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INTERNACIONAL

FRANÇA QUER REGULAÇÃO INTERNACIONAL DA INTERNET

O governo francês tentou hoje relançar as negociações globais para um código internacional de conduta na Internet, com um manifesto intitulado Apelo de Paris, respondendo a apelos para uma melhor regulação do ciberespaço.

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O governo francês tentou hoje relançar as negociações globais para um código internacional de conduta na Internet, com um manifesto intitulado Apelo de Paris, respondendo a apelos para uma melhor regulação do ciberespaço.

O Apelo de Paris, hoje apresentado pelo Presidente francês, Emmanuel Macron, numa sede da Unesco e perante o secretário-geral da ONU, António Guterres, surge na senda de uma série de pedidos internacionais para um mais eficaz controlo das plataformas digitais de comunicação.

Na passada semana, durante o Web summit, em Lisboa, Tim Berners-Lee (conhecido como o “inventor da World Wide Web”) tinha lançado a ideia de um “Contrato para a Web”, envolvendo governos, empresas e utilizadores, para proteger a navegação na Internet de todo o tipo de abusos e proteger direitos de privacidade.

“Não passa um dia sem que se descubra uma nova campanha cibernética maliciosa ou um novo ataque de computador para espionagem, sabotagem ou interferência”, recordou hoje o ministro dos negócios estrangeiros francês, Jean-Yves Le Drian, durante a abertura do Fórum para a Governança da Internet, no âmbito do Fórum de Paris para a Paz, que decorre na capital francesa até terça-feira.

As negociações para a governança do setor digital tinham estagnado desde 2017, quando um grupo de especialistas da ONU abandonou os trabalhos, reconhecendo o fracasso, que atribuiu às diferenças de perspetivas entre as principais potências mundiais.

Jean-Yves Le Drian, não deu pormenores sobre os signatários do Apelo de Paris, mas tudo indica que China, Rússia e EUA não estejam entre na lista.

Em contrapartida, uma maioria de Estados europeus já o assinou, assim com um número significativo de organizações americanas, segundo o governo francês.

No manifesto, os signatários reafirmam o seu “apoio a um ciberespaço aberto, seguro, estável, acessível e pacífico”.

O Apelo de Paris declara ainda a determinação em “agir em conjunto” para evitar a ciberatividade maliciosa “que causa danos significativos, indiscriminados ou sistémicos”.

Da mesma forma, os signatários comprometem-se a desenvolver capacidades para “impedir que atores estrangeiros interrompam processos eleitorais”, numa clara referência a suspeições recentes deste género de interferência, em casos como o referendo para o ‘Brexit’ ou as eleições presidenciais nos EUA, em 2016.

Emannuel Macron, na cerimónia do Fórum para a Governança da Internet, anunciou igualmente que a empresa Facebook “em breve abrigará uma delegação de reguladores franceses”, que trabalhará ao lado de especialistas daquela empresa do mundo digital “para fazer recomendações conjuntas precisas e concretas sobre a luta contra o conteúdo odioso e ofensivo”.

“Estou muito contente por esta iniciativa experimental muito inovadora, que permitirá refletir concretamente e com as melhores vozes para garantir que as grandes plataformas apliquem um alto nível de qualidade na moderação dos conteúdos”, disse o Presidente francês.

Macron referiu que existem atualmente dois tipos de Internet – a californiana e a chinesa: a primeira de atores privados, não eleitos democraticamente, em autogestão; a segunda com um governo que controla um sistema hegemónico.

“Precisamos de construir, pela regulação, uma nova via, onde os Estados regulam com os atores privados”, concluiu o Presidente francês.

“O Apelo de Paris é um verdadeiro ponto de viragem na maneira de lidar com problemas de segurança cibernética”, reconheceu Brad Smith, presidente da Microsoft, cuja empresa está no rol de signatários.

“A única maneira de proteger a segurança cibernética no futuro é que todos trabalhem juntos: governos, o setor de tecnologia e a sociedade civil”, explicou Brad Smith.

Na fotografia o Presidente da França, Emmanuel Macron,que deseja um acordo internacional para regulação da Internet.

LUSA

INTERNACIONAL

BIBLIOTECA SOBRE O NAZISMO E O HOLOCAUSTO ACESSÍVEL NA INTERNET DESDE HOJE

Fotografias do campo de Auschwitz-Birkenau, testemunhos e documentos sobre a ascensão do fascismo na Europa antes da Segunda Guerra Mundial integram um dos maiores arquivos sobre o Holocausto que está acessível desde hoje na internet.

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Fotografias do campo de Auschwitz-Birkenau, testemunhos e documentos sobre a ascensão do fascismo na Europa antes da Segunda Guerra Mundial integram um dos maiores arquivos sobre o Holocausto que está acessível desde hoje na internet.

A Biblioteca Wiener sobre o Holocausto, com sede em Londres, reúne centenas de milhares de documentos originais sobre a situação dos judeus europeus antes de 1939, o regime nazi e o Holocausto.

