INTERNACIONAL
GRETA THUNBERG ACUSA LÍDERES MUNDIAIS DE TEREM DESISTIDO DE LUTAR PELO CLIMA
A jovem ativista Greta Thunberg acusou hoje os líderes políticos e económicos de se terem rendido na luta contra as alterações climáticas e de colocarem os interesses económicos à frente dos da transição ecológica, adiantou a EFE.
A jovem ativista Greta Thunberg acusou hoje os líderes políticos e económicos de se terem rendido na luta contra as alterações climáticas e de colocarem os interesses económicos à frente dos da transição ecológica, adiantou a EFE.
“Pergunto-me o que dizem aos vossos filhos perante este caos”, disse Greta Thunberg ao auditório que ouvia a sua intervenção no Fórum Económico Mundial, que decorre em Davos, na Suíça.
A jovem ativista sueca já de manhã tinha participado com outros jovens num painel no qual destacou que “nada foi feito” na luta contra as alterações climáticas nos últimos tempos, insistiu na necessidade de não adiar mais e acabar imediatamente com o uso de combustíveis fósseis.
Por isso, a ativista pelo clima exigiu aos líderes políticos e económicos que coloquem termo aos investimentos para extração de combustíveis fósseis e aos subsídios que incentivam o seu uso.
Greta Thunberg teve a sua segunda e principal intervenção no Fórum Económico Mundial depois do presidente dos EUA, Donald Trump, que perante os participantes de Davos se juntou à iniciativa de plantar um bilião de árvores, promovida por este fórum.
“Plantar árvores é bom, mas não chega sequer perto do que é preciso fazer”, disse Thunberg, para quem não se trata de reduzir as emissões de carbono, mas sim acabar com elas definitivamente, se se pretende atingir o objetivo do Acordo de Paris de que a temperatura do planeta não suba mais do que 1,5 graus.
Disse ainda não compreender que o mundo se preocupe com o facto de os Estados Unidos terem abandonado o Acordo de Paris, mas não com o incumprimento desse acordo por parte dos restantes signatários.
A jovem sueca de 17 anos reconheceu que a transição ecológica é um processo duro, sobretudo em termos económicos, mas que isso não deve levar a renunciá-la.
Aos políticos Greta Thunberg disse também que pouco lhe importa se são de direita ou de esquerda, já que todos fracassaram na luta contra as alterações climáticas.
Apontou ainda o dedo às “palavras vazias” e “promessas” dos que falam do clima para dar a impressão de que estão a fazer alguma coisa, quando na verdade não fazem nada.
Greta Thunberg começou a sua intervenção recordando as suas palavras na primeira passagem pelo fórum em Davos, o ano passado, quando alertou que a nossa casa, o planeta Terra, está a arder e que um ano depois tudo continua igual.
“A nossa casa continua em chamas e a vossa inação alimenta as chamas a cada hora. Pedimos-vos que atuem, se amam os vossos filhos acima de qualquer outra coisa”, afirmou Greta Thunberg.
INTERNACIONAL
BIBLIOTECA SOBRE O NAZISMO E O HOLOCAUSTO ACESSÍVEL NA INTERNET DESDE HOJE
Fotografias do campo de Auschwitz-Birkenau, testemunhos e documentos sobre a ascensão do fascismo na Europa antes da Segunda Guerra Mundial integram um dos maiores arquivos sobre o Holocausto que está acessível desde hoje na internet.
Fotografias do campo de Auschwitz-Birkenau, testemunhos e documentos sobre a ascensão do fascismo na Europa antes da Segunda Guerra Mundial integram um dos maiores arquivos sobre o Holocausto que está acessível desde hoje na internet.
A Biblioteca Wiener sobre o Holocausto, com sede em Londres, reúne centenas de milhares de documentos originais sobre a situação dos judeus europeus antes de 1939, o regime nazi e o Holocausto.
A biblioteca decidiu tornar acessível hoje, no 80.º aniversário da libertação de Auschwitz, parte da sua coleção, nomeadamente fotografias, cartas e testemunhos que atestam os crimes nazis no campo da Polónia (https://wienerholocaustlibrary.org/).
“A necessidade de defender a verdade tornou-se ainda mais urgente devido ao ressurgimento do antissemitismo e de outras formas de desinformação e ódio”, explicou Toby Simpson, diretor da biblioteca, citado num comunicado.
“Ao disponibilizar gratuitamente uma grande quantidade de provas em linha [‘online’], estamos a garantir que os arquivos históricos são acessíveis a todos”, afirmou, segundo a agência francesa AFP.
