INTERNACIONAL
FURACÃO IRMA: AUTORIDADES TEMEM A DESVASTAÇÃO
O furacão Irma vai “devastar os Estados Unidos”, afirmou esta sexta-feira o diretor da Agência Federal norte-americana para a Gestão de Emergências (FEMA, sigla em inglês). Brock Long realçou hoje mais uma vez que os Estados Unidos serão fortemente afetados pela tempestade que já provocou pelo menos 19 mortos nas ilhas das Caraíbas e está a caminhar para a Florida.
Apesar de o furacão ter diminuído de intensidade e estar agora na categoria 4, a segunda mais alta e perigosa na escala Saffir-Simpson, as autoridades referem que ainda pode provocar grandes danos. Registam-se esta sexta-feira rajadas de ventos de 250 km/hora.
“O furacão Irma continua a ser uma ameaça que vai devastar os Estados Unidos, ou na Florida ou em outros estados a sudeste”, afirmou Brock Long num briefing, segundo a Reuters.
O responsável realçou que os Estados Unidos apenas foram atingidos por três furacões na categoria 5 desde 1851 e que o Irma é mais forte do que o último furacão deste nível, o Andrew, que fustigou o país em 1994.
O Irma é o maior furacão de sempre no oceano Atlântico e é, segundo o instituto meteorológico francês, o mais longo furacão de categoria 5 alguma vez registado no mundo, com ventos de 298 Km/hora, durante, pelo menos, 37 horas.
Ainda não há certezas sobre a rota do furacão, mas estima-se que irá atingir o norte de Cuba esta sexta-feira à noite ou no sábado de manhã e depois evoluir para os Estados Unidos durante o fim de semana.
O primeiro estado norte-americano atingido será a Florida, onde já estão a ser executadas várias ordens de evacuação, e depois a Geórgia e a Carolina do Sul.
Long alertou que a Florida, que será um dos estados mais afetados, “ficará sem luz durante dias” e que mais de 100 mil pessoas precisarão de ser acolhidas em abrigos.
O diretor do FEMA pede ainda que ninguém ignore as ordens de evacuação, como o governador da Florida, Rick Scott, já tinha pedido esta semana.
“Não consigo realçar o suficiente: não ignorem as ordens de evacuação”, disse o governador numa conferência de imprensa. “Podemos reconstruir as vossas casas, mas não podemos reconstruir as vossas vidas. Levem o necessário, mas só o necessário”.
Só o autarca do condado de Miami-Dade, na Florida, emitiu ordens de evacuação para mais de 650 mil pessoas. O estado da Georgia começou a emitir ordens de evacuação de algumas cidades esta quinta-feira.
O olho do furacão chegou hoje à ilha Inagua, no sul das Bahamas, com ventos máximos até 260 quilómetros por hora, e está a cerca de 840 quilómetros a este-sudeste de Miami.
Nas Caraíbas, o Irma deixou um rasto de destruição. Em Porto Rico, 70% do território ficou sem eletricidade e as autoridades ainda tentam calcular a dimensão real dos danos.
A ilha de Barbuda ficou “totalmente devastada” e 95% da parte francesa de Saint Martin, nas Antilhas Pequenas, foi destruída. Contam-se ainda os os danos em Anguilla, República Dominicana e Bahamas.
O furacão fez nove mortos nas Antilhas Francesas, quatro mortos nas Ilhas Virgens Americanas, três em Porto Rico, um morto em Barbuda, um em Barbados e um em Anguilla. Há ainda sete desaparecidos nas Antilhas.
Cerca de 1,2 milhões de pessoas foram já afectadas pela passagem do Irma nas Caraíbas, um número que poderá alcançar os 26 milhões de pessoas, de acordo uma previsão divulgada hoje pela Cruz Vermelha Internacional.
INTERNACIONAL
BIBLIOTECA SOBRE O NAZISMO E O HOLOCAUSTO ACESSÍVEL NA INTERNET DESDE HOJE
Fotografias do campo de Auschwitz-Birkenau, testemunhos e documentos sobre a ascensão do fascismo na Europa antes da Segunda Guerra Mundial integram um dos maiores arquivos sobre o Holocausto que está acessível desde hoje na internet.
Fotografias do campo de Auschwitz-Birkenau, testemunhos e documentos sobre a ascensão do fascismo na Europa antes da Segunda Guerra Mundial integram um dos maiores arquivos sobre o Holocausto que está acessível desde hoje na internet.
A Biblioteca Wiener sobre o Holocausto, com sede em Londres, reúne centenas de milhares de documentos originais sobre a situação dos judeus europeus antes de 1939, o regime nazi e o Holocausto.
A biblioteca decidiu tornar acessível hoje, no 80.º aniversário da libertação de Auschwitz, parte da sua coleção, nomeadamente fotografias, cartas e testemunhos que atestam os crimes nazis no campo da Polónia (https://wienerholocaustlibrary.org/).
