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CIÊNCIA & TECNOLOGIA

ELEIÇÕES: FACEBOOK VAI EQUIPAS A COMBATER AS ‘FAKE NEWS’

As equipas da rede social Facebook responsáveis pelo combate à desinformação “vão estar atentas às eleições” legislativas de 06 de outubro, apesar de não haver uma equipa específica para mitigar o fenómeno durante a campanha.

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As equipas da rede social Facebook responsáveis pelo combate à desinformação “vão estar atentas às eleições” legislativas de 06 de outubro, apesar de não haver uma equipa específica para mitigar o fenómeno durante a campanha.

“Temos equipas na Califórnia, em Nova Iorque, em Washington, em Londres e em Dublin que vão estar atentas às eleições” legislativas em Portugal, assegurou o responsável pela secção de Parcerias com Órgãos de Comunicação Social do Facebook na Europa, Médio Oriente e África, Nick Wrenn, durante uma palestra sobre “Proteção da Integridade das Eleições no Facebook”, promovida pela empresa tecnológica.

No entanto, o responsável explicou aos jornalistas presentes na sessão que apesar de haver “muitas equipas que participam [na verificação de conteúdos falsos] em eleições”, não há uma específica para combater ‘fake news’ durante a campanha para as legislativas portuguesas.

“Não temos de ter uma equipa baseada em Portugal”, explicou, acrescentando, contudo, que apesar de estes funcionários não poderem “estar fisicamente em todas as eleições”, há um “modelo global” da rede social para lidar com campanhas eleitorais.

De acordo com os dados apresentados durante a palestra, há 30 mil pessoas espalhadas pelo planeta a fazer verificação de factos para o Facebook, além de serem bloqueadas cerca de um milhão de contas falsas por dia, no momento em que são criadas.

Nick Wrenn também explicou que combater as ‘fake news’ no Facebook é um trabalho que leva tempo, porque tem de ser feito não só por máquinas – com recurso a inteligência artificial -, mas também por pessoas.

Além disso, é necessário encontrar um equilíbrio entre “dar oportunidade às pessoas de dizerem o que quiserem” e, ao mesmo tempo, “combater a desinformação para manter as pessoas seguras”.

“Não queremos ser as pessoas que dizem o que está bem ou o que está mal”, explicou, exemplificando que “se alguém quiser achar que a terra é plana”, apesar de se saber que esse utilizador está errado, a pessoa “tem o direito de se expressar [em relação a esse assunto] no Facebook”.

Os utilizadores da rede social não podem, contudo, disseminar conteúdos que possam “prejudicar a vida dos outros” e cujo discurso de ódio seja dirigido a uma determinada etnia, raça, origem nacional, afiliação religiosa, deficiência e doença, orientação sexual, sexo e género.

É ainda objetivo da gigante tecnológica “ter linhas abertas de comunicação” com partidos políticos e “instituições governamentais apropriadas” para fazer com quem entendam as políticas do Facebook relativamente aos anúncios de propaganda política e possam utilizar “as ferramentas novas” disponíveis para o efeito.

Questionado pela Lusa sobre se o Facebook, conhecendo a legislação específica de um país, poderia impedir a difusão de conteúdos propagandísticos durante o dia de reflexão (05 de outubro), o responsável pelo departamento que lida com Política e Governos na Europa, Médio Oriente e África, Sean Evins, explicou que essa não é uma prática que a empresa tenha e que, nesses casos, é o trabalho dos ‘fact-checkers’ e dos utilizadores que permite impedir a propagação desses conteúdos.

No entanto, há uma intenção do Facebook em ser transparente no que diz respeito às páginas que difundem conteúdos e, por essa razão, uma das novas medidas implementadas na rede social é a possibilidade de os utilizadores poderem saber informações sobre a autoria, data de criação, relação com outras páginas, entre outros dados.

Apesar de ainda não estar disponível em todos os países, esta nova ferramenta junta-se a outras, como a possibilidade de as pessoas poderem reportar informações que considerem ser discurso de ódio ou falsas.

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O MANTO DA TERRA É MENOS MISTURADO DO QUE SE PENSAVA – ESTUDO

Um estudo sismológico indica que as duas enormes ‘ilhas’ existentes sob a superfície da Terra estão a uma temperatura mais elevada do que o material circundante, indicando que o manto da Terra é menos misturado do que se pensava.

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Um estudo sismológico indica que as duas enormes ‘ilhas’ existentes sob a superfície da Terra estão a uma temperatura mais elevada do que o material circundante, indicando que o manto da Terra é menos misturado do que se pensava.

Ambas as ‘ilhas’ foram descobertas no final do século passado. Os investigadores definem-nas como dois “supercontinentes” localizados entre o núcleo e o manto da Terra: um sob África e o outro sob o Oceano Pacífico, ambos a mais de 2000 quilómetros abaixo da superfície da Terra.

