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ARTE & CULTURA

FANTASPORTO APRESENTA 36 ‘ANTESTREIAS’ NUM CARTAZ DESAFIANTE

A 39.ª edição do Festival Internacional de Cinema do Porto Fantasporto, que regressa ao Teatro Rivoli de 19 de fevereiro a 8 de março, conta com 36 antestreias num cartaz dedicado aos desafios da modernidade, revelaram os organizadores.

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A 39.ª edição do Festival Internacional de Cinema do Porto Fantasporto, que regressa ao Teatro Rivoli de 19 de fevereiro a 8 de março, conta com “36 antestreias” num cartaz dedicado aos desafios da modernidade, revelaram os organizadores.

“Vamos ter 36 antestreias e as exibições vão abordar as problemáticas do ambiente, da tecnologia, da saúde, da desumanização, das sociedades e da luta contra o radicalismo. Todos estes problemas passam por estes filmes”, afirmou a diretora, Beatriz Pacheco Pereira, durante a apresentação do festival, que decorreu esta tarde nas instalações do Cinema Novo, no Porto.

A 39.ª edição do Fantasporto regressa ao Teatro Rivoli com 82 sessões e quase duas centenas de filmes, depois de uma seleção de cerca de “600 filmes oriundos de 59 países”.

No primeiro dia, 19 de fevereiro, o festival vai ter uma pré-abertura para homenagear os 50 anos do clássico “Easy Rider”, de Dennis Hopper, e arranca oficialmente com “Prospect”, de Zeek Earl e Chris Caldwell.

A organização do festival decidiu também “homenagear e celebrar” os 90 anos de nascimento e 20 de morte do realizador britânico Stanley Kubrick, exibindo os filmes “A Clockwork Orange” e “The Shining”. A seção dos clássicos do festival conta ainda com a exibição de “Alien”, que comemora 40 anos.

“A lógica do Fantasporto é manter a nossa marca, marca que também passa pela descoberta de novos realizadores. Temos sido o festival que é conhecido pelos filmes que foram exibidos, o que revela que as nossas apostas, ao longo destes quase 40 anos, tem sido as certas”, salientou Mário Dorminsky.

Além de “Prospect” e de “The Russian Bride”, de Michael S. Ojeda, que marca o encerramento, a competição de cinema fantástico conta com mais 18 obras, entre as quais se encontram os mais recentes trabalhos de Peter Strickland e de Kim Ki-Duk, realizador sul-coreano este ano acusado por várias atrizes de violação, abusos sexuais e comportamentos sexualmente agressivos.

Se na competição de longas-metragens de cinema fantástico não há portugueses presentes, havendo apenas um filme brasileiro em representação lusófona, na de curtas-metragens encontram-se “Bluebird”, de Amanda Sant’Anna, Carlos Fernandes, Gonçalo Veloso, João Lage e João Mendes, e “Mysteries of the Wild”, de Rui Veiga.

De acordo com Beatriz Pacheco Pereira, esta edição do festival de cinema portuense conta também com um “número recorde de participação portuguesa”, levando 57 filmes portugueses a concurso.

“Há uma preocupação de fazer pelo cinema português aquilo que as entidades não fazem, que é incentivar a fazer cinema e projetar os jovens talentos”, frisou.

Este ano, o Fantasporto conta por isso com filmes de dez entidades portuguesas, entre as quais se encontram pela primeira vez, a Universidade da Beira Interior, a Universidade da Madeira e o Instituto Português de Fotografia. Por sua vez, para o Prémio de Cinema Português – Melhor Filme, a organização selecionou 12 produções.

Na semana dos realizadores, o destaque vai para o documentário “The Panama Papers”, de Alex Winter, que conta com a realizadora Laura Poitras como produtora executiva, vencedora do Óscar para melhor documentário em 2015 com “Citizenfour”, sobre Edward Snowden.

A 39.ª edição do Fantasporto, que marca também o regresso da secção Orient Express, vai assentar em duas retrospetivas: uma sobre a mudança do rosto do feminino em Taiwan dos anos 1960, e outra sobre a nova geração húngara.

Durante a apresentação, os organizadores revelaram ainda que, a propósito da 40.ª edição do Fantasporto, em 2020 o festival se vai realizar entre 25 de fevereiro e 08 de março, no Teatro Rivoli.

“O Fantasporto tem de continuar a realizar-se no Porto, porque foi um festival que emergiu aqui e que continuará a ser aqui. Nós somos um festival do Norte”, acrescentou Mário Dorminsky.

LUSA

ARTE & CULTURA

PAUL MCCARTNEY PEDE AO GOVERNO PARA PROTEGER ARTISTAS DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

O ex-Beatle Paul McCartney apelou hoje ao Governo britânico para reforçar a proteção dos artistas contra a inteligência artificial (IA), numa altura em que o executivo considera uma reforma da lei dos direitos de autor.

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O ex-Beatle Paul McCartney apelou hoje ao Governo britânico para reforçar a proteção dos artistas contra a inteligência artificial (IA), numa altura em que o executivo considera uma reforma da lei dos direitos de autor.

