REGIÕES
ESTADO CONDENADO A INDEMNIZAR MENOR BALEADA POR GNR NUMA PERSEGUIÇÃO EM GAIA
O Estado foi condenado a pagar uma indemnização de 20 mil euros a uma rapariga de 17 anos que foi baleada por um militar da GNR durante uma perseguição policial em Gaia, segundo um acórdão consultado hoje pela Lusa.
O Estado foi condenado a pagar uma indemnização de 20 mil euros a uma rapariga de 17 anos que foi baleada por um militar da GNR durante uma perseguição policial em Gaia, segundo um acórdão consultado hoje pela Lusa.
Os factos ocorreram a 07 de outubro de 2006, quando a menor e uma amiga aceitaram a boleia de um conhecido para irem a uma discoteca numa viatura que tinha sido furtada pouco antes pelo mesmo.
O acórdão do Tribunal Central Administrativo Norte, datado de 31 de janeiro, negou provimento ao recurso interposto pelo Estado, confirmando a sentença do Tribunal Administrativo e Fiscal do Porto.
“Quem entra num veículo não aceita que desse facto lhe possam advir danos e muito menos que venha a ser encetada uma perseguição policial a essa viatura na sequência da qual venham a ser disparados tiros que atinjam a sua integridade física por se tratar de uma eventualidade, que dada a sua anormalidade, excecionalidade e imprevisibilidade é de todo impensável”, refere o acórdão.
Os juízes consideraram ainda que o montante compensatório arbitrado ainda que a título de responsabilidade pelo risco “se peca é por defeito”, justificando que a autora viu o seu corpo “marcado com cicatrizes que indelevelmente a desfeiam e a fazem relembrar o evento vivido, necessariamente doloroso e traumático, e para o qual em nada contribuiu”.
O tribunal deu como provado que o jovem que seguia ao volante da viatura tinha furtado a mesma cerca das 23:00, na zona dos Carvalhos, em Vila Nova de Gaia, distrito do Porto.
Pouco tempo depois, o veículo foi localizado por uma patrulha da GNR que o mandou parar, mas o jovem não obedeceu aos sinais sonoros e visuais emitidos pelos militares, iniciando-se então uma perseguição que durou cerca de uma hora, por várias freguesias do concelho.
Cerca das 01:00, o condutor do automóvel em fuga tentou escapar a uma barreira policial montada por uma segunda patrulha da GNR, numa rua em Grijó, tendo os militares disparado vários tiros na direção da viatura.
Na sequência do tiroteio, o condutor e a menor foram atingidos, tendo a segunda passageira saído ilesa.
Ainda de acordo com os factos dados como provados, as duas jovens que viajavam no banco da frente pediram várias vezes ao condutor para parar a viatura, durante a fuga, mas aquele não atendeu aos pedidos, alegando que se o fizesse seria preso por a viatura ter sido furtada e por conduzir ilegalmente.
O jovem que conduzia a viatura foi condenado a dois anos e meio de prisão, com pena suspensa, pelos crimes de furto de uso de veículo, condução de veículo sem habilitação legal, condução perigosa de veículo e resistência e coação a funcionário.
Além da pena de prisão, foi ainda condenado a pagar 7.500 euros à menor baleada pelos danos não patrimoniais sofridos, em momento anterior aos disparos.
REGIÕES
VILA REAL: CONCURSO PARA CONCLUSÃO DO PAVILHÃO DA ESCOLA DIOGO CÃO
O município de Vila Real abriu esta quinta-feira um concurso público, pelo preço base de 900 mil euros, para concluir a requalificação de um pavilhão desportivo, depois de tomar posse administrativa da obra, em abril, por abandono da empreitada.
O município de Vila Real abriu esta quinta-feira um concurso público, pelo preço base de 900 mil euros, para concluir a requalificação de um pavilhão desportivo, depois de tomar posse administrativa da obra, em abril, por abandono da empreitada.
O anúncio do concurso público para a conclusão da empreitada de requalificação e beneficiação do pavilhão da Escola Diogo Cão foi publicado esta quinta-feira em Diário da República (DR).
O preço base do procedimento é de cerca de 900 mil euros, o prazo para entrega de propostas decorre até 13 de fevereiro e, depois de adjudicada, a obra deve ser concluída em 270 dias.
Em abril, a Câmara de Vila Real informou que tomou posse administrativa da obra de requalificação deste pavilhão desportivo, localizado na cidade, por alegado incumprimento do empreiteiro que terá suspendido e abandonado a empreitada.
O processo encontra-se, neste momento, em tribunal.
Em março de 2022, a Câmara de Vila Real anunciou um investimento 1,2 milhões de euros na reabilitação do pavilhão desportivo da Escola Diogo Cão e, na altura, foi referido que a intervenção demoraria cerca de um ano.
O objetivo da intervenção era dotar o pavilhão, já com mais de 50 anos, de “condições de segurança” para a prática educativa e a formação desportiva, servindo a escola e, após o horário letivo, a comunidade.
A autarquia explicou que a empreitada foi organizada em duas fases distintas, adjudicadas a duas empresas e que, ambas as fases, resultaram de candidaturas apresentadas ao Norte 2020 e tiveram uma comparticipação financeira de 85%.
No entanto, segundo explicou, a “existência de duas fases ao mesmo tempo veio a revelar-se de muito difícil compatibilização exacerbando o comportamento, já de si, pouco consensual” do empreiteiro em causa, tendo mesmo esta empresa “suspendido de forma unilateral a sua empreitada e abandonado a empreitada, obrigando o município a agir em conformidade e em defesa do interesse público municipal”.
Para efeito, a câmara avançou com a aplicação de sanção contratual no valor de cerca de 217 mil euros (mais IVA), “por atraso reiterado no cumprimento das obrigações decorrentes do contrato”, e procedeu “à resolução do contrato a título sancionatório, tomando a posse administrativa da obra, bem como dos bens móveis e imóveis à mesma afetos, procedendo aos inventários, medições e avaliações necessárias”.
O município referiu que vai conseguir recuperar parte do financiamento comunitário desta obra, já no âmbito do novo quadro comunitário.
REGIÕES
MATOSINHOS: MILITAR DA GNR ALVO DE PROCESSO DISCIPLINAR POR ALEGADA AGRESSÃO
O Comando Geral da GNR instaurou um processo disciplinar a um militar na sequência de uma alegada agressão a um condutor no sábado, em Perafita, Matosinhos, confirmou hoje à Lusa a Guarda.
O Comando Geral da GNR instaurou um processo disciplinar a um militar na sequência de uma alegada agressão a um condutor no sábado, em Perafita, Matosinhos, confirmou hoje à Lusa a Guarda.
Questionada pela Lusa sobre a alegada agressão hoje revelada por vários órgãos de comunicação social com base num suposto vídeo, a Divisão de Comunicação e Relações Públicas da GNR respondeu sem nunca mencionar ter havido agressão.
“Cumpre-me informar que a situação visualizada no vídeo ocorreu no passado sábado, dia 25 de janeiro, na localidade de Perafita, em Matosinhos, na sequência de uma ocorrência de acidente de viação, tendo resultado na detenção do condutor envolvido, pelo crime de condução sob influência de álcool”, lê-se na resposta assinada pelo major David dos Santos.
E acrescenta: “adicionalmente, importa ainda referir que, depois de analisadas as imagens no referido vídeo, foi determinada a abertura do respetivo procedimento de âmbito disciplinar, com vista ao apuramento das circunstâncias em que ocorreram os factos”.
A Lusa perguntou também se o militar permanece em funções ou se foi afastado, mas não obteve resposta.
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