INTERNACIONAL
ESTADOS UNIDOS ATACAM A SÍRIA
Os Estados Unidos lançaram na quinta-feira dezenas de mísseis de cruzeiro contra um aeródromo na Síria, no primeiro ataque direto contra o regime de Bashar al-Assad desde que começou a guerra civil.
Os Estados Unidos lançaram na quinta-feira dezenas de mísseis de cruzeiro contra um aeródromo na Síria, no primeiro ataque direto contra o regime de Bashar al-Assad desde que começou a guerra civil.
O ataque surge na sequência do bombardeamento com armas químicas contra uma localidade no norte da Síria, que matou mais de 80 civis na terça-feira, noticiou a imprensa norte-americana.
Dezenas de mísseis “Tomahawk” foram disparados contra a base aérea de Shayrat, na cidade síria de Homs, de onde o Governo norte-americano acredita que partiram os caças que executaram ataques aéreos, de acordo com fontes miliares.
Os disparos foram registados e publicados no Twitter na conta oficial do Departamento de Defesa dos Estados Unidos.
O Governo de Donald Trump tomou medidas de forma unilateral contra o Governo sírio, que acusa de uso de armas químicas, apesar de conversações estarem a decorrer no Conselho de Segurança da ONU.
Minutos antes da ofensiva norte-americana, a Rússia tinha advertido os Estados Unidos contra “consequências negativas” de uma ação militar na Síria em resposta ao ataque químico.
“Há que pensar nas consequências negativas. Toda a responsabilidade, se houver uma ação militar, estará sobre os ombros daqueles que a iniciarem”, disse aos jornalistas o embaixador russo na ONU, Vladimir Safronkov.
Na ONU, os membros do Conselho de Segurança continuam a negociar uma resolução em resposta ao ataque químico, mas até agora o grupo continua muito dividido.
A representante norte-americana, Nikki Haley, já tinha alertado, no dia anterior, que Washington podia tomar algum tipo de medida unilateral se o Conselho de Segurança continuasse bloqueado.
Após o ataque, o secretário norte-americano de Estado, Rex Tillerson, declarou que a Rússia falhou com suas responsabilidades.
Tillerson, recorde-se, já tinha pedido esta quinta-feira a saída de Bashar al-Assad da chefia do Governo sírio, após um alegado ataque químico no país que fez, segundo o último balanço, 86 mortos.
“O papel de al-Assad no futuro é incerto após os atos que cometeu. Parece-me que não deve desempenhar qualquer papel de governação para com o povo sírio”, declarou Tillerson, no aeroporto de West Palm Beach, na Flórida, onde recebeu o presidente chinês, Xi Jinping, voltando a defender “um processo político que conduza à saída de Al-Assad”.
O secretário de Estado prometeu ainda dar “uma resposta apropriada” ao suposto ataque químico cometido na terça-feira na Síria, que deixou dezenas de mortos.
Ver aqui o vídeo o lançamento dos mísseis:
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INTERNACIONAL
BIBLIOTECA SOBRE O NAZISMO E O HOLOCAUSTO ACESSÍVEL NA INTERNET DESDE HOJE
Fotografias do campo de Auschwitz-Birkenau, testemunhos e documentos sobre a ascensão do fascismo na Europa antes da Segunda Guerra Mundial integram um dos maiores arquivos sobre o Holocausto que está acessível desde hoje na internet.
Fotografias do campo de Auschwitz-Birkenau, testemunhos e documentos sobre a ascensão do fascismo na Europa antes da Segunda Guerra Mundial integram um dos maiores arquivos sobre o Holocausto que está acessível desde hoje na internet.
A Biblioteca Wiener sobre o Holocausto, com sede em Londres, reúne centenas de milhares de documentos originais sobre a situação dos judeus europeus antes de 1939, o regime nazi e o Holocausto.
A biblioteca decidiu tornar acessível hoje, no 80.º aniversário da libertação de Auschwitz, parte da sua coleção, nomeadamente fotografias, cartas e testemunhos que atestam os crimes nazis no campo da Polónia (https://wienerholocaustlibrary.org/).
“A necessidade de defender a verdade tornou-se ainda mais urgente devido ao ressurgimento do antissemitismo e de outras formas de desinformação e ódio”, explicou Toby Simpson, diretor da biblioteca, citado num comunicado.
“Ao disponibilizar gratuitamente uma grande quantidade de provas em linha [‘online’], estamos a garantir que os arquivos históricos são acessíveis a todos”, afirmou, segundo a agência francesa AFP.
