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CIÊNCIA & TECNOLOGIA

FACEBOOK ANUNCIA QUEM VAI DIRIGIR O SEU PRÓPRIO ‘TRIBUNAL SUPREMO’

A ex-primeira-ministra dinamarquesa, Helle Thorning-Schmidt, e a ex-relatora para a liberdade de expressão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) Catalina Botero Marino integram o “Supremo Tribunal” que vai moderar os conteúdos nas redes sociais Facebook e Instagram.

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A ex-primeira-ministra dinamarquesa, Helle Thorning-Schmidt, e a ex-relatora para a liberdade de expressão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) Catalina Botero Marino integram o “Supremo Tribunal” que vai moderar os conteúdos nas redes sociais Facebook e Instagram.

O anúncio foi feito hoje pela empresa.

Thorning-Schmidt e a colombiana Botero vão liderar, juntamente com os professores de Direito norte-americanos Michael McConnell e Jamal Greene uma equipa que inicialmente vai ser constituída por 20 pessoas e que vai ser o tribunal de última instância para decidir que conteúdos se podem publicar ou não nas redes sociais.

Esta espécie de “Supremo Tribunal”, a que qualquer utilizador pode recorrer depois de ter passado por todas as instâncias dentro da Facebook, vai começar a escutar casos “nos próximos meses”, vai agir de forma independente e as suas decisões são vinculativas.

Thorning-Schmidt foi primeira-ministra entre 2011 e 2015, pelo Partido Social-Democrata, e é a conselheira delegada da organização sem fins lucrativos Save The Children, dedicada à luta contra a pobreza infantil.

Por seu lado, Botero Marino é a decana da Faculdade de Direito da Universidade de Los Andes, e entre 2008 e 2014 foi a relatora especial para a Liberdade de Expressão da CIDH, um organismo autónomo da Organização de Estados Americanos.

Thorning-Schmidt e Botero Marino deram hoje uma conferência de imprensa telefónica, juntamente com McConnell e Greene, uma vez que os quatro vão liderar a equipa, na qual garantiram que a “junta de supervisão”, como foi batizado este “Supremo Tribunal, vai ser totalmente independente da Facebook.

“A Facebook comprometeu-se com o cumprimento das decisões que tomarmos e, no caso em que não o faça, como são públicas, iria ter um custo reputacional muito elevado”, apontou Botero Marino.

A criação de uma junta de supervisão independente foi anunciada em 2018 pelo fundador da empresa e seu conselheiro-delegado, Mark Zuckerberg, para procurar responder às críticas de abuso de poder por parte da maior rede social do mundo e de arbitrariedade na moderação de conteúdos.

A Facebook e a Instagram, que é sua propriedade, têm orientações de uso que limitam os conteúdos que se podem partilhar nas plataformas (como as proibições de mensagens que incitem a violência ou imagens explicitamente sexuais, entre outras) e quando a empresa considera que estas normas foram violadas retira os conteúdos.

Porém, a natureza inevitavelmente subjetiva de muitas destas decisões leva vários utilizadores a considerarem que a empresa toma decisões sem critério.

Para garantir a diversidade cultural e de experiência da junta, os 20 membros atuais, que podem vir a ser 40, são provenientes de EUA e Canadá (25%), América Latina e Caraíbas (10%), Europa (20%), Ásia e Oceânia (25%) e África (20%).

A Facebook afetou 30 milhões de dólares para o funcionamento da estrutura, cujos membros não podem ser demitidos.

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MARTE TEVE PERÍODOS QUENTES E ÁGUA DURANTE 40 MILHÕES DE ANOS

Cientistas de Harvard determinaram os mecanismos químicos através dos quais Marte era capaz de manter calor suficiente nos seus primórdios para sustentar água e possivelmente vida.

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Cientistas de Harvard determinaram os mecanismos químicos através dos quais Marte era capaz de manter calor suficiente nos seus primórdios para sustentar água e possivelmente vida.

O facto de atualmente Marte ser frio e seco mas ter tido rios e lagos há vários milhares de milhões de anos intriga os cientistas há décadas.

“Tem sido um verdadeiro mistério que houvesse água líquida em Marte, porque Marte está mais longe do Sol e, além disso, o Sol era mais fraco no início”, explicou, em comunicado, Danica Adams, investigadora de pós-doutoramento da NASA na Escola de Engenharia e Ciências Aplicadas John A. Paulson (SEAS) de Harvard e principal autora do novo artigo publicado na Nature Geoscience.