Numa entrevista à BBC, o cantor e compositor britânico, de 82 anos, alertou que os músicos podem ser “despojados” das suas criações e voltou a criticar o projeto do Governo trabalhista que prevê alterações à legislação sobre direitos de autor.

Entre as propostas está “uma exceção aos direitos de autor” para treinar modelos de IA com fins comerciais, cujo projeto ofereceria aos criadores a possibilidade de “reservar os seus direitos”.

Paul McCartney, que manteve uma carreia praticamente a solo após a dissolução oficial dos Beatles, em 1970, sustenta que, com essa reforma, os artistas perderão o controlo sobre as suas obras.

“Os jovens podem escrever uma bela canção, mas podem acabar por não ser os proprietários dela”, disse.

Pior ainda, “qualquer pessoa poderá apropriar-se dessa canção”, denunciou.

“A verdade é que o dinheiro irá para algum lado. Alguém será pago. Não deverá ser o tipo que escreveu ‘Yesterday’?”, um dos temas mais conhecidos dos The Beatles, composto por Paul McCartney (creditada a Lennon/McCartney), gravada em 1965 para o álbum “Help!”, questionou.

“Se apresentarem um projeto de lei, assegurem-se de que protegem os pensadores e os artistas, caso contrário, não terão o seu apoio. Somos o povo, vocês são o Governo. É suposto que nos protejam. Esse é o vosso trabalho”, reforçou McCartney.

O Governo britânico anunciou que aproveitará o período de consulta pública, que decorre até 25 de fevereiro, para explorar os principais pontos do debate, incluindo a forma como os criadores poderão obter licenças e ser remunerados pela utilização das suas obras.

Questionada sobre estas propostas numa entrevista à BBC, a ministra das Finanças britânica, Rachel Reeves, garantiu que “quer apoiar os artistas” e fará “tudo para que os direitos de autor sejam respeitados”.

Em novembro de 2023, McCartney e Ringo Starr, os membros sobreviventes dos Beatles (George Harrison morreu em novembro de 2001), usaram a IA para extrair a voz de John Lennon, assassinado em 1980 em Nova Iorque, de uma canção inacabada com várias décadas, intitulada “Now and Then”.

“Eu acho que a IA é fantástica e pode fazer muitas coisas incríveis”, admitiu Paul McCartney.

“No entanto, a IA não deve despojar os criadores. Isso não faz sentido”, concluiu.

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ARTE & CULTURA

PORTO: SERRALVES RECEBE 37 OBRAS CONTEMPORÂNEAS DA COLEÇÃO DUERCKHEIM

A Fundação de Serralves, no Porto, assinou um acordo para receber em depósito 37 obras de 19 artistas provenientes da Coleção Duerckheim, que prevê ainda a doação de uma peça de Anselm Kiefer à instituição portuguesa.

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A Fundação de Serralves, no Porto, assinou um acordo para receber em depósito 37 obras de 19 artistas provenientes da Coleção Duerckheim, que prevê ainda a doação de uma peça de Anselm Kiefer à instituição portuguesa.

Em comunicado, a Fundação de Serralves anunciou que vai receber, neste âmbito, o depósito de peças de Darren Almond, Georg Baselitz, Isaak Brodsky, Roman Buxbaum, Jake e Dinos Chapman, Theaster Gates, Gilbert & George, Antony Gormley, Damien Hirst, Zhang Huan, Stefan Hunstein, Anselm Kiefer, Michael Landy, Mamedov, Haralampi Oroschakoff, Sam Taylor-Wood, Matthias Wähner, Cerith Wyn Evans e Remy Zaugg.

O acordo inclui a doação de “Dat rosa miel apibus”, de Anselm Kiefer.

“É com grande alegria que Serralves recebe em depósito esta extraordinária coleção reunida ao longo de décadas de dedicação à arte pelo Conde Duerckheim. Este é um momento de grande importância para Serralves, e o acordo representa o reconhecimento da capacidade da Fundação para atrair e acolher as maiores coleções internacionais de arte contemporânea”, disse a presidente do conselho de administração da fundação, Ana Pinho, citada no mesmo comunicado.

De acordo com Serralves, o acordo foi possível graças à influência de Nuno Luzio, que deu a ideia ao Conde Christian Duerckheim, algo saudado por ambas as partes.

“Tendo estado fora de Portugal durante mais de 20 anos, Nuno Luzio demonstra o poder da diáspora portuguesa e o bem maior que podem fazer pelo seu país”, afirmou Ana Pinho.

Nascido em 1944 na região alemã da Saxónia, o industrial Christian Duerckheim viveu em Londres na década de 1960 e tornou-se num dos “mais significativos colecionadores da Europa”, como escreveu o jornal britânico The Guardian, em 2013, aquando de uma doação de 34 desenhos de artistas alemães modernos e de mais 60 trabalhos ao British Museum.

Em 2011, Duerckheim vendeu cerca de 80 obras através da leiloeira Sotheby’s por um valor recorde de mais de 100 milhões de libras, segundo notícias publicadas então pela imprensa especializada.

Na altura, ao New York Times, Christian Duerckheim afirmou que sempre quis ver a arte do seu tempo, enquanto alguém interessado em história que ficou obcecado com a arte do seu próprio país depois de ver uma obra de Georg Baselitz em 1970.

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