Entre os mais de 150.000 documentos disponíveis em linha pela primeira vez, encontram-se numerosas fotografias tiradas aquando da libertação do campo de Auschwitz, em 27 de janeiro de 1945.
Também ficaram acessíveis documentos utilizados nos julgamentos de Nuremberga, durante os quais os principais dirigentes do Terceiro Reich, o regime nazi alemão de Adolf Hitler, foram julgados.
A biblioteca publica também cerca de 500 folhetos e livros de propaganda antifascista, distribuídos na Alemanha na década de 1930 e disfarçados de anúncios de champôs ou livros de receitas, para escapar à vigilância do regime nazi.
Revela também documentos que mostram a ascensão do fascismo no Reino Unido antes e depois da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
“Numa altura em que figuras de extrema-direita ameaçam a Europa e não só, estas coleções revelam não só as origens destas ideologias perigosas, mas também as motivações e estratégias daqueles que, ao longo da História, as mantiveram à distância”, disseram os responsáveis pela biblioteca.
A Biblioteca Wiener sobre o Holocausto foi fundada na década de 1930 por Alfred Wiener, que fez campanha contra o nazismo nas décadas de 1920 e 1930.
Depois de fugir da Alemanha para os Países Baixos, em 1933, começou a recolher provas da perseguição dos judeus.
Continuou o seu trabalho a partir do Reino Unido, onde se exilou pouco antes do início da guerra e onde a biblioteca ainda se encontra, no centro de Londres.
Sobreviventes de Auschwitz, acompanhados pelo Presidente polaco, Andrzej Duda, depositaram flores hoje de manhã em frente ao Muro da Morte do campo, onde os prisioneiros eram fuzilados.
Alguns usavam lenços às riscas azuis e brancas, simbolizando os antigos uniformes prisionais. Ao pé do muro, acenderam velas em memória dos mortos e tocaram o muro com uma mão, em silêncio.
A cerimónia, sob o portão de entrada de Birkenau, deverá começar às 16:00 locais (15:00 em Lisboa) e contará com a presença de 54 delegações internacionais, algumas das quais lideradas por chefes de Estado, mas o foco estará nos sobreviventes, segundo a organização.
“Este ano, estamos a centrar-nos nos sobreviventes e na sua mensagem”, disse à AFP o porta-voz do museu de Auschwitz, Pawel Sawicki.
“Não haverá discursos de políticos”, acrescentou.
Auschwitz-Birkenau tornou-se o símbolo do genocídio perpetrado pela Alemanha nazi contra seis milhões de judeus europeus, um milhão dos quais morreram no campo entre 1940 e 1945, bem como mais de 100.000 não judeus.
INTERNACIONAL
PAPA DIZ QUE HOLOCAUSTO NÃO PODE SER ESQUECIDO OU NEGADO
O Papa Francisco disse hoje que “o horror” do Holocausto não pode ser “esquecido ou negado” e exortou à luta contra o antissemitismo, lembrando que na segunda-feira se assinalam 80 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz.
O Papa Francisco disse hoje que “o horror” do Holocausto não pode ser “esquecido ou negado” e exortou à luta contra o antissemitismo, lembrando que na segunda-feira se assinalam 80 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz.
“Amanhã é o Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto, 80 anos após a libertação do campo de concentração de Auschwitz. O horror do extermínio de milhões de judeus e de pessoas de outras religiões durante esses anos não pode ser esquecido nem negado”, afirmou o Papa no final da oração do Angelus dominical.
Lembrando que, durante esses anos, foram também mortos “muitos cristãos, muitos mártires”, Francisco apelou a que “todos trabalhem em conjunto para erradicar o flagelo do antissemitismo e outras formas de discriminação e perseguição religiosa”.
“Construamos juntos um mundo mais fraterno e justo, educando os jovens a ter um coração aberto a todos na lógica da fraternidade, do perdão e da paz”, concluiu.
Proclamado oficialmente em novembro de 2005, o Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto, que se assinala na segunda-feira, comemora a libertação pelas tropas soviéticas, em 1945, do campo de concentração e extermínio nazi alemão de Auschwitz-Birkenau.
Auschwitz-Birkenau tornou-se o símbolo do genocídio perpetrado pela Alemanha nazi contra seis milhões de judeus europeus, um milhão dos quais morreram no local entre 1940 e 1945, bem como mais de 100.000 não judeus.
Na segunda-feira, uma cerimónia oficial com a presença de cerca de meia centena de sobreviventes e 54 delegações internacionais assinalará o 80.º aniversário da libertação do local.
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