INTERNACIONAL
ENTREVISTA: OLIGARCA UCRANIANO DIZ QUE ‘SONHO’ DE PUTIN DE CONQUISTAR O LESTE VAI FALHAR
O multimilionário ucraniano Hennadiy Korban afirmou hoje à Lusa que o “sonho” de Putin de conquistar o leste da Ucrânia “vai falhar” e criticou o ataque deliberado às populações russófonas, que foram apresentadas como vítimas de Kiev.
O multimilionário ucraniano Hennadiy Korban afirmou hoje à Lusa que o “sonho” de Putin de conquistar o leste da Ucrânia “vai falhar” e criticou o ataque deliberado às populações russófonas, que foram apresentadas como vítimas de Kiev.
Considerado um oligarca e um dos homens mais ricos da Ucrânia, Hennadiy Korban disse à Lusa que tem gasto muito do seu dinheiro no apoio aos deslocados em fuga do leste, norte e sul da Ucrânia para outros locais e é hoje o responsável da Brigada Defesa Territorial da região de Dnipro, a cidade de que é considerado o “dono”, segundo os seus opositores.
“Penso que o plano russo de assumir o controlo de Dnipro vai falhar. Eles empreenderam pelo menos dez tentativas de entrada na região, de vários lados” e “todos os seus ataques foram desviados” pelas forças armadas e pelas divisões de defesa territorial, referiu, no seu gabinete na capital regional.
Com a iminente queda da cidade de Mariupol, “Dnipro torna-se responsável por três frentes” de combate, numa referência aos ataques vindos de Donbass (leste), Zaporijia (sul) e Kharkiv (nordeste).
“Basicamente, somos responsáveis pela logística do exército e pela logística civil para as três frentes”, salientou Korban, admitindo que a situação de Dnipro é complexa e é um ponto de destino de milhares de deslocados de guerra.
“Estamos a acolher todos. A nossa região é bastante vasta” e “colocámos as pessoas nos comboios de evacuação que se dirigem para a Ucrânia Central e Ocidental”, disse, recordando que este é um cenário semelhante ao que se passou em 2014.
Perante os ataques nas províncias de Lughansk e Donetsk, Dnipro “tornou-se no posto avançado da resistência à agressão russa, que vinha de leste”, explicouHennadiy Korban, que, apesar da fortuna acumulada, recusa sair da cidade. “Este é o meu país, a minha casa. É aqui que vivem os meus pais; é aqui que vivem os meus filhos. Isto é tudo o que temos. Nunca iremos lhes dar nada gratuitamente e vamos lutar sempre”.
Com fortuna feita no setor mineiro e hoteleiro e uma coleção particular de arte de autores como Gustav Klimt, Damien Hirst, Egon Schiele ou Banksy, o multimilionário, antigo deputado e ex-candidato a autarca acusado em processos de corrupção, disse à Lusa que tem doado muito do seu dinheiro às necessidades da população civil, mas minimizou a importância dessa decisão.
“Muitos homens de negócios, hoje em dia, doam fundos para ajudar a defender não só a cidade ou região, mas para ajudar outras cidades e áreas”, explicou, limitando-se a dizer, que só no apoio às viagens de comboio, custeou mais de dez comboios por dia para deslocados de guerra.
De origens judaicas, Hennadiy Korban recusa as acusações feitas por Putin de que existe um regime fascista no país ou que existe um peso excessivo da extrema-direita.
“Essa é a habitual propaganda do tipo de Goebbels (ministro nazi), que foi concebida para servir o regime russo, pelo que a tomamos com uma boa dose de humor”, ironizou.
“Quando ouvimos algo assim na televisão deles, sabemos como esta mentira soa ridícula para quem aqui vive, não há uma palavra de verdade, nem um grão de honra” e é “apenas propaganda simples ao serviço de um homem no comando e das suas ambições militaristas”, afirmou o milionário.
Para o também dirigente da defesa territorial, o “mais interessante de tudo isto é que ele, Putin, está a empreender ações nas regiões da Ucrânia que são maioritariamente de língua russa”, ou seja, “ele veio para defender os russófonos e está a matar os russófonos”.
“Kharkiv é uma cidade de língua russa; Chernihiv é uma cidade predominantemente russófona, Mariupol, Donbass todos falam russo, Dnipro é praticamente uma cidade totalmente russófona”, exemplificou, salientando que, a existir apoiantes neonazis, não é no leste do país.
