Ligue-se a nós

CIÊNCIA & TECNOLOGIA

ESPECIALISTA: ‘A CIBERSEGURANÇA EM PORTUGAL DÁ VONTADE DE CHORAR’ – JOSÉ TRIBOLET

O especialista em sistemas informáticos José Tribolet alertou esta segunda-feira para a ausência de prevenção e de resiliência de Portugal para responder a ciberataques, defendendo também uma maior regulação do ciberespaço.

Online há

em

O especialista em sistemas informáticos José Tribolet alertou esta segunda-feira para a ausência de prevenção e de resiliência de Portugal para responder a ciberataques, defendendo também uma maior regulação do ciberespaço.

“Quando falamos de Portugal no espaço cibernético dá vontade de chorar. O que é Portugal no ciberespaço? Eu não conheço ninguém que esteja a fazer essa pergunta e tentar estruturadamente perceber isso“, afirmou o professor catedrático do Instituto Superior Técnico, que falava num ‘webinar’ promovido pelo Instituto Jurídico da Comunicação (IJC) da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, intitulado “(In)Segurança na Rede – Ordenamento do Espaço Virtual”.

Para o investigador, é fundamental o país definir o que é “importante preservar perante ataques” que possam destruir informação ou alterar funcionalidades.

“O que é essencial que temos que preservar para sermos resilientes e repor o mínimo de vida social perante um ataque?”, questionou, salientando que não há trabalho feito nesse sentido, a não ser no contexto da NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e que segue sempre “num espírito do entendimento militar estrito”.

José Tribolet apontou, por exemplo, para a necessidade de preservar dados como aqueles que estão no Instituto dos Registos e Notariado.

“É da responsabilidade do Estado ser a fonte da verdade perante elementos institucionais para a vida da nação. E o que está ser feito para listar o que é essencial? O que está a ser feito para preservar? Admitindo que há destruição, onde estão as bases de informação e em quanto tempo [serão repostas]?”, perguntou.

Para o especialista a situação “é muito preocupante”, considerando que não há treino nem pensamento em torno dessas questões.

“A preservação do essencial da estrutura e da informação associada às entidades críticas para a vida do país é fundamental. Temos que ter mecanismos de preservação e resiliência”, apontou.

Segundo o professor catedrático, o mundo está “em risco acelerado de perder o controlo da evolução”, porque age “sem compreender a dinâmica de sistemas”.

“Precisamos de medidas urgentes para tornar a sociedade mais robusta. É preciso definir atos de engenharia informática para podermos responsabilizar engenheiros informáticos pelos atos. Hoje, qualquer um mete uma base de dados em qualquer sítio e ninguém vai pedir requisitos ou qualificações profissionais”, notou.

Fazendo uma analogia com a construção de pontes, José Tribolet notou que na construção “é preciso projetos, ante-projetos, engenheiros que fiscalizam e tudo é responsabilizado”.

“Na área informática, zero”, notou o especialista.

CIÊNCIA & TECNOLOGIA

MARTE TEVE PERÍODOS QUENTES E ÁGUA DURANTE 40 MILHÕES DE ANOS

Cientistas de Harvard determinaram os mecanismos químicos através dos quais Marte era capaz de manter calor suficiente nos seus primórdios para sustentar água e possivelmente vida.

Online há

em

Cientistas de Harvard determinaram os mecanismos químicos através dos quais Marte era capaz de manter calor suficiente nos seus primórdios para sustentar água e possivelmente vida.

O facto de atualmente Marte ser frio e seco mas ter tido rios e lagos há vários milhares de milhões de anos intriga os cientistas há décadas.

“Tem sido um verdadeiro mistério que houvesse água líquida em Marte, porque Marte está mais longe do Sol e, além disso, o Sol era mais fraco no início”, explicou, em comunicado, Danica Adams, investigadora de pós-doutoramento da NASA na Escola de Engenharia e Ciências Aplicadas John A. Paulson (SEAS) de Harvard e principal autora do novo artigo publicado na Nature Geoscience.

Anteriormente, existia a teoria de que o hidrogénio era o ingrediente mágico que, quando misturado com o dióxido de carbono da atmosfera marciana, desencadeava episódios de aquecimento global. Mas a vida útil do hidrogénio atmosférico é curta, pelo que foi necessária uma análise mais detalhada.

