinar a um militar na sequência de uma alegada agressão a um condutor no sábado, em Perafita, Matosinhos, confirmou hoje à Lusa a Guarda.
Questionada pela Lusa sobre a alegada agressão hoje revelada por vários órgãos de comunicação social com base num suposto vídeo, a Divisão de Comunicação e Relações Públicas da GNR respondeu sem nunca mencionar ter havido agressão.
“Cumpre-me informar que a situação visualizada no vídeo ocorreu no passado sábado, dia 25 de janeiro, na localidade de Perafita, em Matosinhos, na sequência de uma ocorrência de acidente de viação, tendo resultado na detenção do condutor envolvido, pelo crime de condução sob influência de álcool”, lê-se na resposta assinada pelo major David dos Santos.
E acrescenta: “adicionalmente, importa ainda referir que, depois de analisadas as imagens no referido vídeo, foi determinada a abertura do respetivo procedimento de âmbito disciplinar, com vista ao apuramento das circunstâncias em que ocorreram os factos”.
A Lusa perguntou também se o militar permanece em funções ou se foi afastado, mas não obteve resposta.
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