Se Putin quiser encontrar seguidores de Stepan Bandera (líder nacionalista ucraniano que apoiou s nazis na II Guerra Mundial), “provavelmente deveria ter procurado noutro lugar sem ser nas zonas de língua russa”, vincou Korban.
“A maioria de nós fala russo e ele bombardeia a população de língua russa e mata a população de língua russa”, insistiu o dirigente, que recusou comentar a posição do governo de Kiev na gestão da guerra, depois de ter sido crítico do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
“Não vou discutir os assuntos do Presidente”, limitou-se a dizer o oligarca, adiantando nunca ter tido negócios da Rússia e que defende as medidas internacionais contra a elite russa.
“Penso que as sanções deveriam tornar-se ainda mais severas e o Ocidente deveria apreender as contas bancárias, porque esses fundos, em teoria, podem ser utilizados para reparações [de guerra] e para reconstruir as infraestruturas” depois da guerra.
Sobre a ilegalização de vários partidos pró-russos, criticada por várias organizações internacionais, Hennadiy Korban é taxativo: “Apoio esta decisão” do governo.
“À medida que a guerra avança, não há lugar para uma quinta coluna que prejudique as ações do Presidente, do governo, dos militares”, concluiu.
INTERNACIONAL
BIBLIOTECA SOBRE O NAZISMO E O HOLOCAUSTO ACESSÍVEL NA INTERNET DESDE HOJE
Fotografias do campo de Auschwitz-Birkenau, testemunhos e documentos sobre a ascensão do fascismo na Europa antes da Segunda Guerra Mundial integram um dos maiores arquivos sobre o Holocausto que está acessível desde hoje na internet.
Fotografias do campo de Auschwitz-Birkenau, testemunhos e documentos sobre a ascensão do fascismo na Europa antes da Segunda Guerra Mundial integram um dos maiores arquivos sobre o Holocausto que está acessível desde hoje na internet.
A Biblioteca Wiener sobre o Holocausto, com sede em Londres, reúne centenas de milhares de documentos originais sobre a situação dos judeus europeus antes de 1939, o regime nazi e o Holocausto.
A biblioteca decidiu tornar acessível hoje, no 80.º aniversário da libertação de Auschwitz, parte da sua coleção, nomeadamente fotografias, cartas e testemunhos que atestam os crimes nazis no campo da Polónia (https://wienerholocaustlibrary.org/).
“A necessidade de defender a verdade tornou-se ainda mais urgente devido ao ressurgimento do antissemitismo e de outras formas de desinformação e ódio”, explicou Toby Simpson, diretor da biblioteca, citado num comunicado.
“Ao disponibilizar gratuitamente uma grande quantidade de provas em linha [‘online’], estamos a garantir que os arquivos históricos são acessíveis a todos”, afirmou, segundo a agência francesa AFP.
Entre os mais de 150.000 documentos disponíveis em linha pela primeira vez, encontram-se numerosas fotografias tiradas aquando da libertação do campo de Auschwitz, em 27 de janeiro de 1945.
Também ficaram acessíveis documentos utilizados nos julgamentos de Nuremberga, durante os quais os principais dirigentes do Terceiro Reich, o regime nazi alemão de Adolf Hitler, foram julgados.
A biblioteca publica também cerca de 500 folhetos e livros de propaganda antifascista, distribuídos na Alemanha na década de 1930 e disfarçados de anúncios de champôs ou livros de receitas, para escapar à vigilância do regime nazi.
Revela também documentos que mostram a ascensão do fascismo no Reino Unido antes e depois da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
“Numa altura em que figuras de extrema-direita ameaçam a Europa e não só, estas coleções revelam não só as origens destas ideologias perigosas, mas também as motivações e estratégias daqueles que, ao longo da História, as mantiveram à distância”, disseram os responsáveis pela biblioteca.
A Biblioteca Wiener sobre o Holocausto foi fundada na década de 1930 por Alfred Wiener, que fez campanha contra o nazismo nas décadas de 1920 e 1930.
Depois de fugir da Alemanha para os Países Baixos, em 1933, começou a recolher provas da perseguição dos judeus.
Continuou o seu trabalho a partir do Reino Unido, onde se exilou pouco antes do início da guerra e onde a biblioteca ainda se encontra, no centro de Londres.
