INTERNACIONAL
ESTUDO: BIOCOMBUSTÍVEIS UMA EXPERIÊNCIA FALHADA ?
As terras para produzir biocombustíveis que os europeus usam podiam alimentar diariamente 120 milhões de pessoas, revela um estudo divulgado esta quinta-feira, que indica que os biocombustíveis impedem a luta contra o aquecimento global e aumentam a insegurança alimentar.
As terras para produzir biocombustíveis que os europeus usam podiam alimentar diariamente 120 milhões de pessoas, revela um estudo divulgado esta quinta-feira, que indica que os biocombustíveis impedem a luta contra o aquecimento global e aumentam a insegurança alimentar.
O estudo, da responsabilidade da organização ambientalista europeia Transportes e Ambiente (T&E), diz que a Europa desperdiça atualmente uma área do tamanho da Irlanda para culturas usadas para biocombustíveis, que na verdade são um obstáculo na luta contra as alterações climáticas, mas também à segurança alimentar.
Se essas terras fossem devolvidas à natureza poderiam absorver o dobro do dióxido de carbono (CO2) que supostamente não se emite ao alimentar os automóveis com biocombustíveis. A utilização de uma área equivalente a apenas 2,5% dessas terras para colocar painéis solares produziria a mesma quantidade de energia.
“Os biocombustíveis são uma experiência falhada”, diz o responsável pela área dos biocombustíveis na T&E, Maik Marahrens, citado num comunicado. Para o responsável, é criminoso continuar a queimar-se alimentos como combustível enquanto o mundo enfrenta uma crise alimentar mundial crescente.
Países como a Alemanha e a Bélgica estão a discutir a limitação do uso de culturas alimentares como biocombustíveis e o resto da Europa deve seguir o exemplo, defendeu.
Os responsáveis da organização, que junta organizações não-governamentais ligadas ao ambiente e aos transportes, consideram “uma catástrofe” para centenas de milhões de pessoas a política da União Europeia em matéria de biocombustíveis, que ocupam vastas extensões de terra de cultivo e que fazem subir os preços dos alimentos.
De acordo com a investigação, a terra cultivada com culturas para biocombustíveis poderia ser utilizada para satisfazer as necessidades calóricas de pelo menos 120 milhões de pessoas, mais do que suficiente para cobrir os 50 milhões de pessoas que a ONU diz estarem “em situação de emergência ou em níveis piores de insegurança alimentar aguda”.
A T&E, que apela aos governos europeus para que deem prioridade a alimentos em detrimento dos combustíveis, questiona também os benefícios climáticos dos biocombustíveis, explicando que são necessárias 40 vezes mais terras para alimentar um automóvel com biocombustíveis do que um automóvel elétrico alimentado com energia solar.
“Neste momento, entregamos vastas extensões de terra para culturas que simplesmente queimamos nos nossos automóveis. É um desperdício escandaloso. Esta terra poderia alimentar milhões de pessoas ou, se devolvida à natureza, fornecer sumidouros de carbono ricos em biodiversidade. Os biocombustíveis de culturas agrícolas são provavelmente a coisa mais estúpida alguma vez promovida em nome do clima”, disse ainda Maik Marahrens.
INTERNACIONAL
BIBLIOTECA SOBRE O NAZISMO E O HOLOCAUSTO ACESSÍVEL NA INTERNET DESDE HOJE
Fotografias do campo de Auschwitz-Birkenau, testemunhos e documentos sobre a ascensão do fascismo na Europa antes da Segunda Guerra Mundial integram um dos maiores arquivos sobre o Holocausto que está acessível desde hoje na internet.
Fotografias do campo de Auschwitz-Birkenau, testemunhos e documentos sobre a ascensão do fascismo na Europa antes da Segunda Guerra Mundial integram um dos maiores arquivos sobre o Holocausto que está acessível desde hoje na internet.
A Biblioteca Wiener sobre o Holocausto, com sede em Londres, reúne centenas de milhares de documentos originais sobre a situação dos judeus europeus antes de 1939, o regime nazi e o Holocausto.
A biblioteca decidiu tornar acessível hoje, no 80.º aniversário da libertação de Auschwitz, parte da sua coleção, nomeadamente fotografias, cartas e testemunhos que atestam os crimes nazis no campo da Polónia (https://wienerholocaustlibrary.org/).
“A necessidade de defender a verdade tornou-se ainda mais urgente devido ao ressurgimento do antissemitismo e de outras formas de desinformação e ódio”, explicou Toby Simpson, diretor da biblioteca, citado num comunicado.
