CIÊNCIA & TECNOLOGIA
ENSINO SUPERIOR COM MAIS VAGAS EM 2018
Governo aumenta o número de vagas no Ensino Superior Público, num ano em que se reduzem as vagas nas duas maiores cidades do país.
Este ano haverá 50.852 vagas nas universidades e politécnicos portugueses, mais 14 em relação ao ano passado. As candidaturas começam esta quarta-feira e terminam no dia 7 de agosto.
De acordo com os dados divulgados pela Direcção-Geral do Ensino Superior (DGES), revelados esta quarta-feira, mais de metade das vagas (28138) pertencem às universidades
O ensino politécnico ganhou 300 vagas em relação ao ano passado e oferece agora 22.714 lugares nesta modalidade de ensino.
Os cursos de Engenharia e Técnicas afins (onde não se incluem os cursos de Engenharia Civil) continuam a representar a maior fatia, com 9.277 lugares por preencher, mais 200 do que no ano passado. Seguem-se as áreas das Ciências Empresarias ( com 7.607), e da Saúde, que este ano abriu com menos 30 vagas.
A maior redução de vagas aconteceu na área de Arquitetura e Gestão, com uma redução global de 139 vagas. Por outro lado, a área que mais vagas lhe viu atribuídas foi Serviços Pessoais.
Apesar da redução das vagas nos cursos do Porto e de Lisboa, estes continuam a ser os distritos com mais vagas disponíveis em todo o país: quatro em cada 10 vagas são em universidades e politécnicos da capital e do Porto.
No total, Porto e Lisboa perderam 1.066 vagas este ano.
A Universidade de Lisboa continua, no entanto, a ser a instituição de ensino com mais vagas abertas: no ano lectivo 2018/2019 serão 7.278, menos 383 em relação ao ano passado.
A Universidade do Porto perderá 230 vagas.
A redução de vagas deverá, em teoria, elevar a média de entrada do último colocado. O ano passado o curso que registou a média mais elevada foi o curso de Engenharia Aeroespacial, no Instituto Superior Técnico (U. Lisboa), com 18,80, seguido de Engenharia Física Tecnológica, na mesma instituição de ensino, com 18,75 valores.
Todas as médias dos últimos colocados, bem como as vagas a preencher, estão disponíveis nesta tabela interativa onde pode explorar os dados.
Os cinco cursos com maior número de vagas em 2016/2017:
Direito – Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa (445 vagas)
Direito – Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra (334 vagas)
Enfermagem – Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (320 vagas)
Medicina – Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (295 vagas)
Enfermagem – Escola Superior de Enfermagem de Lisboa (285 vagas)
Os cinco cursos com a média de entrada mais elevada o ano passado:
Engenharia Aeroespacial – Instituto Superior Técnico da Universidade de Lisboa (18,8 valores)
Engenharia Física Tecnológica – Instituto Superior Técnico da Universidade de Lisboa (18,75 valores)
Engenharia e Gestão Industrial – Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (18,43)
Medicina – Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (18,33)
Bioengenharia – Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (18,28)
Fátima Casanova | RR
CIÊNCIA & TECNOLOGIA
MARTE TEVE PERÍODOS QUENTES E ÁGUA DURANTE 40 MILHÕES DE ANOS
Cientistas de Harvard determinaram os mecanismos químicos através dos quais Marte era capaz de manter calor suficiente nos seus primórdios para sustentar água e possivelmente vida.
Cientistas de Harvard determinaram os mecanismos químicos através dos quais Marte era capaz de manter calor suficiente nos seus primórdios para sustentar água e possivelmente vida.
O facto de atualmente Marte ser frio e seco mas ter tido rios e lagos há vários milhares de milhões de anos intriga os cientistas há décadas.
“Tem sido um verdadeiro mistério que houvesse água líquida em Marte, porque Marte está mais longe do Sol e, além disso, o Sol era mais fraco no início”, explicou, em comunicado, Danica Adams, investigadora de pós-doutoramento da NASA na Escola de Engenharia e Ciências Aplicadas John A. Paulson (SEAS) de Harvard e principal autora do novo artigo publicado na Nature Geoscience.
