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ECONOMIA & FINANÇAS

ENERGIA ELÉCTRICA MAIS CARA EM 2018

A EDP Comercial vai aumentar o preço da electricidade em 2018. O aumento médio deverá rondar os 2,5%, informou a energética. Os clientes já começaram a ser informados através de carta ou email, e têm 14 dias para mudar de operador, caso queiram. Os aumentos terão efeito a partir de 18 de Janeiro do próximo ano.

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A EDP Comercial vai aumentar o preço da electricidade em 2018. O aumento médio deverá rondar os 2,5%, informou a energética. Os clientes já começaram a ser informados através de carta ou email, e têm 14 dias para mudar de operador, caso queiram. Os aumentos terão efeito a partir de 18 de Janeiro do próximo ano.

A EDP garante que “mantém os preços competitivos face ao mercado regulado”, exceto na tarifa bi-horária. No caso de um casal sem filhos, por exemplo, os preços mantêm-se 0,4% abaixo do mercado regulado, explica a empresa. Já para um casal com dois filhos, os preços ficam 0,7% abaixo dos praticados no mercado regulado. Um casal com quatro filhos pagará menos 1,3%.

Em declarações à Lusa, Miguel Stilwell de Andrade adiantou que o fornecedor de energia em mercado livre, do grupo EDP, “procurou privilegiar as famílias, com maiores consumos”, com tarifa simples, que terão uma redução na componente de consumo e um aumento na potência, o que permite “uma tarifa igual ou ligeiramente abaixo” à regulada.

As tarifas de eletricidade no mercado regulado descem 0,2% para os consumidores domésticos a partir de 01 de janeiro.

“O importante é olhar para o conjunto das duas coisas para poder comparar”, defendeu o administrador do grupo EDP, realçando que a componente variável (consumo) – que descerá – representa cerca de 75% da fatura.

Já no caso da tarifa bi-horária, os preços da EDP Comercial serão entre 1% e 3% mais altos do que os praticados aos consumidores que ainda têm tarifa regulada: “Efetivamente no caso da tarifa bi-horária não vai ser possível termos preços competitivos”.

Segundo Miguel Stilwell, a principal razão para esta subida média de 2,5% das tarifas em 2018 é o “aumento de preços da energia no mercado grossista em 24% no último ano”, em grande parte devido à seca e ao incremento do preço do carvão.

“Temos que refletir esse aumento no nosso preço. O [mercado] regulado não refletiu esse aumento”, declarou o gestor.

Questionado sobre a possível perda de clientes em 2018, quando há a possibilidade de retorno à tarifa regulada, o presidente da EDP Comercial contrapôs que a empresa tem uma oferta que não é baseada no preço, referindo que os clientes valorizam a proximidade e os serviços prestados.

Sobre a possibilidade de os outros comercializadores em mercado livre também virem a subir as tarifas no próximo ano, Miguel Stilwell não quis falar “pelos outros”, mas considerou que “qualquer empresa racional, face ao aumento de 24% dos custos da energia, terá que refletir nos preços”.

Em outubro de 2017, a EDP Comercial era o principal operador no mercado livre de eletricidade em número de clientes (84% do total de clientes) e em consumos (cerca de 43% dos fornecimentos no mercado livre).

Governo pede ao regulador análise sobre aumento

Na sequência desta atualização, que começou a ser comunicada aos clientes na quarta-feira, o Governo solicitou hoje à Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) informação e análise sobre a existência de empresas em mercado livre a aumentar preços da eletricidade “em outras componentes que não a do custo unitário de energia”.

Na carta enviada à presidente da ERSE, a que a Lusa teve acesso, o secretário de Estado da Energia solicita também “análise e eventual proposta de atuação no caso de a situação referida corresponder a alguma ação concertada”.

Jorge Seguro Sanches admite a possibilidade de ser necessário “proceder à revisão de quaisquer normas legais ou regulamentares no sentido de os consumidores poderem efetivamente beneficiar da descida das tarifas aprovadas para 2018”.

ECONOMIA & FINANÇAS

SETE EM CADA DEZ EMPRESAS DISCORDAM DA SEMANA DE QUATRO DIAS

Sete em cada dez empresas são contra a implementação da semana de quatro dias, sobretudo no comércio, indústria e construção, e 71% das que concordam defendem que a medida deveria ser facultativa, segundo um inquérito hoje divulgado.

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Sete em cada dez empresas são contra a implementação da semana de quatro dias, sobretudo no comércio, indústria e construção, e 71% das que concordam defendem que a medida deveria ser facultativa, segundo um inquérito hoje divulgado.

Elaborado pela Associação Industrial Portuguesa — Câmara de Comércio e Indústria (AIP-CCI) e referente ao quarto trimestre de 2024, o “Inquérito de Contexto Empresarial sobre o Mercado Laboral” indica ainda que 70% das empresas defendem que matérias laborais como carreiras, benefícios, remunerações complementares ou limites de horas extraordinárias deveriam ser concertadas no interior das empresas e não em sede de Contrato Coletivo de Trabalho (CCT).

Relativamente ao banco de horas individual, 71% das empresas inquiridas dá parecer favorável e, destas, 74% entende que deveria ser fixado por acordo dentro da empresa, em vez de nas convenções coletivas de trabalho.

Segundo nota a AIP, entre as empresas que mais defendem esta concertação interna estão as pequenas e médias empresas.