Entre os mais de 150.000 documentos disponíveis em linha pela primeira vez, encontram-se numerosas fotografias tiradas aquando da libertação do campo de Auschwitz, em 27 de janeiro de 1945.
Também ficaram acessíveis documentos utilizados nos julgamentos de Nuremberga, durante os quais os principais dirigentes do Terceiro Reich, o regime nazi alemão de Adolf Hitler, foram julgados.
A biblioteca publica também cerca de 500 folhetos e livros de propaganda antifascista, distribuídos na Alemanha na década de 1930 e disfarçados de anúncios de champôs ou livros de receitas, para escapar à vigilância do regime nazi.
Revela também documentos que mostram a ascensão do fascismo no Reino Unido antes e depois da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
“Numa altura em que figuras de extrema-direita ameaçam a Europa e não só, estas coleções revelam não só as origens destas ideologias perigosas, mas também as motivações e estratégias daqueles que, ao longo da História, as mantiveram à distância”, disseram os responsáveis pela biblioteca.
A Biblioteca Wiener sobre o Holocausto foi fundada na década de 1930 por Alfred Wiener, que fez campanha contra o nazismo nas décadas de 1920 e 1930.
Depois de fugir da Alemanha para os Países Baixos, em 1933, começou a recolher provas da perseguição dos judeus.
Continuou o seu trabalho a partir do Reino Unido, onde se exilou pouco antes do início da guerra e onde a biblioteca ainda se encontra, no centro de Londres.
Sobreviventes de Auschwitz, acompanhados pelo Presidente polaco, Andrzej Duda, depositaram flores hoje de manhã em frente ao Muro da Morte do campo, onde os prisioneiros eram fuzilados.
Alguns usavam lenços às riscas azuis e brancas, simbolizando os antigos uniformes prisionais. Ao pé do muro, acenderam velas em memória dos mortos e tocaram o muro com uma mão, em silêncio.
A cerimónia, sob o portão de entrada de Birkenau, deverá começar às 16:00 locais (15:00 em Lisboa) e contará com a presença de 54 delegações internacionais, algumas das quais lideradas por chefes de Estado, mas o foco estará nos sobreviventes, segundo a organização.
“Este ano, estamos a centrar-nos nos sobreviventes e na sua mensagem”, disse à AFP o porta-voz do museu de Auschwitz, Pawel Sawicki.
“Não haverá discursos de políticos”, acrescentou.
Auschwitz-Birkenau tornou-se o símbolo do genocídio perpetrado pela Alemanha nazi contra seis milhões de judeus europeus, um milhão dos quais morreram no campo entre 1940 e 1945, bem como mais de 100.000 não judeus.
INTERNACIONAL
PAPA DIZ QUE HOLOCAUSTO NÃO PODE SER ESQUECIDO OU NEGADO
O Papa Francisco disse hoje que “o horror” do Holocausto não pode ser “esquecido ou negado” e exortou à luta contra o antissemitismo, lembrando que na segunda-feira se assinalam 80 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz.
O Papa Francisco disse hoje que “o horror” do Holocausto não pode ser “esquecido ou negado” e exortou à luta contra o antissemitismo, lembrando que na segunda-feira se assinalam 80 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz.
“Amanhã é o Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto, 80 anos após a libertação do campo de concentração de Auschwitz. O horror do extermínio de milhões de judeus e de pessoas de outras religiões durante esses anos não pode ser esquecido nem negado”, afirmou o Papa no final da oração do Angelus dominical.
Lembrando que, durante esses anos, foram também mortos “muitos cristãos, muitos mártires”, Francisco apelou a que “todos trabalhem em conjunto para erradicar o flagelo do antissemitismo e outras formas de discriminação e perseguição religiosa”.
“Construamos juntos um mundo mais fraterno e justo, educando os jovens a ter um coração aberto a todos na lógica da fraternidade, do perdão e da paz”, concluiu.
Proclamado oficialmente em novembro de 2005, o Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto, que se assinala na segunda-feira, comemora a libertação pelas tropas soviéticas, em 1945, do campo de concentração e extermínio nazi alemão de Auschwitz-Birkenau.
Auschwitz-Birkenau tornou-se o símbolo do genocídio perpetrado pela Alemanha nazi contra seis milhões de judeus europeus, um milhão dos quais morreram no local entre 1940 e 1945, bem como mais de 100.000 não judeus.
Na segunda-feira, uma cerimónia oficial com a presença de cerca de meia centena de sobreviventes e 54 delegações internacionais assinalará o 80.º aniversário da libertação do local.
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