Agora, Adams, o professor Robin Wordsworth de Ciências Ambientais e Engenharia na SEAS, e a sua equipa realizaram modelação fotoquímica (semelhante aos métodos utilizados hoje em dia para rastrear poluentes atmosféricos) para preencher os detalhes da relação da atmosfera marciana primitiva com o hidrogénio e como este relacionamento mudou ao longo do tempo.

“Marte antiga é um mundo perdido, mas pode ser reconstruído em detalhe se fizermos as perguntas certas”, frisou Wordsworth.

“Este estudo sintetiza a química atmosférica e o clima pela primeira vez para fazer algumas previsões surpreendentes que podem ser testadas quando trouxermos rochas de Marte para a Terra”, acrescentou.

Adams modificou um modelo chamado CINETICA para simular como uma combinação de hidrogénio e outros gases que reagem com o solo e o ar controlavam o clima marciano primitivo.

Descobriu que durante os períodos Noachiano e Hesperian, entre há 4 e 3 mil milhões de anos, Marte passou por períodos quentes episódicos ao longo de cerca de 40 milhões de anos, com cada evento a durar 100.000 anos ou mais.

Estas estimativas são consistentes com as características geológicas de Marte atualmente. Os períodos quentes e húmidos eram causados pela hidratação da crosta, ou perda de água do solo, que fornecia hidrogénio suficiente para se acumular na atmosfera durante milhões de anos.

“Identificámos escalas de tempo para todas estas alternâncias. E descrevemos todas as peças no mesmo modelo fotoquímico”, sublinhou Adams.

O trabalho de modelação fornece novas perspetivas potenciais sobre as condições que sustentaram a química prebiótica (os fundamentos da vida posterior como a conhecemos) durante os períodos quentes, e os desafios para a persistência dessa vida durante os intervalos frios e oxidativos.

Adams e outros cientistas estão a começar a trabalhar para encontrar evidências destas alternâncias utilizando modelos químicos isotópicos e planeiam comparar estes resultados com rochas da próxima missão Mars Sample Return (MRS).

Como Marte não possui placas tectónicas, ao contrário da Terra, a superfície visível atualmente é semelhante à de antigamente, tornando a sua história dos lagos e rios muito mais intrigante, realçou ainda.

LER MAIS

CIÊNCIA & TECNOLOGIA

ASTEROIDE BENNU REVELOU EXISTÊNCIA DE MOLÉCULAS DE ADN

Cientistas japoneses detetaram numa amostra do asteroide Bennu as moléculas necessárias para a formação de ADN e ARN, suportando a teoria de que os asteroides podem ter transportado, por impacto, os blocos de construção da vida para a Terra.

Online há

em

Cientistas japoneses detetaram numa amostra do asteroide Bennu as moléculas necessárias para a formação de ADN e ARN, suportando a teoria de que os asteroides podem ter transportado, por impacto, os blocos de construção da vida para a Terra.

De acordo com o trabalho publicado esta quarta-feira na revista científica Nature Astronomy, as amostras analisadas revelaram a presença das cinco bases nitrogenadas — adenina, guanina, citosina, timina e uracilo — necessárias para a construção de ADN e ARN.

Foram igualmente identificados pelos investigadores da Universidade Hokkaido, no Japão, os compostos xantina, hipoxantina e ácido nicotínico (vitamina B3).

Uma amostra de 121,6 gramas do asteroide Bennu chegou à Terra em 2023 à “boleia” da missão Osiris-Rex, da agência espacial norte-americana (NASA).

Tratou-se da maior amostra extraterrestre recolhida e enviada para a Terra.

Segundo uma das teses, os asteroides (corpos rochosos do Sistema Solar) contribuíram com água e componentes químicos essenciais para a vida na Terra há milhares de milhões de anos.

Embora os meteoritos na Terra provenham de asteroides, a interpretação dos seus dados “é desafiante” face à “exposição à humidade” da atmosfera e a “uma biosfera descontrolada”, refere a Universidade Hokkaido em comunicado, assinalando que “amostras imaculadas recolhidas de asteroides no espaço são os candidatos ideais”.

LER MAIS

MAIS LIDAS