Anteriormente, existia a teoria de que o hidrogénio era o ingrediente mágico que, quando misturado com o dióxido de carbono da atmosfera marciana, desencadeava episódios de aquecimento global. Mas a vida útil do hidrogénio atmosférico é curta, pelo que foi necessária uma análise mais detalhada.
Agora, Adams, o professor Robin Wordsworth de Ciências Ambientais e Engenharia na SEAS, e a sua equipa realizaram modelação fotoquímica (semelhante aos métodos utilizados hoje em dia para rastrear poluentes atmosféricos) para preencher os detalhes da relação da atmosfera marciana primitiva com o hidrogénio e como este relacionamento mudou ao longo do tempo.
“Marte antiga é um mundo perdido, mas pode ser reconstruído em detalhe se fizermos as perguntas certas”, frisou Wordsworth.
“Este estudo sintetiza a química atmosférica e o clima pela primeira vez para fazer algumas previsões surpreendentes que podem ser testadas quando trouxermos rochas de Marte para a Terra”, acrescentou.
Adams modificou um modelo chamado CINETICA para simular como uma combinação de hidrogénio e outros gases que reagem com o solo e o ar controlavam o clima marciano primitivo.
Descobriu que durante os períodos Noachiano e Hesperian, entre há 4 e 3 mil milhões de anos, Marte passou por períodos quentes episódicos ao longo de cerca de 40 milhões de anos, com cada evento a durar 100.000 anos ou mais.
Estas estimativas são consistentes com as características geológicas de Marte atualmente. Os períodos quentes e húmidos eram causados pela hidratação da crosta, ou perda de água do solo, que fornecia hidrogénio suficiente para se acumular na atmosfera durante milhões de anos.
“Identificámos escalas de tempo para todas estas alternâncias. E descrevemos todas as peças no mesmo modelo fotoquímico”, sublinhou Adams.
O trabalho de modelação fornece novas perspetivas potenciais sobre as condições que sustentaram a química prebiótica (os fundamentos da vida posterior como a conhecemos) durante os períodos quentes, e os desafios para a persistência dessa vida durante os intervalos frios e oxidativos.
Adams e outros cientistas estão a começar a trabalhar para encontrar evidências destas alternâncias utilizando modelos químicos isotópicos e planeiam comparar estes resultados com rochas da próxima missão Mars Sample Return (MRS).
Como Marte não possui placas tectónicas, ao contrário da Terra, a superfície visível atualmente é semelhante à de antigamente, tornando a sua história dos lagos e rios muito mais intrigante, realçou ainda.
CIÊNCIA & TECNOLOGIA
ASTEROIDE BENNU REVELOU EXISTÊNCIA DE MOLÉCULAS DE ADN
Cientistas japoneses detetaram numa amostra do asteroide Bennu as moléculas necessárias para a formação de ADN e ARN, suportando a teoria de que os asteroides podem ter transportado, por impacto, os blocos de construção da vida para a Terra.
Cientistas japoneses detetaram numa amostra do asteroide Bennu as moléculas necessárias para a formação de ADN e ARN, suportando a teoria de que os asteroides podem ter transportado, por impacto, os blocos de construção da vida para a Terra.
De acordo com o trabalho publicado esta quarta-feira na revista científica Nature Astronomy, as amostras analisadas revelaram a presença das cinco bases nitrogenadas — adenina, guanina, citosina, timina e uracilo — necessárias para a construção de ADN e ARN.
Foram igualmente identificados pelos investigadores da Universidade Hokkaido, no Japão, os compostos xantina, hipoxantina e ácido nicotínico (vitamina B3).
Uma amostra de 121,6 gramas do asteroide Bennu chegou à Terra em 2023 à “boleia” da missão Osiris-Rex, da agência espacial norte-americana (NASA).
Tratou-se da maior amostra extraterrestre recolhida e enviada para a Terra.
Segundo uma das teses, os asteroides (corpos rochosos do Sistema Solar) contribuíram com água e componentes químicos essenciais para a vida na Terra há milhares de milhões de anos.
Embora os meteoritos na Terra provenham de asteroides, a interpretação dos seus dados “é desafiante” face à “exposição à humidade” da atmosfera e a “uma biosfera descontrolada”, refere a Universidade Hokkaido em comunicado, assinalando que “amostras imaculadas recolhidas de asteroides no espaço são os candidatos ideais”.
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