Sobreviventes de Auschwitz, acompanhados pelo Presidente polaco, Andrzej Duda, depositaram flores hoje de manhã em frente ao Muro da Morte do campo, onde os prisioneiros eram fuzilados.
Alguns usavam lenços às riscas azuis e brancas, simbolizando os antigos uniformes prisionais. Ao pé do muro, acenderam velas em memória dos mortos e tocaram o muro com uma mão, em silêncio.
A cerimónia, sob o portão de entrada de Birkenau, deverá começar às 16:00 locais (15:00 em Lisboa) e contará com a presença de 54 delegações internacionais, algumas das quais lideradas por chefes de Estado, mas o foco estará nos sobreviventes, segundo a organização.
“Este ano, estamos a centrar-nos nos sobreviventes e na sua mensagem”, disse à AFP o porta-voz do museu de Auschwitz, Pawel Sawicki.
“Não haverá discursos de políticos”, acrescentou.
Auschwitz-Birkenau tornou-se o símbolo do genocídio perpetrado pela Alemanha nazi contra seis milhões de judeus europeus, um milhão dos quais morreram no campo entre 1940 e 1945, bem como mais de 100.000 não judeus.
INTERNACIONAL
PAPA DIZ QUE HOLOCAUSTO NÃO PODE SER ESQUECIDO OU NEGADO
O Papa Francisco disse hoje que “o horror” do Holocausto não pode ser “esquecido ou negado” e exortou à luta contra o antissemitismo, lembrando que na segunda-feira se assinalam 80 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz.
O Papa Francisco disse hoje que “o horror” do Holocausto não pode ser “esquecido ou negado” e exortou à luta contra o antissemitismo, lembrando que na segunda-feira se assinalam 80 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz.
“Amanhã é o Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto, 80 anos após a libertação do campo de concentração de Auschwitz. O horror do extermínio de milhões de judeus e de pessoas de outras religiões durante esses anos não pode ser esquecido nem negado”, afirmou o Papa no final da oração do Angelus dominical.
Lembrando que, durante esses anos, foram também mortos “muitos cristãos, muitos mártires”, Francisco apelou a que “todos trabalhem em conjunto para erradicar o flagelo do antissemitismo e outras formas de discriminação e perseguição religiosa”.
“Construamos juntos um mundo mais fraterno e justo, educando os jovens a ter um coração aberto a todos na lógica da fraternidade, do perdão e da paz”, concluiu.
Proclamado oficialmente em novembro de 2005, o Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto, que se assinala na segunda-feira, comemora a libertação pelas tropas soviéticas, em 1945, do campo de concentração e extermínio nazi alemão de Auschwitz-Birkenau.
Auschwitz-Birkenau tornou-se o símbolo do genocídio perpetrado pela Alemanha nazi contra seis milhões de judeus europeus, um milhão dos quais morreram no local entre 1940 e 1945, bem como mais de 100.000 não judeus.
Na segunda-feira, uma cerimónia oficial com a presença de cerca de meia centena de sobreviventes e 54 delegações internacionais assinalará o 80.º aniversário da libertação do local.
- REGIÕES3 semanas atrás
ANACOM E ERC RENOVAM LICENÇAS DA RÁDIO REGIONAL
- DESPORTO4 semanas atrás
PRIMEIRA LIGA: BOAVISTA EM ÚLTIMO APÓS DERROTA COM O AROUCA (VÍDEO)
- DESPORTO3 semanas atrás
TAÇA DA LIGA: BENFICA VENCE SPORTING NA FINAL PELA MARCAÇÃO DE PENÁLTIS (VÍDEO)
- DESPORTO3 semanas atrás
TAÇA DA LIGA: JOÃO PINHEIRO NOMEADO PARA A FINAL “SPORTING X BENFICA”
- NACIONAL2 semanas atrás
JOSÉ MANUEL MOURA É O NOVO PRESIDENTE DA PROTEÇÃO CIVIL
- DESPORTO DIRETO2 semanas atrás
DIRETO: GIL VICENTE FC X FC PORTO (20:30)
- DESPORTO DIRETO7 dias atrás
DIRETO: FC PORTO X OLYMPIACOS FC (17:45)
- REGIÕES2 semanas atrás
PORTO: ARRANCAM AS OBRAS NA CIRCUNVALAÇÃO ENTRE CUF E MAGALHÃES LEMOS