“Estas duas grandes ilhas estão rodeadas por uma espécie de ‘cemitério’ de placas tectónicas que foram transportadas para lá por um processo de subducção, em que uma placa submerge sob outra e se afunda da superfície da Terra até uma profundidade de quase 3.000 quilómetros”, realçou Arwen Deuss, sismóloga da Universidade de Utrecht, nos Países Baixos, e uma das autoras do estudo publicado na quarta-feira na revista Nature.

Até agora, os modelos sísmicos utilizavam apenas velocidades de onda para distinguir a composição e as características térmicas de diferentes partes da estrutura interna da Terra.

A investigação atual combinou as velocidades das ondas com uma técnica chamada “observações de atenuação” que permitiu o estudo do interior da Terra em três dimensões, algo “fundamental para compreender a evolução da composição” do manto, apontaram os autores.

A nova técnica permitiu-lhes “obter uma visão do interior do planeta, semelhante à que os médicos obtêm do corpo humano através dos raios X”.

Os resultados indicaram que, quando atingem estas ‘ilhas’ interiores do tamanho de continentes, as ondas abrandam porque a temperatura é mais elevada.

Ao estudar a composição dos minerais no manto, os investigadores descobriram também que o tamanho dos grânulos minerais nestas ‘ilhas’ gigantes é visivelmente maior do que nas placas tectónicas ‘mortas’ que as rodeiam.

“Estes grânulos minerais não crescem de um dia para o outro, o que só pode significar uma coisa: são muito maiores, mais rígidos e, por isso, mais antigos do que os cemitérios de camadas mortas circundantes. Isto indica que as ‘ilhas’ não participam no fluxo no manto terrestre”, explicou outra autora, Sujania Talavera-Soza, da mesma universidade.

“Ao contrário do que nos ensinam os livros de geografia, o manto também não pode ser bem misturado. Há menos fluxo no manto terrestre do que pensamos”, acrescentou Talavera-Soza.

O conhecimento do manto terrestre é essencial para compreender a evolução do planeta e de outros fenómenos à superfície da Terra, como os vulcões e a formação de montanhas.

Para este tipo de investigação, os sismólogos aproveitam as oscilações provocadas por fortes sismos que ocorrem a grandes profundidades, como o que ocorreu na Bolívia em 1994 — 650 quilómetros abaixo da superfície — sem causar danos ou vítimas, e a descrição matemática da força destas oscilações.

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UNIVERSIDADE DE COIMBRA LANÇA LIVRO PARA IDENTIFICAÇÃO DE ABELHAS DE PORTUGAL

A Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) lançou um livro técnico para identificação de géneros de abelhas de Portugal.

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A Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) lançou um livro técnico para identificação de géneros de abelhas de Portugal.

A obra “Chaves Dicotómicas dos Géneros de Abelhas de Portugal. Hymenoptera: Anthophila”, uma adaptação e tradução de “Key to the Genera of European Bees (Hymenoptera: Anthophila)”, é o primeiro a ser publicado sobre o tema para Portugal e em português, revelou a FCTUC, em nota enviada à agência Lusa.

Produzido no âmbito dos projetos PolinizAÇÃO e EPIC-Bee, em colaboração com a Imprensa da Universidade de Coimbra, o livro já está disponível para ‘download’ gratuito.

“Desenvolvido como uma ferramenta para a identificação de géneros de abelhas, o livro destina-se principalmente a um público académico e técnico, constituindo um marco significativo no campo da entomologia e um contributo valioso para a conservação dos insetos polinizadores”, referiu a FCTUC.

A produção do livro técnico contou com o envolvimento de investigadores do FLOWer Lab do Centro de Ecologia Funcional e do Departamento de Ciências da Vida da FCTUC, nomeadamente Hugo Gaspar, Sílvia Castro e João Loureiro.

“Este livro preenche uma lacuna de décadas na investigação sobre as abelhas selvagens em Portugal, uma vez que atualiza o conhecimento e aproxima-o da comunidade entomológica nacional através da adaptação e tradução para a língua portuguesa”, afirmou o entomólogo e aluno de doutoramento da FCTUC, Hugo Gaspar.

O trabalho “será extremamente útil não só para investigadores que trabalham no estudo e conservação de polinizadores, mas também para estudantes, naturalistas e para todos os que tiverem interesse em aprender sobre a identificação de abelhas”, acrescentou.

A obra contou também com a colaboração do investigador da Universidade do Porto, José Grosso-Silva, e da equipa de investigadores ligada ao Laboratório de Zoologia da Universidade de Mons (Bélgica), através dos projetos europeus Spring, Orbit e Epic-Bee.

A FCTUC declarou que este lançamento reforça o compromisso da Universidade de Coimbra em promover a ciência e desenvolver ferramentas de apoio à investigação científica e ao conhecimento sobre biodiversidade.

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