“Ao disponibilizar gratuitamente uma grande quantidade de provas em linha [‘online’], estamos a garantir que os arquivos históricos são acessíveis a todos”, afirmou, segundo a agência francesa AFP.
Entre os mais de 150.000 documentos disponíveis em linha pela primeira vez, encontram-se numerosas fotografias tiradas aquando da libertação do campo de Auschwitz, em 27 de janeiro de 1945.
Também ficaram acessíveis documentos utilizados nos julgamentos de Nuremberga, durante os quais os principais dirigentes do Terceiro Reich, o regime nazi alemão de Adolf Hitler, foram julgados.
A biblioteca publica também cerca de 500 folhetos e livros de propaganda antifascista, distribuídos na Alemanha na década de 1930 e disfarçados de anúncios de champôs ou livros de receitas, para escapar à vigilância do regime nazi.
Revela também documentos que mostram a ascensão do fascismo no Reino Unido antes e depois da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
“Numa altura em que figuras de extrema-direita ameaçam a Europa e não só, estas coleções revelam não só as origens destas ideologias perigosas, mas também as motivações e estratégias daqueles que, ao longo da História, as mantiveram à distância”, disseram os responsáveis pela biblioteca.
A Biblioteca Wiener sobre o Holocausto foi fundada na década de 1930 por Alfred Wiener, que fez campanha contra o nazismo nas décadas de 1920 e 1930.
Depois de fugir da Alemanha para os Países Baixos, em 1933, começou a recolher provas da perseguição dos judeus.
Continuou o seu trabalho a partir do Reino Unido, onde se exilou pouco antes do início da guerra e onde a biblioteca ainda se encontra, no centro de Londres.
Sobreviventes de Auschwitz, acompanhados pelo Presidente polaco, Andrzej Duda, depositaram flores hoje de manhã em frente ao Muro da Morte do campo, onde os prisioneiros eram fuzilados.
Alguns usavam lenços às riscas azuis e brancas, simbolizando os antigos uniformes prisionais. Ao pé do muro, acenderam velas em memória dos mortos e tocaram o muro com uma mão, em silêncio.
A cerimónia, sob o portão de entrada de Birkenau, deverá começar às 16:00 locais (15:00 em Lisboa) e contará com a presença de 54 delegações internacionais, algumas das quais lideradas por chefes de Estado, mas o foco estará nos sobreviventes, segundo a organização.
“Este ano, estamos a centrar-nos nos sobreviventes e na sua mensagem”, disse à AFP o porta-voz do museu de Auschwitz, Pawel Sawicki.
“Não haverá discursos de políticos”, acrescentou.
Auschwitz-Birkenau tornou-se o símbolo do genocídio perpetrado pela Alemanha nazi contra seis milhões de judeus europeus, um milhão dos quais morreram no campo entre 1940 e 1945, bem como mais de 100.000 não judeus.
INTERNACIONAL
PAPA DIZ QUE HOLOCAUSTO NÃO PODE SER ESQUECIDO OU NEGADO
O Papa Francisco disse hoje que “o horror” do Holocausto não pode ser “esquecido ou negado” e exortou à luta contra o antissemitismo, lembrando que na segunda-feira se assinalam 80 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz.
O Papa Francisco disse hoje que “o horror” do Holocausto não pode ser “esquecido ou negado” e exortou à luta contra o antissemitismo, lembrando que na segunda-feira se assinalam 80 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz.
“Amanhã é o Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto, 80 anos após a libertação do campo de concentração de Auschwitz. O horror do extermínio de milhões de judeus e de pessoas de outras religiões durante esses anos não pode ser esquecido nem negado”, afirmou o Papa no final da oração do Angelus dominical.
Lembrando que, durante esses anos, foram também mortos “muitos cristãos, muitos mártires”, Francisco apelou a que “todos trabalhem em conjunto para erradicar o flagelo do antissemitismo e outras formas de discriminação e perseguição religiosa”.
“Construamos juntos um mundo mais fraterno e justo, educando os jovens a ter um coração aberto a todos na lógica da fraternidade, do perdão e da paz”, concluiu.
Proclamado oficialmente em novembro de 2005, o Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto, que se assinala na segunda-feira, comemora a libertação pelas tropas soviéticas, em 1945, do campo de concentração e extermínio nazi alemão de Auschwitz-Birkenau.
Auschwitz-Birkenau tornou-se o símbolo do genocídio perpetrado pela Alemanha nazi contra seis milhões de judeus europeus, um milhão dos quais morreram no local entre 1940 e 1945, bem como mais de 100.000 não judeus.
Na segunda-feira, uma cerimónia oficial com a presença de cerca de meia centena de sobreviventes e 54 delegações internacionais assinalará o 80.º aniversário da libertação do local.
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