Já em termos de modelo de trabalho, 81% das 523 empresas participantes dizem praticar trabalho presencial, 17% um modelo híbrido e 2% teletrabalho. Entre as que adotaram um modelo híbrido ou remoto, 73% afirmam que tal contribuiu para uma melhoria da produtividade e 84% consideram manter este modelo.

Quando questionadas sobre o Salário Mínimo Nacional (SMN), 83% das empresas concordam com a sua existência, ainda que 65% entendam que não deve ser encarado como um instrumento de redistribuição de riqueza.

Entre as que consideram que o SMN deve ser um instrumento com este fim, 45% diz que deveria ser a sociedade a suportá-lo, através de impostos negativos nos rendimentos mais baixos, enquanto as restantes 55% defendem que deveria ser suportado pelos custos de exploração das empresas.

Relativamente ao valor de 1.020 euros mensais projetados para o SMN até ao final da atual legislatura, mais de metade (56%) das empresas inquiridas apontam que é suportável pela conta de exploração das empresas, embora 95% desconheça algum estudo que aponte o seu setor de atividade como tendo capacidade para o financiar.

Para 65% das empresas, a fixação anual do salário mínimo deveria estar dependente da evolução da produtividade.

Quando questionadas sobre a autodeclaração de doença, 55% das empresas manifestou-se contra, apesar de 89% assinalar que nunca registou um caso destes ou que estes são muito pouco frequentes.

No que respeita ao designado “direito a desligar”, metade das empresas defende-o e outras tantas discordam, sendo que entre as que apresentam maior taxa de rejeição à implementação desta medida estão, sobretudo, as médias e microempresas.

Já quanto a sua comunicação à ACT, 86% das empresas discordam deste procedimento.

O inquérito da AIP-CCI foi realizado entre 12 de outubro e 11 de novembro de 2024 junto de 523 sociedades comerciais de todo o país (24% do Norte, 32% do Centro, 26% da Área Metropolitana de Lisboa, 12% do Alentejo, 3% do Algarve e 3% das ilhas).

A indústria representou 47% da amostra, seguida pelos serviços (26%), comércio (14%), construção (7%), agricultura (3%), alojamento e restauração (2%) e transportes e armazenagem (1%), sendo que 3% eram grandes empresas, 8% médias, 45% pequenas e 44% microempresas.

Da totalidade da amostra, 49,01% são empresas exportadoras.

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ERC: APENAS 4% DOS MEDIA PORTUGUESES FATURAM ACIMA DE 10 MILHÕES

As empresas de media com rendimentos acima de 10 milhões de euros representavam 4% da totalidade em 2023, segundo a análise económico-financeira da ERC hoje divulgada, que aponta que as receitas não registaram melhoria face ao ano anterior.

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As empresas de media com rendimentos acima de 10 milhões de euros representavam 4% da totalidade em 2023, segundo a análise económico-financeira da ERC hoje divulgada, que aponta que as receitas não registaram melhoria face ao ano anterior.

Esta é uma das conclusões do estudo de análise económica e financeira sobre os media em Portugal da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) relativo ao exercício de 2023, que tem por base dados reportados pelos regulados, no âmbito da Lei da Transparência da Titularidade dos Meios de Comunicação Social (Lei nº 78/2015, de 29 de julho).

“A análise conduzida pela ERC apurou que os ativos totais das empresas de comunicação social ascenderam a 1.123.063 euros e os rendimentos totais da atividade a 1.166.911 euros”, lê-se no comunicado do regulador.

Constatou-se “que as empresas com rendimentos superiores a 10 milhões de euros apenas representaram 4% da totalidade de entidades, mas 86% dos ativos, 84% dos capitais próprios do setor e 89% dos rendimentos”, prossegue a ERC.

O regulador refere que sobressai “o facto de não se ter assistido, em 2023, a uma melhoria dos rendimentos das empresas de comunicação social em Portugal, mantendo-se em 53% a percentagem de empresas que registam crescimento dos rendimentos”.

No período em análise, “o número de empresas com resultados líquidos positivos, resultados operacionais ou EBITDA positivos, e capitais próprios positivos situou-se em proporções inferiores a 2022”.

O estudo caracteriza o setor dos media português de “granular, composto por muitas pequenas empresas, em especial nos segmentos mais tradicionais, como as publicações periódicas e as rádios hertzianas”.

Aliás, “são as pequenas empresas que enfrentam maiores dificuldades face à alteração paradigmática da forma como os conteúdos são consumidos e dos interesses e composição dos consumidores, limitando ou inibindo a capacidade de crescimento”.

A publicidade continuou a ser a principal fonte de receitas do setor em 2023, “mas a sua evolução apresentou um comportamento misto entre as principais instituições”.

De acordo com a análise, “verificou-se um aumento das receitas de publicidade do segmento de televisão, mas mais centrado nos canais de televisão por subscrição (STVS) em detrimento do ‘free-to-air’ [canais gratuitos]”.

O consumo de notícias “é cada vez mais fragmentado entre diferentes plataformas comunicacionais e que a utilização do vídeo como fonte noticiosa tem vindo a crescer, especialmente entre os mais jovens”, refere a análise, que adianta que como “principal fonte de conteúdos de vídeo noticiosos surgem as plataformas de partilha de vídeo em detrimento dos ‘sites’ dos editores, o que aumenta os desafios de monetização de produção de conteúdos e conexão destes últimos”.

O estudo completo da ‘Análise Económica e Financeira ao Setor de Media em Portugal no ano 2023’ pode ser consultado na página da ERC.

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