“A necessidade de defender a verdade tornou-se ainda mais urgente devido ao ressurgimento do antissemitismo e de outras formas de desinformação e ódio”, explicou Toby Simpson, diretor da biblioteca, citado num comunicado.
“Ao disponibilizar gratuitamente uma grande quantidade de provas em linha [‘online’], estamos a garantir que os arquivos históricos são acessíveis a todos”, afirmou, segundo a agência francesa AFP.
Entre os mais de 150.000 documentos disponíveis em linha pela primeira vez, encontram-se numerosas fotografias tiradas aquando da libertação do campo de Auschwitz, em 27 de janeiro de 1945.
Também ficaram acessíveis documentos utilizados nos julgamentos de Nuremberga, durante os quais os principais dirigentes do Terceiro Reich, o regime nazi alemão de Adolf Hitler, foram julgados.
A biblioteca publica também cerca de 500 folhetos e livros de propaganda antifascista, distribuídos na Alemanha na década de 1930 e disfarçados de anúncios de champôs ou livros de receitas, para escapar à vigilância do regime nazi.
Revela também documentos que mostram a ascensão do fascismo no Reino Unido antes e depois da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
“Numa altura em que figuras de extrema-direita ameaçam a Europa e não só, estas coleções revelam não só as origens destas ideologias perigosas, mas também as motivações e estratégias daqueles que, ao longo da História, as mantiveram à distância”, disseram os responsáveis pela biblioteca.
A Biblioteca Wiener sobre o Holocausto foi fundada na década de 1930 por Alfred Wiener, que fez campanha contra o nazismo nas décadas de 1920 e 1930.
Depois de fugir da Alemanha para os Países Baixos, em 1933, começou a recolher provas da perseguição dos judeus.
Continuou o seu trabalho a partir do Reino Unido, onde se exilou pouco antes do início da guerra e onde a biblioteca ainda se encontra, no centro de Londres.
Sobreviventes de Auschwitz, acompanhados pelo Presidente polaco, Andrzej Duda, depositaram flores hoje de manhã em frente ao Muro da Morte do campo, onde os prisioneiros eram fuzilados.
Alguns usavam lenços às riscas azuis e brancas, simbolizando os antigos uniformes prisionais. Ao pé do muro, acenderam velas em memória dos mortos e tocaram o muro com uma mão, em silêncio.
A cerimónia, sob o portão de entrada de Birkenau, deverá começar às 16:00 locais (15:00 em Lisboa) e contará com a presença de 54 delegações internacionais, algumas das quais lideradas por chefes de Estado, mas o foco estará nos sobreviventes, segundo a organização.
“Este ano, estamos a centrar-nos nos sobreviventes e na sua mensagem”, disse à AFP o porta-voz do museu de Auschwitz, Pawel Sawicki.
“Não haverá discursos de políticos”, acrescentou.
Auschwitz-Birkenau tornou-se o símbolo do genocídio perpetrado pela Alemanha nazi contra seis milhões de judeus europeus, um milhão dos quais morreram no campo entre 1940 e 1945, bem como mais de 100.000 não judeus.
INTERNACIONAL
PAPA DIZ QUE HOLOCAUSTO NÃO PODE SER ESQUECIDO OU NEGADO
O Papa Francisco disse hoje que “o horror” do Holocausto não pode ser “esquecido ou negado” e exortou à luta contra o antissemitismo, lembrando que na segunda-feira se assinalam 80 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz.
O Papa Francisco disse hoje que “o horror” do Holocausto não pode ser “esquecido ou negado” e exortou à luta contra o antissemitismo, lembrando que na segunda-feira se assinalam 80 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz.
“Amanhã é o Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto, 80 anos após a libertação do campo de concentração de Auschwitz. O horror do extermínio de milhões de judeus e de pessoas de outras religiões durante esses anos não pode ser esquecido nem negado”, afirmou o Papa no final da oração do Angelus dominical.
Lembrando que, durante esses anos, foram também mortos “muitos cristãos, muitos mártires”, Francisco apelou a que “todos trabalhem em conjunto para erradicar o flagelo do antissemitismo e outras formas de discriminação e perseguição religiosa”.
“Construamos juntos um mundo mais fraterno e justo, educando os jovens a ter um coração aberto a todos na lógica da fraternidade, do perdão e da paz”, concluiu.
Proclamado oficialmente em novembro de 2005, o Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto, que se assinala na segunda-feira, comemora a libertação pelas tropas soviéticas, em 1945, do campo de concentração e extermínio nazi alemão de Auschwitz-Birkenau.
Auschwitz-Birkenau tornou-se o símbolo do genocídio perpetrado pela Alemanha nazi contra seis milhões de judeus europeus, um milhão dos quais morreram no local entre 1940 e 1945, bem como mais de 100.000 não judeus.
Na segunda-feira, uma cerimónia oficial com a presença de cerca de meia centena de sobreviventes e 54 delegações internacionais assinalará o 80.º aniversário da libertação do local.
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