Anteriormente, existia a teoria de que o hidrogénio era o ingrediente mágico que, quando misturado com o dióxido de carbono da atmosfera marciana, desencadeava episódios de aquecimento global. Mas a vida útil do hidrogénio atmosférico é curta, pelo que foi necessária uma análise mais detalhada.

Agora, Adams, o professor Robin Wordsworth de Ciências Ambientais e Engenharia na SEAS, e a sua equipa realizaram modelação fotoquímica (semelhante aos métodos utilizados hoje em dia para rastrear poluentes atmosféricos) para preencher os detalhes da relação da atmosfera marciana primitiva com o hidrogénio e como este relacionamento mudou ao longo do tempo.

“Marte antiga é um mundo perdido, mas pode ser reconstruído em detalhe se fizermos as perguntas certas”, frisou Wordsworth.

“Este estudo sintetiza a química atmosférica e o clima pela primeira vez para fazer algumas previsões surpreendentes que podem ser testadas quando trouxermos rochas de Marte para a Terra”, acrescentou.

Adams modificou um modelo chamado CINETICA para simular como uma combinação de hidrogénio e outros gases que reagem com o solo e o ar controlavam o clima marciano primitivo.

Descobriu que durante os períodos Noachiano e Hesperian, entre há 4 e 3 mil milhões de anos, Marte passou por períodos quentes episódicos ao longo de cerca de 40 milhões de anos, com cada evento a durar 100.000 anos ou mais.

Estas estimativas são consistentes com as características geológicas de Marte atualmente. Os períodos quentes e húmidos eram causados pela hidratação da crosta, ou perda de água do solo, que fornecia hidrogénio suficiente para se acumular na atmosfera durante milhões de anos.

“Identificámos escalas de tempo para todas estas alternâncias. E descrevemos todas as peças no mesmo modelo fotoquímico”, sublinhou Adams.

O trabalho de modelação fornece novas perspetivas potenciais sobre as condições que sustentaram a química prebiótica (os fundamentos da vida posterior como a conhecemos) durante os períodos quentes, e os desafios para a persistência dessa vida durante os intervalos frios e oxidativos.

Adams e outros cientistas estão a começar a trabalhar para encontrar evidências destas alternâncias utilizando modelos químicos isotópicos e planeiam comparar estes resultados com rochas da próxima missão Mars Sample Return (MRS).

Como Marte não possui placas tectónicas, ao contrário da Terra, a superfície visível atualmente é semelhante à de antigamente, tornando a sua história dos lagos e rios muito mais intrigante, realçou ainda.

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ASTEROIDE BENNU REVELOU EXISTÊNCIA DE MOLÉCULAS DE ADN

Cientistas japoneses detetaram numa amostra do asteroide Bennu as moléculas necessárias para a formação de ADN e ARN, suportando a teoria de que os asteroides podem ter transportado, por impacto, os blocos de construção da vida para a Terra.

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Cientistas japoneses detetaram numa amostra do asteroide Bennu as moléculas necessárias para a formação de ADN e ARN, suportando a teoria de que os asteroides podem ter transportado, por impacto, os blocos de construção da vida para a Terra.

De acordo com o trabalho publicado esta quarta-feira na revista científica Nature Astronomy, as amostras analisadas revelaram a presença das cinco bases nitrogenadas — adenina, guanina, citosina, timina e uracilo — necessárias para a construção de ADN e ARN.

Foram igualmente identificados pelos investigadores da Universidade Hokkaido, no Japão, os compostos xantina, hipoxantina e ácido nicotínico (vitamina B3).

Uma amostra de 121,6 gramas do asteroide Bennu chegou à Terra em 2023 à “boleia” da missão Osiris-Rex, da agência espacial norte-americana (NASA).

Tratou-se da maior amostra extraterrestre recolhida e enviada para a Terra.

Segundo uma das teses, os asteroides (corpos rochosos do Sistema Solar) contribuíram com água e componentes químicos essenciais para a vida na Terra há milhares de milhões de anos.

Embora os meteoritos na Terra provenham de asteroides, a interpretação dos seus dados “é desafiante” face à “exposição à humidade” da atmosfera e a “uma biosfera descontrolada”, refere a Universidade Hokkaido em comunicado, assinalando que “amostras imaculadas recolhidas de asteroides no espaço são os candidatos ideais”.

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