A biblioteca decidiu tornar acessível hoje, no 80.º aniversário da libertação de Auschwitz, parte da sua coleção, nomeadamente fotografias, cartas e testemunhos que atestam os crimes nazis no campo da Polónia (https://wienerholocaustlibrary.org/).

“A necessidade de defender a verdade tornou-se ainda mais urgente devido ao ressurgimento do antissemitismo e de outras formas de desinformação e ódio”, explicou Toby Simpson, diretor da biblioteca, citado num comunicado.

“Ao disponibilizar gratuitamente uma grande quantidade de provas em linha [‘online’], estamos a garantir que os arquivos históricos são acessíveis a todos”, afirmou, segundo a agência francesa AFP.

Entre os mais de 150.000 documentos disponíveis em linha pela primeira vez, encontram-se numerosas fotografias tiradas aquando da libertação do campo de Auschwitz, em 27 de janeiro de 1945.

Também ficaram acessíveis documentos utilizados nos julgamentos de Nuremberga, durante os quais os principais dirigentes do Terceiro Reich, o regime nazi alemão de Adolf Hitler, foram julgados.

A biblioteca publica também cerca de 500 folhetos e livros de propaganda antifascista, distribuídos na Alemanha na década de 1930 e disfarçados de anúncios de champôs ou livros de receitas, para escapar à vigilância do regime nazi.

Revela também documentos que mostram a ascensão do fascismo no Reino Unido antes e depois da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

“Numa altura em que figuras de extrema-direita ameaçam a Europa e não só, estas coleções revelam não só as origens destas ideologias perigosas, mas também as motivações e estratégias daqueles que, ao longo da História, as mantiveram à distância”, disseram os responsáveis pela biblioteca.

A Biblioteca Wiener sobre o Holocausto foi fundada na década de 1930 por Alfred Wiener, que fez campanha contra o nazismo nas décadas de 1920 e 1930.

Depois de fugir da Alemanha para os Países Baixos, em 1933, começou a recolher provas da perseguição dos judeus.

Continuou o seu trabalho a partir do Reino Unido, onde se exilou pouco antes do início da guerra e onde a biblioteca ainda se encontra, no centro de Londres.

Sobreviventes de Auschwitz, acompanhados pelo Presidente polaco, Andrzej Duda, depositaram flores hoje de manhã em frente ao Muro da Morte do campo, onde os prisioneiros eram fuzilados.

Alguns usavam lenços às riscas azuis e brancas, simbolizando os antigos uniformes prisionais. Ao pé do muro, acenderam velas em memória dos mortos e tocaram o muro com uma mão, em silêncio.

A cerimónia, sob o portão de entrada de Birkenau, deverá começar às 16:00 locais (15:00 em Lisboa) e contará com a presença de 54 delegações internacionais, algumas das quais lideradas por chefes de Estado, mas o foco estará nos sobreviventes, segundo a organização.

“Este ano, estamos a centrar-nos nos sobreviventes e na sua mensagem”, disse à AFP o porta-voz do museu de Auschwitz, Pawel Sawicki.

“Não haverá discursos de políticos”, acrescentou.

Auschwitz-Birkenau tornou-se o símbolo do genocídio perpetrado pela Alemanha nazi contra seis milhões de judeus europeus, um milhão dos quais morreram no campo entre 1940 e 1945, bem como mais de 100.000 não judeus.

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PAPA DIZ QUE HOLOCAUSTO NÃO PODE SER ESQUECIDO OU NEGADO

O Papa Francisco disse hoje que “o horror” do Holocausto não pode ser “esquecido ou negado” e exortou à luta contra o antissemitismo, lembrando que na segunda-feira se assinalam 80 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz.

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O Papa Francisco disse hoje que “o horror” do Holocausto não pode ser “esquecido ou negado” e exortou à luta contra o antissemitismo, lembrando que na segunda-feira se assinalam 80 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz.

“Amanhã é o Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto, 80 anos após a libertação do campo de concentração de Auschwitz. O horror do extermínio de milhões de judeus e de pessoas de outras religiões durante esses anos não pode ser esquecido nem negado”, afirmou o Papa no final da oração do Angelus dominical.

Lembrando que, durante esses anos, foram também mortos “muitos cristãos, muitos mártires”, Francisco apelou a que “todos trabalhem em conjunto para erradicar o flagelo do antissemitismo e outras formas de discriminação e perseguição religiosa”.

“Construamos juntos um mundo mais fraterno e justo, educando os jovens a ter um coração aberto a todos na lógica da fraternidade, do perdão e da paz”, concluiu.

Proclamado oficialmente em novembro de 2005, o Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto, que se assinala na segunda-feira, comemora a libertação pelas tropas soviéticas, em 1945, do campo de concentração e extermínio nazi alemão de Auschwitz-Birkenau.

Auschwitz-Birkenau tornou-se o símbolo do genocídio perpetrado pela Alemanha nazi contra seis milhões de judeus europeus, um milhão dos quais morreram no local entre 1940 e 1945, bem como mais de 100.000 não judeus.

Na segunda-feira, uma cerimónia oficial com a presença de cerca de meia centena de sobreviventes e 54 delegações internacionais assinalará o 80.º aniversário da libertação do local.

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